Minho e Thomas arrastavam Alby que estava quase caindo no chão. Desacordei do transe e corri para o corredor do labirinto, não estava mais me importando com as regras. E se pensar por outro lado Alby estava desacordado, então eu estou no comando. Então eu posso muito bem fazer isso.

Troquei de posição com Thomas e vi Winston correndo e trocando com Minho. Eles estavam extremamente horríveis. Mas não era isso que me vinha a cabeça agora, o maldito do Thomas sobreviveu ao labirinto. Sua semelhança a Elisabeth me assustava.

Minha cabeça rodava tentando conter as perguntas. Achei que Minho iria para a Sede dormir ou talvez comer, mas ele se jogou no mato a minha frente. Delicado feito uma mula.

Thomas meio sem jeito e com uma cara meio atordoada sentou em seu lado. Minho tentava falar alguma coisa mas só saiam gemidos ou bufadas de cansaço. Thomas respirava tão profundamente que dava para todos ouvirem.

Chuck apareceu correndo aparentemente tendo acabado de acordar. O menino acabou sendo levado pelo sono no meio da noite. Ele estava tão eufórico que achei que ia sair berrando.

–Thomas! Eu não acredito! Você conseguiu!Eu nunca duvidei que vocês conseguiriam. Eu não acredito que você está vivo! – Chuck falou dando uns pequenos saltinhos fazendo Thomas rir.

–Eu falei pra você Chuck, falei que íamos sair daqui juntos.

Quando Thomas falou essas palavras o rosto de Chuck se fechou em uma cara sombria. Todos olharam para meio estranhos, porque com certeza não era essa a reação que esperávamos.

Alby agora estava deitado no chão desacordado enquanto Jeff e Clint o socorriam, logo eles o levantaram e carregaram ele para dentro.

–Eu... – Minho agora falava ofegante, mas pelo menos falava alguma palavra. – Não tenho... coração pra isso.

Soltei um riso rouco sentando no meio deles.

–Vocês não preferem entrar? Talvez dormir ou comer? – Falei apontando com o polegar para a Sede.

–Newt, Newtinho, eu só quero morrer aqui. – Minho agora se esparramava pelo chão fazendo todos rirem.

–Levanta logo dai cara.- Disse cutucando ele. – É melhor você descansar. Vocês dois – Apontei pra Thomas. – Vocês tem muito o que me falar.

Minho soltou um resmungo e sentou.

–Isso você tem razão cabeça de Mértila.

Por alguma razão Minho me ouviu e levantou indo em direção a Sede mas Thomas continuou sentado me encarando.

–Não acha melhor descasar também?

–Eu preciso falar com você Newt. E não pode esperar.

~*~

–Eu descobri uma coisa cara. Não sei se vocês já tinha ideias, mas eu descobri uma coisa. – Thomas disse sentando no chão da Casa dos Mapas.

–Continue.

–Eu matei um verdugo e eu joguei ele no penhasco e ele simplesmente sumiu, do nada.

Sinceramente não sei porque eu me surpreendo.

–Nós já sabíamos disso, Elisabeth tinha descoberto quando fez a mesma loucura que você. – Disse coçando o queixo.

–Mas ai vem a minha ideia. Eu vim algumas vezes pra cá para estudar os mapas quando eu pensei em uma coisa. Quando eu estava no labirinto eu vi uma placa, onde estava escrito “Catástrofe e Ruína Universal: Experimento Letal”, e se tudo isso for um experimento Newt? Um teste?

Sua colocação era interessante, mas a pergunta era porquê?

–Quando eu matei o Vergudo um deles fugiu e desceu o penhasco e também desapareceu. Isso significa que eles vem de lá.

E essa era a chave que faltava. Então Beth estava certa. Mas então é de lá que os controles dos Verdugos são enviados? Não vai ser fácil passar por lá. Nem um pouco fácil.

–É só uma suposição. – Thomas agora já estava de pé.

–Ela está certa. – Eu encarava a parede na minha frente inerte em meus pensamentos. – Vamos sair daqui Tommy. Vamos sair. Mas agora, preciso falar com Minho.

Corri até a Sede procurando algum sinal de Minho. Ele estava sentado em uma rede comendo um sanduiche que Caçarola tinha preparado.

–Acho melhor você me contar tudo seu pedaço de Plong.

–Realmente, tenho muito o que falar. – Agora ele havia abandonado a cara brincalhona e estava sério.- Típico Minho.

Respirei profundamente me preparando para o que estava por vir.

–Comece.

–Alby foi picado. Quando fomos ver o penhasco um Verdugo apareceu do nada e picou ele. Eu lutei um pouco com ele e me machuquei um pouco, mas ainda conseguia levar Alby. Eu devo ter perdido muito tempo com o Verdugo porque quando chegamos perto da Clareira as portas já estavam se fechando. Cara, acho que todo meu corpo se arrepiou quando eu vi as portas se fechando, e bem, o resto você já sabe. Thomas entrou no labirinto.

–Então em pouco tempo Alby vai passar pela transformação. Vamos esperar para ver se ele lembra de alguma coisa, ou pelo menos torcer para que ele fale o que lembre.

–Tem mais coisa claro. Thomas também matou um verdugo. Esse Trolho tem uma coragem do cacete Newt. Ele foi lá enfrentar um Verdugo enquanto eu fui correr pra baixo das pernas da minha mãe. Eu até poderia se ela estivesse aqui. Mas o que eu quero dizer Newt, o que é muito duro de dizer, Elisabeth não está mais aqui, eu preciso de outro corredor. Eu quero Thomas como corredor. – Ele falou me encarrado esperando minha reação.

É duro de pensar que precisamos de outro para substituir Elisabeth. Mas é burrice sentarmos e ficarmos chorando pelo passado.

Alby estava passando por algumas coisas difíceis agora então não poderá me ajudar em uma decisão. Fazer um conclave nem me veio à cabeça. Qual seria o tema? A expulsão de Thomas por ter entrado no labirinto? Não vejo sentido. Elisabeth fez o mesmo e criou a base do plano para sairmos daqui, e Thomas agora está pensando no final. Expulsar ele não irá nos levar a nada.

–Thomas é um corredor.

~*~

Já tinham se passado algumas horas depois de Minho avisar a Thomas que ele era um corredor agora, cujo o mesmo ficou tão feliz que achei que fosse correr para o labirinto a dentro.

Jeff me avisara que ele e Clint estavam cuidando de Alby e que a transformação já começara. Provavelmente ele já ia começar a berrar.

Thomas estava falando com Chuck agora e vi Minho jogado perto de uma arvore.

Eu tentava ficar o mais forte possível para os outros, para mostrar que estávamos bem. Mas estava um tanto quanto difícil. Às vezes me pergunto se ela ainda estivesse aqui nós já teríamos descoberto uma saída. Talvez sim. Mas quem eu estou querendo enganar. Não me importaria se ainda estivéssemos aqui contanto que ela estivesse aqui também. Agora eu só quero sair daqui e vingar a morte dela.

Ao fundo os gritos começaram, mas eles me fizeram levantar e ficar tenso. Não era os gritos de Alby. Eram gritos femininos.

Jeff apareceu correndo me procurando.

–Ela acordou. A garota acordou.