Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 30
Preparem-se soldados, a missão é salvar a Hinan do Norte


Notas iniciais do capítulo

Hinan foi atacada e cabe aos nosso heróis salvarem o dia
(clichê)



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― HOJE EU FIZ LASANHA!

Dragon gritava com entusiasmo.

― ebaaa!

Vallery sorria.

― ahh! Que maravilha!

Um velho homem apareceu na cozinha.

― a lasanha do Dragon é ótima vovô!

A garota dizia enquanto batia palmas.

― os mais velhos primeiros!

O avô de Vallery sugeria.

― ótimo! O primeiro pedaço é meu!

Dragon debatia.

― que falta de respeito meu rapaz, sou um senhor de idade!

O velho o repreendia.

― vovô, não discuta com Dragon!

Vallery dizia, seguindo com uma gargalhada.

― o que está programando para amanhã?

A menina agora se dirigia a Dragon.

― amanhã? O que tem amanhã?

Dragon a encarava. Vallery franziu as sobrancelhas, deixando nítida sua raiva.

― brincadeira... achou mesmo que eu esqueceria do seu aniversario de 14 anos?

Dragon sorria ― amanhã iremos a um lugar especial!

― Dragon...

Vallery suspirava ― eu já não o vejo a duas semanas. Acho que dessa vez ele realmente ficou chateado.

A garota enrolava uma mecha de cabelo nos dedos ― que se dane!

Vallery batia com força no balcão.

― olha mamãe! Uma floricultura!

Uma pequena garotinha de aparentemente 8 anos entrava na loja.

― bom dia!

Vallery atendia a garota com um sorriso no rosto.

― ei moça!

A menina acenava.

― olá.

Vallery retribuía com um sorriso.

― moça... qual o seu nome? A professora disse que é falta de educação chamar as pessoas de moça, por isso não quero te chamar de moça, moça. Porque eu não sou mal educada moça...

A menina tagarelava sem parar.

― Vallery.

A guerreira parecia um tanto impaciente.

― uau! Igual a valeriana!

A menina dizia entusiasmada enquanto arregalava seus grandes olhos azuis.

― valeriana?

A mãe questionava sem entender.

― sim mamãe, é uma flor muito interessante.

A menina explicava ― moça... digo Vallery, você tem o nome de uma flor sabia?

― sim... meu pai já comentou sobre isso.

Vallery dizia enquanto algumas lembranças lhe invadiam a memória.

―Vallery aqui tem valerianas?

A menina se debruçava sobre a bancada.

― temos sim!

Vallery se dirigia até a prateleira, e trouxe consigo um pequeno jarro com belas flores pequenas.

― uau! São mais lindas pessoalmente!

A menina vibrava ― quero essas mamãe!

― não prefere as rosas querida? Os as margaridas? São tão bonitas Emily...

A bela mulher de meia idade, dizia enquanto retirava uma mecha de seus ondulados cabelos negros do rosto.

― não mamãe! A Valeriana não tem tantos adereços, sua beleza é singela, e sem contar o seu perfume inconfundível! Ela tem funcionalidades curativas, serve para centenas de remédios... sem contar que ela é uma flor perene!

A menina se empolgava mais a cada momento.

― o que é uma planta perene?

A mulher parecia confusa.

― são plantas que tem uma vida longa mamãe, eu posso criar essa florzinha até ficar adulta!

― nossa! Que interessante!

Vallery se divertia.

― a flor Valeriana tem a função de ajudar as pessoas, servindo sempre como remédio e...

As palavras da pequena menina estavam cada vez mais distantes, pois Vallery estava pensativa.

― uma flor que serve pra ajudar pessoas...

Vallery sussurrava.

― OLHA MAMÃE! SÃO OS SOLDADOS DA I.O.S!

A voz da garotinha, despertou Vallery de seus pensamentos. A aquela altura Emily já estava na porta da floricultura.

― acho que deve ser um desfile, ou algo do tipo.

A mulher especulava.

― eles são tão incríveis...

Os olhos de Emily brilhavam. Com um sorriso no rosto, Vallery apenas observava toda a admiração por parte da pequena.

― mamãe, quando eu crescer eu quero ser uma I.O.S!

Parada por alguns segundos, Vallery não era capaz de esconder a tristeza que aquelas palavras lhe causavam, ser uma I.O.S...

Foi então que um grito de terror fez com que todos se assustassem.

**

― TORIKOWASE!

Lily lançava seu ataque contra aquela besta gigantesca. Usando sua magia especializada em campos de força, Raque fez surgir várias correntes de energia que cercavam o inimigo.

― esmagar!

Raque lançava o comando. Mas usando sua imensa força, o minotauro fez com que as correntes se partissem.

― Raque! Muitos kotonarus já passaram por nós! Precisamos fazer alguma coisa!

Lily parecia desesperada.

― cuidado!

Ambas as garotas desviaram do tacape do monstro.

― eles estão indo pro centro!

Lily se desesperava ainda mais ― os habitantes! Ai meu Deus, os habitantes!

Lily estava entrando em pânico.

― ei Lily! Não é hora de dar pit! LILY!

Raque tentava trazer a garota de volta a si.

Mas aquela altura, Lily já estava em choque.

Caída de joelhos, a pequena garota havia se lembrado de sua antiga cidade, da forma como os kotonarus haviam devorado seus amigos... do sangue nas paredes e das paredes rachadas...

― LILY!

A voz fina de Raque fez Lily recuperar o foco. Com a visão levemente embaçada, ela pode ver o campo de força que Raque havia feito para se proteger se rachando a cada golpe vindo do Kotonaru.

― TORIKOWASE! TORIKOWASE! TORIKOWASE! TORIKOWASE...

Lily lançava uma serie de golpes contra o adversário. Sem mais resistência o kotonaru caiu.

Caindo mais uma vez de joelhos, Lily não escondia seu cansaço.

― Lily seu nariz...

Raque apontava, levando a mão ao rosto e trazendo-a de volta para seu campo de visão, Lily pode notar o sangue.

― Lily você sabe que...

― eu sei!

Lily a interrompeu.

― então porque ta se matando?

― eu to bem, ta legal!

Lily se levantava.

― você sabe que isso não é verdade Lily...

Raque dizia em voz baixa. Lily se manteve em silêncio, mas o silêncio logo foi interrompido por alguns ruídos. Com um semblante assustado Raque via uma movimentação por de trás da fumaça causada pelos ataques de Lily.

― ai não...

**

― EMILY! SAI DE PERTO DA PORTA!

A voz estridente da mulher ecoava pela loja.

― tem um senhor machucado aqui mamãe!

Emily se afastava cada vez mais da loja.

― EMILY!

A mulher se desesperava ao notar a aproximação de uma criatura, que estava do outro lado da rua.

― aquilo é... aquilo é...

A mulher gaguejava.

― EMILY VOLTE AQUI AGOOORA!

A mulher corria em direção à garota, o kotonaru fazia o mesmo. Alcançando a filha primeiro, a mulher a abraçou com toda a sua força.

Sem hesitar Vallery saltou sobre o balcão e agarrou a cadeira que estava a sua frente, sem perder um segundo sequer Vallery acertou o objeto com todas as suas forças no kotonaru, fazendo com que o assento se quebrasse. Com uma velocidade sob-humana a guerreira se apossou de um dos pedaços da cadeira que ainda estavam suspensos no ar e cravou-o no crânio da criatura, que morreu na hora.

O sangue do monstro jorrava na guerreira, tornando sua imagem assustadora.

Após conferir que as duas vitimas estavam em segurança, Vallery deu alguns passos para fora da loja. Com os olhos arregalados a ex I.O.S se deparava com uma cena de horror, monstros haviam invadido a cidade e pessoas estavam correndo perigo, agora com um semblante sério a guerreira limpava o sangue de seu rosto.

― moça! Moça!

Um rapaz vestido um uniforme da I.O.S se aproximava de Vallery ― moça, você precisa sair daqui! A cidade foi tomada por Kotonarus e...

― você tem uma espada?

Vallery parecia um pouco aérea.

― o que? Eu não tenho uma espada!

Um outro soldado se aproximava.

― o que essa mulher faz aqui?! Precisamos evacuar essa área.

Um grande rugido assustou todos ali. Foi então que dois kotonarus avançaram para cima deles. Em um movimento rápido, Vallery puxou a arma da cintura do soldado e com apenas dois tiros pôs fim aquela ameaça. Os dois homens tremiam de medo.

― pra quê quer uma arma, se não faz utilidade dela... pra quê um distintivo se nem ao menos tem a coragem de um verdadeiro guerreiro.

Vallery dizia em voz baixa enquanto olhava para a arma que tinha em suas mãos.

― quem você pensa que é para falar desse jeito com a gente?

Um dos soldados retrucava.

―sabe esses uniformes que vocês estão usando? Eu tenho um, porém é dourado.

― vo-você...

Os homens arregalaram os olhos.

― meu nome é Vallery, e eu sou líder do pelotão 5 da I.O.S... sou da equipe de elite.

Vallery dizia enquanto lançava a arma na direção do soldado. Os dois homens pareciam não acreditar nas palavras a pouco ouvidas.

― soldados, cerquem as duas esquinas, exterminem os kotonarus dessa rua, faremos desse local abrigo para os civis!

Vallery dizia em um tom autoritário.

― sim senhora!

― sim senhora!

Os dois homens faziam posição de sentido.

― ei você!

Vallery gritava para um dos soldados.

― senhora?

― me dê a sua espada, acredito que vou fazer melhor uso dela do que você.

Vallery dizia com sarcasmo.

― sim senhora!

O homem entregou a espada para Vallery.

― Vallery!

Olhando para trás, Vallery pode ver a menina acenando da loja. Aproximando-se da garota a guerreira sorriu.

― pode ficar tranquila Emily, essa área é segura. Depois que tudo isso acabar quero te ver novamente!

Vallery acariciava a cabeça da garotinha.

― isso é uma promessa?

Emily a encarava.

― isso é uma promessa!

Vallery fazia um sinal de positivo.

― o que diabos está acontecendo aqui?

Um velho homem saía dos fundos da loja. Ao notar Vallery coberta de sangue, o velho saltou para trás ― o que é essa espada em suas mãos? Porque está coberta de sangue? Santo Cristo! Minha funcionaria é uma serial killer!

Com um sorriso no rosto, Vallery se retirou do estabelecimento. Com os olhos brilhando, Emily observava a guerreira se afastar.

― mamãe... quando eu crescer, quero ser florista!

**

― porque você não morre?

Lily parecia irritada.

― por quanto tempo a gente ainda vai resistir?

Raque mantinha um campo de força que protegia ambas dos ataques vindos do monstro.

― Raque você é uma maga shikõ, e tudo o que consegue fazer são campos de energia?

Lily parecia indignada. Raque arregalou os olhos.

― não dá pra fazer mais... não posso...

A garota parecia pensativa.

― como assim?

―NÃO DÁ OK!?

A jovem maga se alterava.

―tudo bem.. calma.

Lily desconfiava. Com as mãos posicionadas na frente do corpo, Raque resistia aos ataques. Ela poderia fazer mais e estava ciente disso, mas sabia também as consequências de tal escolha.

― ai Raque... pra mim já deu.

Lily dizia enquanto se jogava no chão.

― o que? Como assim já deu?

Raque parecia assustada.

― eu to exausta...

Lily observava a movimentação das nuvens.

―Lily... não dá pra aguentar sozinha.

Raque franzia as sobrancelhas.

―Raque... eu to morrendo...

Uma lágrima escorreu do rosto da pequena garota, que ainda mantinha um sorriso.

o silêncio daquele campo de batalha só era quebrado pelo som do impacto do tacape no campo de força. Os longos cabelos castanhos de Raque cobriam seu rosto, no chão algumas marcas se formavam, fruto das lágrimas escondidas da jovem maga.

― menos Lily...

Raque engolia o choro.

― eu não me arrependo de nada.

Lily tapava o reflexo do sol com a palma da mão.

― deveria...

―mas não me arrependo...

Um trincar de vidro, denunciava a destruição do campo de energia.

Raque foi arremessada para perto de Lily. O chão inteiro tremia a cada passo da besta em direção as duas garotas. Com o corpo fraco e sem nenhuma energia Lily sentia seu coração apertar, sim ela estava com medo, sentimento esse que ela não sentia desde quando pensou ter perdido o Erii... Erii... Lily havia se lembrado do rapaz. De todas às vezes em que contavam piadas sem graça um para o outro e riam, não pela piada em si, mas sim pela companhia um do outro. Lily reconhecia o quanto era feliz desfrutando das simples coisas da vida, e por fim tudo o que ela queria, era poder abraçá-lo de novo, contar piadas sem graça e rir novamente além de ouvir a risada escandalosa dele depois de assistir um de seus tombos cotidianos...

― Erii...

Lily sussurrava. Foi naquele momento em que um grande estrondo a assustou. Com a visão turva, Lily pode notar uma imensa parede de pedra em sua frente, parede essa que impediu o avanço do Kotonaru.

― eu estou aqui Lily...

Uma voz grave e familiar ecoava de trás da pequena maga.

Pouco a pouco a parede de pedra se desfazia e de trás dela era possível ver a imagem do Minotauro ensanguentado caindo de joelhos. Uma espécie de estaca de pedra havia perfurado-lhe o abdômen.

― foi tão... rápido...

Lily admirava.

Levantando-se com dificuldade, Lily encarava Erii.

― Erii você conseguiu se soltar...

A maga arregalava os olhos.

― eu já havia conseguido há algum tempo mas...

― CORRE RAQUE!

Lily gritava, enquanto corria a toda velocidade, Raque a seguia.

― depressa Lily!

Raque já havia ultrapassado a pequena maga.

― ME ESPERA! MINHAS PERNAS SÃO CURTAS!

Lily lamentava.

Com apenas um sinal de mãos, Erii fez surgir uma parede a frente das garotas, fazendo com que ambas esbarrassem com força.

― au...

Raque esfregava o local da pancada.

― afaste-se!

Lily erguia uma pedra que havia encontrado.

― sério que o seu plano de batalha é atacar um shikõ domador da terra com uma pedra?

Erii debochava.

― na verdade, meu plano era que você pensasse que eu faria isso.

Lily blefava descaradamente.

― huuu... e qual é o próximo passo?

Desviando o olhar a pequena maga parecia buscar um novo argumento.

Erii suspirou demonstrando uma certa impaciência.

― eu não pretendo machucar vocês...

**

― que miséra é essa?

Sayo lançava sua shuriken na direção dos monstros.

― acho que abriram um buraco no muro.

Lucy deduzia.

― Ava, é mesmo? Jurava que eles tinham saltado por cima.

Sayo ironizava.

― se sabe a resposta, porque então fez a pergunta?

Lucy parecia não entender.

Arqueando uma das sobrancelhas, Sayo parecia ter perdido a paciência.

― deixa pra lá Lucy.

― onde está a Masayoshi?

Uma voz feminina, chamou a atenção de ambas as guerreiras.

― masa... o que?

―é a espada da Val, Sayo...

Lucy cochichava.

― ah! Verdade...

Sayo se mostrava envergonhada ― não é da sua conta!

A guerreira agora assumia uma posição séria.

― então está no deposito né?

A mulher de longos cabelos brancos sorria.

― como... de onde você tirou isso?

Sayo parecia assustada.

― não tenho tempo para perder com vocês!

A mulher se virava para ir. Sem hesitar Sayo lançou a shuriken na direção da inimiga, antes que a arma pudesse alcançar a shikõ, parou e instantaneamente voltou na direção da guerreira. Sacando as duas adagas que carregava em suas botas, Sayo as posicionou em formato de X diante do corpo, interceptando dessa forma a shuriken.

―que diabos você fez?

Sayo estava cada vez mais confusa.

― eu? Nada... é só o reflexo da água!

A mulher mantinha o sorriso.


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Notas finais do capítulo

hahaha espero que tenham gostado xD



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