Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 50
Quadragésimo Nono.




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Anthony ria de maneira quase histérica parando apenas para sentir o gosto forte do conhaque descer por sua garganta como se estivesse queimando tudo. Ela só poderia estar lhe zoando.
- Quem é você? – ele voltou a perguntar esperando que dessa vez obtivesse uma resposta plausível.
- Eu já lhe respondi – ela retrucou concentrando-se para manter-se calma.
- Então se explique – seu tom de voz saiu mais alto do que pretendia enquanto segurava-a pelo pulso.
Então, de repente, ali estavam as evidências. Os olhos de Angelique perderam as lentes para tornarem-se cobertos por um tom topázio, e ela agarrou sua mão para que sentisse sua pele tão fria, enquanto ela não sentia um arrepio. Para depois se afastar, mais rápido do que os olhos humanos de Anthony podiam acompanhar e pegar num pequeno balde com gelo uma garrafa escura, escura o suficiente para que seu conteúdo não pudesse ser visto. 
A tampa foi jogada no chão enquanto o líquido era sorvido por ela, sem muita pressa, apenas a suficiente que ainda lhe permitisse degustar o sabor meio metálico que o líquido denso e tão vermelho, que passava por sua garganta agora, possuía.
Com horror Anthony a viu jogar a garrafa de volta no balde e voltar para o seu lado, os lábios sujos pelo líquido vermelho e uma pequena gota escorria no canto.
- Se isso não faz de mim um monstro – ela deu de ombros fechando os olhos – então eu não sei o que sou...
- Mas... – ele não sabia o que falar.
Não havia o que ser dito.
- É isso que eu sou! – ela disse lhe tocando o rosto, sua língua passou pela gota que quase escorria completamente e depois tocou os lábios dele, dando um sabor diferente que, ao contrário do que Anthony esperava, não lhe causou repulsa. – Foi isso que eu me tornei há tantos anos... – ela agora ria desenfreada. – Chega a ser ridículo, ninguém nunca perguntou... Tantos homens, ninguém sentia como meu corpo é mais duro e que nem no momento do ápice, quando todos soam e fervem, meu corpo perde esse frio.
- Você é... – a palavra se perdeu no meio do caminho.
- Sim querido – ela disse voltando a lhe acariciar o rosto enquanto seus olhos se fixavam aos dele.
- Mas isso não existe – ele disse maneando a cabeça. – Eu estou enlouquecendo... É isso. Só pode ser isso...
Como se estivesse por fim se revoltando, Angelique agarrou a mão masculina para pôr sobre seu seio.
- Sente isso? É tão duro e frio quanto todo resto do meu corpo – arrastou a mão para até onde, tempos atrás, um coração costumava bater. – Não há nada aqui dentro, completamente oco. Você não pode sentir, não é? Não tem batimento algum... – seus olhos se fecharam como se quisesse chorar. – Então não querido, você não está louco nem sonhando... Eu sou mesmo um monstro. Uma vampira.


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Notas finais do capítulo

n/a: a história da Angelique finalmente faz sentido
hey meninas, cadê vocês? cadê os reviews? apareçam!