A primeira garrafa estava quase no fim e Emma já se sentia mais leve. Recordou-se como um tiro os cinco anos de namoro que se passou após a reconciliação.

Durante os próximos dois anos, Emma terminou a faculdade com um currículo excelente e logo começou a trabalhar numa produtora de porte médio muito conhecido. A formatura havia sido incrivelmente fantástica, acompanhou uma cerimonia emocionante e uma festa enorme. Mais de todos os presentes e parabéns que havia recebido, o melhor foi dado pela namorada. Regina a convidou para uma viagem de comemoração na Grécia, local que ambas eram encantadas, e foram acompanhas por Ruby e Killian. Lá a morena surpreendeu a amada com uma pequena caixinha, lá estava apenas uma chave. “Eu sei que você já tem acesso liberado, mais agora não só quero oficializar isso, como quero que você venha morar comigo”. As palavras da morena emocionaram a loira que aceitou o contive com o maior dos sorrisos. Killian, por sua vez, continuou falando que morava na mansão, porém dormia de segunda a segunda no apartamento de Ruby, onde já tinha a maior parte das suas roupas e ajudava com as contas.

Então os três anos vieram apenas para reafirmar o amor entre Emma e Regina. A loira amadureceu nesses anos bem mais que o esperado. Aos vinte e cinco anos se tornava a mais nova diretora chefe de efeitos especiais da Produtora Mills, entretanto, em nenhum momento foi por namorar a chefe, Regina. E sim por mérito próprio, começando do zero dentro da empresa. Regina não tinha por onde ser mais orgulho quando descobriu quem era a eleita dos sócios para o cargo disputado, comemorou com um encontro social para os amigos íntimos, fez questão de convidar seus pais e da presença dos sogros.

Emma lembrava perfeitamente das doces palavras ditas por Regina, ela propôs a oficialização do relacionamento e as lágrimas tomaram seus olhos agora. Terminava a primeira garrafa de vinho.

– Dizer que te admiro e que a felicidade não cabe em mim é pouco perto do meu sentimento nesse momento. Vi o tanto que você sonhou e lutou para isso, por mais que eu te oferecesse ajuda ou indicasse a qualquer outra pessoa, você não aceitava, queria por conta própria, mostrando a cada dia o quão capacitada você é para assumir este cargo na Produtora. - A morena sorria imensamente. - Como explicar que você é a melhor coisa na minha vida sem me gabar do seu sucesso merecido? Eu só tenho que te agradecer por todos esses anos e por me mostrar que a vida é de fato linda quando se ama. E para finalizar, pois não gosto de discursos longos, esse jantar não é simplesmente para te parabenizar. - Regina olhava nos olhos da loira, enquanto segurava sua mão perante todos os presentes. - Estou aqui querida, com todas as pessoas importantes pra nós duas para... Para te fazer um pedido. - Regina mexeu em sua bolsa, ainda segurando a mão da loira, tirando uma caixinha veluda vermelho. - Sei que é clichê, mas Emma Swan, você quer casar comigo?

Emma permaneceu por instantes num choque, as últimas palavras giravam sua cabeça como se fosse capaz de tirar seus sentidos. Observou à morena, desconfiando que sua expressão estivesse ilegível pela maneira como ela a olhava. A verdade é que lhe faltava letras e pontos para formular qualquer resposta.

– Essa é a hora que você diz que sim Emma. – Disse Regina tentando não demonstrar seu tom nervoso, em vão, arrancando uma leve risada dos presentes.

– Você... Isso é sério, Regina? - A loira finalmente juntou as palavras.

– Eu nunca falei tão sério. – Emma sentiu Regina apertar levemente suas mãos, aumentando a firmeza na sua voz.

Com um sorriso enorme no rosto, não conteve a felicidade e puxou Regina pra um beijo rápido e um abraço demorado. – Sim, sim e mil vezes sim Regina, eu aceito me casar com você.

Todos os presentes aplaudiam alegremente. Ruby, Cersei e uma Mary Margareth grávida estavam emocionadas com a cena, perto dos homens de suas vidas, respectivamente Killian, Jaime e David. Por perto estava August com Belle, que a pouco iniciavam um romance. E também estava Mullan, acompanhada de sua namorada Aurora. Durante a festa de casamento, a japonesa, que até então estava encantada pela companhia de Regina, encontrou a jovem sentada numa mesa de longe com lágrimas nos olhos. Conversaram a noite toda e a partir dai começaram a se ver com frequência até assumir que estavam apaixonadas.

Emma lembrava-se da correria que foi o ano até chegar o grande dia da sua vida. Aguentou uma Regina totalmente histérica e que a cada dia alegava que um ano era pouco para preparar um casamento. Divertiu-se vendo Regina correndo atrás dos ajustes, buffet e decoração, claro que a loira acompanhou e opinou, decidiram cada detalhes entrando em comum acordo, porém diferentemente da morena, essa não surtava, apenas assistia os surtos.

O ano realmente voou e Emma estava olhando para si no espelho no espelho da sala do apartamento de Ruby, pronta para o seu grande dia. Usava um vestido branco e longo, um pano fino e solto, exceto o decote rendado que realçava seus seios e um decote nas costas bordados.* Uma maquiagem leve, apenas melhorando sua coloração e um batom discreto. Os cachos louros em baixo de uma coroa fina de flores e caiam soltos pelos ombros e costas nua.

Escutou os saltos de Ruby atravessando até a sala, sendo rapidamente tirada de seus pensamentos.

– Não tá cansando de se namorar, hein? – Brincou a amiga, seria madrinha da loira. Usava um vestido verde claro longo, com alguns brilhos contornando a cintura, os cabelos já sem mechas presos num meio rabo alto e uns fios de franja caídos.

– Pois é. – Sorriu Emma, virando-se para Ruby. – Eu estou tão feliz.

– Eu acredito Em, eu sei disso. – Ruby aproximou, abraçando a loira. – Eu te conheço muito bem e posso falar que nunca vi você tão bem como vejo nos últimos tempos. E isso me faz tão feliz.

Antes que Emma pudesse falar, o interfone do apartamento tocou e Ruby correu para atender, já sabendo que seria Jaime e David, abriu as postas para que entrassem e a loira, parada pouco atrás da amiga, abriu um enorme sorriso ao ver as expressões maravilhadas dos homens.

– Minha criança. – Jaime tentou falar superando a voz falha e emocionada, com os olhos já brilhando. – Você está tão linda.

– Obrigada. – A loira sorriu timidamente.

– Eu sempre sonhei com o dia de entrar numa Igreja com você, mas mesmo não sendo em uma, não tenho por onde explicar a minha felicidade em te levar para Regina. – Deixou uma lágrima escorrer.

– Oh Papai. – Emma abriu um enorme sorriso, ficando visivelmente emocionada com as palavras do pai e o abraçou calmamente.Um abraço quente e necessário para acalmar o coração ansioso da loira.

–Realmente irmãzinha – Disse David se aproximando dos dois. – Você está linda Em, nem em um conto de fadas encontraria uma noiva tão linda. – Então o jovem abraçou o pai e a irmã.

Ruby admirou a cena até ser tirada dos devaneios pela hora. – Não quero ser a chata da história, mas se continuarmos aqui Regina pensara que você desistiu da ideia.

– Jamais faria isso. – A loira voltou a abrir um enorme sorriso, mesmo que emocionado pelo momento a pouco com o pai.

O casamento se resumiu numa simples cerimônia para os íntimos na praia, próximo ao quiosque que se conheceram e logo após, com várias mesas postas, comemorariam no melhor estilo a beira mar. Um caminho de tochas seguia até um altar de pedra, onde receberiam uma benção e assinariam os papeis, nesse altar estaria o Juiz de Paze as duas,em pé, ao lado desse altar, estaria os pais e os padrinhos. Os convidados permaneceriam sentados ao lado das tochas.

Emma sentiu sua respiração falhar quando olhou no altar, estava tudo posto e todos no lugar, e lá em cima, a sua espera estava sua amada. Uma morena linda em um vestido branco que por instantes remeteu a Grécia. Duas alças saiam do mesmo ponto nas costas mais uma para cada lado dos ombros. O pano era leve, um tomara que caia passando uma impressão bagunçada e uma faixa de cetim logo abaixo dos seios.* Uma maquiagem pouco mais marcante que a loira e os lábios pintados de vermelho. O cabelo preso formava um coque, entrelaçando as mesmas flores que a loira tinha na cabeça.

Permanecia parada ao lado do pai no inicio do caminho estreito e não tão longe que a levava até sua amada. Olhou ao lado de Regina, abaixo das pedras, e observou cada um. Henry e Cora de braços dados, ao lado dos padrinhos de Regina – Kathryn com o marido e Tinker com o irmão, Kilian. Do outro lado, estava sua mãe em lágrimas e um espaço vazio onde supôs ser o do pai, David e Ruby ao lado de August e Belle. Nos bancos estavam algumas pessoas que trabalhava com Regina, alguns amigos da morena e familiares, assim como tinha seus colegas de trabalho e convivência, e seus familiares.Escutou a marcha nupcial tocar, era a hora. Junto de seu pai percorreu um caminho curto, mas pareceu enorme, até a beira do altar de pedra.

Ao escutar o fim da música Emma sorriu e soltou delicadamente o braço do pai e subindo nas pedras, parando ao lado de Regina.

– Você está incrivelmente linda! – Sussurrou a loira.

– Obrigada meu amor, você está maravilhosa. – Regina já tinha os olhos tomados pela emoção, assim como a loira.

Com o inicio da cerimônia e as palavras do Juiz de Paz tornava-se ainda mais difícil controlar os sentimentos, não só para as noivas.

– Os votos. – Disse o Juiz, passando o microfone para Emma.

Ruby se aproximou da loira, entregando um papel escrito pela mesma. Emma o abriu, deu uma leve pigarreada e começou a falar. – “Se eu pudesse, Ah se você percebesse que eu faço tudo pra te encantar. Todo dia, eu cantaria, todo dia”* Essa simples frase resume muito bem como eu me sinto, não só hoje, mas desde o primeiro instante que te conheci. Por mais planos que eu tivesse, ter alguém do meu lado nunca foi um deles, mas ai você apareceu e transformou a minha vida. Meus objetivos se fundiram aos seus e os nossos passos tomaram o mesmo ritmo. – A loira observou as lágrimas escorrendo dos olhos da amada e sentiu o nó na garganta, sua voz enfraqueceu enquanto tomava folego pra continuar os votos. – Posso afirmar que cada detalhe da nossa história esta gravado em mim, e posso agradecer até mesmo as brigas que tivemos ao longo do caminho. Se fosse diferente, uma briga a menos, talvez, não seria a mesma coisa. Quero reforçar, novamente, o quanto você me presenteia todos os dias com seu magnifico sorriso, como você me ajuda a ser uma pessoa melhor, a ser determinada e adulta. – Abriu um largo sorriso, todos os presentes sorriram também, conheciam bem a loira brincalhona do dia a dia e a mulher que sabia ser série. Tomou novamente o ar em seus pulmões. – Você me ajuda e me ensina a ser mais feliz, a ser mais eu. Quero dizer, pra todos ouvirem, como eu me sinto feliz e cada dia mais agradecida de ter você ao meu lado, eu amo muito isso. Eu amo muito nossos planos, nossas confidencias, nossas risadas e estou ansiosa pra passar o resto da minha vida tendo você oficialmente como minha mulher.

A morena respirava fundo, a fim de segurar o choro, quase que impossível, para não borrar ainda mais a maquiagem. Emma aproximou os dedos, deslizando na face de Regina, secando suas lágrimas emocionadas. Recebeu um sorriso em resposta e pegou o microfone das mãos brancas. Pegou com Tinker um papel dobrado e, igualmente a loira, tomou o ar em seus pulmões. – Minha Emma, minha princesa, meu amor verdadeiro, minha amiga, minha companheira.–Fez uma pausa, piscando para a loira. – Eis que passaram quatrocentos dias desde que você aceitou embarcar comigo, em um caminho sem volta, chamado casamento, esse que tem a promessa de nos manter unidas pelo resto da vida. – Sentiu um nó travando as palavras enquanto as esmeraldas verdes a sua frente brilhavam refletindo a emoção com suas palavras. – São tantos os bons sentimentos que me falham as palavras, sendo que elas não serão de fato capazes de transmitir o meu amor. Sempre tive sonhos de uma família, um amor e ser amada, mas por muito tempo isso não me parecia ser tão acessível tamanho tudo sempre deu errado. Deu até o dia que seus olhos verdes, muito atrevidos por sinal, invadiram meu caminho. Todas as ideias que eu tinha se modificaram após o tempo convivendo com você, aprendendo desde novos gostos quanto ter tolerância com os gostos alheios. – Sorriu, agora ela quem observava a loira derramar lágrimas de emoção. – Mas existiu uma única ideia que em vez de mudar, se afirmou, se reposicionou ainda mais forte em mim. Construir a minha família, que a partir de hoje, torna-se a nossa família. Mesmo com toda a bagunça, chegamos aondesempre tive a certeza ser meu lugar, ao seu lado. Chegamos no dia em que nos tornamos oficialmente nossas, você minha e eu sua. Mesmo já tendo isso em nossos corações, hoje dividimos com todos que amados essa nossa felicidade. Que esta seja eterna enquanto dure e que dure para todo o sempre. – Regina já não segurava mais o papel, e sim uma das mãos da loira. – Eu não tenho por onde estar mais feliz, eu pouco consigo pensar em como te falar sobre o meu amor. É puro, é sincero, é fiel. É a mais linda história e espero que todos um dia conheçam o nosso amor. – Após terminar essas palavras e visivelmente sem condições de terminar, pois o choro tomava ainda mais seu rosto. Regina entregou o microfone ao juiz de paz, no centro do altar.

Entendendo que aquela eram as ultimas palavras, o homem elegante retomou suas palavras.

– Regina Mills, é de livre e espontânea vontade que aceita Emma Swan como sua legitima esposa?

– Sim, é! – A morena, ainda em lágrimas, sorriu para a loira a sua frente.

– Emma Swan, é de livre e espontânea vontade que aceita Regina Mills como sua legitima esposa?

– Sim, e com toda a certeza do mundo! – Emma tinha um enorme sorriso nos lábios.

– E pelo poder em mim concebido, eu lhe declaro casadas. – Sorriu o juiz de paz, dando sua benção final e oficialização sobre o matrimônio. – Podem se beijar.

Num beijo rápido, mas eternizado por uma foto, selaram ali seus votos de felicidades.