*Largo Grimmauld, 12*

POV Draco Malfoy

Eu e os gêmeos Weasley subíamos o segundo lance de escadas daquela casa, por fora não parecia tão grande assim. O meu quarto ficava no sótão, pelo menos ficaria mais longe de todos.

– Então... Que história é essa... – um deles começou a falar.

–... De a ilustre família Malfoy, passar informações para a Ordem? – o outro completou.

– Eu... Também descobri há pouco tempo sobre essa loucura. – dei de ombros e lancei um sorrisinho irônico.

– Cara, eu nunca imaginei isso!

– Acho que ninguém imaginou afinal vocês sempre se acharam os fodões...

– Eram arrogantes e se sentiam superiores aos outros apenas...

–... Por serem de uma família de Sangues Puros e ricos. – Essa coisa de um completar a frase do outro estava me irritando.

– Ei, eu estou aqui, podem parar os insultos, não gostamos de ser assim, mas é preciso. Afinal, temos que manter as aparências. – eu bufei. – Eu nunca odiei vocês de verdade.

– Como é que é? Fred você ouviu isso? – eles pararam em frente a uma porta.

– Pela cueca rosa de Merlim, é hoje que o mundo acaba Jorge! – eles estavam pasmos, olhavam para mim como se eu fosse alguma aberração. – É muita revelação para um dia só... – o tal Fred colocou a mão na cabeça como se fosse desmaiar.

– Assim nossos corações não aguentam! – o outro, Jorge, colocou as mãos no peito. “Santo Merlim, quanto drama!”. Revirei os olhos.

– Eu não os odeio, mas posso começar se não pararem de completar as frases um do outro, tem noção do quão isso é irritante?

– É, sabemos...

– Todos falam isso! – eles riram e eu fechei a cara.

– Bom senhor Malfoy, aproveite sua estádia na sede da Ordem da Fênix. – Fred abriu a porta para o quarto. Era em espaçoso, não tão aconchegante quanto minha casa, mas dava para passar dois dias.

Eu entrei e agradeci os gêmeos irritantes. O quarto inteiro era feito com uma madeira rústica, porém muito nobre, desde a cama até as portas e janelas. A vista lá de cima era linda, dava para ver todo o bairro, a chuva aquela hora já tinha amenizado um pouco, mas uma fina garoa ainda caía.

Meia hora depois, Monstro entrou no quarto trazendo todas as minhas coisas e o malão de Hogwarts também. Dentro de uma pequena gaiola, estava minha fiel companheira, Roxenna, uma gata inteiramente negra com os olhos dourados. A ganhei quando ainda era criança e desde então ela me acompanha.

Do outro lado do quarto havia uma porta que eu logo deduzi que era o banheiro. Abri minha mala e peguei uma calça de moletom verde musgo e uma toalha, segui para o banheiro e tomei um banho quente para relaxar.

Quando sai, Rox (apelido da Roxenna) estava dormindo tranquilamente, então a tirei lá de dentro e sentei na cama para acaricia-la, seu pelo era muito fofo.

Não vi o tempo passar, até que ouço batidas na porta. Levanto-me e abro:

– Ér... Malfoy, Sra. Weasley disse que o jantar já esta na mesa. – era o Potter, sua cara não estava muito boa, presumi que ele não gostou de ter de vir me dar esse recado.

– Obrigado Potter, mas eu não estou com fome... – isso não era verdade, eu sentia muita fome, mas não iria me sentir bem com todos aqueles grifinos me olhando.

– Molly sabia que diria isso, então mandou dizer também que era obrigatório você descer, senão ela mesma viria te buscar. E quer um conselho, é melhor não deixa-la brava. – ele deu de ombros e sorriu minimamente.

– Tudo bem então, não quero irritar ninguém, só vou pegar uma camisa. – entrei e coloquei uma camisa branca. Percebi que o menino que sobreviveu olhava para dentro do quarto.

– Malfoy, o que é aquilo na sua cama? – ele perguntou apontando para uma bola de pelos negros em cima do meu travesseiro.

– Ah! Essa é a Roxenna, minha gata de estimação. – eu a peguei e mostrei para ele, sua cara era de espanto.

– Nossa não sabia que você gostava de animais. – ele passou a mão na cabeça de Rox que se espreguiçou e aproveitou o carinho.

– Eu não sou um monstro como todos pensam Potter e ela está comigo desde sempre. – eu a coloquei no chão e saí do quarto.

– Desculpe, mas todas as circunstâncias me levaram a essa conclusão. – ele descia na minha frente.

– Não precisa desculpar-se, sei que eu também não fui nada legal com vocês.

E assim chegamos à cozinha, ninguém ligou muito para a minha presença, o que me deixou muito aliviado, porém tinha um Weasley que me fuzilava com os olhos.

– Sente-se aqui querido. – disse a senhora Weasley puxando uma cadeira para mim.

Sentei-me entre a Weasley mais nova e o Fred e de frente para aquele idiota do Ronald que ainda me encarava.

Servimo-nos e conseguimos comer em “paz”, sem nenhuma provocação. Molly Weasley realmente era uma ótima cozinheira, tudo estava maravilhoso.

– Essa comida está maravilhosa. – acabei soltando sem querer e corei quando todos olhavam para mim.

– Obrigada Draco. – Molly me respondeu.

Depois que terminamos, ajudei os gêmeos irritantes com a louça. Sempre fazia isso em casa, mamãe cozinhava e eu e meu pai cuidávamos da sujeira. Ficamos conversando banalidades o tempo todo e percebi que eles não eram tão ruins assim, Gina também ficou na cozinha participando da conversa e para uma grifina ela era bem pervertida.

– Depois de acabar ai, você pode dar uma limpadinha no meu quarto também Malfoy. – a voz do imbecil do Ronald invadiu a cozinha. Ele se virou para pegar um copo de água.

– Como é que é? – eu me virei totalmente atônito. Quem esse cabeça de cenoura achava que era pra falar comigo daquela maneira.

– Ué, você não é o bonzinho, me faz esse favor. – a voz dele estava carregada de sarcasmo.

– Rony para com isso. – Gina se levantou e olhava feio para o irmão.

– Fica na sua Gina, porque eu não estou falando contigo. – ele respondeu ainda me olhando.

– Ronald você é um idiota?

– Ou só finge mesmo? – Fred e Jorge o encaravam também. Ninguém entendia aquilo.

– Oh agora o Malfoy tem seguranças também? – ele bebeu a água que estava segurando.

– Com que direito você acha que tem para falar assim comigo? – eu estava a ponto de voar no pescoço dele.

– Você e sua família patética podem enganar a todos dentro dessa casa com aquela ceninha ridícula, mas não me enganam não.

– Já chega Ronald, que modos são esses? – a Sra. Weasley chegou bem a tempo. – Vá agora para o seu quarto se não quiser e ver brava. – ele deixou o copo em cima da mesa e saiu batendo o pé.

– Me perdoe por isso Draco. Não sei o que houve com ele. – ela se virou para mim.

– Não se preocupe Sra. Weasley, bom acho que vou dormir boa noite senhora e senhorita... – eu me referi a Molly e Gina. – e boa noite gêmeos irritantes. – eu sorri e deixei o guardanapo na mesa.

– Boa noite Draco. – Molly e Ginevra.

– Boa noite Doninha Saltitante. – Fred e Jorge.

Subi até meu quarto, estava muito cansado e irritado. Como aquele filho da mãe do Weasley podia ser um idiota? Fora essa incidente eu até gostei, principalmente de Fred, Jorge e Gina.

Tirei a camisa e deitei na cama, precisava de um bom sono. Mas antes de entrar completamente no mundo dos sonhos, eu me lembrei do que aconteceu a Granger e fiquei curioso para saber se ela estava bem, amanha eu perguntava para alguém e com esses pensamentos eu adormeci.