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Paula Adams

Paula não sabia explicar, mas alguma coisa dentro dela dizia que Haden era perigoso. Ela ainda estava chocada com o que ele fez com Percy. Mas, a filha de Poseidon concluiu que era melhor deixar essa sensação guardada pra si mesma, se ela falasse para Beatriz a filha de Zeus poderia ficar chateada.

Depois que o showzinho de Haden terminou, Paula não quis treinar esgrima, foi para o Lago de Canoagem. Ela ficou surpresa ao ver que era Percy quem dava as aulas de canoagem, mas não hesitou em ir até lá. Ele sorriu e acenou para Paula assim que a viu. A garota repetiu o gesto, maravilhando-se por Percy estar tão bem depois de quase ser morto.

–Pessoal! – Percy chamou. Todos que iam treinar canoagem olharam para ele. – Como vocês sabem, para cada canoa são duas pessoas. As duplas podem se juntar!

Paula deu graças aos Deuses por não ela não ter dupla. Se Percy fosse bonzinho, ele a deixaria ficar sozinha e ela se sentira mil vezes melhor do que se tivesse uma dupla.

–Percy! – Paula o chamou.

–Sim?

–Não tenho dupla!

Percy abriu a boca para responder, mas foi interrompido.

–Pronto, cheguei! Quíron me obrigou a vim para essa aula sem graça – Paula reconheceu a voz de Nico.

–Porque você veio? – Paula perguntou a Nico. – Eu já estava feliz em ficar sozinha na canoa, mas não, o di Angelo tinha que chegar agora!

–Desculpa se eu interrompi seus planos, Adams – Nico disse, sarcasticamente.

Paula revirou os olhos.

–Ótimo Paula, agora você tem uma dupla! – Percy sorriu.

–Mas... – Paula foi interrompida.

–Sem “mas”, entrem logo na canoa – Percy mandou.

Paula bufou. Ela ficou com vontade de terminar o trabalho que Haden havia feito em Percy. O que custava ele a colocar com outra pessoa? Por que eu tinha que ficar com o detestável do Nico? Para Paula, não existia maneira pior de estragar seu dia. Os dois entraram na canoa e pegaram os remos. Paula ficou encarando a água.

–O que tem de interessante? – Nico perguntou a ela.

–No que? – Paula perguntou, ainda olhando para a água.

–Na água! Você está a encarando desde que entramos na canoa.

–Hum... – a garota resmungou.

–Dois! – Nico revirou os olhos. – Você é impossível, Adams.

–Vai se ferrar, di Angelo!

–Você é muito metida, garota! – Nico disse.

–Ah claro, como se você fosse o cara mais legal do mundo.

–Você é insuportável – Nico revirou os olhos.

–Você é um idiota!

Paula e Nico ficaram em um bate boca até que eles começaram a se levantar para brigar. A canoa começou a balança com o peso deles, mas os dois estavam tão concentrados em xingar um ao outro que não repararam muito nisso. Paula foi para perto de Nico e bati seu punho no peito do garoto, o chamando de: “emo idiota!”, Nico se desequilibrou e caiu na água. Paula gargalhou.

A filha de Poseidon sentou novamente na canoa e ficou encarando o lugar que Nico havia caído. Ela só conseguia ver algumas bolhas, mas nada do filho de Hades.

–Vamos lá, Nico, não temos o dia todo! – disse Paula.

Depois de alguns minutos Nico ainda não tinha voltado a superfície e Paula já estava cansando de esperá-lo voltar. Ela não estava com cabeça para brincadeira, a garota ficou pensando em como Nico conseguia respirar debaixo d’água já que era filho de Hades. Ela deu ombros, Nico devia ter feito natação quando era mais novo. Mas os filhos de Hades não gostavam de entrar na água, certo?

Paula não teve tempo para processar o que estava pensando. Quando deu por si já estava acenando para chamar a atenção de Percy que olhou para ela na mesma hora.

–O que foi, Paula? – ele gritou.

–Nico... – ela engoliu em seco. – Nico, caiu na água.

–O que? – mesmo de longe Paula percebeu que Percy arregalou os olhos. – Pula na água, Paula!

–O que? Eu não vou fazer isso – ela cruzou os braços.

–Você está mais perto! E somos os únicos filhos de Poseidon aqui. Se eu pular, quando chegar aí Nico já pode ter morrido afogado, pula logo na água! – Percy disse.

Certo, Paula iria pular, mas iria matar Nico assim que ele acordasse, se acordasse. Esse pensamento fez Paula suar frio. Ela pulou na água e foi em direção à um ponto preto que estava afundando. A garota ficou surpresa quando viu o quanto esse lago era fundo. Parecia que não tinha fim. Ela olhou rapidamente para cima e percebeu o quanto a canoa estava longe. Ao redor dela começou a encher de Náiades, elas eram muito estranhas. Elas eram bonitas, mas tinham uns sorrisos estranhos nos lábios. Paula arregalou os olhos, ela esperava que as Náiades a deixassem em paz por ser filha de Poseidon. Mas ela estava devidamente enganada. Elas ficaram a prendendo enquanto Paula via Nico afundar.

–Não! – Paula gritou, mas seu grito foi abafado pela água.

As Náiades riam e falavam coisas que nenhuma pessoa normal entenderia. Elas tinham uma risada muito estranha. Paula já estava ficando estressa com elas. Qual era a delas, afinal? Elas queriam que Nico morresse? Elas até podiam querer isso, mas Paula não deixaria.

–Saiam de perto de mim!

Paula fez com que a água explodisse ao seu redor e as Náiades foram jogadas para longe dela, resmungando. Paula continuou nadando atrás de Nico, o lago era muito escuro e denso. Tinha muitas algas e Paula já estava perdendo Nico de vista. Mas, por um momento, ela conseguiu nadar mais rápido, chegou perto Nico rapidamente e o puxei para perto de si. Ele estava desacordado e sua boca estava aberta. Paula arregalou os olhos imaginando o tanto de água que ele devia ter engolido.

Quando a garota chegou à superfície Percy a ajudou a colocar Nico na grama, longe da água. Paula fazia massagem cardíaca em Nico tão rápida e avidamente que Percy as vezes tirava suas mãos para que ele pudesse fazer sem quebrar nenhuma costela do filho de Hades.

Nico não esboçou nenhum sinal de estar acordando, o coração de Paula batia aceleradamente e ela pensou muitas vezes que ele fosse parar. Suas mãos tremiam e ela, mesmo molhada, estava suando frio.

–Vou chamar um filho de Apolo – Percy disse.

Paula assentiu. Os filhos de Apolo com certeza ajudariam. Foi então que Paula lembrou, Isabel é filha de Apolo e se Percy chegasse falando que Nico havia se afogado, Isabel iria vir correndo como uma desesperada e pioraria ainda mais a situação. Paula continuou fazendo massagem cardíaca em Nico.

–Vamos lá, di Angelo, você vai acordar antes que aquela cadela da sua namorada chegue aqui! – Paula murmurou.

Em algum momento, Paula lembrou que no internato onde morava, nas aulas de primeiros socorros, além da massagem cardíaca ensinavam a fazer a respiração boca a boca. Mas Paula não iria fazer isso em Nico. Mas e se ele morresse? Ok, mas seria só dessa vez, nunca mais encostarei minha boca em Nico!, Paula pensou.

Paula começou a fazer a respiração boca a boca em Nico. Depois de alguns segundos, Paula sentiu as mãos de Nico em sua Nuca. Paula arregalou os olhos. Nico estava acordado e estava tentando beija-la? Paula forçou-se a se livrar das mãos de Nico e levantou-se.

–Seu... Seu... – Paula não conseguia achar as palavras certas para xingar Nico, ela estava com tanta raiva que vários xingamentos passavam por sua cabeça, mas ela não sabia qual deles seria o mais apropriado para usar.

Nico sentou-se devagar e cuspiu um pouco de água.

–Pensei que fosse Isabel – ele disse, baixinho.

–Mas não era! – Paula disse, visivelmente nervosa.

–Não imaginava que você iria querer me beijar – Nico disse, levantando-se.

–Eu não queria beijar você – Paula disse, fazendo uma careta. – Estava tentando salvar sua vida.

–Não espere que eu agradeça – disse ele.

–Foda-se.

Como Paula previu, Isabel chegou correndo e se jogou nos braços de Nico. E os dois começaram a se beijar. Paula revirou os olhos e caminhou para longe dali com vontade de matar o filho de Hades.