Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Elizabeth p.d.v



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Finalmente o meu horário de almoço havia chegado, tava na hora deu vazar desse lugar horroroso. Tô até com dó da infeliz que vai vir me substituir. Coitada, vai ter que ficar aqui até as seis horas. Saí para almoçar em uma lanchonete da cidade. Não tinha comido nada de manhã então me empanturrei de hambúrguer e batata frita. A comida daqui, surpreendentemente, até que é boa. Tentei conseguir alguma informação com alguns moradores locais e todos diziam sempre a mesma ladainha: “Forks é um lugar ótimo de se viver, muito seguro. Há muito tempo não há ataque de animais, só há caçadores clandestinos”. Uma piada. O que me chamou à atenção nessa história toda foi que, estranhamente, os caçadores clandestinos matavam os animais e largavam as carcaças não levando pele, carne ou qualquer outra coisa. A maioria das vezes os corpos estavam escondidos ou até enterrados. Mas o caso estava sendo tão especulado que a polícia ambiental revirava cada canto possível e sempre achava alguma carcaça. Algumas semanas tinham mais, outras menos. Mas sempre em locais bem afastados, longe da cidade. Mas a questão não era essa, porque eu não dou a mínima para as questões ambientais, a questão era: porque alguém em sã consciência faria isso? Não faz sentido. Me chamou a atenção também a história sobre ataque de animais ocorrido a alguns anos atrás. Alguns diziam que eram ursos enormes outros que eram lobos. Povo do interior tem cada história. Quero dizer, não poderia ser lobisomens que estariam fazendo isso. Eles devoram e não apenas mata e pronto. Além do mais, pelo que eu sei eles possuem um paladar exigente, carne humana de preferência, animais não estão na lista. E lobisomens já estão praticamente extintos então hipótese totalmente descartada.


Peguei o carro e resolvi dar uma volta pela cidade. Passei em frente a um supermercado e fiquei surpresa quando eu vi Reneesme estacionando em frente em um Corvette vermelho de apenas dois lugares. Aonde diabos ela arranjou grana pra comprar um carro desses? Fala sério! Estacionei do outro lado da rua e fiquei observando enquanto ela entrava no supermercado ouvindo o seu iPod. Desci e resolvi dar uma olhada mais de perto. Essa garota me intriga, tem algo de errado com ela. Ela não é normal tenho certeza disso. Olhei dentro do seu carro e pude ver que ela havia esquecido sua bolsa. Olhei de um lado para o outro e percebi que o carro havia sido estupidamente largado aberto. Abri a porta e peguei a bolsa. Não havia nada de mais, mas comecei a bolar um plano que eu sabia que poderia dar certo. Pequei o celular e coloquei dentro do meu casaco, coloquei a bolsa de volta, fechei a porta e fui para o outro lado da rua observá-la. Não passou cinco minutos e ela saiu para poder buscar a bolsa e depois de mais vinte minutos ela saiu carregando um monte de sacolas de supermercado junto com mais dois rapazes que a estavam ajudando. Agora eu tinha certeza que daria certo. Ela tentou acomodar suas compras exageradas mas não deu muito certo. O carro era muito pequeno. Nem acredito que seria tão fácil.


- Hey, Reneesme!


- Ah! Oi Claire.


- Precisa de ajuda?


- A não pode deixar, eu ligo pra alguém vir me ajudar. Assim que eu consegui achar meu celular.


Ela revirava sua bolsa sem parar e eu quase ri quando vi sua cara de descrença. Ela não tinha opção.


- Acho que esqueci o celular em casa.


- Que pena. Então, acho que você não tem escolha. Quer que eu te ajude, ou não?


- Hmm... tudo bem, eu acho.


Como foi fácil. Eu peguei a parte das compras que não cabia em seu carro e a segui até sua casa, ou devo dizer mansão? Como diabos a família dessa menina tem tanto dinheiro? Eles vivem em Forks pelo amor de Deus, e não é como se aqui tivesse muita opção de trabalho.


- Pode deixar que eu levo as compras, Claire.


- Imagina, não vou deixar você carregar esse peso todo sozinha.


- É sério, não tem problema.


- Mesmo assim, acho melhor eu te ajudar. Você faz as compras do mês sozinha? Com esse tanto de compra a família sua deve ser bem grande, não é mesmo?


- Não exatamente. Essa comida toda é para alguns amigos. Eles vão vir me visitar esse fim de semana e quero que tudo esteja pronto.


- Alguns amigos?


- Eles comem muito, sabe como é.


Peguei algumas sacolas e a ajudei a levar até a cozinha. De início a casa parecia vazia, mas quando eu me virei me deparei com um monte de gente. Que povo mais esquisito e branquelo. Curioso. Todo mundo tem o olho cor de topázio aqui, o gene dessa família não deve variar muito pelo visto.


- Gente, vocês chegaram agora da hmm... caminhada?


- Sim.


O garoto de topete bronze parou de falar e ficou me encarando. Ele tem problema? Nunca viu uma mulher não infeliz? Tá certo que eu não sou uma mulher, mulher porque eu só tenho 18 anos, mas tanto faz! Se ele queria me intimidar não conseguiu, ele me irritou tanto que eu não consegui me segurar e encarei ele de volta.


- O que ela está fazendo aqui?


- Ah bem, Edward, ela tava só me ajudando com as compras.


Ela se virou para uma garota de cabelo preto e curto e começou a dar algumas indiretas que eu não consegui captar direito.


- Ela é a nova balconista lá da loja.


Todos pararam e ficaram me encarando, mais do que estavam antes. Alguns, principalmente a loira, o esquisitão com cara de que estava com dor e o topetudo, me olhavam com raiva, mas os outros me olhavam com curiosidade. Ô família problemática. Olhei para todos eles, dei um sorriso cínico, mas simpático, e fui em direção a porta da cozinha. Dei uma olhada rápida pra Reneesme que, concerteza, estava encrencada e acenei.


-Até amanhã no trabalho Reneesme. Mal posso esperar para te encontrar.


-Até mais.


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