Um significado de um caso... escrita por Ayase


Capítulo 2
"Um significado de um acaso..."


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEM, DEMOREI MUITO NÉ? Sorry, de verdade. Mas aqui está mais um capítulo fresquinho para vocês ♥



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E se existe um lugar para mim,

um lugar para você,

isso foi o que eu encontrei...

~Place – Lucy Rose

— Eles mentiram Amanda... Eles sempre mentem...

— Alice, onde você está? – Andei até ela – Eu não aguento mais...

— Tudo no seu tempo Amanda... Por agora, aproveite sua vida. – Tudo estava branco e eu só conseguia ver seu sorriso, sua sombra desapareceu e foi ai que eu acordei.

Daqui uns meses irá fazer quinze anos do incêndio na casa de Alice e me pergunto como cheguei até aqui?

“Tentar levar a vida?...” “Isso não vai ser nada fácil...” Eram as frases que todo dia eu falava para mim mesmo. A imagem de Alice sorrindo e me chamando era o sonho que eu vivia tendo. A “coisa” que eu vi naquele dia no corredor da casa dela era o pesadelo que eu vivia sonhando. Aquele sentimento de alivio era o que eu mais desejava. O sentimento de vingança e respostas era o que eu mais procurava. Alice era o que eu mais queria todos esses dias.

Levantei da cama e peguei a melhor roupa que eu tinha. Finalmente era hoje... Esperei tanto por esse dia. Depois de sair da faculdade eu me concentrei mais ainda em reabrir o caso da Alice, mas isso não é tão simples. O primeiro passo é entrar numa agência de investigação. E hoje eu finalmente posso fazer parte disso tudo. Finalmente... Eu estou cada vez mais perto de descobrir a verdade e encontra-la.

Antes de ir para o meu novo trabalho, passei em um Café para comer alguma coisa. Por sorte tinha um bem na esquina do trabalho e já fiquei imaginando eu indo trabalhar todo dia com um café na mão... Cheguei e pedi um café expresso e panquecas. Sentei no balcão e comecei a comer as panquecas, até um ser aparecer e roubar meu prato.

— Panquecas... – Ele estava com um casaco e com o capuz cobrindo seu cabelo que na frente caia sobre seus olhos.

— Minhas panquecas! – Tentei pegar o prato dele.

— HMMMMM. ESTÃO ÓTIMAS. – Ele se acalmou depois comer tudo.

— Primeiro, eu quero que me dê o dinheiro que foi gasto nelas. Segundo, por que diabos você fez isso? – O olhei confusa e irritada.

— Desculpa... – Ele falou com um tom envergonhado – Eu não iria viver por muito tempo sem comer.

Ele tirou do bolso umas notas de dinheiro e sem contar colocou no balcão. Depois ele finalmente me olha e arregala os olhos.

— VOCÊ! Eu te conheço.

— Muitas pessoas falam isso... – Falei saindo do banco e andando em direção à saída com meu café na mão.

— Não não... Eu realmente conheço vc... – Ele entrou na minha frente.

— Olha aqui, já não basta ter pegado minhas panquecas? – Falei sem querer a resposta.

— Amanda! – Ele gritou e eu me virei assustada, como ele sabia meu nome? Ele realmente me conhece? Então eu olhei para o copo de café e percebi que meu nome estava escrito.

— Muito engraçado... – Falei já andando então ele não me seguiu mais.

...

— Hummm. Qual o seu nome mesmo?

— Amanda. Amanda Clarke. – Falei para um cara alto de óculos.

— Ah, eu me lembro de você na entrevista. – Ele falou desanimado e ajeitou os óculos.

— Fala aí nariz. – Um homem chegou.

— O que você quer dessa vez Kevin? – O cara de óculos olhou para ele.

— Eu fico triste quando você me recebe assim, sabia? – Ele fez uma expressão triste.

— Agora não, eu estou ocupado. – Ele voltou a olhar para mim – Então, eu...

— Eu vou ficar aqui sentado então. – O homem sorriu e se sentou em um dos bancos da recepção.

— Continuando... Eu me esqueci de te informar, mas a sua vaga foi ocupada por alguém... – Ele olhou sério para mim.

— O quê? Por quê?

— Bom... Alguém mais experiente entrou em contado. E também não costumamos contratar jovens...

— Mas vocês já tinham me contratado.

— Como falei, apareceu outra pessoa. Sinto muito...

— Idiotas... – Falei.

— O quê? – Ele voltou a me encarar.

— Vocês são um bando de idiotas, sabia? Eu me preparei tanto para aquela entrevista e depois de procurar por quase um ano esse emprego, vocês me contratam... Eu fiquei tão animada e feliz que quase não dormi direito... Eu tenho um objetivo, sabe? E vocês apenas me descartam só porque sou jovem demais? – Respirei fundo – Esquece... Eu não preciso de vocês! Mas saiba que está perdendo...

Eu joguei todos os papéis no chão, fui embora, e sentei no ponto de ônibus que tinha perto. Eu não acredito... Por quê?

— Uau... – Me virei e vi o homem que aparentava ser o “Kevin”. – Eu adorei o seu jeito... É confiante.

— Isso foi pelo momento... – Falei.

— Não importa... Quer saber, até que foi bom você não ter entrado para equipe deles...

— Por quê?

— Aquela agência é muito corrupta. Você não faz ideia. Eles só querem saber do dinheiro, e acaba não investigando as coisas a fundo... – Ele sentou no banco.

— E o que estava fazendo lá? – Perguntei.

— Ah... – Ele colocou a mão atrás da cabeça e deu um sorriso envergonhado. – Eu ia pedir papel para eles.

— Que?

— Desculpe, não me apresentei. Sou o Kevin e trabalho no outro lado da rua. – Ele estendeu a mão. – É legal ver uma inglesa aqui.

— Prazer, eu sou Amanda... – Apertei a sua mão.

— O que vai fazer agora Amanda?

— Bom... Continuar procurando. – Respondi cansada – Ah, o meu ônibus. Tchau Kevin, foi um prazer...

Quando eu subi as escadas senti uma mão me puxando e eu acabo caindo em cima dele. Fico assustada com o gesto e pela queda.

— O que você...

— Pode ir motorista. Essa vai ficar hoje! – O Kevin ainda comigo em cima dele acena para o motorista, que acaba indo embora.

— KEVIN! Meu Deus, você está bem??? – Perguntei levantando.

— No máximo eu quebrei as costelas... – Ele geme de dor.

— O QUÊ?

— Estou brincando... – Ele ri e se levanta em um pulo. – Relaxa, eu sou bem forte.

— Você não está com dor? – Cheguei perto de seu braço.

— Nop! – Ele sorri.

— Kevin... Por que fez isso? – Perguntei.

— Porque eu quero você!

— O que?

Ele me levou para o outro lado da rua e apontou para um escritório.

— Ali. Eu quero que você trabalhe ali.

— Isso...

— Sim, eu trabalho numa agência de investigação também! E eu acho que você seria de grande ajuda aqui!

— Mas você nem me conhece...

...

— Kevin... Quem é ela? – Uma garota alta e bem vestida perguntou seriamente quando entramos no escritório.

— Emma, essa é a Amanda, Amanda, essa é a Emma. – Ele falou sorrindo.

— Eu sou a Amanda! – Fiz referência. – Sinto muito, eu não queria entrar assim, mas ele...

— ELA VAI TRABALHAR AQUI CONOSCO. – Kevin grita e algumas pessoas olham para nós.

— Mas Kevin... Não estávamos contratando ninguém... – Um homem que estava em uma das mesas falou.

— Eu sei Ian... Mas a Amanda é incrível e seria uma ótima detetive aqui. – Ele falou.

— Mas...

— Desculpem-me pelo transtorno. Eu já estou indo... – Falei me virando para a porta.

— Amanda... Espera. – Kevin entrou na minha frente e me olhou sério, esse cara é louco, só pode. – Só tenta okay?

— Emmaaaaa... Por que não me acordou hoje??? – Outro homem entrou falando com os olhos fechados.

— Ed... Meu amigão. – Kevin o abraça. – Tenho uma coisa para te mostrar... ou alguém.

— Minhas panquecas? – Ele abriu os olhos com um sorriso sem mostrar os dentes e deparou comigo. – Você...

­– Você não... – Coloquei minha mão na cabeça.

— Essa é a Amanda Clarke. Ela foi negada pelo Sr. Nariz... – Ele fez uma cara triste.

— Eu conheço você... – Ele falou chegando perto do meu rosto.

— Talvez porque a gente se viu há uma hora no café da esquina. Ah e o mais importante, você roubou minhas PANQUECAS!

— Você roubou as panquecas dela? – A Emma falou.

— Eu roubei as panquecas dela... – Ele abaixou o olhar.

— Eu não acredito que você roubou as panquecas dela.  – O Kevin começou a rir.

— Aliás, o que você está fazendo aqui? – Ele olhou para mim.

— Eu...

— Ela vai trabalhar aqui... –O Kevin sorriu.

— O quê? – Ele olhou sério para ele – Como assim Kevin?

— Ela seria uma ótima investigadora...

— Kevin não estamos contratando.

— Eu sei, mas...

— Desculpa interromper a conversa de vocês, mas eles entraram...

— O que??? – Todos olharam para o garoto de óculos que estava em frente à uns monitores e digitando rápido.

— Emma. Confira o sinal local – O garoto de capuz apontou para a morena, que concordou – Ian observe todos os comandos deles... Kevin vá para sua posição e prepare tudo. Eu vou tentar entrar em contado.

E então tudo ficou agitado, todos acabaram ficando ocupados e concentrados. Eu fiquei em pé observando todo o esforço e dedicação deles. Uau... Era assim que funcionava...

— O sinal foi interrompido! – A Emma gritou.

— Eles estão próximos da antiga ponte do leste, o que diabos eles estão pensando em ir para lá? – Ian falou enquanto digitava.

Eu fiquei ouvindo dados que eles acabavam falando e liguei alguns pontos que eu entendi. Eram hackers, eles provavelmente estão se movendo na cidade. Mas era estranho...

— A Ponte é velha, talvez pensem que seria um local adequado para...

— Eles não estão indo para lá... – Acabei soltando.

— O que? – Todos olharam para mim.

— É fácil... Pelo que entendi eles estão se movendo para o leste da cidade, certo? Naquele lugar apesar de poucos moradores, é bem movimentado. Mas a ponte principal que liga uma cidade à outra foi fechada há poucos meses depois da construção de uma nova, até que faria sentido eles ficarem lá. Mas é um lugar muito estreito e bem fácil de ser observado, não seria algo inteligente.

— Então?

— Eles não estão indo para lá... Foi só uma distração. O sinal de vocês acabou fechando não é? Eles estão monitorando vocês para ver se estão caindo na estratégia deles. – Eu sentei perto do chamado Ian e comecei a mexer no computador. Uns segundos depois eu sorri e apontei para uma tela. – Aqui! Eles estão na verdade no outro lado da cidade. No oeste. Mais especificamente para um lugar abandonado, o antigo porto.

— Kevin! Vamos! – Eles pegaram algumas coisas no armário e antes do garoto que roubou minhas panquecas sair, ele se aproximou e colocou algo na minha orelha e depois olhou para mim e foi embora com o outro.

— Não é perigoso eles irem sozinhos? – Perguntei para a garota.

— Apesar da aparência de criança dos dois, eles sabem muito bem se cuidar. – Ela sorriu.

— Você poderia vir aqui? – O quieto Ian me chamou e eu andei até ele.

Ele ligou o aparelho que estava no meu ouvido e eu comecei a escutar vozes.

*Amanda! Você tem certeza que eles estão indo para o porto, certo?*

* Sim Kevin.*

*Então como sabe que é que aparece no dispositivo que eles estão em outro ponto?*

*Eles são hackers Kevin, pelo que percebi eles devem ter colocado o dispositivo em carros aleatórios que estavam indo em direção ao leste. Eles sabem que o monitor não pega toda a cidade, então se estamos observando eles em uma parte da cidade, não conseguimos ver o outro lado. Então ao liberarem o sinal, nós fomos diretamente ao leste...*

Os dois ficaram quietos.

Eu fiquei sentada ao lado de Ian, observando todos os passos deles.

— Esses sinais do leste estão atrapalhando a conexão, vou retirá-los... – Ian falou.

Na hora eu não liguei muito, mas depois algo veio a mente...

— Eles poderiam apenas hackear o sinal e criar um próprio dispositivo virtual. – Falei – Então por que colocar em um carro...? Ian não!!!

— Huh?

*Amanda??? O que aconteceu?* Kevin perguntou.

*Essa não... DROGA!* O garoto gritou. *Eles irão explodir o carro!!!*

— Como assim? – Emma perguntou.

*Amanda, eu estou certo?*

*Sim...* Fiquei feliz que eu não era a louca ali. Então é assim que investiga um caso real...

— O que? – A Emma falou.

— Eles colocaram esses dispositivos em um automóvel que está indo para o leste, assim que esse carro parar, ele automaticamente irá explodir... – Falei me levantando – Ian preciso que você me passe informações específicas desse carro.

— Aonde você vai?

— Salvar algumas vidas... – Falei e antes de sair, a Emma jogou a chave do seu carro.

*Amanda o que pensa que está fazendo? O carro podem explodir do nada.*

*Eu sei Kevin, mas se eu não for vocês teriam que ir, a Emma e o Ian precisam ficar no escritório nos guiando, você e o outro precisam procura-los. Eles fizeram isso para tirar nosso tempo, eles sabem quantas pessoas vocês são, mas não sabem que eu cheguei...*

*Você é única...* O outro falou.

Eu acabei pegando o carro da Emma, e segui. O Ian e Emma ficaram para nos passar informações. Enquanto isso o Kevin e o outro estavam chegando perto dos hackers. Eu ficava ouvindo tudo.

*É muito grande esse porto Ian, tem alguma pista da posição deles?*

*Eles estão perto da fonte de energia, o Kevin está perto* Ian falou.

*Kevin. Onde você está?*

*Não estou muito longe do local onde nos separamos... Achei uma sala*

*É ai. Eles estão lá dentro.* Ian confirmou.

*Vocês vão só entrar?* Perguntei.

*Relaxa, eles sabem se proteger.* Emma falou.

*Kevin, já entrou?*

*Estou fora, posso entrar?*

*Consegue ouvir algo?*

*Há um vidro que dá para ver dentro. Mas está escuro e eu não escuto nada de lá* Kevin falou cada vez mais baixo.

*Eu estou chegando. Somos melhores juntos... Ian eu estou perto da sala?*

*Você está exatamente perto dele. Vá até o final do corredor e vire à direita.*

*Okay... Encontrei você...*

Os dois começaram a preparar a entrada e depois do Ian confirmar se não tinha alguma armadilha como explosivos na porta eles entraram.

* Você está vendo alguma coisa?*

*Tem computadores aqui... Ian pode ligar a luz, por favor.*

O Ian parecia ser o cara da computação do grupo, ele conseguiu invadir o sistema elétrico do porto que está abandonado há uns 10 anos e ligou a luz mesmo estando quilômetros de distância do local.

*Não tem ninguém, só computadores... Eles foram embora, tarde mais...* Kevin respirou fundo.

Nós o ouvimos quebrando as coisas.

*Calma Kevin... Ian e o sinal?* O garoto falou.

*Eles ainda estão aí...*

*Impossível, a sala está vazia...*

*Embaixo de vocês...* Falei ainda dirigindo. *Eles estão embaixo de vocês...*

De repente o sinal dos dois caiu.

*Droga. Hackearam o sinal*

*Ian você também é hacker... Use isso contra eles..* Falei acelerando cada vez mais, eu precisava chegar lá antes de algo horrível aconteça.

O Ian pensou um pouco e decidiu utilizar um vírus que ele mesmo criou no sistema deles.

*Err Amanda, tenho uma péssima notícia...* Ian falou medroso.

*Pode falar, já estou aqui mesmo.*

*Nós pensamos que era um carro, mas o automóvel em que os dispositivos estão... É um ônibus...*

*Ônibus?????? Que DROGA! Qual ônibus?*

*Escolar...*

*Mentira... Eu não acredito que eles tiveram a coragem de fazer isso...*

O Ian me disse o modelo do ônibus.

*Okay, obrigada. Eu já estou na ponte.*

Quando chego no meio da ponte procuro o ônibus.

*IAN! ME AJUDA! A ponte é grande. Preciso que você me ajude a encontrar o ônibus antes que ele pare ou chegue ao final da ponte...*

*Amanda eu perdi o...*

*Ian? Ian, você está me escutando?... Porra! Agora não!*

Sem conseguir voltar a conexão com o Ian eu acelerei e vi um ônibus igual a descrição dele. E se não fosse? Eu estava tão nervosa que eu não pensei nessa possibilidade. Ele estava um na minha frente.

— Calma Amanda, você consegue... – Falei para mim mesma. Pensei um pouco e acelerei o carro e com muito esforço, consegui ficar do lado do ônibus.

— SUA LOUCA, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – Alguns motoristas no qual eu ultrapassei começaram a gritar e buzinar.

— Vamos Amanda, é agora ou essas crianças não estarão vivas... – Respirei fundo e gritei. – HEY! HEY! ME ESCUTE, VOCÊS PRECISAM SAIR DESSE ÔNIBUS AGORA. SE ELE PARAR... SAIAM POR FAVOR.

No primeiro momento o motorista me achou maluca e acelerou mais.

— HEY. POR FAVOR. EU NÃO ESTOU LOUCA. VOCÊ PRECISA TIRAR ESSAS CRIANÇAS DESSE ÔNIBUS.

— QUEM É VOCÊ?

— ... ALGUÉM QUE PRECISA SALVAR VOCÊS... – As crianças começaram a ficar um pouco agitadas e o motorista pareceu pensar um pouco e depois olhou para mim.

— O QUE VAI ACONTECER SE NÓS PARARMOS?

— ... IRÁ EXPLODIR... TODO O ÔNIBUS. – Ele ficou assustado.

— POR QUE EU DEVIA ACREDITAR NISSO?

— POR QUE VOCÊ NÃO DEVIA ACREDITAR? E SE FOR VERDADE? VAI QUERER ARRISCAR AS SUAS VIDAS?

— O QUE FAZEMOS ENTÃO?

— NO FINAL DESSA PONTE TERÁ UM SENSOR QUE IRÁ FAZER COM QUE O ÔNIBUS EXPLODA, E SE VOCÊ PARAR AGORA TAMBÉM IRÁ EXPLODIR, EU PRECISO QUE VOCÊ DIRIGA MAIS DEVAGAR SEM PARAR. EU VOU TENTAR TIRAR ESSAS CRIANÇAS...

— COMO VOCÊ VAI TIRAR ELAS?

— APENAS DIRIGA MAIS DEVAGAR... EU VOU DAR MEU JEITO... EU PROMETO. – Ele fez o que eu pedi e eu parei o carro, praticamente me joguei na frente dos carros parando-os e sem ligar para os xingamentos andei até o outro lado da ponte correndo mais rápido para tentar alcançar o ônibus.

— CRIANÇAS, ME ESCUTEM. VOCÊS PRECISAM DESCER DESSE ÔNIBUS AGORA! – FIQUEI CORRENDO DO LADO DO ÔNIBUS E TODAS ELAS FICARAM NA JANELA ME ESCUTANDO.

— POR QUÊ? – UMA GRITOU.

— OLHA... EU VOU ENSINAR UMA BRINCADEIRA BEM DIVERTIDA PARA VOCÊS, QUEM CONSEGUIR SAIR DESSE ÔNIBUS ATÉ CHEGAR AO FINAL DA PONTE IRÁ GANHAR QUALQUER BRINQUEDO QUE QUISER...

— POR QUE ACRITARIAMOS EM VOCÊ?

— VOCÊ NÃO IRÃO PERDER NADA SE ACREDITAR

— MINHA MÃE DISSE PARA NÃO CONFIAR EM ESTRANHOS... – Caralho, convence-las é mais difícil do que imaginei.

— EU NÃO SOU UMA ESTRANHA. VOU CONTAR UM SEGREDO OKAY? MAS NÃO É PARA CONTAR PARA NINGUÉM... EU SOU UMA PESSOA QUE IRÁ SALVAR O PLANETA DE TODAS AS COISAS RUINS, EU PRECISO QUE CONFIEM EM MIM, OKAY?

 No final todas sorriram e concordaram.

— OKAY, ENTÃO EU PRECISO QUE VOCÊ IRÃO ATÉ A PORTA E CADA UMA IRÁ PULAR... TUDO BEM?

EU CORRI MAIS PARA FRENTE, ONDE TINHA A PORTA DO ÔNIBUS, O MOTORISTA ABRIU E UMA CRIANÇA APARECEU.

— EU ESTOU COM MEDO... – Eu estava ficando cansada de correr e já não tinha carros atrás de nós, pelo visto Ian tinha conseguido me ajudar a parar atrás de nós.

— ESCUTA, EU PRECISO DA SUA AJUDA, OKAY? AGORA VOCÊ SERÁ A HEROÍNA QUE IRÁ ME SALVAR E SALVAR TODOS QUE ESTÃO AI TAMBÉM... NÃO TENHA MEDO, SEUS PAIS ESTÃO VINDO E VÃO TER ORGULHO DA SUA ATITUDE. AGORA EU PRECISO QUE VOCÊ PULE, EU VOU SEGURAR, EU PROMETO.

Ela pensou por uns segundos e pulou, acabei segurando.

— Olha, vou pedir mais uma coisa. Você precisa ajudar as outras crianças, eu vou segurá-las e você vai ficar com elas, okay? Posso confiar em você?

Ela concordou e eu sorri. Eu a soltei e continuei correndo.

— PRÓXIMO? – Sorri e elas começaram a pular. Foi um pouco difícil, mas por sorte tinha poucas crianças, provavelmente umas 11.

— ACHO QUE ACABOU MOTORISTA. VOCÊ PODE SAIR TAMBÉM...

— O QUE EU FAÇO? SIMPLESMENTE SOLTO O VOLANTE E PULO?

— SIM, EU PROMETO QUE VOCÊ NÃO VAI MORRER. MAS EU PRECISO QUE ANTES VOCÊ ACELERE O ÔNIBUS E DEPOIS PULE.

— TIA, TIA! – Olhei para trás e uma criança correu em minha direção.

— O que foi?

— Ainda falta a Mary. Ela está ai dentro.

— O QUE? Okay, obrigada, agora volta lá.

Eu corri de volta.

— ESPERE, EU VOU PRECISAR ENTRAR. – Ele diminuiu a velocidade e num pulo eu consegui me segurar na porta, assim entrando.

— Ainda tem uma criança... – Falei subindo a escada.

— Mas já estamos quase no final da...

— EU SEI, POR ISSO CONTINUE NO VOLANTE.

Eu andei até o final do ônibus, onde encontrei uma garotinha sentada entre dois bancos abraçada com os joelhos e chorando baixo.

— Hey, hey. Você precisa sair urgente. – Fiquei ao seu lado e ela me olhou.

— E-eu não posso, eu estou com medo...

— Olha. Se não sairmos desse ônibus, vamos deixar pessoas tristes, você não quer isso né? Eu vou estar aqui, não precisa ter medo...

Eu a ajudei a levantar e corremos até a porta.

— Senhor, eu preciso que saia do ônibus com ela, você é capaz de pular sem machuca-la. Por isso preciso que pule com ela.

— E o ônibus?

— Eu vou dar o jeito, agora rápido!! – Ele saiu do banco e eu sentei. – VAMOS, PULEM NO TRÊS.

— UM, DOIS... TRÊS!!! – Os dois pularam e eu sorri aliviada, mas ao olhar para frente vi que eu estava apenas um quatro metros do final da ponte e me assustei. Eu preciso sair, eu acelerei o ônibus, vi que passou do final e rapidamente me joguei da janela... Sentindo o calor da explosão eu estava caída na rua, eu não conseguia ouvir nada e de repente vi a “coisa” no meio do fogo... Eu conseguia ver a boca se mexendo e formando algumas palavras...

— Você... – Ouvi a voz de alguém atrás de mim.

Continuei parada olhando para o fogo, e pela primeira vez depois de quase quinze anos, eu senti aquele sentimento de medo e angustia.

— Você está bem? Hey! – Alguém me pegou e virou meu corpo, eu não conseguia olhar muito bem seu rosto mas seu sorriso sim.

— Você...

— Amanda, você está contratada! – Ele me deitou em seus braços, ainda no chão ele sorriu tirando mechas do meu cabelo do meu rosto.

— É você, não é Logan? – Sorri ao ver ele sem o capuz.

— Você ainda gosta de céus nublados? ­– Perguntou.

— São os meus favoritos...

— Pois é, os meus também... – Ele sorriu de novo.


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Notas finais do capítulo

EITA, gostaram? Hihi, até o próximo... (Dia 2 eu vou viajar para Miami, então eu vou demorar mais um pouco para postar, mas eu vou continuar, viu? Me desejem boa viagem ♥ Quero visitar uns lugares para colocar na fanfic ^^)



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