Pov. Ally

Depois de um longo tempo encarando a mesma foto, penso em uma coisa: Como isso veio parar aqui do nada?

Corro para a porta do quarto com a foto ainda em minhas mãos e grito:

–MÃEEEE VEM AQUI, RÁPIDO.

–To aqui, to aqui- Diz tentando recuperar o fôlego, pois ela veio praticamente correndo- Quase me mata do coração, o que foi?

–Como essa caixa veio parar no meio do meu quarto? Porque ontem, pelo o que eu me lembre, ela não estava lá.

–Ah! Ela chegou hoje de manhã cedinho pelo correio endereçado a você, aí coloquei no seu quarto para abrir depois. Pensei que fosse algo do Riker, isso é bem a cara dele. - Responde ela.

– Ah! Tudo bem. Mas não é do Riker, acredite ou não, é do Austin.- Falei e ela arregalou os olhos tirando a foto de minhas mãos. Ela ficou observando-a por alguns segundos e sorriu:

–Parece que esse Austin realmente mudou de uns tempos para cá. - Sério que até ela pensa isso?

–Ainda tenho minhas dúvidas quanto a isso. - Respondo. Isso realmente não é mentira, pois eu não mudo de opinião sobre uma pessoa tão rápido assim, ainda mais, quando se trata de Austin Moon.

–Ally minha filha, por que ainda está de pijama? Você já está muito atrasada, é melhor correr. - E ela tem razão, estou mega atrasada. Ell vai me matar, porque vou fazê-lo se atrasar para a faculdade.

Enquanto me arrumava Ell batia na porta feito maluco porque já estávamos realmente super atrasados. Coloquei uma calça rosa e uma blusa decorada, e logo calcei meu All Star e peguei a mochila no canto do quarto.

Quando abri a porta me deparei com um Ellington furioso:

–ALLY! Você sabe que eu também tenho horários neh? Então vamos logo porque você já perdeu a primeira aula, com sorte você chega a tempo para a segunda. - Fala enquanto entramos no carro indo em direção à escola.

Assim que chegamos, corri para a sala de biologia, no caso, minha próxima aula que deveria começar em uns cinco minutos.

Quando o sinal bateu, dando início ao intervalo fui em direção à mesa onde Rydel e Trish estavam.

–Fala ae meninas. – Disse me sentando junto a elas.

–Hmmmm hoje você tá mais animadinha, se recuperou da tensão de ontem? –Perguntou Trish animadamente.

–Parece que sim né Trish, olha a cara dela haha- Rydel concordou com Trish entre risos.

–Nossa gente, estou normal. Só aconteceu uma coisa meio estranha e inesperada hoje. - Disse me referindo a caixa com a foto que Austin me mandou.

–Aposto que tem alguma coisa há ver com uma certa caixa...- Diz Rydel quase em um sussurro. Espera, então ela sabe da caixa? Como? Quando? Onde? O QUE?

AH CLARO! Ally sua tonta ele deve ter contado pra ela né. Trish deve ter percebido minha cara chocada quando Rydel comentou da caixa e logo perguntou:

–Ei, que caixa é essa?

–Ah é! Eu ia contar pra vocês, mas parece que Rydel já sabe, então lá vai. Hoje de manhã quando eu acordei me deparei com uma caixa de presente no chão do meu quarto, e quando abri tinha uma foto, até aí tudo bem, mas depois que vi a foto por completo, era uma foto minha e DELE quando nos conhecemos. E tinha uma coisa escrita: “Eu poderia viver cem vidas e ainda assim não te mereceria, sabia?”- Quando digo a última parte Trish abre a boca em um perfeito “O” demonstrando surpresa- Continuando, eu confesso que não entendi muito bem isso tudo. Mas fiquei chocada, literalmente. Isso pode ou não significar que ele mudou nesse meio tempo, mas isso eu ainda não descobri. Suponho que terei certeza assim que reencontrá-lo.

–Até que meu irmãozinho foi mesmo criativo.

–Ele te contou por que fez isso?- Eu realmente queria saber o motivo dele ter me enviado aquela foto.

–Não, quer dizer, mais ou menos. Ele só me disse que iria te enviar um pequeno presente, mas não me contou os detalhes. Mas em minha opinião como irmã, foi por saudades mesmo. - Okay, agora eu fiquei confusa. Como ele sentiria saudade da garota que ele não perdia uma oportunidade de zoar?

–Quer saber? Só digo uma coisa sobre isso tudo, foi muito fofo. -Trish disse me olhando carinhosamente.

POV. AUSTIN

Há essa hora a caixa já deve ter chegado à casa de Ally, me disseram no correio que chegaria hoje bem cedinho. Minha vontade mesmo é ligar pra ela perguntado sua reação. Mas pensa como seria estranho, tem quatro anos que nem trocamos um “oi”.

Nem fez sentido eu mandar essa caixa, besteira, pra mim fez sim. Eu realmente quero me aproximar dela e descobrir tudo o que sinto aqui dentro. Quando digo “aqui dentro” me refiro ao coração.

Uma simples foto dela conseguiu me deixar desse jeito, e, além disso, a um ano eu realmente cogitei a hipótese de estar sentindo uma certa atração por essa garota, mas eu decidi esquecer isso na época. Mas de repente tudo vira de cabeça pra baixo novamente por causa de uma foto.

Em dois dias estarei de volta a Miami. Não tenho a mínima ideia de como será esse reencontro, pois todos estão muito diferentes, inclusive eu.

***

Finalmente chega o tão esperado dia, já estou no avião a caminho de Miami Beach, a cada minuto o nervosismo aumenta.

Vejo que esse voo será longo, pois tem um cara do meu lado que não para de roncar e colocar sua cabeça no meu ombro. MEREÇO...

O jeito é dormir pra passar mais rápido, mas dormir é quase impossível porque Ally ocupa todos os meus pensamentos, não sei como nem o por que.

Acordo com a voz da aeromoça me chamando, pois acabamos de pousar.

Meus pais pediram para que eu fosse para casa de TÀXI, pois eles infelizmente estariam trabalhando e chegariam um pouco atrasados. Não entendi por que o resto de meus irmãos não podem vir me buscar, mas tudo bem, isso não é de tanta importância.

Rapidamente pego minhas malas e peço um TÁXI. Mas parece que meu azar falou mais alto, quando estávamos quase chegando em casa, umas quatro ruas pra frente, o TÁXI resolve simplesmente pifar, parece que é algo com o motor. Então resolvo pegar minhas duas malas, não trouxe muitas porque minha tia disse que trará o resto das minhas coisas quando vier nos visitar, e for andando para casa.

–Ei Senhor, quanto ficou a viagem? – Pergunto pegando minha carteira para pagar o homem, eu já estava fora do carro e minhas malas no chão da calçada.

–50 dólares- Eu o paguei e fui pegar minhas malas, quando de repente sinto um peso sobre minhas costas, acho que algo caiu em cima de mim, ou melhor, alguém.

Quando finalmente consigo olhar para a pessoa, que ainda se encontrava em cima de mim, fico pasmo. Não podia ser ela, ou melhor, era ela com certeza. Seus olhos castanhos me fitavam. Nossos olhares finalmente se encontraram e conseguimos pronunciar uma única palavra ao mesmo tempo:

–VOCÊ?