Cigaretts and Valentines escrita por Grace


Capítulo 39
Fearless


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!!! Feliz Páscoa pra vocês! Espero que tenham ganhado muito chocolate (se quiserem fazer doações, aceito) Como presente, fiz esse capítulo bem maior! (sou quase um anjo! (sqn))
Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem! Beijos



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_Bom dia - eu cumprimentei a secretária da Prior’s em Co. Ela pareceu surpresa em me ver. Realmente, as pessoas ali pareciam pensar que eu tinha morrido. Passei pela mesa dela e continuei meu caminho. Segundo informações que eu tinha arrancado de Shauna, meus pais, Susan a estilista fura olho e as modelos (incluindo as duas que estavam de olho em Tobias) estavam reunidos para dar uma olhada nas fotos da campanha.

Sob pressão, Shauna também havia me contado que três mentirosas estavam espalhando por ai que Tobias tinha terminado comigo depois de uma noite com elas. Isso eu não deixaria barato. De jeito nenhum. Elas não tinham noção do que estava por vir. Eu podia ser uma pessoa muito ruim quando queria. E dessa vez, eu queria. Ninguém colocava o nome de Tobias no meio de uma mentira, que também me atingia, e saia impune.

Eu amava o fato de que Shauna era uma péssima mentirosa, e que era só apertar ela um pouco, que ela contava as histórias completas, sem edições. Eu entendia que ela tinha editado antes, só para não me irritar.

Abri a porta estrondosamente, atraindo a atenção de todos que estavam na sala.

_Bom dia pra todos vocês - eu disse, dando o meu melhor sorriso - Oi mãe, oi pai. Eu estava com saudades. Oi Susan - eu disse, encarando a fotógrafa - Ainda não te paguei um almoço, cunhadinha, me lembre disso depois - eu disse. Afinal, ela havia me livrado da Nita. Segundo Shauna, ela e Caleb estavam namorando.

_Tris, que surpresa agradável - minha mãe disse, sorrindo - Você sumiu.

_É, eu estava doente. Acho que fiquei muito ansiosa nos últimos dias e minha resistência baixou. Resolvi me enfurnar em casa até melhorar - eu disse, dando um sorriso mega fofo pra ela - Bem, se eu ficar mais um dia em casa comendo chocolate e assistindo filme, eu não vou entrar nas minhas roupas, nem no meu vestido de noiva, então, resolvi vir trabalhar.

_Como está o Tobias? - eu pai perguntou, aproveitando a menção do meu casamento.

_Ótimo - eu respondi - Mas a culpa de eu ter me empanturrado de chocolate nos últimos dias, é dele. - O que era verdade. Na semana que eu havia passado em casa, ele havia me levado chocolate todos os dias. Ele dizia que era para me alegrar um pouquinho. Embora ele não soubesse que eu sempre ficava mais feliz quando ele chegava são e salvo em casa.

_Ele realmente é um amor - minha mãe disse. Minha mãe amava Tobias, desde antes de conhece-lo. Ela havia decidido que ele era um príncipe encantado meses atrás, quando ele havia me dado um lindo colar de presente. No dia em que eu o havia apresentado como meu namorado. Naquela época nós nem nos conhecíamos direito. Ele era apenas o cara gostoso que ia me ajudar na disputa pela empresa. Me parecia à décadas atrás. - Aí, a gente não pode nem tocar no nome dele que você se distrai.

Eu comecei a rir. Pior que era verdade. Eu me distraia muito fácil quando o assunto era ele.

_Você não devia estar preparando o seu casamento? - meu pai perguntou - Faltam apenas três meses.

_Eu até que devia - eu disse - Mas Shauna foi ao médico e ela me proibiu de decidir qualquer coisa que fosse sem a presença dela. Então, enquanto ela cuida da saúde dela e da minha afilhada, - eu fiz questão de enfatizar que eu seria a madrinha do bebê de Shauna - eu vim alegrar a manhã de vocês, com a minha presença - ou melhor, infernizar a manhã de vocês, eu corrigi mentalmente.

_Então, vamos voltar para a campanha. É bom que você nos ajuda com a nova campanha, e dá sua opinião como modelo e agora, estilista - meu pai disse - Depois a gente conversa mais.

_Ah, e eu definitivamente vou querer ir nas provas do vestido - minha mãe praticamente bateu palmas - Ficou muito lindo, Tris. Você se superou, de verdade.

Eu agradeci. Eles colocaram as fotos da campanha na mesa. Era tudo em preto e amarelo. Eu peguei uma cadeira e me sentei entre minha mãe e Susan. Dei uma olhada nas fotos das campanhas, cujo a estilista era a bendita Cindy Anderson. A coisa era horrorosa.

_A Prior’s & Co está organizando o Bee Festival ou alguma coisa assim? - eu perguntei, fazendo de conta que não sabia que a estilista estava na mesa. Peguei uma das fotos na mão - Susan, você é uma ótima fotógrafa, mas isso aqui nem você conseguiu salvar. Que coisa deplorável. Vocês vão usar isso na campanha “Salvem as Abelhas”? - eu continuei, fazendo uma aspas com os dedos. Susan segurou a risada. Meus pais se entreolharam.

Pela cara deles, eles não haviam gostado também, mas não falariam dessa forma. Eu só havia adiantado o processo.

_Hã… Tris - minha mãe chamou.

_Sim - eu respondi, dando uma passada no restante do material. Nada que prestasse. Como eles tinham tido coragem de fotografar uma coisa dessas, eu não tinha noção. Eu fiz uma cara de nojo para as fotos.

_Nós estamos organizando uma campanha… onde os estilistas nos surpreendem. Eles pensam e produzem uma campanha, e depois apresentam o projeto pra nós. Achamos que é uma forma de incentivar a criatividade dos nossos estilistas e um modo de trazer coisas diferentes para o mercado. É uma coisa rotativa, e conseguimos dar mais oportunidades para novos talentos. Cindy usou uma… inspiração diferente.

_Sinceramente? Não está resolvendo. Avisem a tal Cindy que isso é ridículo, e que ninguém gostaria de andar por ai parecendo uma abelha - eu dei de ombros. Eu sabia que estava sendo malvada, mas o negócio era realmente feio. E eu ainda tinha que dar um jeito de me vingar das duas modelos que também estavam espalhando coisas por aí. - Ah, e tem mais… essas modelos - eu apontei, nas fotos, para as outras duas fofoqueiras - Não sei não… Não gostei. Ficou parecendo meio mecanizado, como se nós fossemos uma grife de Abelhas Robôs, ou alguma coisa assim. Péssimo. Horrível. Essas duas deviam ser proibidas de se intitularem modelos. Elas não sabem nem como olhar para a câmera.

As duas modelos e a estilista baixaram a cabeça. As outras modelos e Susan se entreolhavam.

_Tris… - Minha mãe tentou falar, mas eu interrompi.

_Sério, se vocês forem levar essas breguices adiante, me avisem, e esperem eu me casar com Tobias. Ai eu mudo o sobrenome para Eaton e ninguém vai poder me associar com o sobrenome Prior - eu disse, dramatizando mais ainda - Essa Bee Campanha vai jogar o nosso nome no buraco. Na lama, literalmente. Eu nunca aprovaria um projeto desses. Eu não estou preparada para ver o nome da Prior's no lixo.

Eu sabia que depois, meu pai ia me fazer um sermão de meia hora depois, falando que eu, caso fosse a presidente da empresa no futuro, nunca poderia falar dessa forma. Que era falta de ética profissional e blá blá blá. Pra azar dele, eu considerava calúnia falta de ética também, e eu nunca foi o tipo de pessoa que aguenta as coisas calada.

O clima ficou pesado na sala. Susan ficava olhando de mim para o resto das pessoas.

_Eu… acho que vamos ter que rever a campanha - meu pai falou, parecendo um pouco desconcertado. Ele não olhava fixamente pra ninguém, diferente de mim, que encarava um de cada vez com um sorriso no rosto.

Ele e minha mãe pediram licença por um instante, se levantara e deixaram a sala. Susan se levantou pra pegar um copo d’água. Fiquei eu e as três na mesa. Olhei pra elas. As outras modelos prenderam a respiração.

_E da próxima vez que vocês ousarem inventar alguma coisa e colocarem o nome do meu noivo no meio, eu vou tomar providencias para que vocês não arranjem emprego nunca mais, eu fui clara? - eu perguntei. Elas não me responderam, mas eu sabia que o recado estava dado. Elas não arriscariam a ter o nome manchado na indústria da moda. Uma declaração que eu desse, pararia em rede nacional, e a vida profissional delas estaria acabada. - Vocês mexeram com a pessoa errada. Tomem muito cuidado com o que vocês vão falar daqui pra frente, e não se esqueçam que eu tenho olhos e ouvidos em todos os lugares nesse mundo. E não se esqueçam de quem eu sou.

O silêncio pesado continuou. Elas sabiam que eu sabia das mentiras, e eu sabia que não precisava falar mais nada. Eu bem que podia acabar com a carreira delas, mas elas não precisavam da minha ajuda pra isso.

_E se eu fosse vocês - eu disse, olhando para as outras - Eu tomava cuidado com as companhias. Têm pessoas que é melhor manter distância - o meu recado tinha sido dado.

Levantei da cadeira e gritei um tchau para Susan. Ela me respondeu e eu saí porta a fora. Eu sabia que o projeto delas não ia pra frente, e sabia que nem uma palavra mais seria dita.

_Tris… - meu pai começou, assim que eu passei pela porta. Ele e minha mãe estavam em um canto, ao lado do bebedouro. Eu parei - Você por acaso enlouqueceu? Se essas meninas saírem espalhando que foram tratadas mal dentro da Prior’s & Co…

_Elas não vão falar nada - eu dei um sorriso - Meu recado já foi dado. Se abrirem o bico, acabo com a carreira. Das três. E elas sabem muito bem o porque. Ninguém fala do meu noivo e sai impune. E isso vale pra qualquer um - eu continuei andando. Eu não tinha mais o que fazer ali. Eu não sabia se os meus pais sabiam ou não das fofocas, mas eles com certeza dariam um jeito de descobrir o que tinha acontecido.

Eu até podia me candidatar para desenhar uma coleção, mas eu tinha muita coisa pra resolver do meu casamento, e eu queria aproveitar esse momento, afinal, eu tinha impressão que casaria só uma vez durante a vida.

Minha mãe me acompanhou.

_Tris, eu sei que você está ansiosa com o casamento, e também está nervosa com alguma coisa que aconteceu aqui... e sei que dá um friozinho na barriga nesses meses antes… Eu e seu pai estávamos conversando e… Você tem certeza que quer se casar agora? Digo, você é nova, vocês dois estão juntos não faz nem um ano. Casamento não é fácil. Eu adoro o Tobias, e acho que você não podia estar com alguém melhor, mas você tem certeza? Não está se casando só porque está encantada com ele?

Ela com certeza tinha escutado boatos de traição.

_Mãe… eu amo o Tobias. Mais do que eu já amei alguém na vida - eu disse. Eu entendia ela e tal, mas eu não mudaria de ideia - Eu vou me casar com ele daqui a três meses. Nós já moramos juntos, já dividimos tudo… Ele me conhece melhor do que ninguém. Eu vou casar. Ele é a outra metade de mim.

Ela sorriu, parecendo estar um pouco mais aliviada, afinal, o dever de mãe dela estava cumprido. Ela tinha tido a conversa do “você tem certeza que é isso que você quer pra sua vida?”. Minha mãe amava o Tobias, ela estava feliz por eu ter certeza que era com ele que queria ficar pro resto da vida.

Quando passei pela porta, fui surpreendida pelo número de câmeras e microfones apontados pra mim. A notícia de que eu finalmente tinha aparecido devia ter circulado. Segurei a vontade de suspirar.

_Tris, é verdade que seu noivado acabou? - um repórter perguntou.

_Vocês terminaram de forma amigável? - outra pergunta.

_A história de que ele te traiu é verdade - um outro perguntou, e eu suspirei

Mais um monte dessas perguntas chegaram aos meus ouvidos. Eu estava cercada e sabia que nunca ia conseguir sair dali se eu não falasse nada.

_Não sei da onde vocês tiram essas notícias. Meu noivado continua de pé, e nós nos casamos daqui a três meses - Eu declarei, tentando conseguir passar pelo grande número de pessoas que estavam em volta. - Sobre a traição, invenção de pessoas invejosas, desocupadas e mal amadas. O assunto já está resolvido internamente. Já sei quem são e já tirei satisfações.

Estava claro pra todos que a mentira tinha perna curta.

_Tris essas semanas que você não apareceu, é verdade que você estava numa clinica de reabilitação? - eu quase ri. Eu nunca tinha ido pra uma clínica nem na época em que frequentava baladas de segunda a segunda, imagina agora que estava com Tobias.

_Eu estava em casa, me recuperando de uma gripe forte - eu respondi, avançando mais um pouco. Eu estava com a sensação que nunca conseguiria sair dali e chegar ao carro. Forcei minha passagem, até me me aproximar do carro.

Eu quase parei de andar, tamanho o susto. Tobias estava encostado no meu carro, com um lindo buquê de flores brancas enorme nas mãos. Ele sorriu pra mim. Ele usava uma calça jeans, a camisa com as mangas dobradas ate o cotovelo. Ele estava sem gravata e usava óculos de sol. O pensamento que passou pela minha cabeça foi que os repórteres tinham ganhado o dia, e que ele não podia estar mais lindo.

Eu me aproximei dele. Ele me beijou delicadamente, fez um carinho no meu rosto e depois me entregou o buquê. O barulho contínuo dos flashes continuava.

_Vim saber se você topa almoçar comigo - ele perguntou logo em seguida. O batalhão das câmeras e microfones estavam mais próximos que eu gostaria. Ele deu o meu sorriso favorito. Eu sorri de volta. Era impossível olhar pra ele e não sorrir.

_Com toda certeza - eu disse, abraçando ele. Ele me deu um beijo na testa.

_Eu pensei em algo especial - ele sussurrou no meu ouvido - Um lugar especial - ele piscou pra mim, fazendo o meu coração disparar.

Entreguei a chave do carro pra ele. Eu não estava afim de dirigir e ele parecia não se importar. Sem contar que eu não sabia onde ele queria ir almoçar. Tobias ainda deu um tchau para as câmeras, antes de entrar no carro, dar partida e pegar um caminho que eu não conhecia.

Minutos depois ele parou em um restaurante de comida italiana, desceu rapidamente, e voltou para o carro com o nosso almoço. Nós dois sobrevivíamos a base de comida italiana. Macarrão, lasanha e pizza eram sagrados na nossa relação.

_Você já tinha tudo planejado - eu disse, em tom de acusação, mas dando um sorriso pra ele.

_Claro, liguei encomendando a comida e depois pedi pro Zeke me deixar na Prior’s. Não sei se você sabe, mas o seu repentino aparecimento gerou um grande reboliço na mídia, então, não foi difícil te encontrar.

_Ah, eu to sabendo… Parece que até pra clínica de recuperação eu fui - eu disse, suspirando. Cheirei as flores em seguida.

_Zeke disse que eu devia ir pra uma clínica de reabilitação. Segundo ele, eu estou viciado em Tris. Eu disse que não voltaria pra Eaton's hoje, e ele acha realmente que eu estou ficando maluco. Afinal, eu nunca larguei o expediente no meio, antes de você, e agora, tem dias que eu não apareço, dias que eu chego atrasado, dias que blá blá blá...

Eu ri antes de responder.

_Zeke sendo o Zeke de sempre. Eu estava até estranhando ele sendo bonzinho comigo nos últimos dias... Bem parece que acabou a bondade dele - eu pensei por um segundo - Mas lembre ele que nós vamos casar, e diga que vamos passar um ano em lua de mel.

_Ele me interna antes que nós possamos casar - ele respondeu. Eu cheirei as flores de novo. Era um cheiro muito bom.

_Gostei do cheiro - Tobias disse, enquanto virava em uma avenida não muito movimentada - Me lembrou de você.

_Eu amo você, sabia? - eu perguntei. Ele me fitou com seus olhos azuis e depois sorriu. Eu devia estar acostumada já, mas meu coração disparou, como sempre fazia quando ele sorria desse jeito pra mim.

_Eu também amo você.


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Notas finais do capítulo

NO PRÓXIMO #PARQUEDEDIVERSÕES SEM FALTA! HAHAHAHAHA