No outro dia...

Pov. Austin

Hoje é o dia em que a Ally vai sair do hospital, está tudo uma correria. Primeiro porque a Rydel está planejando uma baita festa e segundo que se todo mundo não ajudar, não tem festa. Então, temos que cuidar dos preparativos, distrair a Ally para ela não desconfiar e ainda passar um tempo com ela. Essa parte de passar um tempo com ela não se encaixa em mim, toda hora que eu tento ficar sozinho com ela algum médico, enfermeira, amigo, a população da China tem que querer falar com ela.

Mas, hoje vai ser diferente. Adivinhem quem vai buscar ela no hospital? Isso aí, o loiro lindo e gostoso aqui. Okay não era necessário eu ter dito isso, mas tudo bem. Continuando, enquanto todo mundo se ajeita e ajeita a festa, eu vou buscar a Ally. Antes de ir busca-la, Rydel vai ficar com ela e arranjará uma desculpa para deixa-la um pouco mais, como eu posso dizer, apresentável para a ocasião, tipo com uma saia e sei lá mais o que.

A festa vai ser aqui em casa. Imagine dez pessoas desesperadas correndo por todos os lados de uma casa, isso mesmo, minha casa está essa bagunça. Eu, Ell, Rocky, Riker, Ryland, minha mãe, meu pai,Penny, Trish e Dez estamos que nem loucos pra conseguir arrumar tudo. Riker está em cima de uma escada tentando fazer um laço com uma tira de pano rosa e amarrar em outro pano que está pendurado no teto, Dez e Ryland estão lutando contra o aparelho de som que insiste em não funcionar, meu pai e Ellington estão carregando as mesas e cadeiras e as colocando em seus respectivos lugares, minha mãe está colocando os forros e os arranjos nas mesas que já foram postas, Trish e Penny estão cuidando da decoração das mesas de comida e eu e Rocky estamos cuidando da iluminação.

–EU DESISTO! NÃO NASCI PARA FAZER ISSO. –Riker já estava, se não me engano, á vinte minutos tentando fazer aquele laço no pano. –Uma hora a pontinha da direita fica maior que a da esquerda, aí eu vou tentar arrumar e a esquerda fica maior que a da direita. –Ele gesticulava com as mãos á medida que ia falando. –ESSA COISA NÃO É DE DEUS!

–Me dá esse pano aqui Riker, deixa que eu faça e você amarra lá em cima. –Trish caminhou até a escada e estendeu a mão para que Riker a entregasse o pano rosa.

–Boa sorte! Duvido que vá conseguir porque eu acho que esse pano es...

–Aqui prontinho, agora é só amarrar. –Trish sorriu e entregou o laço perfeito para o garoto, que estava em cima da escada com cara de bobo. –O que? Perdeu alguma coisa na minha cara?

–Como você conseguiu fazer isso? Eu levei...sei lá, UMA VIDA pra conseguir fazer um laço ridículo e em menos de dois segundos você faz um perfeito? –Só eu que acho que ele está exagerando por causa de um simples laço? É meu irmão tem sérios problemas.

–Okay, Riker para de chilique e amarra essa merda aí em cima logo. Tem mais quatro pra amarrar naquele canto dali. –Trish disse apontando para algum lugar do local.

–Eu que não vou fazer mais quatro laços. –Ele amarrou o laço rosa em seu devido lugar e desceu da escada.

–Okay eu faço e deixo todos prontos aí é só você amarrar.

–Ei cara e se a gente colocasse essas luzinhas naquele canto ali? Aí a pista ficaria mais iluminada. –Rocky e eu, como eu disse estávamos cuidando da iluminação. Mas estava quase na hora de eu buscar Ally e eu ainda tinha que tomar banho. Lógico que eu não vou chegar no hospital vestido pra festa, do jeito que a Ally é ela ia sacar na hora, se ela já não tiver descoberto né. Trish me contou que todas as vezes que eles tentaram fazer alguma festa surpresa pra ela, Ally descobria sem mais nem menos.

–Rocky eu vou tomar um banho porque daqui a pouco tenho que buscar a Ally, Rydel já deve ter saído de lá a essa hora. –Ele assentiu e eu subi as escadas para me arrumar. Rydel iria sair do hospital com a desculpa que teria que passar na escola para pegar um projeto que ela deixou em seu armário sem querer. Ally acha que Penny teve um imprevisto no trabalho e que Ell teve problemas na faculdade, então eu me disponibilizei para ir busca-la e ela ficará aqui em casa até Penny voltar. Mal ela sabe o que a espera.

Tomei um banho corrido, vesti uma calça escura, uma camiseta azul e calcei meu All-Star. Quando estava descendo as escadas me encontro com Rydel correndo para entrar em casa.

–Você! –Ela disse apontando pra mim. –Vai buscar a Ally, AGORA! E tente enrolar ela uns vinte minutos lá no hospital. –Eu já tenho um plano em mente para enrolar ela, se é que me entende HEHEHE.

–Okay okay ! Estou saindo. –Levantei meus braços em sinal de rendição e ela passou por mim bufando. Pelo que eu vi não foi nada fácil convencer a Ally a se arrumar, aquela baixinha é fogo quando se trata disso.

Peguei as chaves do carro e rumei para o hospital. Nem acredito que ela vai sair hoje, depois de tanto sufoco ela conseguiu dar a volta por cima. Liguei o rádio e fui escutando música até chegar ao meu destino. Chegando lá tracei o conhecido caminho até o quarto da morena, quando chego perto da porta ouço risos. Abro-a bem devagar e coloco somente a cabeça para dentro.

–Posso entrar? –Foi inevitável não sorrir quando a vi, ali tão linda. Seus cachos estavam perfeitos, caídos pelos ombros e até o meio das costas da garota. Ela vestia um vestido florido justo até a cintura e solto até o meio da coxa, ele marcava bem o corpo de Ally, um corpo na medida certa, não muito avantajado e que não faltava absolutamente nada. Lembro-me vagamente de chama-la de magrela quando éramos menores, neste momento retiro totalmente o que eu disse. O gesso em sua perna agora foi substituído por uma tipoia preta, e no outro pé ela se encontrava calçada com uma botinha de cano baixo preta. Uma corrente elétrica percorreu da ponta do meu dedão até o meu último fio de cabelo quando seu olhar encontrou o meu, seus olhos eram marcados por uma maquiagem leve com detalhes pretos e seus cílios estavam ainda mais perfeitos e alongados. Quando ela sorriu, um sorriso de orelha a orelha, sorri ainda mais. Passou-me pela cabeça se aquele sorriso era por mim, talvez seja...talvez não. Mas só de vê-la sorrindo já fico feliz instantaneamente. Parecem palavras clichês, na verdade são palavras clichês, mas que se encaixam perfeitamente a garota parada á uma distância de mim, uma distância que eu estava louco para quebrar. Correr e colar seu corpo ao meu, sua boca na minha...

–Claro! –Ela se virou pra mim e sorriu.

–Olá Dr. Ed. - cumprimentei o homem parado ao lado da janela do quarto e depois me virei para a morena.

–Ei –a abracei pela cintura e ela rodeou meu pescoço com seus braços. -Pronta pra ir?

–Estou pronta á séculos para sair desse lugar. –Ela disse me soltando. –Sem ofensas Ed. –Ela riu, a risada mais gostosa do mundo.

Dr.Ed apenas assentiu dizendo um “Tudo Bem” como resposta. Nós conversamos por alguns minutos e antes que ele saísse se virou pra mim e disse:

–Cuide da nossa menina Austin.

–Como a minha própria vida. –Olhei para a garota parada ao meu lado e enlacei sua cintura com um braço, ela sorriu e enlaçou a minha também.

Ele se despediu de nós e nos deixou sozinhos, finalmente. Voltei a olhar a pequena ao meu lado e a virei de frente pra mim, colocando os dois braços em volta de sua cintura fina. Ela como resposta colocou um braço em volta do meu pescoço e o outro pousou sobre meu peito. Colei nossas testas e pude sentir sua respiração batendo no meu rosto. Não precisávamos dizer nada um ao outro, apena fazer...

Rocei nossos lábios e assim iniciou-se um beijo calmo. Lento, porém cheio de ternura, desejo, saudade e paixão. Sempre que a beijo, um pensamento passa pela minha mente: Eu realmente mereço isso? Isso quem decide é ela. Quando se ama, devemos deixar a pessoa ir se a mesma desejar isso. Mas farei o impossível para que ela escolha ficar ao meu lado.

Quando o ar foi necessário nos separamos e ela colou sua testa na minha, ficamos assim por alguns segundos, em silêncio. Um silêncio confortável. Ally ainda estava de olhos fechados, provavelmente aproveitando o momento. Fiz o mesmo.

–Isso parece tão errado. –Ela disse e eu ri fraco. Antes que eu pudesse dizer algo, ela continuou: - Gosto do errado de vez em quando.

Ela me deu um selinho, um demorado selinho. E eu aprofundei o beijo, um dos melhores que já trocamos, só perde para o anterior a esse.

–Então...-Eu comecei a falar mas a garota atacou meus lábios novamente. E você acha que eu recuei? Lógico que não né.

–Estou começando á achar que entrei no quarto errado ou que você não é a mesma Ally que conheci. –Disse quando nos separamos, ela riu e finalmente abriu seus lindos olhos que encaravam os meus.

–Quanto á parte de eu não ser a mesma Ally, você tem certa razão. –Ela sorriu novamente e eu a abracei. Como ela era menor seu rosto se aconchegou em meu peito e ela rodeou os braços em minha cintura e eu coloquei os meus ao redor de seu ombro. Depois de uns instantes assim, uma ideia me passou pela cabeça. Comecei a nos balançar de um lado para o outro.

–O que você pensa que está fazendo Austin? –Ela ria, mas ainda mantinha o rosto em meu peito.

–Dançando com você oras. –Digo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–Mas não tem música seu maluco. –Ela ria fraco e eu pude perceber um sorriso se formar em seus lábios.

–Use a imaginação Ally. –Ela assentiu e levantou o rosto me encarando. Passei minha mão eu sua bochecha e ela corou colocando um braço em meu pescoço. Meu braço livre foi para sua cintura e o braço livre de Ally pousou em meu peito novamente.

–Você não sabe o quanto eu sofri de te ver imóvel em uma cama sabendo que a culpa era minha.-Eu abaixei a cabeça depois que disse, e ela puxou meu queixo fazendo a encarar novamente.

–A culpa não foi sua.

–Foi sim. Eu deveria ter te impedido de sair da minha casa. Deveria ter te puxado e dito todos os meus sentimentos por você naquela mesma hora, mesmo sabendo que o sentimento não é recíproco. -Desviei meu olhar do seu.

–Quem disse que não é recíproco? –A olhei novamente e ela olhou no fundo dos meus olhos. –Ele é totalmente recíproco.

Apenas a beijei. Uma mistura dos dois beijos anteriores, perfeito. Cessei o beijo com vários selinhos, respirei fundo e nos separamos. Nem preciso dizer o quanto eu estou feliz agora não é? Cara eu queria sair pulando agora. Não espera, isso é muita boiolagem, esquece a parte de sair pulando. Peguei a sua mão e pude vê-la sorrindo, eu não paro de sorrir. Enquanto a guiava até o carro, pensei: Essa festa promete.

–Austin é sério tu precisa melhorar seu gosto musical garoto. –Nós já estávamos dentro do carro a caminho de casa e Ally não parava de mexer no som e reclamar das músicas que passavam.

–Nem vem, essa lista de reprodução é do Rocky.

–Preciso ter uma conversa séria com o seu irmão. –Ela desistiu de achar uma música boa e desligou o rádio encostando-se ao banco.

–Pega meu celular e liga no som, deve ter alguma que você goste. –Peguei o aparelho no bolço e entreguei-o para a morena.

–Ai meu Deus eu amo essa. –Ela cantarolava juntamente com a música, que era “Am I Wrong”. A voz dela é linda. E nosso caminho foi todo assim, ela cantando e algumas vezes nós dois cantávamos juntos e ríamos quando sem querer alguém errava a letra.

Quando finalmente chegamos pulei para fora do carro dando a volta no mesmo e abrindo a porta para Ally. A casa estava totalmente quieta, não se ouvia nada. Antes de entrarmos dei um selinho na garota e peguei na sua mão a guiando pra dentro. Quando entramos estava tudo totalmente escuro.

–Ué ta tudo apagado, estranho. –Ela estrou e passou a mão livre pela parede tentando achar o interruptor.

SURPRESAAAA!!! –Todos gritaram assim que as luzes foram acesas. Ally pelo jeito levou um baita susto porque neste momento ela agarrou meu braço e levou uma mão à boca. Lágrimas brotaram em seus olhos indicando emoção, passei um braço pela sua cintura dando apoio por causa da tipoia. Bem na entrada tinha uma enorme faixa escrita: “ Bem vinda de volta Ally” e ao lado dela pequenos cartazes com mensagens do tipo: “Sentimos sua falta” “Amamos você”

–Meu Deus gente! Obrigada mesmo! Amo todos vocês – Ally dizia e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Todos vieram abraça-la e depois rolou um abraço em grupo.

–Nem acredito que a gente finalmente conseguiu fazer uma surpresa pra você! Essa é a primeira vez em anos! – Riker dizia todo alegre e abraçando Ally novamente.

–Às vezes anteriores foi um completo desastre. – Trish ria se lembrando do ocorrido no passado.

Depois de muitos abraços e muito choro e tals, todos se direcionaram às suas mesas e conversávamos alegremente. Me sentei ao lado de Ally e ela pegou minha mão por de baixo da mesa e sussurrou no meu ouvido: -Obrigada.

Dei um selinho nela que corou com isso, ri fraco. Todos na mesa nos olhavam com um sorriso idiota no rosto.

Ai ai, essa noite está apenas começando...