— Rose!! Rose!! - ouvi voz familiar que me chamava preocupada em meio aos  gritos angustiantes.

Abri meus olhos, e percebi que os gritos vinham de mim. Eu tinha tido o pesadelo de novo. Me sentei na cama com a respiração ofegante,e passei as mãos pelo rosto suado e molhado de lágrimas. Adrian estava sentado ao meu lado em silêncio, enquanto eu me acalmava e normalizava a respiração, em  seguida ele me entregou um copo de água que tomei em apenas um gole.

— Obrigada.... O que está fazendo aqui? - olhei no relógio que marcava 2:45 da manhã.

— Eu estava andando por aí, quando senti uma agitação no laço e imaginei que fosse o pesadelo novamente. Pelo jeito, seu querido ex-marido resolveu te visitar de novo. - Explicou friamente.

 Ele se levantou e foi até a porta. Antes de sair me lançou um olhar de desprezo.

— Me faça o favor, de não incomodar mais por hoje.

Eu olhei para porta por um longo tempo, depois que ele saiu. Adrian nunca me perdoaria por ter " destruído" a vida dele, como me acusou tantas vezes, e por ter me trago de volta. Já se passaram 4 anos,um do qual fomos obrigados a conviver com a nova realidade de sermos ligados. No começo foi horrível, minha cabeça era inundada de coisas e pensamentos confusos, de sentimentos intensos, só assim entendi o mal que tinha feito á Adrian, seu ódio por mim era enorme, senti  me deixava arrasada. Até que aprendemos a bloquear, para nosso alívio.

Levantei, tomei banho, vesti meu uniforme de guardiã e fui para a área de treinamento, precisava urgentemente me exercitar e bater em algo. Enquanto caminhava para os edifícios dos guardiões, passei por um beco escuro e senti um forte cheiro familiar. Peguei uma faca na minha bota, e fui entrando devagar até o fundo do beco, e avistei um corpo de costas no chão, com poças de sangue a sua volta. Eu o virei cuidadosamente, arfei e me afastei, pouca coisa me assustava, mas as condições do cadáver eram terríveis. Além rosto desfigurado, no peito havia um simbolo tatuado com algum objeto cortante, que havia dilacerado com uma violência visível. Ouvi um barulho atrás de mim e me virei rápido em posição de ataque. Porém, era só um gato saindo de dentro de uma lata de lixo. Revistei o local atentamente  com o olhar e peguei o rádio para dar o alarme.