Predestinados - Perina escrita por Amellie Lawson


Capítulo 38
Trinta e oito


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAA TODO MUNDO!! Demorei,eu sei,mas cheguei! To indo embora da minha cidade amanha,e achei que esse cap nunca ia sair! dei uma travada nele,e resolvi me dar uns dias de descanso. Mas em compensação cheguei com força total e o resultado é esse cap de quase 5 mil palavras! Como passaram de carnaval? eu passei bem. E OS TIROSS? E A CENA DO EU TE AMO? MORTAAAAAAAAAA! perceberam que o rafa nao aguentou e disse ''te amo'' na hora da cena da ligação do gael? hahah eu morri de rir na hora! foi tudco perfeito essa semana! E quem viu a tirada LINDA que o tio João deu em mim? hahahah vai ficar pra historia! Quem fala o que quer,ouve o que nao quer,e eu SABIA que ele ia me responder isso se visse,maaas n esperava que ele iria ver. Enfimm,prefiro dele do q de outro,a familia toda é assim,ele tirou td mundo tbm,entao... O importante é que ele fez a alegria do fandom! JA que o filho nao faz ne? haha,e ele shippa santovitti,todo mundo sabe. Eu smp esqueco de falar alguma coisa na hora da nota,é impressionante KKKK As laitoras novas,sejam MUITO bem vindas!! Amo qnd vcs me chamam no twitter pra conversar e falar que amam a fic,eu ganho o meu dia! sobre o cap: ta imeeenso e tem muita coisa,so lendo pra saber! BOA LEITURA! Enjoy E NAO SE ESQUECAM DAS NOTAS FINAIS xx



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Bianca,João e Duca seguiram com Gui e Alice para o carro,sem imaginar o que estava por vir. João e Duca brigavam e se implicavam durante todo o caminho,arrancando risadas das crianças.

– Então quer dizer que o lutador gosta de outra fruta? – João ironizou,se referindo ao teatro de Pedro na piscina.

– Como é que é,seu nerd? Repete! – Duca se afastou das crianças e parou na frente dele.

– Eu confesso que já desconfiava,desde aquela história do balé quebra nozes,mas depois de hoje...

– Cê tá querendo apanhar,só pode.... – Riu entredentes.

– É só assim que você sabe resolver as coisas,né Duquinha? – Debochou. As crianças,que antes riam,agora já estavam assustadas.

– Vocês querem parar?! – Bianca gritou. – Olha só como os dois estão,seus manés.

– Tio Duca,você não vai bater no tio João,né? – Alice perguntou,tímida e receosa.

Ao olhar a carinha temerosa da pequena Alice,se recompôs e engoliu sua raiva,disfarçando o que se passava em sua mente.

– Claro que não,linda! Eu adoro o tio João,era só brincadeira né não,seu nerd tapado? – Abraçou o gamer de lado com certa relutância,e João sorriu amarelo.

– É isso aí,lutador maromba. Eu também acho o tio Duca maneirão.

– Ah,se fosse verdade.....ia ser bom. – Bianca pronunciou seus pensamentos em voz alta.

Antes que algum deles a perguntasse alguma coisa,disfarçou e disse:

– Du,me dá as chaves do carro pra eu trazer ele aqui na porta. – O carro estava estacionado um pouco afastado do clube. Ele entregou meio relutante. – Fica aí com teu mais novo amigo que eu já volto.

Quando colocou os pés na rua,um carro desgovernado entrou em sua frente e ameaçou atropelar a morena.

– BIANCA! – Duca gritou,mas João fora mais rápido.

Alcançou a menina jogou seu corpo sobre o dela,a empurrando e fazendo seus corpos indo parar na calçada.

E lá estava ele,sentindo seu corpo sobre o dela novamente. Ele afastou algumas mechas do rosto dela e a fitou,preocupado.

– Como você tá,Bi?

Bianca demorou algumas frações de segundo para recobrar a consciência. Parte pelo quase acidente,parte pela brusca aproximação de João.

– E-eu tô bem sim,acho.

– Ei,ei! Pode saí já de cima dela,tá pensando o quê? – Duca chegou gritando,e Tomtom o impediu de avançar para cima do amigo.

– Mas é um bronco mesmo! Não tá vendo que eu impedi ela de ser atropelada? – Ele se levantou.

Quando Bianca fez menção em fazer o mesmo,João a impediu.

– Quem disse que cê vai ir andando? Nem pensar.

Antes que ela pudesse protestar,ele a pegou no colo. O contato de seus corpos tão próximos era quase um oásis para João,que analisava cada parte do corpo dela,procurando algum machucado.

Ela aninhou sua cabeça na curva de seu pescoço sem medo,enquanto caminhavam para o carro. João acomodou Bianca com cuidado,como se ela fosse quebrar com algum movimento errado.

– Tá tudo bem tia Bi? – Alice perguntou,sentada ao lado dela. Do outro lado,estava Gui e Tomtom,ele com a mesma expressão assustada da menina.

– Tá tudo sim,meus pequenos. – Beijou a testa de cada um. -Agora nós vamos pra casa.

– Peraí,eu ouvi direito? – João se manifestou,no banco do passageiro,enquanto Duca dirigia. – Que casa o quê,nós vamos é pro hospital.

– Ah,mas eu mereço! Eu não preciso de hospital nenhum,João! – Reclamou,teimosa.

– O nerdão aí tá certo,Bianquinha. Cê vai pro hospital com a gente e pronto. – Concordou pela primeira vez com algo que João dizia.

– Quando não estão brigando,se juntam contra mim. Vem cá,isso é complô?

– Tô achando que é outra coisa,Bi. – Tomtom zombou. – Uma coisa que começa com A e termina com....

– NEM VEM,Ô MEIO METRO! – Duca gritou,quase parando o carro ali mesmo. – Sou espada,pô.

– Eu ia dizer A....MIZADE! – Ela fingiu de ofendida e piscou pra Bianca e as crianças,que gargalharam da brincadeira. – Você é que não me deixou terminar a frase,eu hein.

– Eu tô achando é que você tá convivendo muito com o desafinado do Pedro,isso sim.

– E falando nele..... – João ficou pensativo por um segundo.

Quando sua ficha caiu,já estavam longe do clube.

– ONDE É QUE ESTÃO AQUELES DOIS??? – Berrou,e as crianças tamparam os ouvidos. Com o acidente de Alice e Bianca,acabara se distraindo e esquecendo de chama-la.

– Ihh,olha só! Já chegamos no hospital. – Bianca se pronunciou.

– Eu avisei os dois,João. Logo logo eles estão chegando aqui. – Tomtom explicou.

– X –

Pedro e Karina chegaram no hospital as pressas. Seus cabelos estavam úmidos,bem como dua roupas,mas seus trajes eram o menor de seus problemas no momento.

Quando Tomtom avisara do acidente,saíram da piscina,se esquecendo até mesmo do que estavam fazendo instantes atrás. Pedro pediu que a menina avisasse por mensagem para qual hospital eles levariam a irmã,e ela assim o fez.

A recepcionista do lugar disse que ainda não tinha informações e pediu que os dois esperassem na sala de espera,que estavam bem movimentada.

– Que foi,Pê? – Karina perguntou,quando se sentaram. Ele estava sério desde que soubera do acidente.

– Eu só tô preocupado com a Bi,é isso. – Passou as mãos pelos cabelos e suspirou fundo.

– Vai dar tudo certo! O Duca e o João já estão com ela,logo logo vocês vão se ver. – Uniu sua mão a dele,se esquecendo por um segundo que não era o certo a se fazer.

Ele precisava de sua esquentadinha naquele momento,e ela não iria abandoná-lo. A missão podia esperar. Começaram a observar o entra e sai de alguns médicos,esperando que algum deles pudesse trazer noticias de Bianca. Quando Pedro se levantou para perguntar novamente a recepcionista mal humorada se ela sabia de alguma coisa,esbarrou com um cara,que aparentava desespero.

– Ai,meu Deus. – Um homem andava de um lado pro outro,desesperado. – Ai meu santo,ai meu c...

– Waltdisnei! SE CONTROLE HOMEM! – Uma idosa se aproximou do cara que aparentava ser seu filho e lhe deu uma bengalada na cabeça. – Não quis ficar na sala de parto,agora aguenta! O que foi que eu fiz pra ter um filho tão frouxo...

– M-mas e se acontecer alguma coisa com o Jhansley? E com a minha Jovelina? EU NÃO VOU SUPORTAR,Ó VIDA!

– Eu já disse pra parar de pensar essas coisas! Se Deus quiser e ele HÁ de querer,logo logo os dois estão aqui com a gente.

– Esse aí é um caso perdido,desiste mãe. – Um outro cara apareceu e disse.

– ESCUTA AQUI ETEVALDO,SE CÊ TÁ ME CHAMANDO DE FROUXO,TÁ.....completamente certo. – Desistiu de tentar retrucar ao ver quantas pessoas o observavam.

Karina e Pedro voltaram sua atenção para aquela família nada comum,rindo da situação,que era no mínimo engraçada para quem via de fora.

– Olha lá,o doutor chegou! – A velha gritou,e arrastou o filho com sua bengala. – Como é que tá o Jhanzinho,seu médico? E a Jôzinha?

– Estão todos bem,minha senhora. Olha só quem quer conhecer o pai!

Uma enfermeira apareceu com o bebê recém nascido no colo,e os olhos da avó se encheram de lágrimas.

– Ele não é lindo,Walt? – perguntou,mas não obteve resposta. – Walt....WALTDISNEI!! – O homem estava estirado no chão,pálido.

– Aa-onde é que eu tô,minha mãe? – Se levantou cambaleante.

– HONRE SUAS CALÇAS,PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA! – E lhe encheu de bengaladas. Karina e Pedro não conseguiam segurar o riso,que já estava ecoando em alto e bom som pela sala. – Aonde já se viu,porquê eu fui ter um filho tão frouxo,Deus???

Quando o baque passou,o cara de nome duvidoso se aproximou do filho e ao aninhou em seus braços. O pequeno mal conseguia abrir seus olhinhos,mas deu um meio sorriso ao ouvir a voz do pai.

Karina,que já tinha os olhos marejados e um sorriso no rosto,disse:

– Eles vão ser uma família feliz.

– E como é que você sabe,esquentadinha?

– Eu posso ver uma aura branca em volta deles. – Enxugou as lágrimas e se virou pra ele. – Quando isso acontece,significa que o bebê vai ser muito amado e que eles receberam a benção de Deus.

– Nossa,que lindo K. – Sorriu pra ela,que o abraçou de lado,voltando a ver a cena. – Uma vez me disseram que quando um bebê nasce,o céu ganha um anjo. É verdade?

Ela assentiu,envolvida demais naqueles olhos tão sinceros.

– Um anjo deve estar voando pelo céu agorinha mesmo. – Sorriu com a ideia,imaginando como ele poderia ser.

– Então quer dizer que você pode ter aparecido no céu quando eu nasci? – Mediu as palavras com cautela,e a viu se assustar com a possibilidade.

Era uma pergunta interessante,ela pensou. Nunca parou para pensar em quem havia nascido para que ela surgisse. Poderia ter sido Pedro?

– Eu não sei,não Pê. – Ela foi sincera,e viu o músico murchar um pouquinho. – Mas eu posso tentar descobrir,se você quiser.

– Eu ia adorar saber que minha esquentadinha existe por minha causa. – Sorriu torto pra ela.

– Mas é muito convencido mesmo! – Riu fraco,e ele beijou a ponta de seu nariz. Reparou que seus olhos estavam quase fechando,e acarinhou seu rosto. – Cê tá cansado,né?

Ele negou prontamente,tentando se manter acordado.

– Tá sim que eu tô vendo,ô teimoso. Vem,deita aqui que eu te chamo quando tivermos notícia da Bi. – Apontou para suas pernas.

Pedro se ajeitou perto dela,sentindo a loira afagar seus cabelos. Se entregou aquela sensação,tal qual na primeira vez que se viram,na casa dela. Ah,se pudesse voltar no tempo.....

Com esses pensamentos,seus olhos pesados se fecharam,o levando para um sono profundo.

– X –

João e Bianca estavam num quarto do hospital. A menina já havia passado por diversos exames,estes que ela considerava desnecessários. Duca estava na cantina com as crianças e Tomtom,procurariam por Pedro e Karina para avisar que já estava tudo bem.

– É meu rapaz,pode ficar tranquilo. A sua namorada sofreu uma pancada brusca,mas está tudo bem com ela.

– Ela não é minha namorada. – João respondeu prontamente. Bianca sentiu as bochechas corarem,e desviou seu olhar do dele.

– Com esse carinho todo entre vocês dois? Desde que chegaram,não se desgrudam....Tem certeza?

As palavras do médico não eram mentira. Desde que chegaram,o gamer certinho e irônico se manteve perto da morena,a auxiliando em tudo o que podia e a tranquilizando. Em certos momentos,esteve mais nervoso que la,questionando cada procedimento dos exames que ela fazia,perguntando a finalidade de cada um.

– Calma João,tá pior que o meu pai. – Ela riu da preocupação desmedida dele. Ainda que não quisesse admitir,ela gostava de todo aquele carinho vindo dele.

– Tenho sim,doutor. – O médico assentiu meio desconfiado e se retirou do quarto com a enfermeira.

– Que susto cê me deu,hein moça? – Se sentou na cama,de frente pra ela. – Cheguei a achar que não ia conseguir te afastar do carro a tempo.

– Desculpa,não era a minha intenção. – Respondeu sincera.

– Relaxa,eu sei disso. Só não faz mais isso,por favor. – Levou as mãos para o alto,como se pedisse a seu lar para que nada daquilo se repetisse.

A morena riu fraco,ainda presa ao seu olhar brincalhão.

– Mas é sério,tenho que te pedir desculpas. – Fez uma careta,tentando medir as palavras. – Acho que não vou conseguir ir ao encontro hoje.

– Ai meu santo,tinha até me esquecido disso. – Pegou o celular e discou o número de Henya. – Não tem problema,ela vai entender...

Mas não foi bem isso o que aconteceu. Quando João tentou explicar o motivo de sua ausência,tentou não incluir o nome de Bianca. Não conseguiu fugir,e quando disse,a ruiva deu um piti de outro mundo e esperneou poucas e boas para o anjo.

– ...Ou não. – Fitou um João impaciente,jurou que ele iria tacar o telefone longe para não ter que ouvir os gritos de Henya. – Dá esse celular,João!

Antes que ele pudesse protestar,Bianca já tinha o aparelho em mãos e o colocou em seu ouvido:

– Henya?...Oi querida,aqui é a Bianca....Se eu tô bem? Eu tô ótima! Ainda mais agora que o João tá aqui comigo,né meu lindo? – Sorriu pra ele,que não sabia se ria da reação de Henya ou se tinha um surto com o que ouvia. Ela era mais do que ele poderia querer. – Nós não vamos poder ir ao encontro,porque eu tô no hospital e só devo sair amanhã. Assim que der,nos vemos,sim?.....Muito obrigada,tudo de bom pra você também,amada. Beijos! – E finalizou a ligação.

– O. Que. Foi. Que. Você. Fez? – Perguntou um João embasbacado.

– Ué,só dei um jeito no seu problema. Em vez de reclamar,cê devia era me agradecer,isso sim.

– Eu nunca disse que não ia. Muito obrigado,dona atriz. – E beijou seu rosto. – Acho que estamos quites agora,certo?

A morena pensou por um instante,antes de responder. Chagou a uma rápida conclusão. Não queria ‘’estar quite’’ com ele,aquela relação de troca que havia criado com o gamer estava ficando muito interessante,no final das contas.

– É,acho que sim. – Disse por fim.

– X –

Não sabia quanto tempo tinha se passado,mas não importava. A única coisa que eu queria era poder eternizar aquele momento.

Pedro dormia sereno junto a mim,afaguei seus cabelos e acarinhei seus ombros. Quando dei por mim,ele já dormia. Um momento só nosso,que nada nem ninguém poderia tirar de mim.

Pensar nisso me fez que o grande dia estava cada vez mais próximo. Poderia eu suportar? Como a alma gêmea de Pedro seria? Ela o amaria tanto quanto eu o amava? Essas e tantas outras perguntas pairavam em minha mente,e eu nunca saberia a resposta para nenhuma delas.

E o acidente de Bianca....era estranho,no mínimo. Não queria levantar falsas suspeitas,mas a verdade é que eu não conseguia acreditar que fora um simples erro de cálculo,ou uma falha humana. Tinha algo a mais naquela história,eu podia sentir.

E sabia muito bem de onde.

Resolvi que pensar sobre o assunto naquela hora não adiantaria nada,muito menos com Pedro tão próximo a mim. Me levantei com dificuldade e ajeitei a cabeça de Pedro no estofado do sofá. Duca e Tomtom já haviam passado por ali com as crianças,em direção a cantina. Pelo o que consegui entender,ele as levaria para casa antes que escurecesse.

Foi então que eu o vi. Parado na minha frente,encostado na parede que dava acesso ao quarto de Bianca. Sorria perigosamente,como se medisse cada passo meu.

Lúcifer.

– Você. – Foi o único som que saíra de minha boca. Parei,petrificada aonde estava. Minhas suspeitas não poderiam estar mais do que certas,e eu não consegui me sentir feliz com isso.

Ele se aproximou de mim,quando eu desejei que ele não o fizesse.

– Sentiu minha falta,loirinha?

– O que você tá fazendo aqui,seu monstro? – Grunhi num sussurro. Notei algumas pessoas me olharem,e deduzi que ele só estava visível para mim.

Dei um olhar significativo para Lúcifer,que entendeu e seguiu. Entrei no banheiro feminino,que estava vazio,e ele não tardou a aparecer.

– Você ainda não me respondeu,Lúcifer! O que faz aqui?

– Calma,meu anjo. Não posso nem fazer uma visitinha de médico? – Riu sozinho da própria piada.

– Eu dispenso a sua visita.

– Mas a sua amiguinha,não. – Ao ouvir aquelas palavras,meu coração acelerou descompassado. Um arrepio percorreu por minha espinha.

– O acidente....Foi você,não foi? – Não era preciso de muito para que eu soubesse que estava certa,mas ainda assim ele tratou de confirmar.

– Modéstia a parte,eu fiz um ótimo trabalho. Não acha,meu doce? – Tocou meu rosto,mas eu o afastei bruscamente. – O que você acha de eu fazer uma visitinha? Assim,só pra ter certeza que ela tá bem mesmo...

– SE AFASTA DELA,SEU IMUNDO! – Levei minha mão ao seu rosto,marcando sua pele com um sonoro tapa. – O seu problema é comigo,não com ela!

Ele segurou meu pulso com força e o torceu,tornando minhas veias aparentes sobre minha pele clara. Eu reprimi um grito de dor.

– Escuta aqui,docinho,isso foi um aviso. Ou você faz o que eu quero,ou a sua vida na Terra vai virar um completo Inferno,e você sabe que disso eu entendo muito bem.

Me soltei dele com dificuldade e um pouco trêmula,encarei meu pulso,agora vermelho.

– Isso foi um aviso. Se eu consegui atropelar sua amiguinha,imagina o que eu não posso fazer com o seu guitarrista. – E sumiu da minha frente.

Recuperei o ar que estava prendendo e senti minhas pernas fraquejarem,por pouco não encontraram o chão. Precisava sair dali e falar com João o mais rápido possível.

Quando cheguei a sala de espera,vi Lúcifer parado ao lado de Pedro,o observando nos mínimos detalhes. Estava a ponto de tirar ele de lá a força,mas congelei no lugar quando me lembrei que se o fizesse,as chances de me taxarem de maluca e me levarem para o centro psiquiátrico eram muitas.

Lúcifer queria me provocar,e estava conseguindo. Virou-se para mim e sorriu,sumindo novamente. Me aproximei de Pedro,que dormia tranquilamente. Parecia bem,ou pelo menos normal. Se dependesse de mim,seria assim que ele iria permanecer.

Vi João aparecer do meu lado.

– Oi K,nem vi que já tinham chegado. Eu tava lá no quarto com a Bi....anca. – Reprimiu a vontade de chamá-la pelo apelido,e eu ri internamente. Ele reparou meu estado e voltou seu olhar para Pedro. – Aconteceu alguma coisa?

– Aconteceu,sim. Lúcifer aconteceu! – Quase gritei. Me sentei na cadeira ao lado e levei as mãos ao rosto.

– Fica calma,maninha. Agora me fala,o que houve aqui?

Contei a ele que Lúcifer havia aparecido para mim,e sobre a nossa ‘’conversa’’. João temeu por Bianca e tive que acalmá-lo para que ele não fizesse nenhuma besteira. O fato é que não poderíamos fazer nada naquele momento,nada que não fosse prosseguir com a missão.

Quando Pedro acordou,foi ver a irmã. Enquanto ele estava lá com ela,decidi com João que ele passaria a noite no hospital com Bianca,enquanto eu protegeria Pedro. Meu guitarrista não pareceu gostar muito da ideia.

– Não entendo,por quê logo ele? – Retrucou. Depois ainda tinha coragem de dizer que não era um irmão ciumento. Sei. – Por quê não pode ser,sei lá,a fada madrinha? Ou um dos sete anões?

– Ai meu santo,me ofende e ainda zomba da nossa classe! – João reclamou. – Ô desafinado,tá achando que isso aqui é o quê,conto da carochinha? Cê não acreditar que nós existimos é uma coisa,agora fazer o samba das fábulas e envolver a gente no meio já é demais!

– Fica tranquilo,Pê. É melhor o João ficar,ele vai saber como proteger a Bianca se for preciso. – Eu o tranquilizei,e ele pareceu entender.

– E quem é que vai me proteger? – Sussurrou em meu ouvido,me deixando arrepiada.

– Ela,né? Além de desafinado,é lesado. Tsc tsc...

Pedro revirou os olhos para o comentário de João e foi se despedir da irmã. Tomtom já estava em casa,então logo já estávamos no carro rumando para a nossa rua.

– X –

– Será que pode me explicar por quê vai sair com o João? Por que eu ainda ão entendi.

Bianca descia as escadas quando ouviu o irmão perguntar. Riu em resposta. Nem ela mesmo sabia. Usava a desculpa da aposta,mas depois de eles terem passado a noite juntos no hospital,começou a cogitar a ideia de fazer o mesmo por vontade própria.

Não passaram ''juntos’’ no sentido real da palavra,mas foi uma noite muito agradável,como a muito tempo não tinha. No meio da noite,ela ficara sem sono e ele soube entretê-la com uma boa conversa. Falaram sobre tudo,ou ao menos ela falara. João tivera que tomar cuidado redobrado para não falar demais,e acabar soltando algo que não devia.

Mas ele não se importou nem um pouco. Ouvi-la era tudo o que ele precisava no momento,e soube bem aproveitar cada segundo ao lado da atriz.

– Eu já disse,maninho. Fizemos uma aposta e eu perdi,agora vou sair com ele. – Verificou seu reflexo no espelho da sala,ela estava linda,por assim dizer. – E cê tá implicando muito com o cara que pode vir a ser teu cunhado,só acho.

– E se Deus quiser,vai ser,né forças superiores? – Levou as mãos aos céus.

Em muitas vezes,desde que soubera sobre o segredo de Karina,não conseguia a imaginar como um anjo,ainda que tivesse a visto como tal,com seus próprios olhos. Para ele,Karina ainda era somente a loirinha linda e atrapalhada que ele amava.

– Mas uma coisa é ele ser meu cunhado,outra ser teu....ugh,namorado. – Bianca revirou os olhos. – Fora que se cunhado fosse bom,não começava com....

– Ai,menos Pedro! – Riu com o cenho franzido e deu um tapa de leve no ombro do irmão. Ouviu a campainha tocar e pegou sua bolsa. – Deve ser ele,tô indo Pê! – E beijou seu rosto.

Quando Bianca abriu a porta,teve uma surpresa. Pensou que encontraria o típico João,com sua camiseta listrada e cabelos desgrenhados,mas não. Ali estava um outro,que tinha um ar diferente,dentro de sua jaqueta de couro.

Ela o olhou de cima a baixo,boba. Quando saiu do transe,ouviu o irmão dizer:

– Juízo,hein? E não façam nada que eu faria! – Bianca o fuzilou sem discrição antes de se voltar para João,e Pedro riu.

Passaram o caminho mudos,o restaurante não era muito distante dali. Quando chegaram,João criou coragem para dizer o que queria desde que havia posto os olhos na atriz:

– Cê tá linda,Bi. - Ela sorriu tímida,e desviou o olhar.

– Imagina João,também não é pra tanto. E você também não está nada mal.

– Eu tô falando sério,Bianca! Vem cá,dá uma voltinha,vai.

Não esperou que ela deixasse,pegou sua mão e a girou delicadamente,a assistindo sorrir com seu movimento. Quando o giro acabou,ele a trouxe mais para perto. Bianca pousou suas mãos no ombro coberto pela jaqueta e encarou aquelas íris verdes.

– Ai,que lindo! – Uma voz que transbordava ironia ecoou pelo local. João não precisou olhar para saber quem era.

– Henya. – Ele a cumprimentou com um aceno de cabeça,e Bianca fez o mesmo. – Essa é a Bianca. Bi,essa é Henya.

– Então essa é a famosa Bianquinha. - Henya a encarou de cima a baixo,deixando a morena um tanto sem graça. – Prazer em conhecê-la.

– O prazer é todo meu. – Devolveu o olhar a altura.

Fizeram o caminho até a entrada do restaurante e quando chegaram,escolheram uma mesa para quatro. A mãe de Bianca os recepcionou e disse que o jantar naquela noite seria por conta da casa. Fizeram os pedidos,e enquanto esperavam,conversaram um pouco.

Henya não suportava a presença de Bianca ali e tratou de deixar isso bem claro,alfinetando a morena sempre que podia. Ela não se deixou abalar e devolvia na mesma moeda,beijando João e mostrando tudo o que ela havia perdido.

O plano de João estava saindo melhor que a encomenda.

– Então...Bianca,né? – O tal Lucas se pronunciou,numa tentativa de acabar com o clima tenso que já começava a rondar pela mesa. – Como você e o João se conheceram?

Ao ouvir aquela pergunta,os dois congelaram no lugar. Bianca arregalou os olhos pra João,que não estava muito diferente dela. Com o acidente,não se falaram depois e acabaram esquecendo de repassar uma história convincente para contar aos dois.

Ao menos Bianca era atriz,e atuar era seu dom. Sorriu para o casal a sua frente e começou:

– Foi no cinema...

– ....Zoológico. – Ela só não esperava que ele fosse ter a mesma ideia que ela. Respirou fundo e viu Henya os encara,confusa.

– Peraí,cinema ou zoológico? Se decide aí,casal! – Lucas provocou,rindo.

– Foi no cinema....assistindo a um filme sobre o zoológico. –João consertou,para que fizesse mais sentido. – Nós nos conhecemos lá,ela tava sentada do meu lado. Não conseguiu resistir ao meu charme,sabe?

– Não consegui mesmo. – Apertou as bochechas dele com certa força. Ele não podia deixar pra ela responder?! – Principalmente quando ele ficou com medo dos insetos que apareciam no filme. – João tentou retrucar,mas ela impediu. – É,isso mesmo,acreditam? Eu tentava dizer ‘’calma Johnny,são só animaizinhos indefesos’’,mas ele ficou lá morrendo de medo.

– E depois? – Henya deu corda,e João se aprontou a dizer.

– Depois a gente se encontrou na casa dela,eu fui visitar o Pedro. – Inventou. Henya não precisava saber que ele não ia muito com a cara do ‘’desafinado’’. – Acabei tendo que tomar banho lá,e quando saí do banheiro,ela tava lá. Quando me viu de toalha,ficou louca...

– Só se for de raiva! – Não se conteve e mandou essa. Quando viu os olhares,baixou a voz e continuou: - Você só ficou de toalha na minha frente por quê queimou o vídeo game do meu irmão e ficou todo sujo! Eu fui atrás de você pra te matar,porque você tava usando o meu vestido!

– O QUÊ? – João e Lucas disseram. Enquanto a peguete de Henya ria alto,João fuzilava Bianca.

– Eu tenho culpa se as suas roupas ficam melhores em mim do que as do seu irmão? - questionou,morrendo de raiva. - Mas o fato é que você não resistiu e me beijou,ali mesmo. – E lhe roubou um selinho. – Né Bianquinha?

– Erm,é,pode ser. Mas no outro dia,eu vi você e aquela horrorosa da Priscila se beijando,bem na minha frente!

– Quem,eu e aquele exu humano? – Indagou se fingindo ofendido,e Bianca prendeu o riso. – Não,ela que me agarrou. Depois disso,eu fui me desculpar com ela. Eu...

– Ele encheu minha casa de rosas vermelhas! Acredita,Henya? – Fez cara de apaixonada.

– Acredito,eu sei muito bem que ele tem uma tara por vermelho. Não é,Joãozinho? – A voz de Henya destilava ironia,e Bianca se conteve para não partir pra cima dela.

– Eu ainda me fiz de difícil,não quis ceder tão fácil....

– Então eu aluguei um carro de som e a pedi em namoro pro bairro todo ouvir. – Respondeu sorrindo para Bianca.

– E levou o carro até a Ribalta quando eu aceitei,gritando pra todo mundo o quanto ele me amava! – Fez um coração com a mão.

– É,mais ou menos né? Eu bem que tentei,mas você não parava de me beijar pelo caminho. – Afirmou para todos na mesa.

– Eu tinha que recuperar o tempo perdido,né amorzinho? – Ela o abraçou de lado,encostando a cabeça em seu ombro. – Foi assim que a gente se conheceu. E vocês,como foi?

Depois de vários relatos vindos dos dois casais,Henya e Lucas se despediram de João e Bianca,rumando para um ‘’lugar mais agitado’’,como a ruiva mesmo disse.

Dessa vez,o caminho para casa não foi feito em silêncio. Aproveitaram o clima do jantar e o trouxeram para o caminho de volta pra casa. O vento estava um pouco forte,e João emprestou sua jaqueta para a morena.

– Cê viu a cara que ela fez quando a gente contava dos beijos? – João indagou,rindo junto com ela. – Não acredito que vivi pra ver isso.

– Ela tava era morrendo de ciúme de você,isso sim.

– E isso é um problema pra você?

Bianca não sabia ao certo dizer. Ainda que fosse,ela nunca iria admitir.

– C-claro que não! Não tenho motivo nenhum pra ter ciúme.

Aquela resposta já era esperada por João,e fez com que os dois lembrassem que a aposta já havia sido cumprida. Quando amanhecesse,eles seriam apenas Bianca e João,dois...amigos? Não importava,namorados eles não seriam mais.

– Tá certo. Acho que chegamos. – Disse João,ao reparar nas luzes apagadas nas duas casas.

– Então....é isso. – Se aproximou inconscientemente dele,que acarinhou seu rosto.

– É isso. – Murmurou contra a boca dela,agora tão próxima a dele. – Boa noite?

– Boa noite. – Tentou se afastar dele antes que pudesse fazer o que lhe rondava a mente,mas ele foi mais rápido e a puxou pela cintura,unindo seus lábios aos dela num beijo intenso.

João bem que tentou,mas não podia enganar a si mesmo. Ele queria Bianca sim,de uma forma absurda e que ele não conseguia mais controlar. Ele sentiu a menina envolver uma mãos em sua nuca e bagunçar seus cabelos.

Roçou seus lábios nos dela e finalizou o beijo com um selinho. Quando Bianca voltou a realidade,sentiu que estar nos braços de João não era lá uma má ideia. Muito pelo contrário.

Foi o primeiro beijo deles onde não haviam corações quebrados ou um ex namorado para atrapalhar. O primeiro beijo onde os dois estavam completamente entregues.

Bianca afastou aqueles pensamentos e entrou em casa,não deixando de olhar para trás e ver um João sorridente a esperar entrar.

– X –

Após a noite no Perfeitão,o domingo chegou com um sol maravilhoso a iluminar aquela manhã. Delma resolveu não abrir o restaurante naquele dia,convidando Karina e família para almoçarem com eles em casa.

Pedro desceu as escadas com sua loira em pensamentos. Ligou mais cedo para Karina e se deliciou com sua voz de sono. Como ela era linda! Ela bem que tentara disfarçar,mas ele a conhecia muito bem para saber que ela sorria do outro lado da linha.

Inventou uma desculpa qualquer e a chamou para almoçar com ele,que no início negou,mas acabou aceitando.

A campainha tocou e Pedro abriu a porta.

– Oi,esquentadinha! – E tomou seu corpo num abraço que ela não recusou.

Cumprimentou os outros – Gael,João,Tomtom,Fira,Flygia e Henya – e depois voltou seu olhar para ela,que o encarava apreensiva.

– Tá tudo bem com você? – Uniu sua mão a dele.

– Tá sim,K. Por quê a pergunta? – questionou prontamente,só se dando conta depois,soltando um suspiro cansado. – Não precisa responder.

– Eu me preocupo com você,só isso. – Encarou aquelas íris entristecidas. – Tenta me entender,por favor.

– Eu juro que tento,mas tem hora que não dá. – Beijou sua testa,desviando daquela duas imensidões celestes que eram os olhos dela.

– Crianças,o almoço tá pronto! – Delma anunciou,e Pedro revirou os olhos.

– Ainda não mãe,tá faltando uma pessoa muito importante. – Reforçou o final olhando diretamente para a loira.

– Se você diz....mas vem cá filho,ela vai demorar muito? Porque a casa já tá cheia. – Ele negou,sob o barulho da campainha tocando.

– Deve ser ela,deixa que eu atendo. – E foi em direção a porta,girando a maçaneta e revelando o maior pesadelo de Karina.

Pedro abraçou a tal garota que ela jurava já conhecer e aproximou ela da loira.

– Eu marquei esse almoço para anunciar uma surpresa. – Uniu sua mão a da menina,tal qual Karina havia feito a pouco. - Eu encontrei minha alma gêmea.

Karina sentiu seu mundo desabar. Seu pesadelo estava concretizado,bem a sua frente,e ela nada podia fazer para acordar dele. Sentiu a cor sumir de seu rosto e suas pernas fraquejarem. João e os outros se aproximaram e a loira se apoiou nele,fraca e sem forças. O ar lhe faltava,mas ela não se importava. Tudo era melhor do que estar ali,vendo aquela cena.

– Vicki,quero que conheça Karina. Mas vocês já se conhecem,né? – Respondeu descontraído.

– Sim,lá do Amparo. – Ela sorriu,abraçada a Pedro.

– Karina,quero que conheça Vicki.....a minha alma gêmea.


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Notas finais do capítulo

EEEITA NÓIS KDHK,FNHFÇJGFLBGJ QUE FINAL FOI ESSE BRASEEEL? todo mundo em choque né? eu sei haha. Pooode deixar que eu explico tudinho no proximo!! Quem aí gostou dos momentos Joanca? finalmeeeeente esse encontro saiu kkk e a cena do hospital? amei fazer! espero que tenham gostado,de verdade. EU NAO TÔ PREPARADA PRA SEMANA QUE VEM,GENTE :((( ME AJUDEM! O que esperam pro proximo capitulo? me contem seus palpites,vou amar ler e responder! comentem muitooooo,favoritem,acompanhem,e se acharem que eu mereço....recomendem! hihi. Ah,e dia 25 agora a fic ja ta fazendo 4 MESES! Consegui lembrar antes,aleluia kk me sigam no twitter @vittiverfeliz e me amolem por lá. Um beijo grande e ate o próximo