Kaori acordou num salto.

— Sasuke-kun! – exclamou.

— Você precisa aprender a falar mais baixo. – resmungou Sasuke, ao seu lado. Ela se virou. Ele estava deitado com cara de dor, todo enfaixado, sem camisa, e não havia mais agulhas em seu corpo.

— Ah, é, você está bem! – ela exclamou, abraçando-o.

— Kaori-chan, itai! – ele gemeu.

— Gomen! – ela se levantou rapidamente. Sasuke fez força para ficar sentado, com as costas apoiadas na parede. Kaori o observou atentamente enquanto ele fazia isso. Há algumas horas, ela quase o havia perdido para sempre. Mas lá estava ele, ali, se recuperando.

— O que aconteceu, afinal?

— Bem... Eu não sei explicar direito, mas... Sasuke-kun, tem algo sobre o qual eu preciso falar com você.

— Diga.

— Tem algo muito estranho acontecendo comigo. Toda vez que estou em apuros ou que preciso desesperadamente de ajuda, eu vou para esse lugar estranho e escuro, onde eu converso com uma pessoa. Na verdade eu nem sei se é uma pessoa. Seu nome é Daiyuubi. Ela me cede parte do poder dela e eu melhoro. Foi o que aconteceu naquele dia na floresta, e ontem quando achei que você tinha morrido. Foi por causa dela que eu despertei o Sharingan.

— Você também?

— Sim. – ela ergueu o punho e Sasuke o socou com dificuldade.

— Bem, você tentou falar com o Kakashi-sensei?

— Tentei, mas ele disse que não podia me dizer nada, apenas que eu devia confiar na Daiyuubi.

— Bem, então eu prometo te ajudar com isso quando voltarmos para a Aldeia da Folha.

— Arigatou. – por algum motivo, aquela promessa fez seu coração acelerar.

— O que aconteceu depois?

— Bem, eu consegui entrar na prisão com meu jutsu, mas cheguei tarde demais. Então, quando você estava no meu colo, o Haku continuou atacando.

— Você... Me protegeu? – Sasuke se curvou para frente, ficando a centímetros do rosto dela.

— B-bem, eu tentei.

Ele sorriu.

— Arigatou, Kaori. – ele sorriu, deixando-a vermelha.

— Muito perto. – ela disse, empurrando-o para trás. Então, ela puxou a franja para trás, se recompondo. – Depois daquilo, você disse umas coisas gays para o Naruto e desmaiou. Vocês formam um casal muito lindo, sabia? Me lembra do dia em que vocês se beijaram.

— NUNCA MAIS ME LEMBRE DISSO! – ele exclamou.

Kaori riu.

— Gomen. Eu adoro te encher.

Sasuke desviou os olhos.

— Se te faz feliz...

Ela ficou vermelha novamente. “O que diabos está acontecendo comigo? É só o Sasuke!”, e ainda assim, ela se lembrava de como se sentiu ao ver o corpo pálido e ensanguentado dele caído em seu colo.

— Nunca mais faça aquilo, ok?

— Nani?

— Nunca mais se sacrifique desse jeito. Se você tivesse me deixado ajudar, não teria ido tão longe. Então por favor, por favor me prometa que não vai tentar tudo sozinho da próxima vez!

— Kaori... Você está chorando. – ele se inclinou para frente e tocou o rosto dela, de leve, enxugando as lágrimas com o dedão.

— Eu não quero nunca mais passar pela dor de te perder. Você é tudo pra mim Sasuke, não tem idéia do quão horrível foi.

— Calma. Eu to aqui agora.

— Prometa.

— Eu prometo.

Houve um minuto de silêncio enquanto eles olhavam um nos olhos do outro. Então, Kaori segurou a mão de Sasuke que estava em seu rosto, impulsionou-se para frente e pressionou seus lábios contra os dele. Em alguns segudnos ela percebeu o que estava fazendo e se empurrou para longe de Sasuke.

— Gomen nasai!

— O que...?

— Me desculpe, Sasuke-kun, eu não devia ter feito isso! – ela se levantou e começou a andar em círculos. – Baka, baka, baka, baka!

— Kaori.

— Não! Agora você vai passar a me ver como uma daquelas garotas irritantes que te perseguem, como a Sakura, a Ino...

— Kaori.

— Tudo bem, tudo bem, você tem todo o direito de me odiar daqui pra frente! – ela começou a chorar.

— Kaori, URUSAI. – Sasuke se levantou, puxou-a e a colocou contra a parede. Seus braços estavam apoiados na parede ao lado dela e seus rostos a centímetros um do outro. Ela engoliu em seco – Eu jamais vou te odiar.

— Você não tem que dizer mais nada, eu sei que você não se sente assim e eu nem sei ao certo o que eu sinto... – ela foi interrompida pelos lábios de Sasuke nos seus.

Sasuke se afastou com delicadeza e olhou seriamente nos olhos de Kaori.

— Só assim pra você parar de falar né?

Ele se afastou para olhá-la nos olhos de novo e ergueu uma sobrancelha. Ela engoliu em seco, sem saber ao certo o que fazer, e antes que pudesse ter qualquer reação, ele abaixou o rosto de beijou-a novamente.

Kaori puxo-o para mais perto, dando-lhe um beijo de verdade. Ele arfou pela dor nas costelas quando pressionou seu corpo contra o dela, mas desceu uma das mãos para a cintura delicada de Kaori. O corpo dela queimou quando ele retribuiu o beijo. Ela precisava daquilo, mais e mais.

Os dois estavam sem fôlego e levemente suados quando pararam. Sasuke apoiou sua testa na testa de Kaori.

— A Sakura vai me matar. – ela comentou.

Sasuke riu de leve.

— É, vai. – ele se afastou, relutante – Você precisa descansar. – ele se deitou novamente no chão e fez sinal para que ela se deitasse com ele. Kaori apoiou sua cabeça no braço de Sasuke, deitada de bruços.

— As coisas mudaram muito nos últimos dias. – ele comentou.

— É, mudaram.

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— Graças à vocês, nós terminamos a ponte, mas... Nos despedir é muito triste. Se cuidem. – disse Tazuna, na inauguração da ponte, na manhã seguinte – Obrigado por tudo.

— Ah, não se preocupe, Tazuna-san! Nós voltaremos para visitar vocês! – falou Naruto.

— Você jura? – perguntou Inari, segurando o choro.

— Inari, você está triste, certo? – perguntou Naruto, também segurando o choro – Não tem problema se quiser chorar!

— Eu não vou chorar! Mas Naruto-niichan, você pode chorar se quiser!

— Tá... Bom... – os dois desabaram em lágrimas – Vou indo! – Naruto virou de costas para disfarçar.

— Baka! – murmurou Kaori, colocando sua mão na testa. Sasuke pegou sua outra mão e a puxou.

— Vamos.

— Hai.

— Aquele garoto mudou o coração do Inari. – comento Tazuna – E o Inari mudou o coração dessas pessoas. O garoto nos deu essa ponte através da esperança e da coragem. Por isso, ela vai se chamar... A Grande Ponte Naruto!

Tsunami riu.

— É um bom nome!