O Trono de Gelo escrita por DISCWOLRD


Capítulo 23
Verdade entre Amigos


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, espero que prestem atenção, o capitulo é mais explicativo. Esse capitulo é uma reformulação de um capitulo da fic anterior.

OBS: As Osts continuam ai, só fiz editar os links para ficar de acordo com as normas. Só clicar nos nomes OST1, OST2 etc...



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OST 1

Na vila de Sejuani...

Era meia-noite quando todos se dirigiram para seus aposentos. Udyr demorou-se perto do fogo enquanto os demais já haviam se dispersado. A luz da fogueira tremia e dançava sobre o rosto dele, a luz lançava sua sombra a vários metros atrás.

Udyr levantou-se dando mais uma olhada sobre o fogo e se retirou. O ar estava mais frio longe do fogo. O Guardião dos Espíritos andou até os limites da vila, para longe da agitação. Ali ele sentou-se e acendeu uma fogueira. De frente ao fogo e longe de qualquer pessoa, poderia meditar e entrar em contato com o mundo espiritual.

Ele ouviu passos, aguçou os sentidos em busca de movimento. Logo, alguém emergiu da escuridão, e soube imediatamente quem era.

— Sente-se. — Convidou ele — Deixe que a luz do meu fogo esquente. Embora sei que o frio não a incomode. Mas esse corpo ainda sofre os efeitos do inverno

— Guardião dos Espíritos preciso de seus favores. — Disse a outra pessoa enquanto se assentava perto do fogo. Udyr manteve a respiração constante e o rosto calmo, mas detrás dessa máscara imóvel, pode observar com respeito e reverência a outra pessoa.

A luz revelou. O cabelo loiro e o rosto jovem, Ezreal. Mas seus olhos eram mais que os de um garoto, eram olhos profundos e poderosos. Anivia.

— Minha senhora — Comprimento Udyr — em que posso ajuda-la.

— Sei que já tenha ciência sobre a atual situação.

Udyr manteve imóvel, mas atento.

— A Bruxa do Gelo não permitirá que seu erro aconteça novamente e preparará ardis com destreza. Preciso que faça algo. Freljord depende disso. Você não irá para guerra com Sejuani, mas tratará de outro assunto.

Ela começou a contar, dizendo com ênfase cada fato. Udyr ficou sentado perfeitamente imóvel, escutando atentamente. Dentro das chamas, uma tora quebrou lançando fagulhas para cima. Udyr ponderou sobre os eventos recentes e observando sua sombra agitar-se no mesmo ritmo do fogo.

— Se eles não me escutarem?

— Escutarão, você irá em meu nome. Partirá do nascer do sol, deve leva-los até Howling Abyss dentro de dois dias. O furto dessa guerra depende de seu sucesso.

— Então assim farei. Mas enquanto a senhora?

— Devo levar esse garoto até o meu templo para o rito. Mas antes, ele deve encontrar o seu tio.

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OST 2

“Desde o alvorecer dos tempos, as forças da escuridão e da luz permanecem presas em um conflito eterno....

Capítulo 2. O livro da Ordem”

Kayle levantou-se da cadeira fechando o pesado livro, e vagueou por salas e corredores desertos do Palácio Celeste, ouvindo seus passos ecoarem nas superfícies polidas de mármore. Cada espaço abria para outro maior e ainda mais imponente. Arcos pontiagudos, abobados ou cúpulas de vidro erguendo-se muito acima de sua cabeça, colunas de mármore subindo por centenas de metros e luzes incidindo nos vastos salões através de janelas ogivais e cristalinas.

Quando havia anjos presentes, sua música ressoava pelos salões, harmonizando com perfeição luzes e acordes. Mas devido aos conflitos os salões celestiais agora estavam vazios. O paraíso estava dividido.

Famílias guerreavam por seus ideais, Kayle defendia aqueles que se intitularam como representantes da perfeita ordem e justiça lutando para unir a raça sobre suas leis em um forte governo centralizado. Mas Morgana se rebelou, ela uniu seus iguais contra a tirania da família do novo governo, ela não poderia permitir que sacrificassem a liberdade e a individualidade, pela falsa eficácia de um governo totalitário. Banida da sociedade a que ela pertencia, Morgana se viu na necessidade de obter poder para ir contra sua poderosa irmã. Sem alternativas, tornou-se mestra das artes negras. As batalhas foram inevitáveis, agora frente a frente, elas estavam dispostas a resolver as suas diferenças.

— KAYLE!

OST 3

Ela rapidamente girou na direção da voz.

De pé sob o grande salão, a silhueta altiva de Morgana ocultava-se parcialmente nas sombras. Sua irmã. Ela andou em sua direção e abriu suas asas, antigamente eleitas como as mais lindas do paraíso, agora débeis como sinal de sua exposição às artes negras.

— Pare com essa loucura, Morgana, já não basta o estrago feito?

— Porque, querida irmã?

Era escarnio que Kayle notara em sua voz.

— Irmã! — rosnou Kayle — as leis do paraíso, devem ser absolutas! Deveríamos estar unidas. Levar nossa raça a uma realidade superior. Porque você se coloca contra nós?

Os olhos de Morgana se encheram de ódio e nojo

— Nossas leis são obtusas! — Respondeu com todo ar de seus pulmões

— Você se envolveu com os poderes do vazio, se corrompeu para lutar contra nossos iguais. — Rosnou Kayle

Morgana se aproximou dela.

— Eu sou culpada sim, Irmã! — bufou de raiva — Culpada por fazer justiça! Enquanto você se esconde atrás de suas obtusas leis!

Kayle sacou sua espada.

— SILÊNCIO! — rosnou ela — Se não escuta a voz da razão. Então farei com que pague por suas transgressões.

Morgana não esperou ser atacada.

Ergueu sua mão e uma sensação poderosa atravessou-lhe o braço. De sua mão, irrompeu uma luz forte negra. A magia espiralou até que se concentrasse em uma esfera negra pulsante que foi lançada contra kayle, ela se desviou e a energia explodiu na parede levando fragmentos de pedra e poeira pelo salão. Ela lançou-se em contra-ataque se projetando para fora da cortina de poeira, reuniu força sobre a mão e ergueu a espada sobre sua cabeça que sibilou e reluziu uma luz quase ofuscante. A luz se concentrou ao longo da lâmina; um raio de puro poder luminoso. Runas apareceram por toda sua extensão e a espada inflou em chamas.

A lâmina rasgou o ar em direção do pescoço de Morgana. Esta conjurou outro feitiço. Separou as pernas e respirou fundo, abriu bem os braços e um domo de energia negra envolveu-a. O domo cresceu, se expandindo até que a protegesse por completo. Kayle desceu a espada contra o escudo mágico. O choque do impacto estilhaçou o vidro da cúpula acima com uma chuva de vidro sobre as duas. A proteção de desfez. Kayle girou a espada e ela passou a poucos centímetros da garganta de Morgana produzindo uma lufada de ar quente.

Mas o contra-ataque foi rápido. Morgana afastou-se socando o ar com as asas, concentrou sua magia, com as mãos sobre o chão. Uma poça negra borbulhante como piche se formou. O líquido viscoso puxou Kayle para dentro. Ela se debateu aos gritou, mas com mais força ela foi puxada para o fundo. Horrendos e disformes tentáculos negros a traziam para dentro.

A poça explodiu e Kayle ergue-se dela em direção aos céus, voando para além do teto abobado, Morgana praguejou. Ela inflou suas asas socando o ar e alçando voou, seguindo sua irmã. As duas lutaram, trocando golpes pairando sobre o grande Palácio Celestial. Kayle voou em rasante e a espada passou a poucos centímetros de Morgana, esta lançou esperas negras contra Kayle. As magias explodiram sobre o teto.

— Da noite que cai em total escuridão. Transborde, morada do caos e da loucura. Escravize as almas de meus inimigos em sofrimento eterno... Grilhões da Alma!

Uma áurea negra se forma em torno de Morgana e correntes de energia negra se lançam contra Kayle. Com um movimento ela as bloqueou. Assim a luta prosseguiu por algumas horas em total equilíbrio. Anunciando um conflito que se estenderia por séculos.

O local estava em ruínas, ofegantes, Morgana se apoiava com um dos joelhos no chão e Kayle usava a espada como escora.

— Você não pode me julgar! — Disse Morgana, a raiva transbordava em seu rosto — Essa não é a verdadeira justiça para o nosso povo! — Ela se levantou — Mas se nossas "preciosas" leis serão mantidas, então, eu não sou mais seu igual. Não serei mais sua irmã, Kayle.

Kayle tirou sua espada do chão e apontou a lâmina contra Morgana em um sinal de desafio

— Que assim seja!

Morgana voou lançando-se além do salão destruído para longe do seu lar, do Paraíso Celestial, para longe de sua irmã, para o lar dos mortais.

OST 4

Kayle alisou as têmporas para dissolver as lembranças. Mesmo depois de séculos a batalha com sua irmã sempre lhe vinha à mente como um filme em uma eterna reprise. Ela um dia iria decidir o destino de sua raça com sua consanguínea, havia deixado o seu povo para caçá-la, foi isso que prometeu. Levar a justiça aos ilícitos. Mas esse não era o momento, teria que tratar de um assunto que transcendia aos seus objetivos pessoais até os de sua raça. Um assunto que deveria ser colocado em pauta, que decidiria o destino de toda Runeterra.

— Bem vindos — disse Lee sin — é bom ver que aceitaram minha oferta. Garen e Katarina.

Ambos sentaram-se sobre a mesa na companhia dos demais.

— Kayle e Leona, estes são Garen e Katarina. — Disse o monge

Então Garen e Katarina voltaram-se para os três. Os dois recusaram a comida e a bebida, aceitando apenas um pouco de água. Katarina avaliou o local e a situação. Como o seu pai sempre dizia: “Se estiver num território desconhecido, familiarize-se com ele antes de abrir a boca. Dez segundos de observação podem salvar a sua vida”. Ela olhou em volta estudando o local, estudando cada detalhe. Analisou as expressões dos três e catalogou mentalmente todas as rotas de fugas e de defesas que poderia usar.

A noxiana assentiu e Garen puxou uma pequena bolsa de couro colocou-a sobre a mesa e retirou a runa. Leona e Kayle mexeram-se desconfortavelmente em seus assentos.

— Viemos pela verdade — disse ele mostrando a runa — quero ouvir exatamente o que sabe sobre este negócio, porque Swain precisar tanto dele e o que tem de tão importante para ameaçar Runeterra.

— Isso depende do quanto você valoriza seu passado e a verdade. — Disse Leona

— São palavras vazias — rebateu Katarina — Seja mais clara!

— Infelizmente, assim como ambos, eu também vim por respostas.

— Então vocês terão respostas — Disse Kayle — Para fazer isso, precisa-se conhecer algo da história do nosso mundo e receio que a história seja algo que todos nós estamos perdendo.

— Tenho conhecimento sobre o passado de nosso mundo — Disse Garen — O que está tentando dizer?

— Com todo o respeito, a maioria do que vocês pensam saber, o que acreditam ser verdade, é apenas um apanhado de uma parte da verdade. — Explicou Lee sin — A ordem dos monges se dedicou a compreender o verdadeiro curso dos eventos que nos trouxe a esta... atual situação.

— Me permita Lee sin —Pediu Kayle

Ela começou a contar, narrando com ênfase cada fato importante da história do mundo. Os demais ficaram sentados perfeitamente imóveis, absorvendo os fatos. Por vezes engelhavam a testa em alguma informação mais difícil de digerir. A noite avançava, a rua, antes movimentada, agora jazia no silêncio da madrugada. A taberna estava quase vazia, a exceção de um cliente bêbado demais para se levantar, e um homem que conversava com o taberneiro. A música, tocada pelo bardo, havia se encerrado. Garen recontou-se na cadeira e aliviou o peso dos ombros.

— Mas ainda não sabemos nada de relevante — Disse Katarina depois de um tempo.

— Eu não vim aqui para ter aula de história — Queixou-se Garen — Se nada de importante será dito, então terminamos por aqui...

— Entraremos no que é fundamental. Se eu disser que Noxus e Demacia têm mais em comum do que imaginam — Sorriu Kayle

— O quê?

OST 4

— Antes dos conflitos de Demcia e Noxus, existia uma grande cidade chamada Shurima. A maior cidade que já existiu sobre runeterra junto com Freljord. Ambas cidades detinham alianças e mantiveram-se como os centros da civilização dos mortais. Shurima foi um império com um forte poder militar e um poderoso imperador. Era um local de uma cultura próspera, arte, música, literatura, comércio, tecnologia e magias. Por muito tempo, Shurima foi o auge da civilização, e só poderia continuar a prosperar. Mas o pior aconteceu depois do fim da dinastia Azir, a cidade caiu sobre o “Evento dos invocadores”. Devo ressaltar que antes do fim da cidade, havia dois grupos rivais, aqueles que apoiavam a dinastia Azir e aqueles que apoiavam a nova ordem dos feiticeiros.

— E o que isso tem haver conosco e com essa Runaterra? — Perguntou Garen

Kayle sorriu já premeditando a reação da noxiana e do demaciano com os fatos seguintes

— Com o fim de Shurima, os sobreviventes se espalharam pelo mundo. Formando vilas e depois cidades. Com o tempo ouve inimizades, novas e diferentes alianças frequentemente levavam a conflitos. Mas a terra era grande o suficiente para que todos vivessem em harmonia, de certa maneira.

— Mas a história da humanidade sempre leva a conflito. — Disse Lee sin

— O grupo de sobreviventes que apoiavam os feiticeiros da nova ordem como Xerath, se assentaram nos estepes do sul, uma área conhecida como planície negra. A cultura deles era primeiramente nômade apesar de terem alguns poucos assentamentos fixos como Hagath e Siron. Um grupo de honoráveis guerreiros governava a região. Estes homens sempre protegeram suas terras dos invasores, infelizmente, a grande habilidade em batalha e a tenacidade desse povo foram mal interpretadas pelos outros que os consideravam sanguinários e territorialistas. Mas eles não tiveram escolhas, suas terras não eram tão férteis para o plantio, logo acenderam da única forma que podiam, pela força. Então no segundo século a grande cidade tomou para si o nome de seu antigo fundador. Noxus.

Katarina não disse nada, mas sua testa ligeiramente franzida, como se as informações fossem difíceis demais para digerir. Eram informações que iam de encontro ao que tinha aprendido.

— Nesse mesmo período. Outro grupo de sobreviventes foram mais ao norte, aos quais apoiavam a dinastia Azir e inimigos do grupo dos magos que fundaram Noxus. Estes homens eram guerreiros que foram liderados por um homem chamado Akaram. Ele os ensinou tudo sobre o "caminho do herói", um código de conduta e modo de vida de um verdadeiro guerreiro. Criando uma ordem chamada Demacia. Os guerreiros tomaram aprendizes e os ensinaram, e estes aprendizes ensinaram aos seus filhos. Assim a ordem cresceu de geração em geração. A ordem de Demacia assentou-se ao norte, nas terras férteis junto ao pântano de Kaladoun. Demacia ofereceu a outras tribos e cidades menores das proximidades a possibilidade de integrar-se a sua cidade. Logo Demacia cresceu imponente.

Garen pareceu cético

— Você brinca conosco. Não é assim que a história nos conta.

— É um fato. Os primeiros imigrantes chegaram de Shurima, estavam sozinhos ou em pequenos grupos. Pioneiros procurando novas fronteiras. Apenas conto a verdade — Respondeu Kayle — Tanto Demacia como Noxus não mostrariam um passado em comum com seus inimigos. Então elas se esforçaram em apagar cada traço do passado. E reforçar a visão de uma cidade perfeita. Em Demcaia Somente com a chegada de Jarvan I ao poder, a verdade estava sendo buscada. Noxus e Demacia tornaram-se as mais poderosas em relação às outras cidades e um sentimento de temor e ódio entre as duas se gerou. Logo os tambores da guerra trovejaram e as duas nações se colocaram uma contra a outra em um confronto já premeditado. Por fim, novas cidades nasceram, Piltover, Zaun, Ionia e assim por diante. Todas com suas próprias histórias.

Kayle deu um sorriso cansado. Garen e Katarina ficaram calados processando as informações passadas. Tinham os rostos imóveis como granito.

— É engraçado pensar que Demacianos e Noxianos que tanto se odeiam, tenha um passado em comum.

— Sabemos sobre Noxus e Demcia. — Disse Leona — Uma informação importante, mas o que isso tem haver com a runa?

Kayle fitou a runa por um instante, os olhos vagos e distantes.

— Creio que todos aqui sabem o que é o vazio ou Void como queiram chamar?

Lee sin fez que sim com a cabeça

— O vazio, Para alguns, é conhecido como o lado de fora, para outros, como o desconhecido. Para a maioria, no entanto, ele se chama vazio (void). Mas tem algo em comum, todos os temem. É um local atemporal habitado por diversas entidades aparentemente inteligentes que por razões além da compreensão humana, possuem atração e ódio ao nosso mundo.

Todos escutaram perfeitamente em silêncio. Garen tentou analisar todos os ângulos dos fatos, sabendo que teria de tomar uma decisão no final. Katarina ponderou e analisou tudo dito até então, evitando mostrar qualquer reação. Lee sin estava imóvel, mas compenetrado, seus ouvidos capitando cada palavra e sua mente organizando os fatos em uma sequência lógica.

OST 5

Kayle assentiu

— Em tempos imemoriais, existia uma grande força chamada, Ataliun. Mas essa força se dividiu em duas forças, Ordem e o Caos. Por eras, ambas mantiveram-se em equilíbrio chamado de Dioveratu. Dioveratu é o nome que se dá a o equilíbrio perfeito entre o mal e o bem. A ordem se firmou no alto céu, fundando a cidade dos anjos. Onde a harmonia e o equilíbrio se estendem ao infinito. O caos formou o vazio, o void, em oposição à cidade dos anjos. Neste local, as forças negras se formaram. No meio desses dois reinos, formou-se, Valoran onde seus habitantes herdaram o Dioveratu, eles são meio bons e meio maus.

— Prossiga — Pediu Leona

— Desde o alvorecer dos tempos, as forças da escuridão e da luz permanecem presas em um conflito eterno. As batalhas atravessaram os séculos. Todas as vezes que os anjos venceram a escuridão, ela retornava para uma nova batalha; e mesmo assim, todas às vezes os guardiões da ordem clamaram ter obtido a vitória definitiva. O conflito eterno e, como tal, um impasse. Ataques de um lado seria pago por um contra-ataque. Porém...

— Porém?

Kayle disse colocando suas mãos sobre a mesa e sustentando olhar de cada um deles.

— Porém tudo mudou, quando os mortais buscaram o conhecimento proibido e com isso, lançaram seu destino fazendo parte na luta eterna entre o bem e o mal. Lembram-se quando eu citei o “Evento dos Invocadores”? No antigo império de Shurima, os ignóbeis invocadores aprenderam a convocar seres do Vazio. Com o tempo, visando o ganho de poder, a invocação desses seres tornou-se um ato comum. Mas os humanos eram tolos e ingênuos, enganados pela falsa sensação de poder, eles davam confiança a essas criaturas. Com o tempo, os demônios maiores e mais poderosos do vazio adentraram no mundo mortal de tal forma que os humanos não conseguiam mais subjuga-los ou controla-los. Então, o Void passou a dominar e devastar o continente de Runeterra. Cidades foram destruídas. Esse evento levou ao fim de Shurima. Contudo, as raças de Runeterra, humanos, meio-humanos e yordles, se juntaram aos anjos. Juntos eles lutaram contra as forças do caos, o Void. Liderados pelo herói Andurill, sua força fez deles uma força indômita na defesa da luz e da bondade. Andurill liderou a resistência em uma força implacável, as raças lutaram lado a lado contra as forças do vazio.

Kayle tomou uma pequena nota.

— O que os livros de estudo contam, não será recordado aqui. Pois é uma longa história, cheia de feitos grandiosos e terríveis.

Ela arfou o peito e declamou o escrito com entonação e drama

"Por 7 noite e 7 dias lutamos, dezenas de vidas perdidas. Para defender nosso posto e avançar mais para dentro do campo inimigo, lutamos 4 dias. Lançando mãos de flechas e feitiços. No terceiro dia, os cadáveres de meus amigos estavam espalhados pelo chão misturado a lama e sangue....

...A luta nunca cessa....

Podemos ver em meio aos destroços, cadáveres banhando em um dilúvio de sangue...

... Posso ouvir os gritos de um pequeno yordle chorando por seu companheiro...

...No quarto dia, já não ouso mais nada. O yordle estava em silêncio, provavelmente morto. O campo já não se mede por metros mais por corpos. Podemos ouvir gritos e gemidos em todos os locais. Os animais fugiram para longe, só nós resistimos aqui...

... No sexto dia, Eles tomaram a ponte e dizimaram nossas defesas... Estamos em menor numero agora... Já não durmo e não como. Pois a ração já acabou. Protegemos os portões. Mas não vamos conseguir segura-los por muito tempo... O devorador está com eles, Cho´gath os lidera... O chão treme... Podemos ouvi-los chegando, se aproximando de onde estamos...

...Não podemos sair, uma sombra se move no escuro...

...Não podemos sair...

...Eles marcham...

...Eles chegaram aos portões, eles estão batendo nele...

Thum....Thum...Thum...

...Eles estão vindo...

Thum....Thum...Thum...

Todos os animais fugiram para longe, mas apenas nós resistimos...

...Como prometido, no sétimo dia, quando toda a esperança tinha acabado. Do céu cinza-escuro, eu o vi chegando. Andurill, ele desceu dos céus com suas asas, levantou sua espada, e sua voz era remota, mas clara, gritando: "não temam!"”

Kayle ficou quieta por um instante processando o que iria dizer.

– Andurill, o herói que liderou a todos, mandando as criaturas de volta ao vazio. Para impedir seu retorno, ele selou o portal em troca de sua vida. Sua alma foi dividida em quatro partes, as runas. Marca, selo, Glinfo e Quintessência. Essas runas são a chave. Elas foram divididas em quatro partes e espalhadas pelo mundo. Quando reunidas elas liberam o poder do Cristal Nexos. Mas para que as runas liberem o poder, um feitiço deve ser conjurado. A "Masters" ou pagina de talento, esse pergaminhos possui as palavras que devem ser ditas para o ritual.

Leona estava encostada sobre a cadeira, deixando seu corpo tenso relaxar. Passando um tempo ali, olhando para o teto e repassando tudo em sua mente.

— Mas tudo que devemos fazer é destruir as runas, correto? — Perguntou ela — Por que reuni-las novamente se podemos destruir e acabar com isso de vez.

— Infelizmente, o selo está se enfraquecendo e esse mal, que um dia andou sobre nosso mundo, irá retornar. — Respondeu Kayle — O selo deve ser renovado e para isso; as Runas e a "pagina de talento" devem ser encontradas e conjuntamente com mais uma coisa.

— E seria?

— Falarei isso depois.

Kayle deixou-se relaxar. Suspirou, e passou a mão sobre o rosto.

— Trouxe o que pedi? — Perguntou mantendo o olhar distante.

OST 6

Lee sin assentiu e colocou sobre a mesa uma esfera de cristal de tamanho médio. Kayle empertigou-se para frente, analisando o instrumento.

— Os cristais são substâncias com muita energia e essa energia é ainda mais presente nos objetos esféricos, devido ao seu formato, centralizam os poderes mágicos. Este instrumento é uma bola de cristal, usado por algumas pessoas, para prever acontecimentos do futuro e fatos ocultos do presente. Agora prestem atenção.

— Agora vai ler nossa sorte? — ironizou Katarina

— Meu povo usou esse tipo de instrumento durante milênios. Para algumas pessoas elas mostram o que desejam ver. Mas também revelará fatos que não foram ordenados, e estes são sempre mais estranhos.

Todos se inclinaram sobre a esfera na mesa. Por algum tempo, nada aconteceu. Mas o vidro tremeu e produziu fagulhas de luzes. De repente, o vidro ficou totalmente escuro, como se um buraco se abrisse no mundo da visão, e todos olhassem no vazio. Um único Olho que cresceu lentamente, até cobrir quase toda a extensão do Espelho. Tão terrível era aquela visão que todos ficaram colados, sem poderem falar ou desviar o olhar. A pupila era negra como a noite e profunda como um abismo.

Todos sentiram o mundo se abrindo abaixo de seus pés e suas mentes mergulharam para dentro da esfera. Mergulhando em um local onde criaturas se retorciam e gritavam, onde havia coisas tão terríveis que não conseguiam olhar. Criaturas tão horrendas que não havia palavras hediondas o suficientes para descrevê-las.

— Sei que as Runas são as chaves. Elas nós libertarão. Quando isso acontecer. Meus irmãos marcharam pelas terras destroçadas. Devastando o mundo e toda a esperança de resistência.

Um ser ergueu-se a vários metros desenrolando-se em meio à fumaça. Uma gigante besta que abriu a monstruosa boca, fileiras intermináveis de dentes e uma garganta revelava-se como se fosse a entrada para o próprio inferno. Seis membros notáveis, um par de pernas dianteiras conjuntamente com uma longa cauda. Seus olhos refletiam a própria morte. Ela não rugiu como o esperado, não essa criatura, Cho´gath, como era conhecido. Falou e sua voz ecoou como um coral de vozes.

— Nós encontraremos, onde quer que vocês se escondam — Proferiu a besta — Eu represento o fim. Exércitos serão destruídos, reinos arderão em chamas. Nós traremos o fim, então, finalmente, o vazio reinará. Toda a existência será negada. A escuridão reinará como um mal supremo.

A imagem mudou para um cenário apocalíptico. Campos arrasados pelo fogo e por batalhas, milhares de corpos estendidos como um oceano de morte. A imagem alterou novamente, ruínas podiam ser vistas, edificações caiam convertidas em fogo e entulho. A bandeira de Demacia estava sendo queimada pelo fogo e a de Noxus rasgada e ensanguentada.

No horizonte, um exército de monstros marchava destroçando. O céu estava vermelho sangue, e nele, caiam gigantescas bolas de fogo como meteoritos rasgando os céus com chamas incandescentes.

— Toda a vida será negada! — Profetizou a besta — Os céus vão chover fogo, os oceanos irão se tornar-se sangue.

Todos recuaram tremendo voltando ao mundo real quando a visão se desfez. Garen puxou sua enorme espada que assoviou quando foi retirada abruptamente de sua bainha, Katarina levou a mãos sobre o cabo de seus punhais, ela estava pronta para matar e cortar.

— Por séculos, nos permanecemos vigilantes, nós observamos e guardamos pelo retorno do vazio. — Disse Kayle tirando todos do transe — Mas há aqueles que duvidam ou esqueceram. O Inimigo se move outra vez. O poder negro cresce, e estamos sendo duramente perseguidos. Mas com o rápido passar dos anos Valoran se esqueceu dessa batalha. A linhagem dos antigos heróis que batalharam nesse tempo, acabou, o sangue deles se perdeu junto com suas memórias. Então, a guarda sobre os selos adormeceu, e seres escuros se esgueiraram de volta para o nosso mundo.

Ela retirou a piscina de clarividência. A imagem, por um tempo, ficou turva, mas logo essa aparência se desfez até que a superfície da esfera voltasse a sua transparência normal.

— Somente uma coisa junto com as runas pode trazer o vazio novamente e vamos torcer para que isso não aconteça. Assim como Andurill era, conjuntamente com as quatro Runas, somente a alma de um mago da luz pode romper ou renovar o selo e certamente existem pessoas que estão procurando por essa alma dispostas a trazer novamente o Vazio ao nosso mundo.

Garen recuou tremendo, seus olhos se arregalaram, ele deu um passo para trás deixando a cadeira cair. Olhou para Katarina. Uma expressão de terror e revelação invadiu o seu rosto, sentiu como se tivesse sido apunhalado. Ele não parecia conseguir digerir a dimensão daquela revelação de uma só vez.

— Lux... preciso encontrar ela...

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OST 7

Em algum lugar de Freljord...

O ar de morte impregnava o posto avançado.

O lugar já fora um posto militar, mas agora não passava de um lugar fantasma. Ou assim parecia, pois os corpos espalhados pelo chão mostrava que os soldados ainda se encontravam ali... embora já não estivessem vivos.

Os únicos sinais de vida vinham de dois soldados: um deles vasculhava as estruturas. Seja o que tivesse acontecido ali, tinham chegado tarde demais para fazer algo a respeito. Agora era hora de procurar sobreviventes.

Os dois avançaram pelo local até um armazém que tinha o tamanho de um celeiro, os ambos assentiram e um deles abriu as portas. Espalhados aos montes, vários corpos jogados pelo chão.

— Pelos deuses, o que aconteceu aqui? — Disse um deles avançando e evitando de pisar sobre os cadáveres. Ele se abaixou e analisou o estado. Não havia ferimentos, nenhum sinal lesão. — Não tem ferida! — Gritou

— Este aqui também não. — respondeu o amigo analisando outra vitima. Ele virou o corpo de bruços pra cima. O homem caiu para trás embranquecido. Seus olhos se arregalaram e faltou-lhe ar. O corpo não possuía feridas, mas o rosto ainda apresentava marcas de uma morte cruel. A face estava distorcida pela dor e os olhos revirados para cima deixando apenas a pupila branca sem a íris. — O que diabos aconteceu aqui?

A fala dele foi interrompida, por um estridente som de correntes vindo ao fundo. Lentamente ele se virou os puxando a espada. O som foi ficando mais alto.

Os dois soldados fecharam com força as suas mãos sobre suas espadas. Tencionaram o joelho e se preparam para o que estava por vim. Uma corrente saiu do fundo do local e puxou um deles para a escuridão, o pobre homem gritou e se debateu, mas nada pode fazer apenas ser levado pelas correntes, puxado com por uma força inumana.

— Duran! — Gritou o amigo

Do fundo do salão um espectro, envolto numa grande capa preta, um ser esquio cujo o braço ossudo terminava em uma foice cruelmente afiada. Um ser nem vivo nem morto. Seu corpo era nada mais que ossos que ainda se sustentavam o corpo pelo mesmo poder hediondo que o mantinha vivo. A criatura esticou a mão como uma garra. As correntes correram como serpentes no chão e envolveram o sujeito. Ele gritou, mas as correntes o apartaram em um abraço hediondo.

A criatura se aproximou de seu rosto:

— A carne é apenas uma prisão. — Disse Tresh — Já viu a própria alma?

Tresh aproximou sua lanterna. A luz bruxuleante esverdeada iluminou o rosto do humano. O instrumento se abriu e o rosto do soldado se distorceu em pura agonia. Tentou gritar mais não tinha voz. O homem se contorceu como um verme preso no anzol. Uma versão de si espectral proveio de dentro de seus olhos e foi sugada com vivacidade mortal para dentro do lampião. As correntes se afrouxaram e homem caiu sem vida no chão com os olhos virados e o rosto distorcido pela dor.

— O doce som da miséria!

— Já se divertiu o bastante? — Disse uma voz logo atrás

— Estou apenas aumentando minha coleção. — Tresh sorriu virando-se para o jovem perto dele — Malzahar. Eu conheço a verdade dos mortais, todos os caminhos levam a morte. Quaisquer que sejam seus triunfos, quaisquer que sejam suas lutas elas levam a morte. Essa é a verdade!

— Qual o seu problema? — Malzahar ignorou os corpos enquanto se dirigia a saída — Tudo que precisamos é de informações, a dor na medida certa soltará a língua de qualquer homem. Mas você se esquece disso, o ultimo que interrogou no final cuspia sangue e pus e resmungava palavras sem sentidos.

Tresh jogou a cabeça para trás rindo

— Um Passatempo deveras agradável.

— Se continuar assim demoraremos mais em completar a missão. Capturar a garota e conseguir a runa de Gliph.

— Pelo menos será divertido.

— Apresse-se, temos uma maga da luz para capturar.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado, tentarei colocar um novo cap a prox semana. Por favor, comentem!



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