Back Together escrita por Cahmy


Capítulo 9
Encarando a verdade - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Está ai um novo capitulo! Vocês vão perceber meio que uma bipolaridade de Kat. Não sei bem se é tudo coisa da minha humilde cabeça, mas para mim, acho que é inerente de sua personalidade agir de vez em quanto de modo contraditório. Espero que concordem comigo.
Aproveitem a leitura, e não se esqueçam de comentar e dizer o que acharam, não imaginam quanto é gratificante receber um elogio. Então por favor, comentem!!!!!!!!!
Beijos
>3



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"Ela em nenhum momento o olhou. O padeiro aproximou-se da cama da garota em chamas e a tocou levemente no braço. Ela o fitou com seus úmidos olhos cor de cinza.

Não. Eu sei que não."

Minha garganta se fechou ao me imaginar nos flashbacks de Peeta. Eu devia ter alguma noção dos sentimentos que ele sentia ao tê-los, afinal eu tinha pesadelos a cada noite, sem exceção. Mas por algum motivo, alimentei brevemente a ideia de que ele estava mentindo, eu tinha a mais plena certeza de que sim, eu era um monstro.

Levantei-me rapidamente da cama, fazendo-o tirar suas mãos de meu braço bruscamente. Não queria fazer algo néscio, como chorar novamente, toda essa fraqueza já me irritava profundamente.

– Me desculpe, mas eu não quero falar mais sobre isso. – anuncio com a voz falha, paro por um segundo e completo- Vou banhar, com licença. – disse baixinho sem o olhar.

Ele me olhou confuso e simplesmente saiu soltando um leve sussurro:” até mais”. Havia um mascarado vestígio de decepção em sua voz. Penalizei-me mentalmente ao pensar no que fizera. Mesmo que doesse admitir, Haymitch estava certo, eu era uma garota fria. E eu me odiava por isso.

Tirei minha roupa, uma calça preta e uma blusa fina amarela, e então me olhei no espelho. Ao fazer isso, notei que meu rosto ainda estava magro, porém recuperava a sua antiga forma, definitivamente, eu me sentia mais humana.

Um leve contentamento me vem quando me apercebo da troca do chuveiro, agora não precisaria tomar banhos frios todo dia. Depois que tomado meu banho quente, vesti roupas limpas. Meu guarda-roupa que não era tão diversificado, e eu realmente não me importava com isso, apenas tinha algumas calças e blusas de cores pasteis e poucas coisas além disso. Vesti novamente uma calça, de cor marrom e uma regata bege. Arrumei meu cabelo no espelho da porta do armário e me observei de cima para baixo. É, eu realmente não era nada atraente, muito menos interessante. Apenas ri com escárnio para minha figura retratada em minha fronte, mas mais uma vez, eu não me importava com isso.

Encontrei Haymitch sentando na cozinha, bebendo como usualmente.

– Você não cansa? – olhei para meu ex-mentor com desaprovação.

Ele me fitou com o semblante duro e irônico, esboçando o que parecia ser um sorriso em seu rosto. Bom, isso responde a minha pergunta.

Sento-me na cadeira à sua frente. Meus pensamentos se mantêm distantes e imagino por algum momento Haymitch sóbrio, isso me faz rir internamente.

Assusto-me ao perceber que ele me olhava com fixação com o olhar de censura. Sua reprovação me latejava.

– O que foi? – inquiro seriamente, o jogando o olhar de volta.

– O que você disse ao garoto, Katniss? – indagou com a voz sisuda.

Aquela pergunta me afligiu em cheio. Uma sensação estranha veio subitamente na boca do estômago, era a culpa novamente tornando a morar em mim.

Não esboço sequer uma palavra, na verdade não sabia o que lhe responder.

– O garoto saiu atordoado Katniss, não irei me surpreender em nada ao saber de alguma crise na padaria. – Haymitch me cravava circunspecto quase que incomodado com a minha falta de fala – Você sabe que cada vez que você é uma cretina com ele mais remete pra ele o ”monstro“ forjado pela Capital em sua mente.

Uma raiva aflorou em mim ao ouvir seu insulto. Mas ainda assim, permaneci calada.

– O garoto ainda te ama, e muito, ele sempre te amou. Mas agora, é difícil pra ele ficar perto e não lhe vier uma maldita imagem na sua cabeça. Então querida, você poderia pensar mais nisso antes de agir como uma cretina fria. Você me ouviu?

Tudo aquilo me remeteu um ódio tão forte que me fez levantar com fúria. Dou dois grandes passos em sua direção. Ele se ergue e me olha com sua inerente ironia. Meto o dedo em seu peito.

– Nunca mais me chame de cretina, seu bêbado! – grito com ele com intensa raiva. Controlo-me arduamente, pois minha vontade era de lhe socar o rosto ali mesmo.

– Então não aja como uma, minha querida. – replica ele me fitando com o olhar acusativo. Ele agarra meu pulso e retira meu braço de perto de seu peito, sem ao menos me dando tempo de reagir.

Ele sai da cozinha com passos furiosos, me deixando sozinha. Meus olhos ardiam de raiva. Sento-me na cadeira em minha frente e levo minhas mãos até meus olhos na tentativa de abafar qualquer vestígio de lágrima.

–----

Os minutos se passavam mas eu ainda permanecia sentada. Em minha cabeça, as duras palavras de Haymitch me martelavam como um prego.

"Você poderia pensar mais nisso antes de agir como uma cretina fria."

Apesar da minha árdua batalha de evitar aquelas palavras, eu não conseguia, era em vão. Cada frase me machucava, rasgando meu coração. Era difícil assumir, mas ele não estava inteiramente errado.

Sim, eu fui insensível e fria. Muitas vezes, agi de modo egoísta para com Peeta. Não só agora, mas em todo o percurso que tivemos juntos.

Contudo, sentia no fundo de minha alma que eu devia agir de modo correto. Decido lhe pedir perdão. Essa ideia primeiramente me dá um leve embargo, mas estava determinada e nada me impediria. Finalmente, me ergo e saio da casa á caminho da padaria.

Os fortes raios solares irradiam em meu rosto, fazendo meus olhos arderem. Caminho lentamente e me apercebo da paisagem que estava ao meu redor.

As pessoas me olhavam curiosas e surpresas. Ouvia fortes cochichos delas, o que me incomodou brevemente. Mas logo esse sentimento vai embora quando vejo que todos sorriem para mim. Primeiramente, duvido do que estava presenciando, porém, com todas aquelas pessoas rindo com sinceridade á mim faz meu coração aliviar, e uma súbita emoção me atinge o coração.

Pela primeira vez na vida, sinto que tudo o que fiz tinha sido de alguma forma recompensado. Ali, estampados nos rostos daquelas pessoas, estava todo o propósito da Guerra que participamos. Pela primeira vez na vida, me senti gratificada.

Eu sorri de voltas para elas, com toda a sinceridade que conseguir reunir de meu coração.

Por fim, tinha chegado a padaria de Peeta. Parei e observei o que estava em minha fronte.

Era um estabelecimento ainda em construção, as paredes exteriores ainda estavam cinzentas devido a fumaça das bombas. O letreiro: Padaria dos Mellarks tinha por falta algumas letras, e as que ainda restavam estavam para cair.

Enfim, respiro fundo e caminho até a porta da velha padaria. Bato na porta, porém ninguém me atende. Será que ele não está aqui? – penso. Bato mais uma vez, ainda assim, ninguém se manifestou. Tento olhar pela janela que havia na porta, mas em vão, ela estava recoberta de papelão. Espreito meu ouvido nela, a fim de ouvir algo. Ouço algumas marteladas e gemidos que rapidamente reconheço serem de Peeta. Meu coração acelera inevitavelmente e tomo coragem de abrir a porta com cuidado.

Surpreendo-me ao me deparar com uma padaria quase pronta. Estava tudo lindo, fico encantada com o que via. As paredes estavam prontas, eram beges com revestimentos de madeira. Havia alguns detalhes em luz que realçava a bela madeira. Havia um farto estoque de prateleiras e aparelhagem de padaria que deixava tudo ainda mais tudo encantador. Em suma, aquela padaria aspirava ao seu dono. Todos os detalhes foram feitos com extremo cuidado e delicadeza. A cada passo que dava, sentia sua gentileza gravada em cada canto da padaria.

Distraída com beleza da padaria, mal me dou conta que Peeta estava parado em minha dianteira, com os braços cruzados. Seus olhos azuis cintilantes como duas pedras me encaravam com confusão. Ao notar sua presença, eu me empertigo com o susto e dou um leve grito levando a mão no peito.

– Katniss, o que você está fazendo? – ele indaga caminhando até mim duramente. Engoli em seco.

– Eu... – olho para baixo. – Você está bem? Quer dizer, aconteceu alguma coisa...? – pergunto, apesar de tentar mascarar meu embaraço, minha voz não ajudava.

Ele me cravou com ainda mais confusão, sem entender ainda.

– Estou, depois de sair de sua casa, eu vim até aqui, como sempre. Por que da pergunta?

Ouvir isso dele me aliviou profundamente, ele não tinha tido nenhuma crise. Não sentia que ele estava mentindo para mim.

Ah – não consegui evitar o sorriso que nasceu em meu rosto. – Eu queria conversar com você.

Ele rapidamente buscou duas cadeiras e levou até o local onde estávamos.

– Claro, diga. – ele falou, com um sorriso amarelo no rosto.

Sentamo-nos e eu comecei minha fala.

– Eu queria te pedir desculpas. – falo em uma única respiração.

Aquilo o deixou surpreso. Ele levantou as sobrancelhas e me fitou com atenção.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Se não e se sim, manifestem-se ( inclusive vocês fantasmas, Deus tá vendo isso viu rsrs.), hahaha brincadeirinha.
Beijos >3
Obs: Esse capitulo vai ter uma continuação no próximo cap. que vai ser a ultima parte.