O Filho do Juiz escrita por Cigano


Capítulo 24
Capitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Diferenciando um pouco dos outros capitulos que mostravam mais os poderes de Mikael, aqui resolvi mostrar um pouco de seus sentimentos que ele não queria mostrar.



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Após o tiro de inicio da partida, ambos os irmãos partiram para o ataque e as espadas de ambos se encontraram soltando seus sons característicos ao bater das lâminas.

Assim como Hórus pediu, Mikael pela primeira vez na vida libertou todos os seus sentimentos que ficaram guardados por anos, por seu lado bom e calmo, e libertou seu lado vingativo que adorava lutar com base na fúria e pelo prazer do combate, transformando-o completamente do cara bondoso que todos conheciam e admiravam para uma cópia de seu irmão o deus da guerra quando estava furioso. Hórus percebeu tudo isso num instante, ao analisar o irmão batendo as espadas. Ele viu em toda a sua fúria, todo o seu passado sofrido e sozinho, onde ele preferiu guardar todo o seu lado negro de rancor, raiva, e ódio pela vida que levava trancados na parte mais profunda de seu coração e mente. Após receber a visita de Isis e seu mundo virar de cabeça para baixo, ele não teve tempo de extravasar tudo o que guardou durante anos, pois foi afogado com o recém revelado amor do pai que ele teve que deixar de sentir raiva, para amá-lo. Juntamente, ele estava arriscando a sua vida numa missão que ele não queria ir, nem ser parte dessa sua nova vida violenta. Todo esse sofrimento estava tudo sendo demonstrado em cada golpe com a força da fúria de um deus da guerra como ele, ou sendo um pouco exagerado, como um deus da destruição que é formado de fúria, e ódio.

Pelo que estava descobrindo de Mikael, ele ainda não aceitava muito bem o que o pai dizia. Em seu coração, certamente Osíris tinha ganhado seu espaço, e o relacionamento deles tinha evoluído e isso era certo. Mas no fundo de sua alma, oculto por todo o recente amor, ele ainda não tinha perdoado completamente o pai por tudo o que ele fez, apesar de ter sido necessário. Hórus podia entender. Ao contrário de seu irmão, ele apesar de ter nascido para cumprir sua missão governando, ele sempre teve sua mãe Isis e seu pai Osíris por perto, pelo menos até a traição de Seth. Pelo menos, algumas coisas boas aconteceram em sua vida, que era a sua namorada que ainda estava decidindo contar os fantasmas do seu passado, e do seu melhor amigo que secretamente sentia-se sobrando com os dois juntos, mas como gostava de ambos e encarava Mikael como o irmão que ele nunca teve, ele aguentaria.

Hórus analisou tudo isso, no primeiro choque das espadas ao sentir os sentimentos do oponente no impacto. Ele também percebia que esse lado dele, era muito poderoso e perigoso. Se ele absorvesse muito dessa fúria que ele escondia com a bondade, ele facilmente poderia ser manipulado para o mal, caso tivesse motivo de abandonar sua bondade. Como um deus da guerra, ele estava vendo o enorme potencial do garoto para ser considerado a tornar-se um deus, dependendo do quanto sua força crescesse.

Mikael sentiu-se finalmente, que poderia abrir seu coração a alguém sem ser julgado, e confiou em seu irmão quando ele disse que lutasse com todo o seu ser, liberando toda a raiva que ele mantinha oculta a sete chaves no seu coração e mente. Ele nunca tinha demonstrado, ou dito a ninguém, mas quando ele aprendeu a lutar quando era criança e ainda cega, ele gostava de surrar aqueles que sempre o atormentavam antes de perderem e tornarem-se amigos. Não entendam mal. Ele não era um cara violento, nem um açougueiro ou algo terrível assim. Ele apenas descobriu que sentia prazer quando lutava. Gostava de sentir seus músculos executando todos os movimentos certos, seu sangue fervendo de euforia e sendo bombeado pelo coração, que como se ouvisse sua mente, e claro que ouvia, batia intensamente no meu peito, me recordando que eu estava vivo naquela vida miserável que eu tinha, apesar de estável.

Por isso quando fui levado e curado por Isis até meu pai, que depois descobri que era capaz de amá-lo também, apesar de ainda não o ter perdoado completamente, eu aprendia a lutar de olhos abertos diminuindo um pouco meu sentido do tato, para que meu corpo não sobrecarregasse já que eu tinha minha visão agora. E em cada treino, cada arma, cada golpe, cada luta com o pai, eu jorrava um pouco da raiva que eu mantinha oculta. Minha vontade de lutar dependia muito o ambiente em que eu estivesse, ou com quem. Junto dos meus amigos na mansão, e aqueles dois que me acompanham, eu me sinto calmo e sossegado. A vista de inimigos, eu me esforço para esconder esse meu lado, porque tenho medo do que eles poderiam pensar de mim, e não quero perder o carinho de nenhum dos dois.

O combate durou muito tempo, até que ambos sentiram suas forças começar a falhar, e Hórus resolveu terminar reconhecendo a força de Mikael, e ordenando aos servos que os levassem para o banho e depois em seu quarto. Enquanto Mikael se dirigia até sua namorada e seu amigo, percebeu que recebia olhares curiosos de Alex, e preocupados de Freya que mesmo tendo visto aquilo tudo, não disse uma só palavra. Apenas agarrou seu pescoço num abraço e lhe deu um breve beijo na boca e pegou as mãos dele de um lado, e de Al do outro, e rumaram para acompanhar os servos.

Enquanto iam pelos corredores em direção ao banho, Alex ainda estava pensando sobre a expressão de Mikael na luta e na sensação da sede de sangue que ele emanava, igualmente com sua fúria que sinceramente lhe dava arrepios. Ele era um homem forte e corajoso. Não existiam muitas coisas mortais, ou alguém que pudesse dar medo, mas o lado escuro de Mikael receava-o um pouco. E nesse mesmo momento, ele pensou que nunca ia querer ele como inimigo. E por outro lado, ao sentir tudo isso, ele fazia-o lembrar a si mesmo quando era mais jovem e não tinha ninguém, e por consequência começou a ter raiva do mundo e de todos. E Mikael ainda sofria por alguma coisa que ele ainda não sabia, mas iria falar com ele para que desabafasse.

Afinal ele prometeu a ele, que não importaria qual lado ele o escolhesse sempre estaria junto dele como seu irmão de batalha e companheiro para toda a vida. Ele não suportava que ele aguentasse tudo sozinho novamente. Ele pensou tudo isso até perceber que tinham chegado à porta do banho público masculino, que chegava a ter um grande espaço com vários chuveiros sem boxes, e do lado de fora mesmo que ele ainda tivesse que olhar duas vezes, tinha uma fonte termal na parte extra que estava acoplada no outro lado do banheiro atrás de uma porta de mogno, com o olho de Hórus brilhando em negro na porta.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, para aqueles que ja chegaram até aqui na leitura, agradeço muito por acompanharem essa história. E continuo pedindo que comentem dizendo se gostam ou não, pois me agrada muito saber que meus leitores se importam com a história ao ponto de terem suas opniões descrevendo como se sentiram ao ler. =D



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