Pov Clove

AH que ódio. 6:00 de uma manhã de sabado e meu vizinho idiota está cortando a grama. Que saco.

Agora que já acordei não vou conseguir dormir de novo. O maravilha.

Meus pais ainda não acordaram então se eu comer alguma coisa vou acorda-los, acho melhor comer fora.

Troco de roupa rapidamente, pego dinheiro e meu celular. Vou andando devagar até a padaria da esquina.

Entro e o lugar está cheio, o que surpreende já que são umas 6:30 da manhã, ah pera as pessoas trabalham de manhã. Claro né nem todas são vagabundas iguais a mim. Pera eu acabei de me chamar de vagabunda ? É burrice da Glimmer pega.

Vou até o balcão e peço um café expresso e um pão de queijo. Começo a olhar em volta em busca de uma mesa, nenhuma vazia. Apenas uma no canto com espaço, lá tem apenas um garoto. Não sei quem é porque está de costas.

Pego meu pedido e ando até o garoto. O cutuco suavemente no ombro. E ao se virar percebo se tratar de Cato, o meu professor de Literatura.

–Posso ajudar ? -Ele diz com um sorriso de canto.

–Tem alguem sentando ali ? -Aponto para o lugar a sua frente.

–Não não. Pode sentar-se. -O sorriso dele se alarga e ele toma um gole de café.

Sento e devagar vou tomando meu café, eu não presto muita atenção nas coisas que não seja meu café, mas posso sentir seu olhar de vez em quando sobre mim.

Depois de alguns minutos seu telefone toca, ele pede licença e atende. Ele parece estar tendo uma discussão com uma namorada ja que ele esta chingando ela de varias coisas e dizendo que traição ele não perdoa.

–Bom Clove, desculpe-me por isso. -Ele diz com uma voz triste.

–O senhor está bem ? -Pergunto educadamente

–Sim. -Ele diz com falsidade.

–Tem certeza ?

–Não. -Ele diz desmanchando o sorriso.

–Quer conversar ? -Pergunto totalmente curiosa, a fala serio que mulher em sã consciência trai um deus grego desses ?

–Não quero te incomodar com assuntos tediosos. -Ele diz formalmente.

–Tedioso seria se você falasse da escola, agora conta, será bom aliviar o peso das costas.

Ele sorri e conta detalhe por detalhe da historia. Bom eu vou resumir: Ele namorava um garota ja há algum tempo, no começo era tudo uma maravilha, mas de uns tempos para cá o romance esfriou. Ele contou que estava interessado em outra garota e que ia terminar o romance, mas ai a namorada dele sofreu um acidente e estava no hospital, então ele não terminou e um dia quando foi visita-lá ela estava aos beijos com um garoto. Eles terminaram ali mesmo, ela chorava e pedia desculpas, mas ele obviamente não aceito.

Assim que ele terminou a historia eu não me segurei e perguntei:

–Faz quanto tempo isso ?

–1 dia. -Ele ri com tristeza.

–Mas eu não entendi uma coisa, se você pretendia terminar, porque ficou tão triste ?

–Por ela ter me traido e me feito de idiota.

–Ah desculpe.

–Não se desculpe por algo que não é sua culpa. -Ele olhou seu relogio e arregalou os olhos.

–Desculpe-me Clove já são 9:45, tenho que ir resolver uns probleminhas.

–Ah claro, tchau.

–Tchau. -Ele se levantou e me deu um beijo na bochecha. Eu sei que isso foi um simples ato de despedida, mas o local do beijo ficou formigando. Que sensação boa é essa ?

Me levanto e pago a conta, vou andando de volta ja me preparando pro sermão que vou receber dos meus pais.

Chego em casa e me surpreendo ao ver que meus pais estão dormindo ainda.Oba sem bronca.

Sento no sofá e ponho em um canal qualquer, nem presto atenção no que está passando, só consigo pensar em Cato, na historia e no pseudo beijo.

Ai ai, estou ficando louca.