Cups are about brotherhood escrita por Wonderlust Queen


Capítulo 3
Fale sobre o irmão morto


Notas iniciais do capítulo

Essa história foi a primeira que eu escrevi originalmente em inglês, e eu tenho muito orgulho dela :3 (detalhe inútil, mas ok)

blablabla reportar erros e comentários, vamos a drabble!



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– Você tem certeza que está bem? – Sabo perguntou ao mais novo que estava ao seu lado, a preocupação evidente em seu tom de voz.

– Sim... – Luffy respondeu firme. Ele parecia estar bastante calmo, todavia não se encontrava capaz de sorrir da forma como usualmente faria. Não, não naquele lugar. – Eu não me permito chorar por isso mais.

Sabo levantou uma sobrancelha ao ouvir o pirata, ligeiramente impressionado.

– Você realmente cresceu, Luffy.

– Bem, isso é óbvio. Eu estou bem mais alto agora. – Luffy disse simplesmente, e isso fez com que Sabo contesse uma risada. Seu irmão mais novo ainda era tão bobo... e oh, como isso era um alívio. Mesmo tendo passado por horríveis experiências, a vida no mar não foi capaz de arrancar de Luffy sua inocência. De certa forma, o mais velho sentia inveja de tal capacidade.

– Não é isso, eu quis dizer que você cresceu psicologicamente.

Pi-gi-o-que?!

– Sua mente cresceu.

– Oh.

Eles se mantiveram em silêncio por um tempo, contemplando as duas lápides diante deles. Era incrível como os túmulos estavam limpos apesar da idade, as pedras em uma cor clara e quase brilhante, sem muitos sinais de limo ou poeira. De fato, os remanescentes do bando do Barba Branca fazem um grande trabalho mantendo aquele lugar.

De repente, uma questão passou pelos pensamentos de Sabo. Ele lembrou-se do navio ancorado na praia, e então perguntou:

– Você fala sobre ele ou sobre o que aconteceu na guerra com o seu bando?

– Não, - Luffy respondeu casualmente. – Não que eu esteja evitando falar sobre o Ace ou coisa parecida, mas eu nunca tive a chance... – Ele coçou a nuca, como se estivesse um pouco embaraçado em falar sobre o assunto. – Tem momentos em que o pessoal conversa sobre as aventuras que eles tiveram enquanto estávamos separados, mas então todos eles olham pra mim, e a conversa termina, todos eles me olhando de forma estranha. Eu não sei o motivo, mas eu não pergunto e também não me importo.

– ....Eu os entendo.

– Entende?

– Quero dizer, talvez eles sintam...vergonha. – Sabo direcionou seu olhar ao chão, a sombra de seu chapéu ocultando seus olhos tristes.

– E por que eles se sentiriam envergonhados? Isso não faz o menor sentindo, Sabo.

– Talvez eles se sintam envergonhados pelo fato que eles não estavam lá quando você precisou, – O mais velho começou, nunca levantando o olhar. – Talvez eles pensem que caso estivessem lá, as coisas poderiam ter terminado diferente. Talvez, quando eles olham para você às vezes, eles sintam culpa. – Ele concluiu, imaginando se naquele ponto ele estava falando sobre os companheiros de seu irmão ou sobre si mesmo.

– Isso é ridículo! – Luffy explodiu, os punhos cerrados. – O homem-urso os mandou para muito muito longe! Não tinha como eles chegarem a tempo! – E então ele se acalmou, fazendo um pequeno intervalo para finalmente suspirar. – Mesmo que fosse possível, eu não iria gostar nem um pouco caso eles estivessem lá. Eu não fui capaz de salvar o Ace, e se eu também não pudesse protegê-los eu....não sei o que faria.

– Me perdoe. – Sabo se desculpou, ao perceber o como a voz de seu irmão caçula falhava. - Você não precisa falar disso, caso não queira.

– Não, - Luffy balançou a cabeça. – Eu estou bem.

Houve uma longa e constrangedora pausa, ambos com os olhares direcionados ao túmulo menor, onde o chapéu laranja balançava suavemente com o vento.

– Quando você morreu, – Luffy iniciou, e Sabo se contorceu um pouco com o uso da palavra. Era muito estranho pensar que ele estava morto para os seus irmãos durante todos esses anos. – Eu fiquei muito triste, e um dia Ace chegou e disse para mim que devíamos viver uma vida sem arrependimentos. – Ele olhou para o céu, sorrindo pela primeira vez desde que chegaram. – Eu não me lembro de muita coisa que aconteceu em Marineford, mas me lembro muito claramente que antes de morrer, Ace disse que viveu sem nenhum remorso. Ele morreu feliz.

Sabo colocou uma mão no ombro do menor e também olhou para o céu, um sorriso carinhoso esboçado em seu rosto.

– Eu tenho certeza que ele está olhando por nós agora e está muito feliz.

– Eu também. – O sorriso de Luffy se abriu e, sem nunca tirar o olhar do céu, continuou. – É uma pena que Ace não soube que você sobreviveu enquanto estava vivo, mas ele deve saber agora.

E então ele olhou diretamente para seu irmão mais velho, o mesmo sorriso aberto iluminando toda a sua face.

Eu estou muito feliz que você esteja vivo, Sabo.

Os olhos de Sabo se arregalaram ao ouvir tais palavras, mas logo ele sorriu suavemente.

– Eu estou feliz que você esteja vivo também, Lu.


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