Megavi - Cenas excluídas escrita por MarjorieJustine


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando :)
Música para ouvir: http://www.vagalume.com.br/reacao-em-cadeia/espero.html



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– Caraca muleque! Como é bom voltar pra esse lugar! – disse um Ernesto sorridente entrando pela porta da Plugar, tirando seu óculos de sol e pendurando na sua camisa social Calvin Klein na cor salmão.

– Não acredito, Ernesto Avelar Parker na minha humilde residência. – disse Davi se levantando da sua cadeira, deixando a lembrança daquela noite de lado. – Cara, saudades de você eim. Isso aqui não é a mesma coisa sem o cara que vende santinho da Dilma pra Aécio Neves.

Davi falou dando um abraço no amigo e depois batendo a mão esquerda, de leve, no peito do sócio.

– Opa, por isso vim. Soube que estavam precisando de alguém pra ajudar com os investidores. Diz aí amigão, no que posso ser útil?

– Aaa bom, acho que não muita coisa. A verdade é que eles estão querendo algo novo, para manter o interesse sobre a Brazuca, ela não vai conseguir se manter só com um produto.

– Isso é, a Marra não sobreviveu só com o Bro. – Ernesto disse isso dando mais uma olhada em volta, sendo seguido de perto pelo amigo, que mesmo feliz com a chegada dele, parecia desanimado.

Ernesto então foi até o computador onde Davi parecia estar trabalhando em algo. Na tela estava escrito “Sandy”. Ele olhou para Davi atrás dele e fez cara de interrogação, e Davi respondeu com um levantar de ombros seguido das mãos com as palmas pra cima, uma careta de “não me pergunte” estampada no rosto.

Em cima da mesa estava o Marraphone de Davi com a foto de Megan e Arthur. Ernesto pegou, e dessa vez Davi nem esperou ele fazer cara de questionamento.

– Eu estava vendo como vão as coisas no mundo das celebridades.

– Você, Vinicius Marra? – Ernesto falou tirando sarro com o nome real do amigo.

Davi suspirou e jogou o telefone em cima da mesa com força, se jogou na cadeira em frente ao computador e ficou parado.

– Davi, o que foi? Quem é Sandy e por que você está com complexo de Shin Soo? – Disse Ernesto apontando primeiro para o computador e depois para o celular.

– Nada cara, nada. Aaa é, Sandy é a irmã do Junior, eu pensei em fazer um junior que auxilie etapas mais avançadas. O junior tem se limitado um pouco as crianças, um jovem ou adulto, e até os bem mais velhos não vão querer algo tão primário. Então pensei em fazer uma irmã pra ele.

– ótima ideia Davi, to vendo que não precisa de mim. Mas que maravilha, de onde veio essa ideia? – disse Ernesto empolgado, olhando um Davi que foi da felicidade consigo, e voltou ao desanimo.

– Isso foi faz umas semanas atrás. Um momento de animo e empolgação que perdi logo em seguida. - Davi falou isso olhando pro computador, e se sentando em uma cadeira próxima. Pernas largadas, um braço apoiado no encosto da cadeira, corpo meio virado para Ernesto, que estava sentado em frente ao computador, e uma mão que ele esfregava na barba de um lado do rosto – Ernesto, eu preciso te contar uma coisa, e sei que você não vai contar a mais ninguém.

– Nossa cara, pode conf..

– Eu dormi com a Megan.

– Sim, eu sei que você e a Megan ...espera, quando isso? – Disse Ernesto arrastando a sua cadeira de forma a ficar próximo e de frente a Davi.

– Na noite anterior a criação da irmã do Junior! – Disse Davi voltando a olhar para o amigo, que agora estava com a boca levemente aberta, olhando para ele com o corpo jogado pra frente, braços apoiados nas pernas.

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Arthur entrou no quarto com as mãos na cintura. Olhando Megan que o mirava assustada, sentada a beira da cama, ainda com a mão sobre o ventre.

– Megan, do que você estava falando? Você está grávida? – Arthur a olhava um pouco animado, mas diante do olhar assustado dela, e de algumas informações importantes que ele necessitava diante de uma dúvida perigosa que começava a tomar forma da sua mente, ele perguntou – de quanto tempo?

Megan mordeu o lábio e abaixou a cabeça. Não poderia mentir, não seria tão cruel quanto foram com ela. Ela não tinha o sangue frio como certas pessoas que traem, não contam e ainda ficam se passando por vítimas da porra toda.

– Umas 6 semanas. Ainda não fui ao ginecologista, mas como as minhas viagens e as suas nos afastaram mais de 2 meses, só pode ser dessa época. – ela disse isso olhando o próprio ventre. Não tinha coragem de encarar Arthur.

Ele se mantinha na mesma posição. Ficou assim dois minutos depois que ela falou. Percebendo que ela não se mexia, ele virou de costas para ela, e com uma mão ainda na cintura, e outra que se movia no compasso da sua raiva transmitida em cada palavra, ele falou:

– Não ...eu, Megan como você ..? O que aconteceu? Isso é alguma brincadeira de mal gosto por acaso? Voce me ouviu chegando e tá brincando comigo Megan, é isso? – essa ultima parte ele disse se virando para ela, que agora o olhava, algumas lágrimas descendo pelo rosto.

– Arthur...por favor, senta aqui, deixa eu te explicar – ela dizia isso fungando e tentando limpar as lágrimas do rosto.

– Não...Megan – ele disse percebendo que ela falava sério – que loucura é essa dessa vez? Passo dois meses fora e você apronta essa?

Megan se levantou com calma, foi devagar em direção dele, que se virou de costas para ela.

– Da..Arthur, desculpa, eu não tinha...tive...intenção alguma. Juro pra você que foi... – Megan segurou um soluço mais forte e enxugou rosto e nariz com as costas da mão direita, enquanto a esquerda ainda pousava no ventre – uma idiotice, a pior da minha vida. E eu sei que já fiz muitas. Listen to me. Eu não posso exigir que você me desculpe, eu sei, mas eu realmente quero. – ela foi se aproximando dele, até ficar a um passo dele, ainda de costas para ela – eu preciso de você.

Arthur suspirou, ela notou o movimento e deu um passo para trás voltando a abaixar a cabeça.

– Megan, não consigo acreditar que você fez isso. Como você acha que vai lidar com isso? Criar uma criança não é brincadeira de criança, isso não vai ser uma boneca! Você tem consciência do quão irresponsável você está sendo?

Megan fungou novamente, não sabia o que fazer, todo o temor dela das ultimas horas, de não conseguir lidar com aquela situação, de não ser capaz voltaram com força naquele momento. Agora ela estava não só preocupada com o que aconteceria entre ela e Arthur mas também o que ela faria quando o filho nascer.

– Arthur, eu sei, to assustada também – ela disse isso com a voz embargada – não faz ideia como estou desde que soube. Mas é por isso – ela levantou a cabeça e com um sorriso bobo, como se buscasse fazer a situação ser menos dramática do que era, e se aproximou dele puxando o rosto dele em sua direção, para que ele a olhasse nos olhos enquanto ela tentava convence-lo de suas palavras – que preciso de você, eu sei que não poderei fazer isso sozinha.

– É claro que você não poderá fazer isso sozinha, Megan é uma vida inteira, você mal consegue cuidar da sua sem fazer uma besteira, como essa... – ele disse tirando as mãos dela do rosto dele. Saiu de perto dela, se aproximou da janela.

Megan caiu no choro de novo. Como poderia um momento tão lindo de uma hora para outra se tornar um pesadelo? Estava desamparada, e quando achou que teria algum conforto em Arthur, ele a deixava ainda mais desesperada.

– O que você pensa em fazer quanto a essa criança, Megan. Exatamente como você pretende resolver isso? – disse Arthur um tanto frio. Ainda virado de costas para ela.

– Eu ...estava pensando em ter ele ...com...você, Arthur – ela falou com voz embargada – era para esse filho ser seu, sabe? – ela disse limpando de novo o rosto e tentando um tom de voz mais animado, como sempre se iludindo quanto a possibilidade de mudar algo sendo apenas positiva e negando a realidade – acho que...acho que poderíamos fazer dar certo. Você vai ser o pai perfeito... – ela falou isso com a voz diminuindo, se sentando a beira da cama, ficando consternada ao pensar em Davi pai do filho dela. A dura realidade acertando ela. Não poderia fazer isso com Davi, podia?

Ela ficou assim um a dois minutos. Arthur então estranhou a falta de insistência de Megan, se virou e a viu sentada na cama, olhando o vazio.

– Megan, o pai dessa criança...ele sabe sobre ela? Ele não vai querer acompanhar o crescimento dela? – ele disse caminhando até ela com as mãos na cintura. Ao alcançar ela, ele se agachou e apoiou as mãos no joelho dela, olhando para seu rosto lavado de lágrimas.

Ela olhou para as mãos dele, colocou suas mãos sobre as dele, brincando com seus dedos. Tentou um sorriso furtivo. E com a voz quase falhando disse:

– O pai não sabe, e nem vai se importa, Arthur. Foi ...uma loucura – ela disse isso puxando o rosto de Arthur para mira-la, quando ele buscou olhar o chão – pra ele uma brincadeira, pra mim ...uma idiotice...a única que cometi desde que estou com você. Porque, Arthur, quando eu estou com alguém, eu sou só desse alguém, e eu sou ...sua – ela disse isso quase sem voz, as lágrimas vindo com força, se ajoelhou e abraçou desesperada Arthur.

Ele se levantou deixando ela aos seus pés, a olhou com ar altivo, muito certo de si. Respirou fundo e colocou a mão na cintura.

– Ok, Megan. Podemos fazer isso funcionar. Mas teremos algumas regras, para eu ter certeza que podemos fazer isso funcionar – ele disse essa parte final estendendo a mão para ela, que a pegou e se levantou agradecida, abraçando ele.

– Eu vou fazer funcionar Arthur, você pode ter certeza, tudo que você quiser. – ela o afastou para mirar o rosto dele, feliz e agradecida por poder ter o filho dela com a tranquilidade de ter ele perto.

– Certo Megan. Agora, temos de ver o que vamos contar sobre essa situação – Megan tentou ignorar ele chamar seu filho de situação e sorriu.

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– E depois dessa noite ela não falou mais com você? – perguntou Ernesto, respirando fundo depois da chuva de informação que teve.

– Não cara. Eu fiquei tão animado, tão empolgado. Eu vim pra casa, esperei Manu sair. Mas eu estava tão ...animado com a noite anterior que eu não consegui parar de pensar, sabe? Comecei a criar a Sandy – ele sorriu – Eu sentia falta disso, do nosso tempo juntos. Lembra como foi no inicio da criação da Brazuca? – Davi perguntou a Ernesto que, já em pé, o observava e concordou rapidamente – Eu tive isso de novo, e me senti muito bem. Eu não pensei que sentisse tanta falta... – Davi ficou mais sério e suspirou, enquanto se apoiava em uma cadeira ao seu lado - ..da Megan.

Ernesto esperou o amigo continuar o papo. Mas ele não continuou.

– Você..bom, tentou conversar com ela depois disso?

–Sim, muito, até com Danilo eu tentei contato. Naquela noite eu perdi meu celular, para tornar as coisas mais complicadas. Então eu não sei se ela deixou de me atender por não querer falar comigo, ou porque não sabia que era eu, já que não era meu número.

Ernesto e Davi ficaram em silencio por um tempo.

– Nossa, cara, nem sei o que dizer. Mas você não disse nada que pudesse perturbar ela naquela noite? Não, sei lá, falou o nome da Manu enquanto estava com ela?

– Não, todo o tempo que eu estive com a Megan, eu estava com ela. – Davi disse isso se virando para o amigo, parando a sua frente.

– Bom...e esse celular? Não tinha nada nele que ela pudesse ver e se irritar? Quem sabe não foi ela quem deu um fim nele?

Davi encarou Ernesto intrigado com a possibilidade que ele apresentou. Mas logo a afastou e voltou a caminhar pela Plugar.

– Não cara, não pira. Ela nem tinha porque mexer no meu celular. E nem eu sabia onde ele estava, devo ter deixado cair no caminho pra casa mesmo. Megan não mexeria no meu celular..

– E se tivesse mexido Davi? O que ela acharia lá que poderia perturba-la? – Disse Ernesto seriamente para Davi, que se virou para ele com ar de dúvida e preocupação com as opções que vinham a sua cabeça.

– Não cara, ela não pode ter visto aquele celular.

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Megan olhou o telefone em suas mãos. Estava na cozinha com Carol, a cozinheira, que preparava para Megan algo que não a enjoasse. Iogurtes eram itens proibidos de serem trazidos para casa.

Arthur estava lá no quarto, organizando suas roupas e tomando banho. Ele tinha sido claro com a “situação” toda. Ela deveria ficar só entre familiares, evitar todas as festas, só mesmo ocasiões extremamente necessárias e com ele. Deveria evitar até redes sociais, evitar se expor, até mesmo para ninguém perguntar sobre a sua barriga crescer demais nos primeiros meses. Nunca contariam a verdade para a criança, ele registraria como dele, nem o pai, nem o bebê, nem o próprio Arthur precisavam saber.

E foi essa ultima parte que a estava preocupando agora. Por mais que Davi tivesse sido um imbecil com ela, lhe parecia muito injusto impedir ele de participar do crescimento do próprio filho. E o filho também, apesar de estar com um pai ótimo, como ela tinha certeza que Arthur seria, ele ainda estaria vivendo uma mentira, e Megan odiava mentiras.

Ela pegou o telefone e ligou para sua mãe, ela precisava saber tudo e com certeza lhe daria o melhor conselho.

– Megan Lily sweety, saudades de você. Que bom que você ligou, advinha? Sou mommy outra vez, eu adotei uma criança da África, yeey! – Disse uma Pamela para a tela do celular animada e levantando a mão vibrando com ela, mostrando sua expressão de alegria para ao filha do outro lado da tela. Megan sorriu.

– Oh Mom, estou feliz por você, essa criança tem realmente muita sorte, você é uma mãe incrível – disse Megan comovida. Andava muito emotiva nos últimos dias, hormônios. – But não é por isso que te liguei. Preciso de um conselho seu...

– Claro Megan, querida. Pode continuar contando com sua mommy para tudo. Estou tão feliz em poder ter essa sensação linda de ser mãe de novo, você não tem ideia do que é isso Megan – falou Pamela com os olhos marejados e fazendo Megan ficar com os seus marejados.

– Look, eu estou com um big problem here. Você está sozinha? – perguntou Megan para se garantir que não revelaria algo tão sério com alguém perto de sua mãe.

– Oh no honney, estou com Ernesto e Davi aqui na Plugar. Trouxe your little brother para visitar seu outro irmão. – Disse Pamela mostrando com o celular todos que estavam perto de si, passando pelo menino, por um Ernesto com um sorriso amarelo e terminando no rosto de um Davi sério, e que sorriu acanhado quando viu ela na tela do celular na sua frente. – pode falar sweety, estamos em família, o que foi?


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