All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 27
Thunder.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura c:



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34

Beatriz Collins

Beatriz acordou cedo. Tomou um banho, trocou de roupa e foi tomar seu café da manhã. Depois ela foi até o Arsenal para pegar uma espada, um escudo e uma armadura para ir treinar na Arena. Enquanto pegava tudo, ficou pensando no motivo que estava levando Haden ficar tão estranho. Ele estava parecendo um louco ultimamente e Beatriz já estava começando a ficar com medo disso.

Ela saiu do Arsenal e caminhou até a Arena. Mas antes que eu pudesse chegar lá, ela escutou o grito de um pássaro. Parecia de uma águia. Estava fraco e abafado. Beatriz ficou em silêncio para tentar escutar de novo, mas nada aconteceu, então voltei a caminhar. O grito veio de novo, mais alto. Ela olhei ao redor e se assustou quando alguém tocou seu ombro. Olhei para trás, tentando acalmar o coração que batia descontroladamente e viu Apolo.

–Apolo? – Beatriz perguntou, confusa.

–Assustei você? – ele perguntou, sorrindo.

–Não, quer dizer... Sim. Não esperava que você fosse aparecer aqui.

–Por que você está parada aqui?

–Pensei ter ouvido uma águia, mas acho que era só a minha imaginação – disse Beatriz.

–Hum, ok.

Apolo caminhou junto com Beatriz até a Arena. Ele ficou puxando assunto toda hora, Beatriz não estava conseguindo entender o motivo dele estar ali. Ela imaginava que os Deuses não iam dar as caras tão cedo. Beatriz não estava escutando o que Apolo dizia, ela estava mais concentrada em tentar escutar a águia novamente. E foi o que aconteceu. Dessa vez foi super alto e Beatriz deu um pulo de susto, ela caminhou em direção a esse bendito animal. A garota percebeu que Apolo correu atrás dela sem entender muito o que estava acontecendo. Quando chegou perto da floresta, parou de repente fazendo Apolo bater em suas costas e reclamar alguma coisa em grego antigo.

–Por que você veio para cá? – ele perguntou.

–Shhh! – Beatriz falou.

Elaa ficou olhando as árvores e quando encontrou o que procurava ficou impressionada. Era a ave mais bonita que ela já tinha visto. A ave tinha o corpo preto, mas sua cabeça e seu rabo eram brancos. Tinha uma cara de poucos amigos, mas toda águia é assim, não é mesmo? Seus olhos eram brancos o que destacava a íris negra. A ave encarou Beatriz e começou a se esgoelar novamente.

–Apolo, olha aqui – disse Beatriz.

O Deus do sol caminhou para o lado da garota e seguiu seu olhar. Ele sussurrou um “é a águia mais bonita que já vi”, Beatriz sorriu e subiu na árvore para pegar a ave. A águia veio sem hesitar nas suas mãos e Beatriz a segurou com os dois braços. Era uma águia enorme, não devia ter mais que um ano, mas era enorme. Beatriz fez carinho nela e a águia encarou Apolo como se ele fosse um ser de outro mundo.

–Ela não gosta de mim – Apolo disse, rindo.

–Talvez não goste porque você chama de ela quando, na verdade, deveria chamar de ele.

–Oh, me desculpe – Apolo disse. – Não percebi que era macho. Qual vai ser o nome?

–Não posso ficar com ele – Beatriz falou, fazendo carinho em seu corpo.

–Ué, por que não? – Apolo a encarou, confuso.

–Não sei se pode ter animais aqui, além dos Pégasos.

–Percy tem o Blackjack que é um Pégaso e a Sra. O’Leary que é um cão infernal, porque você não poderia ficar com uma águia?

Beatriz deu de ombros.

–Fique com ele. Se Quíron perguntar alguma coisa diga que eu deixei – Apolo piscou para Beatriz.

A garota hesitou, mas abriu um sorriso e tentou abraçar Apolo, mas a águia estava em seus braços, sendo assim, Beatriz não conseguiu abraça-lo. Beatriz estava parecendo uma retarda encostada em Apolo enquanto ele gargalhava da sua estúpida ideia de tentar abraçá-lo. Apolo a envolveu com seus braços antes que Beatriz ficasse ainda mais vermelha de vergonha. A águia se esgoelou em protesto por estar amassada entre os dois. Beatriz se separou de Apolo e os dois ficaram rindo, enquanto a águia encarava Beatriz.

–Ok, ok – Apolo disse, levantando as mãos na altura dos ombros. – Nós já nos separamos.

Beatriz sorriu e encarou Apolo.

–Então, o que você está fazendo aqui?

Apolo suspirou.

–Não estou mais aguentando as coisa lá no Olimpo. Os Deuses estão insuportáveis – disse Apolo.

–Você sabe que não vai conseguir se livrar deles estando aqui, não é? – Beatriz ergueu uma sobrancelha.

–É, eu sei. E eu não posso demorar aqui, se Zeus descobrir... Bem, não vai ser agradável. Então, até outro dia, Beatriz.

Beatriz acenou para Apolo enquanto o via se afastar. Ela olhou para a águia que agora estava em sua mãos. Fez carinho na cabeça do animal e sussurrou para si mesma.

–Que nome eu coloca em você, garoto?

A águia se esgoelou novamente, Beatriz já estava começando a temer que alguém a visse com uma ave daquela nos braços.

–Já sei! Você se chamará Thunder.

A águia ficou calada, como se gostasse da ideia de se chamar daquele jeito. Beatriz caminhou até a árvore mais próxima e colocou Thunder em um dos galhos. A garota não sabia se a águia poderia entende-la, mas falou mesmo assim.

–Me encontre no chalé um no fim do dia.

A águia, mais uma vez, se esgoelou e voou. Às vezes Beatriz gostaria de ser como uma ave. Ter asas e poder voar para qualquer lugar sem ter que dar explicações ou se preocupar. Queria que a sua única preocupação fosse escolher qual seria o próximo lugar onde ela poderia se esconder, mas, na verdade, ela não podia fazer nada disso. Podia voar, como qualquer filho de Zeus, mas não poderia se esconder se seus problemas. Porém, o que custa sonhar, não é mesmo? Beatriz suspirou e caminhou novamente até a Arena, rezando para que o dia pudesse terminar, no mínimo, normal.

35

Paula Adams

No fim do dia, Paula, Beatriz e Inara encontraram-se e Inara e Paula puderam respirar mais aliviadas quando Beatriz garantiu que não encontraria Haden. Elas foram para os seus chalés, tomaram banho e se encontramos novamente. Foram caminhando em direção ao refeitório. Chegando lá cada uma foi para a mesa do seu chalé. Percy disse a Paula que eles tinham que fazer a oferenda, ela tive que ir fazer essa oferenda mesmo que contra minha vontade, estava morrendo de fome.

Depois do jantar, Paula ficou caminhando pelo acampamento, Inara disse que iria tomar conta de Beatriz e então ela foi tirar uma “folga”. Paula estava chegando perto dos estábulos para ficar com Blue quando alguém praticamente pulou na sua frente, fazendo a garota dar um gritinho.

–Oh, me desculpe – Ivan disse.

–Seu idiota! Quase morri de susto! – disse Paula.

–Ei, desculpa – Ivan disse, colocando uma mão no rosto da garota.

–Tudo bem, mas não faça isso de novo – ela disse.

Ivan riu e se aproximou mais de Paula. Ela colocou suas mãos na nuca dele, Ivan a puxou para mais perto de si e selou seus lábios. Paula intensificou mais o beijo. Nos separamos por causa da maldita falta de ar. Ivan passou a língua pelo lábio inferior e colocou uma mecha do cabelo da garota para trás da sua orelha, Paula não consegui se segurar e acabou rindo.

–O que foi? – ele perguntou, me encarando.

–Você pareceu um tarado – disse ela.

–Eu? Tarado? Nossa Paula, bom saber o que você pensa de mim – ele fingiu estar ofendido.

Paula sorriu e o puxou pela nuca para dar-lhe mais um beijo.

–Eu vim aqui para ver Blue. Me acompanha? – Paula convidou, sorrindo.

–Já que eu sou tarado – ele deu de ombros. –, acho melhor ficar aqui fora.

Paula revirou os olhos, sorriu e o puxou para dentro dos estábulos. Eles estavam andando de mãos dadas até a baia de Blue; ela estava comendo. Paula preferiu não atrapalhar e sentou-se em um monte de feno que tinha ali por perto, um pouco longe da baia de Blue, junto com Ivan. Não era o lugar mais romântico do mundo, mas depois que ela conheceu Ivan começou a apreciar as pequenas coisas. Paula e Ivan ficaram conversando sobre ele e ele contou a Paula como foi que chegou ao acampamento. Disse que quando foram buscá-lo para vir para o acampamento ele já sabia que era um semideus, pois seu pai havia contando a ele. Ivan disse que nos quatro meses que já tinha passado no acampamento ele já tinha pensado várias vezes em fugir e tentar levar uma vida normal, mas ele sempre desistia, porém Ivan não quis dizer o motivo para Paula. Ela pensou em perguntar, mas resolveu não falar nada, se Ivan não queria dizer ela achava melhor não insistir.

Depois de alguns minutos, Blue terminou de comer e Paula e Ivan entraram na baia dela. Ela estava um pouco “jogada”, sua crina estava um pouco embaraçada e seu pelo precisava ser escovado. Então, Paula teve a grande idéia de esquecer um pouco Haden e se concentrar em cuidar do seu Pégaso. Ela escovou a crina e Ivan ficou com o pelo. Blue não era nenhum pouquinho fácil quando se tratava de ser escovada. Paula teve que pedir umas mil vezes para que ela ficasse com as asas levantadas e deixasse ela e Ivan concluírem o serviço. Paula viu o curativo de sua pata e ficou contente ao ver que já estava curada. No fim de tudo, Ivan sugeriu que eles desse uma voltinha com ela já que eram oito horas da noite, as Harpias não iriam os perturbar ainda.

Paula tirou Blue de sua baia e ela e Ivan a guiaram para fora dos estábulos. Chegando lá Paula ajudou Ivan a montar em Blue sem que fosse derrubado. Depois ele ajudou Paula a subir em Blue e antes que Paula pudesse perceber eles já estavam no ar. Paula nunca gostou muito de altura, mas ver o acampamento de cima era tão bom que ela se esqueceu por uns minutos que estava a metros do chão.

Paula quase não reparou quando Blue saiu dos limites do acampamento. Eles estavam sobrevoando a floresta de Long Island. Paula estava na frente de Ivan e isso a fez entrar em pânico porque não tinha onde segurar e não queria puxar os pelos de Blue. Ivan deve ter percebido que ela estava tremendo, pois colocou seus braços ao redor da cintura da garota e a prendeu contra seu corpo.

–Não precisa ter medo – ele disse, segurando as mãos de Paula. – Blue não vai nos deixar cair.

–Mas e se algum monstro... – Ivan a interrompeu.

–Esqueça monstros. Só por alguns minutos, ok? – ele sussurrou em seu ouvido.

–Sim. Ok. Tudo bem – Paula disse, assentindo com a cabeça freneticamente. Ivan riu.

Ela virou seu rosto para tentar beijá-lo e Ivan inclinou sua cabeça para que os lábios de Paula alcançassem os dele. O beijo não se intensificou até porque não tinha como e o pescoço de Paula já estava doendo. Ela encerrei o beijo e Ivan começou a falar as constelações das estrelas. Paula ficou tão impressionada por ele saber todas que até sentiu um pouco de vergonha por nunca ter se interessado em constelações.

–Ta vendo aquela ali? – Ivan apontou para uma das constelações de qual falava. – É a minha preferida.

–É... Fênix, não é? – Paula chutou, rezando para ter acertado.

–Sim, é ela.

Paula agradeceu em silêncio por ter lembrado-se do dia que escutou alguns nerds do internato em que estudava falando sobre as constelações.

–Por que é sua preferida? – indagou a garota.

–Quando eu era menor, costumava ficar na varanda de casa junto com meu pai vendo as constelações. Ele sempre me dizia que enquanto a constelação Fênix existir, a esperança no mundo nunca morrerá. E agora que estou aqui no acampamento comecei a acreditar que para enfrentar missões e inimigos, precisamos ter esperança e que para isso temos que acreditar que resta esperança para o mundo em que vivemos – ele disse, olhando para a constelação.

–Isso é muito bonito, Ivan – Paula falou, ela estava impressionada com tudo o que Ivan sabia. Quando ele falava nem parecia que tinha apenas dezesseis anos.

–E você, Paula? Acredita que ainda resta esperança no mundo? – Paula não virou seu rosto, mas percebi que ele a encarava.

–Sim, eu acredito sim. Se não existisse, o que seria de nós? Seriamos apenas pessoas vagando pelo mundo sem nenhum propósito. Eu acredito que dentro de todos nós temos esperança e o mundo não fica de fora do meu pensamento.

Ivan segurou seu queixo com suas mãos e virou o rosto de Paula gentilmente, beijando seus lábios em seguida. Depois do beijo ela continuei olhando para as estrelas e acabou se perdendo nos seus pensamentos.

Se existia esperança para o mundo, poderia existir esperança para o Haden também, não é? Ela não sabia o que ele estava tramando fazer, mas sabia que era uma coisa muito ruim. Mas se ele tivesse esperança poderia mudar sua mente e fazer tudo diferente. E assim poderia ser feliz com Beatriz.

–Ivan? – Paula chamou.

–Hum...? – ele disse.

–Você acha que alguém que tenha tanta raiva e ódio dentro de si, por qualquer que seja o motivo, possa ter esperança? Sei lá, você acha que essa pessoa possa se livrar desses sentimentos e ser feliz apenas com a esperança de que um dia tudo vai melhorar?

–Eu acredito que todos nós temos um pouco de esperança, nem que seja só um pouquinho. As pessoas que roubam, por exemplo, tem esperança de que? Talvez, de que com isso ela possa ter algo bom e viver bem. Mas não é verdade. As pessoas que tem ódio e raiva dentro de si, tem a esperança de que, talvez, se vingando tenham paz e finalmente consigam ser felizes, mesmo que o caminho não seja esse.

–Você é o cara mais perfeito que eu conheço, filho de Nêmesis – Paula sorriu, satisfeita com a resposta de Ivan.

–A perfeição não existe, Paula. Mas posso aceitar como elogio: “Você é o cara mais gato e inteligente que eu conheço, filho de Nêmesis” – ele riu.

–Você é muito convencido – Paula flou, rindo.

–E você é muito linda – ele disse.

E mais uma vez Paula virou seu rosto para beijá-lo. Ele encerrou o beijo e beijou a ponta do nariz dela. Paula se aconchegou em seu peito e Ivan apertou mais sua cintura. E eles continuaram apreciando a vista enquanto não tinham que voltar para o acampamento.

[...]

Meia hora depois eles voltaram para o acampamento. Levaram Blue para os estábulos e Ivan acompanhou Paula até o chalé três. Eles estavam de mãos dadas e alguns campistas, que ainda estavam acordados, olhavam para os dois, mas Paula não me importava, até porque ela realmente gostava de Ivan e não ficava ligando para os comentários alheios.

–Bom, chegamos – ele disse. – Tenha uma boa noite, Paula.

Paula foi para a frente do garoto, colocou suas mãos na nuca dele e o puxou para dar-lhe um beijo. Finalmente, o beijo pode se intensificar e eles só se separaram por causa da falta de ar. Paula o abraçou e sussurrou em seu ouvido:

–A perfeição pode não existir, mas eu acredito que nós dois existimos e que isso aqui não é por acaso – ele encerrou o abraço e a olhou nos olhos. – Boa noite, Ivan.

–Eu acredito em nós – ele sussurrou.

Paula deu um selinho em Ivan e caminhou até porta do chalé três. Ivan despediu-se e ela ficou o observando se afastar. Antes que Paula pudesse entrar no chalé e ter uma crise de suspiros a noite inteira, seu olhar foi direto no chalé treze. Não conseguia enxergar perfeitamente no escuro, mas viu alguém encostado na parede do chalé. Estava escuro demais, porém ela sabia que era Nico que estava ali. Ele estava a encarando. Paula tentou até ser um pouco amigável e aceno para ele. Mas como Nico poder ser um grosso as vezes, ele apenas se desencostou do chalé e deu as costas para Paula enquanto entrava no seu chalé. E aquilo foi o suficiente para que ele pudesse estragar a felicidade da garota. Por que ele tinha que ser tão detestável?, Paula pensou. Porém ela não deixaria que Nico di Angelo estragasse sua noite. Ela estava feliz e continuaria assim pelo resto da noite!


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Notas finais do capítulo

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