– Péssima ideia Percy. – Annabeth levou as mãos ao rosto.

Ela se encontrava numa situação que definitivamente não estava em seus planos. Ela se encontrava dentro de uma cabana com teto de vidro e paredes de madeira, com um enorme sofá e uma lareira, com entulhos de coisas nos cantos e uma mesa de centro. Teria sido um lugar maravilhoso se ela estivesse com um bom livro, e não com Percy, seu namorado de anos atrás.

– Eu não vejo nada de péssimo aqui. – Percy retrucou rindo. Enquanto ele estava todo a vontade no sofá, Annabeth estava perto de uma janela numa das paredes de madeira observando o lado de fora totalmente receosa.

– Está chovendo! E se perceberem que a gente saiu? – Annabeth pensava num jeito deles voltarem para festa sem parecer que estavam juntos e molhados.

– Por que iriam? Você até pode ser, mas eu não sou tão importante assim, conheci Elena há... Dois dias? – Percy pensou e Annabeth riu. Elena era maluca mesmo.

– Então por que veio? – Ela perguntou, virando-se para Percy.

– Por que eu sabia desde que falamos pelo telefone que te encontraria aqui. – Ele respondeu fitando o nada, e Annabeth fraquejou mortalmente.

– Percy, por favor, não... – Annabeth começou, mas Percy interrompeu-a com um sinal com a mão.

– Annabeth, senta aqui. – Ele falou, mas Annabeth hesitou e Percy riu. – Você não teria vindo se não quisesse. – Percy ergueu a sobrancelha e Annabeth cedeu. – Eu não vim te ver esperando que você se jogasse em mim dizendo o quanto sentiu minha falta, e que depois de um beijo cheio de aplausos de todos os desconhecidos daquele salão nós voltássemos a namorar. Eu vim porque eu queria te ver. Sinto sua falta Annabeth, não só como namorada, mas como amiga. Agora você poderia pelo menos relaxar? – Annabeth que agora estava encostada no sofá, observou Percy. Ele estava tão diferente, mas continuava o mesmo... Annabeth tinha que se apreender com muita força para parar de deseja-lo com tanta veemência. Depois encararem um ao outro por um tempo, Annabeth começou a falar.

– Acho que perceberiam que você saiu... Quer dizer, Jason está lá... E a Elena, tá na cara que ela quer algo com você... –

– A Elena está afim de mim? Mesmo? – E uma facada de ciúmes furou Annabeth em cheio.

– É... Bom, eu não diria afim... Quer dizer, vocês nem se conhecem direito... Você está afim dela? – Annabeth o fitou e Percy soltou uma gargalhada.

– Annabeth Chase, você não pode me fazer dizer um discurso como aquele sobre o fato de eu não esperar que voltemos e agora ficar com ciúmes! – Annabeth olhou para Percy estupefata.

– Seu... Idiota!... – Ela dizia enquanto batia em Percy com uma almofada. – Não estou com ciúmes! –

– Está sim! – Percy retribuiu o golpe.

Quando finalmente cansaram, o cabelo de Annabeth estava uma bagunça, Percy estava quase caindo do sofá e os dois riram sem parar.

– Então Annabeth, você ainda não me explicou o que está fazendo em NY. – E com essa deixa, todos os anos que estavam entre Percy e Annabeth foram embora.

Percy contou sobre seu trabalho, sobre o divórcio de seus pais (Annabeth ficou muito surpresa) que agora seu pai morava em L.A. e sua mãe ainda em NY. Contou sobre os anos que passaram, sobre seu novo apartamento e carro e tudo mais.

– Ah! Annabeth, você tem filhos? – Annabeth engasgou com seu champanhe e ela e Percy começaram a rir. Agora que a chuva havia parado, um garçom muito simpático que estava particularmente dando em cima de Annabeth (e quase foi socado por Percy) os servia. Pode-se dizer que estavam começando a ficar meio bêbados.

– Você é louco Percy? Eu tenho 23 anos, nem casada estou que dirá com filhos. – Ela respondeu.

– Ah! Então as crianças que estão morando com você são seus irmãos não é? – Percy lembrou-se.

– Como sabe? –

– Jason. – Percy comentou e Annabeth riu. – E seus pais? Continuam na Austrália? –

– Minha mãe morreu dois anos depois que nos mudamos para lá. – A cara de Annabeth fechou e Percy sentiu como se fosse desmaiar. – E meu pai morreu no início do ano passado. Eu estou abrindo um museu aqui e, mesmo podendo fazer isso a distância, não tinha mais motivo nenhum para ficarmos lá. – Ela concluiu e Percy compreendeu.

– Além do mais, a saudade estava forte não é? Eu sabia que você não viveria 10 anos sem mim. – Ele falou levantando o rosto a Annabeth, ela logo sorriu.

– Ah claro, sete anos sem você já foi uma vida, eu não aguentava mais! – Annabeth riu entrando na brincadeira de Percy.

– Exatamente! Para ser sincero, não sei como você sobreviveu. – Percy se aproximou e piscou para Annabeth.

– É por que eu tinha certeza que voltaria a te ver. – Ela falou, e de repente o clima ficou pesado. Um apenas olhava nos olhos do outro, desesperados para ir embora, necessitados de ficar. –Percy, é melhor eu voltar... –

– Ah, fica mais um pouco! – Percy pegou a mão de Annabeth e a puxou para si, mas ela tropeçou e acabou caindo em cima dele ao invés de em seu lado. Nesse momento, o mundo parou, mas o bom senso de Annabeth começou a apitar, fazendo com que ela recuasse.

– Eu não posso... – Ela foi até a porta, mas Percy adiantou-se e a virou, colocando a contra parede. Cada centímetro de proximidade era uma enorme tortura tanto para Annabeth quando para Percy.

– Só mais cinco minutos Annie! – Annabeth sabia que não resistiria por muito tempo, e Percy muito menos, então Annabeth afastou-se e correu para o salão.

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Chegando dentro do salão, Annabeth olhou para Percy, que havia ido com ela. Ela só estava o vendo ali e o abraçou bem forte. Ele a apertou de volta, e ambos começaram a rir, como dois malucos que não tinham a mínima ideia do que sentir. Ao se separarem, Elena apareceu.

– Ei! Onde vocês estavam? – Ela perguntou entrando no meio dos dois, seguida por Jason que parou ao lado de Annabeth.

– Fomos dar uma volta... Lá fora... – Percy falou devagar.

– Tem uma pessoa te procurando Annie. – Lena comentou quase colada em Percy, e de trás de Annabeth, aparece a ultima pessoa que ela esperava ver.

– Meu amor! – Ele adiantou-se e abraçou Annabeth. Percy arregalou os olhos para Jason e Lena apenas suspirou. – Senti muito sua falta! –