Extraordinário escrita por Nana


Capítulo 3
Capítulo 2 — Extraordinariamente babaca


Notas iniciais do capítulo

Hey, meus amores, voltei (ah, jura?). Sei que demorei demais, justo no capítulo em que recebi A PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO, sou realmente muito ingrata, mas acho que retribuí a ingratidão por MP (: Isso já passou dos limites do repetitivo, entretanto, Giih, não sei como agradecer, cumpri minha missão na terra e já poderia morrer em paz após uma recomendação no segundo capítulo, também com o recorde de maior comentário ter sido na minha fic com Luce e suas crises de puxassaquismo ASLDKFHASKDFJHDG OBRIGADO, JESUS.
Como se já não bastassem motivos pra agradecer, senhorita Geovanna ainda faz o banner lindo desse capítulo com o gif mais perfeito do mundo, só eu quem tô com vontade de morder?



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Completamente paralisada pelo medo diante da classe com todos me secando, entendi como um panda de zoológico soropositivo devia se sentir.

Não se podia ouvir nada além dos burburinhos e cochichos, que obviamente estavam voltados para mim, com grandes chances de ter sido denominada por eles de "a novata com cabelo de menino e um casaco de tricô creme horroroso" — e não tiro sua razão nesse aspecto.

Tentei parecer firme, contradizendo totalmente meu rosto, tomado por um tom vermelho-pimentão, ao lutar contra a vontade de procurar um carro pra bater a cabeça contra a lataria.

— Silêncio, turma! — o professor enfim os censurou, interrompendo a recepção calorosa. Quando todos desviaram suas atenções para ele, soltei todo o ar que até então estava prendendo em meus pulmões. — Afinal, não queremos constranger a senhorita... — fez uma espécie de careta com os olhos fixos na minha ficha em suas mãos. — Taubenfeld.

— Se pronuncia Toubenfeld — o corrigi em um fio de voz, tendo certeza de que enquanto respirasse dentro daquele colégio seria zoada pelo meu sobrenome, o que nem seria tão original caso usassem aquela piadinha de "a Taubenfeld fede".

— Ah, claro, desculpe-me — estendeu a folha com meus dados e a agarrei por entre meus dedos trêmulos. — Não gostaria de contar um pouco sobre você ao resto da classe?

— Sobre mi-mim?

Sobre sua avó, acéfala.

— Sim — concordou com a cabeça, apoiando a palma da sua mão nas minhas costas, de uma maneira terna, como quem diz "não precisa se preocupar, está tudo bem". Acontece que não estava tudo bem. Em um território hostil, composto por adolescentes antipáticos que pouco estavam se importando com minha vida e ainda ter por cima ter de falar sobre como eu era insignificante e desinteressante, definitivamente não era o que se poderia chamar de uma experiência legal.

Abri a boca diversas vezes, na tentativa de iniciar meu monólogo, mas algo parecia bloquear minha voz, também conhecido como ataque de pânico repentino de "não posso vomitar na frente de todos no meu primeiro dia". Cheguei a cogitar a possibilidade de contar uma piada para não parecer tão patética, se soubesse alguma além daquela do missionário e a ovelha negra e/ou ela não fosse obscena, embora isso não venha ao caso.

— De que cidade você veio, Melissa? — ainda tentou me ajudar.

— New Bern.

— Acredito que você gostará de Seattle, pelo menos até se acostumar às chuvas.

E com as pessoas antipáticas.

— Assim espero — esbocei um sorriso amarelo.

— Antes que me esqueça, prazer, sou o senhor McCain, seu professor de literatura — o sorriso amarelo permaneceu enquanto eu anuía e apertava sua mão. — Pode se sentar atrás do senhor Thompson — indicou com a cabeça um lugar vago no fundo da classe.

Após assentir com a cabeça, caminhei em passos largos, tentando não provocar nenhum um ruído — incluindo o da minha respiração —, apenas titubeei quando ao colocar minha mochila sobre a carteira, um par de olhos chocolates gélidos cruzou meu campo de visão. Não estavam me analisando dos pés à cabeça, mas fixos no meu rosto. Ainda é impossível definir com exatidão o que se passava por trás deles, a única coisa que posso afirmar é que eles estranhamente me perturbaram. Pertenciam a um garoto de pele meio amarelada, lábios finos, sobrancelhas falhas e alguns fios rebeldes se sobressaindo nos cabelos castanhos. Engoli em seco me sentando rapidamente.

Encarei o quadro em branco fixamente, por mais que o professor fizesse uma explicação oral sobre o impacto que o iluminismo causara na literatura do século dezoito.

Ao espiar de soslaio todos ao meu redor, soltei um gemido inaudível, ao perceber que me observavam insistentemente, como se eu fosse parte de uma trupe circense de quinta. Podia não ser, mas estava bem perto; me dei conta disso ao notar um cheiro enjoativo de chiclete vindo da minha direita, uma garota vestida como uma socialite bêbada barrada pela polícia — a imitando fielmente até com seus olhos borrados de rímel — me observava com uma cara de repulsa, a pobre goma de mascar era triturada pelas suas presas. Parecia que se vestir como uma pessoa normal não estava dentro do critério de normalidade. Rapidamente tirei meu casaco de tricô, tentando amenizar aquele impacto todo com meu macacão de bolinhas azuis que ia até a metade da coxa (uma bela tentativa).

O garoto esquizofrênico com o sobrenome iniciado em T sentando a minha frente, rabiscava qualquer coisa como o símbolo do Nazismo na carteira, já indiferente a minha existência.

Respirei fundo, tirando meu caderno da mochila. Só precisaria aguentar tudo por mais alguns dias, antes de me tornar invisível novamente.

• • •

— Purê de batata ou torta de frango? — analisei cuidadosamente a halterofilista búlgara com aquela segunda cabeça no queixo parada atrás do expositor de comida, tentando me controlar para não lhe perguntar se já providenciara uma touca para sua verruga.

Será que ela precisaria fazer dois seguros de vida? Um para ela e outro pro seu futuro tumor?

— Não teria um pouco de cianureto? — murmurei baixinho, dividindo olhares entre a torta recheada com cola de sapateiro (denominada frango) e ração humana (denominada purê de batata), imaginando quanto pagavam ao inspetor sanitário por baixo dos panos.

— Como é? — indagou apoiando a mão na cintura com um ar impaciente.

Sem sorriso cínico, Melissa. Não dessa vez, por favor.

— Torta de frango, por favor — pedi esboçando um sorrisinho matreiro. Me julguem, foi mais forte que eu.

Com uma carranca sinistra, ela colocou gentilmente um pedaço da ração humana na minha bandeja.

— Próximo! — berrou ignorando o meu aceno educado com a cabeça.

Ao seguir meu caminho, o inevitável aconteceu e dei de cara com o refeitório, famoso campo-minado da adolescência, regido pelos reis sentados no centro, como uma versão teen tosca de "Game of Thrones"; as luxuosas vestimentas medievais foram substituídas pelos horrorosos casacos do time, tingidos por um tom de verde musgo que chegava a ser prejudicial à visão — pelo visto o mau gosto também reinava. Aquele era um local de real importância, já que onde você se senta define o tipo de pessoa que você é no seu ínterim e como se sairá nas suas relações interpessoais no futuro.

Naquela altura do campeonato não aguntei e soltei uma risada sarcástica. Juro por Deus que sempre quis ligar pra isso.

Dei meia-volta, pronta para almoçar no estacionamento, quando algo pelo qual jamais esperaria aconteceu:

— Melissa! — me virei ao ouvir meu nome.

Acreditei estar tendo alucinações ao me deparar com uma Hannah sorridente, acenando e caminhando na minha direção. Ela se aproximava cada vez mais, à medida que o pânico se apoderava de mim. Olhei para todas as direções, à procura da saída de incêndio mais próxima.

— Não adianta fugir, sei que você me viu — disse dando uma risadinha ao parar do meu lado.

— É... oi — a cumprimentei abrindo um sorriso tão forçado que deve ter se assemelhado à uma careta de dor, ação esta que, na verdade, estava se tornando um hábito para mim.

— Te reconheci de longe, sabia?

— Isso é bom, eu acho.

— Aonde você estava indo? Não quer almoçar comigo e meus amigos? — arqueei as sobrancelhas, forçando minha mente a bolar uma desculpa infalível. Minhas melhores opções eram simular um desmaio ou uma convulsão, nenhuma das duas me pareceu atraente.

Então olhei para ela dentro da sua camiseta do Mickey e seus sapatênis floridos, com uma expressão solícita, pacientemente esperando minha recusa, sem desfazer o sorriso doce. Senti um estranho sentimento, decidi associá-lo àquele que pessoas normais chamavam de remorso. Uma garota incrível estava tentando ser legal comigo mais uma vez, e eu a cortava. Odiava o fato de ela despertar o melhor em mim.

— Bom, eu estava indo me encontrar com meus amigos imaginários, mas já que você insiste... — me rendi.

— Acho que seus amigos imaginários podem esperar — afirmou dando uma piscadela e enroscando seu braço no meu.

— Eles são compreensivos — disse com ela me arrastando por entre as mesas. Soltei um muxoxo, tentando me convencer de que enfim havia feito uma escolha certa na vida.

Minha cabeça deu um giro de 360° quando detectei o cheiro de chiclete. Sim, se é o que você estava pensando, a versão meia-boca da Paris Hilton morena estava sentada no cenário fajuto do "Game Of Thrones", e sim, se é o que o que você está pensando, ela me viu, também fez o favor de entortar a boca e logo em seguida me ignorar, voltando a conversar com um garoto de cabelos ensebados arrasando no belo casaco citado anteriormente, sentado ao seu lado.

— O expurgo dos Jedis foi completado durante a Rebelião, não na Era da Ascensão, gordo burro! — arregalei os olhos quando uma garota de cabelo fluorescente e estatura mínima atraiu minha atenção. Ela apontava o dedo energicamente na cara de um garoto robusto (que fique claro o eufemismo, ele estava mais pra almôndega) com as faces completamente ruborizadas.

O senso do perigo se manifestou quando paramos justo lá.

— A única idiota aqui é você! Eles foram corrompidos, não expurgados.

— Não vou discutir com você, da próxima vez corto seu pinto fora com meu sabre de luz — vociferou levantando-se da mesa e se pondo a caminhar em passos rudes, com suas botas de couro sintético.

— Você jamais será uma Jedi, sua sociopata! — ele gritou, ainda sentando com a boca cheia de algo que não identifiquei.

Assustada com tudo aquilo, olhei para Hannah, que deu de ombros, como quem está acostumada com tudo aquilo.

— É assim todo dia, amanhã nenhum dos dois vai ligar — puxou uma cadeira, me obrigando a sentar. — Pessoal, essa é a Melissa — anunciou de pé, apoiando a mão no meu ombro.

Todos se voltaram para nós, com expressões indiferentes, murmurando repetidamente uma enxurrada de "ois".

Uma garota com traços indianos lia um exemplar de Laranja Mecânica no final da mesa, parecendo desapercebida do que se passava ao seu redor; o gordinho ao seu lado, me analisava descaradamente, atacando um pobre e indefeso pudim; também havia um garoto com uma tonelada de cachos ruivos e sardas cobrindo seu rosto longo, contrastando com seus olhos cinzentos; entretanto meus olhos se detiveram na cabeleira castanha daquele debruçado sobre seu caderno, movimentando o lápis freneticamente. De repente meu estômago começava a embrulhar.

— Melissa, essa é a Maia — a garota indiana me olhou rapidamente, ensaiando um "oi" bem tímido com os lábios. — Gabe — indicou o gordinho Jedi que estendeu sua mão gordurosa para mim, que eu apertei.

— Prazer — me saudou exibindo uma fileira de dentes literalmente amarelos.

— O prazer é meu — respondi limpando minha mão disfarçadamente no macacão.

— Esse é o Eric — a versão masculina da Merida me cumprimentou com a cabeça. Eric pareceu fazer um tipo mais caladão, talvez o mais normal deles.

— E esse é o Alex — então chegou a hora em que tive uma desculpa para sustentar meu olhar nele, me surpreendendo ao perceber que o mesmo não se intimidava em me fitar com seus olhos castanhos inexpressivos, após sair da sua bolha.

Foi então que percebi o que tanto me incomodava nele: o tal de Alex tinha os mesmos olhos do meu pai, não só os olhos, mas também a maneira com que me olhava, como quando lhe contei que sabia que era ele quem colocava dinheiro debaixo do meu travesseiro e a Fada do Dente não existia. Papai soltou uma risada divertida e pareceu ler dentro dos meus olhos algo que eu ainda não seria capaz de compreender sobre mim mesma. Ambos os olhares eram carregados de pretensão.

— O que vocês têm? — fui despertada do meu devaneio pela voz de Hannah. Voltei minha atenção para ela e o sorriso torto que brincava em seus lábios.

— Na...

— Estamos na mesma turma em literatura — ele respondeu me cortando, dando sinais de que no fim das contas não era mudo.

— Que legal — Hannah se limitou a dizer, sentando na cadeira ao lado da minha.

— Então... é o seu primeiro dia aqui, Melissa? — Eric me surpreendeu com a pergunta tão cordial, ao mesmo tempo em que só provava ser o mais normal do grupo com uma sociopata anã de cabelos fluorescentes e um psicopata de olhos castanhos (quando o clichê manda que sejam azuis).

— Sim.

— E o que está achando? — questionou dando uma mordida generosa no seu sanduíche de atum.

— Aqui é bem... agradável. Mas também não há nada de muito diferente.

— A não ser que o Nicholas Sparks não tem uma obsessão por nós — com a boca entreaberta, mirei seus olhos e sorriso zombeteiros. Ele não só tinha voz, como sabia muito bem usá-la.

— Nunca entendi o que se passa na cabeça dele, Alex — revelei pronunciando seu nome de um jeito mongol bem proposital.

— Pois eu pensava que as mulheres da Carolina do Norte deviam ser espetaculares — disse largando seu lápis na mesa e apoiando o queixo nos dedos. — Talvez porque eu não conhecesse nenhuma, já que agora percebo que elas não têm nada de mais.

Perplexa, fitei a crueldade que monopolizava seu rosto. Em qualquer outra ocasião, a resposta para um insulto como esse estaria pulando da ponta da minha língua, mas ele acabara de conseguir deixar a rainha do sarcasmo muda.

— Alex! — Hannah o repreendeu, encarando-o boquiaberta. — Isso é jeito de se falar?

— Só estou brincando, maninha.

— Espera, vocês são irmãos? — perguntei em um tom de voz agudo.

— Infelizmente — ela disse, ainda ralhando com ele por meio do seu olhar.

— Vocês têm a mesma idade? São gêmeos? — juro que saiu sem querer, e só me dei conta da minha estupidez no momento em que todos me olharam com expressões de "meu Deus, você tem hemorroida?".

— Idênticos — Alex afirmou dando uma risada debochada.

— Não seja grosso! — Hannah o repreendeu ao mesmo tempo em que minha face enrubescia.

— Não precisa se irritar, gêmea.

Alexander! Sou um ano mais nova — ela contou após repreendê-lo, tentando consertar.

O silêncio mais constrangedor de todos pairou, dando chance para que minha mente cogitasse a possibilidade de arranjar uma porta de carro pra bater com a cabeça enquanto encarava minhas mãos totalmente constrangida.

— Preciso ir, Hannah. Foi uma má ideia — ameacei me levantar, mas ela me deteve, segurando minhas mãos.

— Por favor, fique. E não ligue pro meu irmão, ele é um idiota — acrescentou olhando-o de um modo assustador, deve ter sido a primeira vez em que ela se irritava com alguém.

Nós dois trocamos farpas com o olhar, embora ele não parecesse irritado, e sim desdenhoso, enfatizou essa peculiaridade da sua personalidade maligna ao dar a piscadela mais cínica de todas. Socá-lo seria a coisa mais prazerosa naquele instante.

— Hannah tem razão, não precisa se envergonhar — o Jedi acima do peso interveio a meu favor.

— Obrigada — agradeci dando um sorriso fraco.

— Isso mesmo, fique. Por que não aproveita e tenta fazer o jogo dos sete erros com nós dois? — perguntou com escárnio.

Cerrei os punhos. As razões pra manter a compostura e mandá-lo pra puta que pariu travavam um duelo na minha mente. Fiquei satisfeita quando a elegância levantou a bandeira branca:

— Vai se foder — rosnei me levantando da mesa rapidamente, me recusando a olhar para as expressões chocadas de todos e o seu sorrisinho convencido, porque eu dei o que ele queria no momento em que explodi, então sim, ele ganhou.

Estava me lixando pro jeito como todos me olhavam enquanto passava entre as mesas, como se eu fosse um tigre raivoso, já que fiz um barraco no meu primeiro dia de aula. Nem pro fato da minha saída ter sido bem medíocre se comparada àquela da baixinha com suas botas do Marilyn Manson e eu com meus vans pretos. A única coisa que realmente importava naquele momento era seu olhar ácido, tão vívido na minha mente, parecendo gozar da minha cara e brincar com meus sentidos ao se mostrar tão extraordinário.

Olhos extraordinários, cara babaca. Extraordinariamente babaca.


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Notas finais do capítulo

JURO QUE ISSO SAIU SEM QUERER, na minha idealização inicial, Alex deveria ser um príncipe encantado, mas sabe aquele lance da personagem ganhar vida própria?Pois então, foi o que rolou nesse capítulo. Espero que vocês continuem o amando (se é que já amam e não estou sendo presunçosa).
Como não poderia deixar de faltar, aqui estou eu reclamando do quanto não gostei do capítulo. Sério, não curti. O que mais prezo numa leitura é a riqueza de detalhes e o ritmo equilibrado da narração, acabei me perdendo nesses dois aspectos. Apesar disso, por favor, ligue para 0800 2015 e role sua tela até essa caixinha aqui em baixo para doar um comentário para essa autora complexada, ela precisa da sua ajuda (e também com as piadas, que são de doer)
Obrigada a TODOS os comentários do capítulo anterior, e até quem marcou como acompanhamento debaixo da moita e está intimidado demais com minha beleza para comentar, shauhauha. Até a próxima postagem ♥
— Nana Banana



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