Eu estava sentada na mesa mais isolada do refeitório daquela escolinha ridícula chamada Forks High School, que fica localizada na cidadezinha ridícula de Forks. Na verdade, tudo nesse lugar era ridículo. Você olha pra direita e vê verde, olha pra esquerda e vê verde, olha pra cima e vê água. Nada aqui é interessante.

            Eu era linda. Loira. Olhos castanhos dourado. Alta. Magra. E ainda rica. Mas de que tudo isso adianta? Eu não podia negar que todos os garotos dessa escola viviam aos meus pés, me enchendo de elogios e presentes. Mas eu não me interessava por nenhum. O único garoto que gostei, Royce King, fugiu com uma piriguete chamada Victória. Eu fiquei desolada. Dias sem falar com ninguém. Sem comer. Sem fazer nada. Eu não tinha amigas. A maioria das garotas dessa escola morriam de inveja de mim. As poucas que vinham falar comigo, era por interesse. Eu começava a conversar e elas logo queriam que eu trouxesse um presentinho, emprestasse uma roupa.

            Eu tinha um irmão gêmeo. Jasper Hale. Ele também era lindo. Seus cabelos eram louro cor de mel, os olhos eram um tom de dourado um pouco mais escuro que o meu. Ele tem aproximadamente um metro e oitenta e seis. Ele é musculoso, mas magro. Quando fui abandonada por Royce, ele costumava sentar comigo na mesa do refeitório, tentando me alegrar. Mas era meio impossível. O tempo passou e ele acabou desistindo. Voltou a sentar com seus amigos. Ele tinha uma namorada. Alice Cullen. Jasper era feliz. Eu daria qualquer coisa pra estar no lugar dele.

            Alice é bem baixinha e magra. Tem cabelo curto bem preto espetado para todos os lados. Ela vive alegre. Veste-se muito bem. Sabe tudo sobre moda. Quando tentou ser minha amiga, eu simplesmente a ignorei. Ao que parecia, ela não era interesseira, mas eu tinha medo de tentar ser amiga dela e me decepcionar. 

Qualquer garota daria tudo pra estar no meu lugar. Eu era linda. E rica. Mas era infeliz. Totalmente infeliz.

            Meus pais achavam que iam me alegrar comprando roupas e sapatos caros para mim. Mas eu não queria presentes. Eu queria amar. Amar e ser amada. Queria poder ter amigas com quem conversar e desabafar. Queria ter um namorado que não fosse interesseiro e que me amasse como eu era.

            Um barulho alto interrompeu minhas reflexões. Olhei atordoada para os lados e reparei que o refeitório estava totalmente vazio. O barulho era o sinal. Peguei minha bolsa e voei para aula. Eu ia chegar atrasada.

            Que maravilha. Aula de trigonometria. Eu detestava. Surpreendi-me quando o professor nem me repreendeu por chegar atrasada. Fui direto para minha carteira. A mais isolada da sala.

            - Acho que todos vocês já sabem que Emmett McCarty estudará aqui, na Forks High School. Dêem boas vindas a ele.

            A cidade inteira sabia do novo aluno. Que maravilha. Aluno novo é sinônimo de apresentação. Aluno novo é sinônimo de mais um garoto no meu pé. Pelo menos eu ganho mais presentes. Não é nada quando se tem tudo mas serve.

            Olhei pra cima para poder ver a cara de...como é mesmo o nome? Emmett. Que ridículo.

            Quando meus olhos o encontraram, meu coração quase saiu pelo peito, minhas pernas tremeram e foi como se só existisse Emmett no mundo. Não era a gravidade que me prendia na Terra. Não mais. Era Emmett.

            Tudo o que senti durou apenas um segundo. O que foi isso? Até um segundo atrás eu estava dizendo que odiava alunos novos. Que o nome Emmett era ridículo e agora...agora eu...eu estava....apaixonada por ele? Não! Não podia ser. Quando perdi Royce, prometi a mim mesma que não me envolveria com ninguém. Eu não podia estar apaixonada por Emmett! Eu nem o conhecia! Mas eu estava e mesmo não querendo eu faria de tudo para tê-lo. Pelo menos isso seria fácil. Daqui cinco minutos ele estaria me convidando pra sair ou coisa parecida... Eu iria me fazer de difícil. Queria conhecer Emmett. Saber se ele era confiável.

            - Rosalie? Rosalie?

            - Ahn...oi? – Era o professor. Não percebi que tinha alguém falando comigo.

            - O lugar ao seu lado é o único vazio. Importa-se de Emmett se sentar ao seu lado?

            O que eu queria dizer: Claro! Desde a primeira vez que o vi, fiquei perdidamente apaixonada por ele. Eu o amo mais do que tudo nessa vida. Queria até me casar com ele!

            O que eu disse:

            - Adianta dizer que não? Tem que sentar nê!

            Emmett era simplesmente lindo. Deslumbrante. Indescritível. Ele tinha cabelo ondulado preto, era alto, aproximadamente um metro e noventa, tinha olhos bem pretos e era muito, mas muito musculoso. Ele estava usando uma camiseta cinza claro de manga comprida, porem estas estavam puxadas até o cotovelo, calça comprida, num tom de cinza bem escuro e um tênis branco com alguns detalhes também no cinza. Ele também estava usando um bracelete preto com um brasão. (roupa dele: http://i39.tinypic.com/142qzau.jpg)

            Emmett se sentou ao meu lado e disse com a maior educação que há tempo eu não ouvia:

            - Olá. Tudo bom com você? Seu nome é Rosalie Hale, não é?

            - Sim, meu nome é Rosalie Hale. Mas...eu não gosto de papinho furado e se quiser me convidar pra sair, fala logo. Só saiba que a resposta será não!

            As palavras dele me surpreenderam:

            - Eu não ia te convidar pra sair. Eu já sei de sua fama de arrogante que não fala nem sai com ninguém. Eu só estava sendo educado. Só isso.

            - oi? O que você falou?

            - Que eu não ia te convidar pra sair. Só estava tentando ser educado. Entendeu agora ou quer que eu desenhe?

            - Não. Obrigada.

            Isso não podia estar acontecendo comigo. Todos os meninos dessa escola vivem aos meus pés me convidando pra sair, mas eu não dou bola pra nenhum. Quando eu gosto de um garoto, ele fala que não vai me convidar pra sair, que sabia de minha fama de arrogante e que estava sendo só educado?

           Depois de nosso pequeno dialogo, tentei ficar o mais longe dele naquele pequeno espaço e tanto eu quanto ele não dissemos mais nenhuma palavra.

            A aula passou lentamente como sempre passava, mas parece que hoje foi pior. Cada minuto parecia equivaler a horas. Tic-tac. Tic-tac. O barulho do relógio só dificultava mais as coisas.

            Depois do que parecia um século, o sinal enfim bateu. Peguei minhas coisas e saí de aula. Eu não estava nem um pouco a fim de continuar na escola. Fui para o estacionamento, direto pra minha BMW M3 vermelha (carro da Rose: http://www.twilighters.com.br/wp-content/uploads/2009/12/rosalie-car1-300x160.jpg).

            Ao sair do estacionamento, pisei fundo no acelerador direto pra minha casa. Ao chegar lá, fui direto para o meu quarto. Resolvi que iria ler um livro. Eles eram os meus únicos amigos. Faziam com que eu saísse um pouco desse mundo e pudesse ser feliz. Na minha estante de livros, peguei A Hospedeira. Era totalmente fictício. Envolvendo alienígenas e tudo mais. Tinha cara de ser bom. Era de uma escritora famosa, Stephenie Meyer, que fez o maior sucesso com a Saga Crepúsculo.

            Peguei o livro, deitei em minha cama e comecei a ler. Não vi o tempo passar. Fui lendo, lendo e lendo. De repente, um barulho interrompeu minha adorável leitura. Alguém estava batendo na porta.

            - Quem é?

            - Andrea. Não sabia se você iria descer pra almoçar, então trouxe o almoço aqui para você.

            Andrea era... a governanta de minha casa. Ela era uma boa pessoa. Não ficava me atazanando e tentando me alegrar. Fui até a porta e abri.

            - Obrigada Andy. Eu estava mesmo com fome

            Peguei a bandeja da mão dela e coloquei em minha mesa. Assim que ela saiu, fechei a porta com chave novamente. Fui até a mesa e comecei a comer sem nem prestar atenção ao gosto da comida.

            Assim que terminei, voltei para cama, para continuar lendo. Foi então que percebi que já tinha lido metade do livro. Mas eu não me importava. Continuei lendo e lendo, até que meus olhos começaram a fechar e eu não aguentei. Coloquei o livro de lado, fechei os olhos e afundei na inconsciência.