Megavi - Cenas excluídas escrita por MarjorieJustine


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Desculpa demora. Esse é pequeno, pois a continuação vem a seguir.



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Davi ficou tenso, Megan parecia séria. Ele assentiu quando ela perguntou se poderiam conversar, mas emendou.
– Mas...vamos para outro lugar. Vem!
Ele falou pegando-a pela mão e dando um sorriso.
Davi levou Megan até o campinho onde eles estiveram tantas vezes, e que ela já esteve mais cedo. Então ele atravessou o mesmo, indo para uma parte que ela nunca tinha ido, passando uma pequena cerca quebrada, cheia de mato.
– Davi...onde você está me levando? - Megan perguntou curiosa e com um meio sorriso.
O lugar era o inicio de outro pátio, possivelmente de outra residencia. Tinha uma árvore próxima a cerca, com um pequeno espaço limpo, mas todo o resto tomado por mato e flores silvestres. Davi foi até a arvore, tirou a camisa de flanela que tinha, ficando apenas com uma básica de cor azul, e a pôs sobre a base da arvore, sentando sobre a mesma, deixando espaço para Megan.
– Senta! - ele indicou sorrindo o lugar ao lado dele - não se preocupe, essa parte é da casa da minha tia, mas ela não cuida muito. Venho aqui desde pequeno.
Ela então sentou, desajeitada com o vestido e buscando uma posição confortável, mas muito próxima de Davi. Este observava ela com um sorriso de prazer em vê-la ali. Quando finalmente Megan sentou ao lado esquerdo dele, ficando ombro a ombro, Davi soltou um suspiro.
– É aqui onde venho quando quero maior privacidade, desde pequeno. No inicio - ele se virou para ela, a olhando nos olhos - eu me escondia em qualquer canto na casa da minha tia, ou me enfiava entre as caixas e equipamentos da Plugar, mas sempre me descobriam. Eu não era muito sociável quando cheguei aqui... - ele se virou para frente e Megan pousou a mão esquerda sobre o ombro de Davi - Enfim - ele deu um sorriso tímido - eu não queria estar com ninguém, tinha aquela sensação de que estar sozinho era o melhor para mim. Então achei esse ponto do pátio da minha tia. Ela sempre pedia para que meu tio limpasse, mas o cara nunca tinha tempo. Daí eu montei um pequeno caminho da Plugar até aqui e fiz meu canto.
Ele terminou a história e se virou para ela, suspirando. Megan então pousou o queixo sobre a mão no ombro de Davi, o mirando, carinhosa.
– É aqui onde você vem para ficar sozinho quando tem algo te perturbando? - ela perguntou passando a mão direita no rosto dele, fazendo afago, sem pensar.
Ele aproveitou o carinho, fechou os olhos e pegou a mão dela, beijando.
– Era. - ela franziu a testa - Depois que você chegou...bom, depois que começamos a namorar, eu não vim mais aqui.
– Why? - ela perguntou com a voz mansa, franzindo a testa.
– Megan... - e Davi se ajeitou para ficar de frente para ela, sentado sobre os calcanhares, segurando as duas mãos dela - eu não vinha aqui para ficar sozinho porque gostava de solidão, mas porque me acalmava, era tranquilo. Era onde eu sentia que ninguém poderia me perturbar. Só que depois que começamos a namorar... ir até você, ligar, pensar em nós, isso passou a ser algo que me deixava tranquilo. Eu fugia para cá porque sentia que não tava em casa, fiz aqui um canto meu, mas depois de você, do teu lado eu me sentia em casa, me sentia eu mesmo... Você me dava essa tranquilidade, essa sensação de que eu pertencia a algo e não estava isolado do mundo. Eu só não conseguia entender isso antes, porque eu não senti vontade de voltar aqui até te perder. Até você se mudar de volta para Califórnia, e eu voltar a me sentir isolado.

– Davi, eu...

– Não Megan, deixa eu terminar, eu preciso...- ele suspirou - Eu...eu quero te pedir desculpas, Megan - ele notou ela se agitar, como se fosse se levantar e se apressou em dizer tudo que vinha em mente - não to falando sobre o que aconteceu entre nós na ultima vez que nos vimos, mas tudo - ela apertou os olhos, tentando ler no rosto o que aquilo queria dizer - eu sinto que te usei. Eu sabia como me sentia do teu lado e só não quis assumir. Para mim era melhor aproveitar tudo que você me dava, como voce se entregava para me fazer feliz, mas sem me comprometer. Eu evitava qualquer possibilidade de me machucar quanto a você, fugindo disso. Fingia que era só mesmo uma tentativa, que era a minha vontade de que desse certo, e não de que eu sentisse algo maior por você. Quando algo acontecia com você doía em mim, eu sabia, não tinha coragem de me afastar, mas se você estava bem eu tentava me afastar, para evitar uma ligação maior. Eu boicotei desde o inicio a relação que eu pedi para começarmos. Quando você ficou brava comigo, por causa daquela história com a Veronica, e saiu dirigindo igual a uma loca, eu achei que fosse te perder, daí vi que você estava bem e pensei o quanto era perigoso continuar me aproximando de você, me ligando. Então fiquei distante, busquei me afastar.Porque se eu assumisse qualquer sentimento maior por você teria que lidar com esses seus impulsos, sofreria, entende?

Davi terminou a frase olhando para ela, esperando que ela mexesse a cabeça mostrando que entendia, mas Megan apenas o mirava com os olhos arregalados. Ele suspirou, olhou para cima para ver se encontrava inspiração para explicar melhor seus sentimentos.

– Eu decidi não fingir mais, Megan. Tudo mostrava que eu não tinha apenas carinho por você, eu ...te amava, te amo - ao dizer as ultimas palavras ele virou o rosto rapidamente para ela, a olhando profundamente - só tinha medo de me sentir vulnerável, que não me pertmitisse manter a razão o tempo todo e mexesse tanto comigo. Que me machucasse quando você fizesse algo impulsivo como sair por aí com o Danilo, ou qualquer loucura por causa do seu pai...

Foi quando Megan se levantou, furiosa, fazendo Davi cair para trás.

Danilo e Julien chegaram na fila do check in. Ele a acompanhou desde a compra da passagem, despacho das bagagens e até chamarem o vôo com cara de feliz, irritando ela a cada gracinha.

– É isso aí, eu lamento a dor do parto, mas você tem de partir hahaha

Ela nem o olhou, focava na nuca do idoso a sua frente na fila.

– Não entendeu? Puxa, péssima obstetra você eim!

Ela bufou. Estava chegando a vez dela.

– Certo então, vou embora, acho que daqui não tem mais como você fugir. Tchau.

Danilo virou ela para ele, abraçou, largou e foi saindo, deixando ela parada, confusa.

Foi então que ela mexeu nos bolsos, para ver se ele não tinha pego nada, o passaporte ou celular, para evitar ela de ir embora! Afinal era a ordem da Megan. Então ela notou o celular, a pasta de emails apitando. Estranhou, pois quase ninguém mais mandava email, a não ser do hospital. Então abriu a caixa de entrada e viu, uns 5 emails, de diferentes pessoas, mas todas ligadas ao hospital. Eram os demais responsáveis pelos exames da Megan, cada um repassando de certo o resultado de algum exame. Mas só um deles tinha um sinal de exclamação, demonstrando a urgencia.

– Senhora, só falta você para fecharmos o portão. - falou a comissária se aproximando de Julien que nem notou que todos haviam passado por ela furiosos.

– Oh my God. - Julien colocou a mão na boca quando terminou de ler o email e seus anexos - Como eu deixei isso escapar?

– Senhora, você está bem?

– No, i'm not! I need...sorry.

Julien largou a passagem na mão da comissária e deu as costa, indo em direção a saída, tentando ligar para Megan. Então esbarrou em Danilo.

– Heeey, sabia que você ia aprontar. Desis...

– Danilo, eu preciso encontrar Megan, é urgente.

– Claro, puxar o saco dela ime...

– Shut up! Vamos até a limosine e depois tentamos encontrar ela, talvez com Davi. É questão de saúde, entende?

Ela falou segurando os braços dele, urgente, olhando seriamente nos olhos deles. Danilo se agitou.

– Tá bom, mas se a Megan perguntar você só não foi porque eu insisti muito.

E os dois foram para a fora do aeroporto.


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