Meu pai havia falecido há cinco anos, desde então minha mãe se resumiu em: trabalho, casa, trabalho e é claro, eu.  Sua vida social parecia ter sumido, os encontros com os amigos do trabalho foram diminuindo, diminuindo, até simplesmente deixarem de existir, de certa forma parecia que ela fugia dessas pessoas, e eu talvez a entendesse, eles a olhavam com pena, e queriam confortá-la, mas ela não precisava disso, ela precisava de distrações, mas toda vez que os olhava, podia notar como eles se sentiam a respeito dela, então passou a evitar tais encontros, mas eu os compreendo também, toda vez que a olhavam, percebiam onde ela estava se metendo, sempre trabalhando mais do que devia, não se alimentando direito, seu rosto cada vez mais cansado, devido às horas de sono perdidas, e mal dormidas, ela havia emagrecido com o tempo, havia adquirido olheiras ao longo dos anos, parecia cada vez, e cada dia mais cansada, sempre me dando um sorriso forçado como dissesse “Eu estou bem!”, mas eu sabia que ela não estava todos nós sabíamos que não.