After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 16
The Careers




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Tudo bem. Agora você tem que fazer um nó caprichado aqui para dar estabilidade à armadilha. - Peter tentava desastrosamente me ensinar a montar uma arapuca para animais de grande porte. A armadilha teria como objetivo deixar o animal preso por uma pata.

Acho que não nasci pra isso.

– Concordo. - Diz Nafftaly, a garota do sete agachada ao meu lado. Foi quando tudo deu errado. O fio elástico que dava apoio para a arapuca se soltou dando um laçaço na minha bochecha esquerda. Recuei assustado e sentindo meu rosto arder. Olhei para os três atônito me colocando de pé em um salto. Foi quando Lucy caiu na gargalhada.

Doeu. - Foi tudo o que consegui dizer acariciando meu rosto que se erguia em um vergão. Então todos estávamos rindo.

Otários. - Ouço alguém dizendo aos risos. Lanço meu olhar na direção da voz e vejo os cinco tributos, do distrito 1, 2 e 4 reunidos nos encarando, alguns estão com risinhos sacanas emoldurando os rostos cheios de desprezo. Me viro e encaro o garoto do dois sem mesmo piscar. O silêncio predomina até que aquilo começa parecer um jogo de "quem ri por último". Então só agora parei para pensar. Eles estão em cinco. Onde está o garoto do distrito 4? Sinto uma mão me puxando pelo pulso.

Vamos apenas ignorar eles, certo? - Diz Nafftaly. Foi quando uma voz feminina soou por todo o recinto nos informando que o almoço estava servido.

Graças à Deus! - Diz Lucy se levantando. - Vocês poderiam almoçar com a gente. - Ótima ideia Lucy, penso. Ela realmente estava colaborando com o plano de Gendry.

Eu não sei se seria uma boa...

– E porque não? - Digo cortando Nafftaly. Ela morde o lábio inferior.

Acho que podemos, então.

– Beleza! - Digo. Nafftaly me manda um lindo sorriso. E por um momento entro em devaneio. Só percebi agora em como Nafftaly é bonita. Os grandes olhos negros destacados sobre a pele branca. Os cabelos, tão negros quanto, lhe caindo em ondas sobre os olhos. Por um momento sinto algo em meu estômago além da fome. Uma sensação de felicidade revigorante. Estava feliz por ter Nafftaly e Peter conosco. Então juntos nos direcionamos para o refeitório.

_|/_

Nafftaly fez a frente na fila seguida de Peter, Lucy depois eu. O refeitório não era tão diferente como o da escola, exceto é claro pelo silêncio mórbido que preenchia o local. Me aposso de um prato e vou logo pegando um pouco de cada coisa até meu prato não ter o menor sentido. No final nos servimos de um pudim de leite com cobertura de coco como sobremesa e ficamos em pé estudando os lugares livres. Os tributos femininos e masculinos de cada distrito estão sentados juntos na mesa. Porém nenhuma palavra é dita. Os do distrito 1, 2 e 4 passam por nós e se direcionam para uma mesa no fim da sala. O garoto do 2 está novamente me encarando. Mas decido ignorá-lo desta vez. Vasculho as mesas vazias pensando com quem vamos sentar. Quando enxergo ele, sozinho em uma mesa, novamente sem expressão alguma, o garoto do distrito 4.

Vamos por aqui. - Driblo as cadeiras até chegar na mesa do garoto. Nos aproximamos dele que continua a remexer a comida com a ponta do garfo, aparentemente sem apetite. - Esse lugar tá vago? - Ele apenas levanta os olhos castanhos para mim como quem diz: "pergunta idiota cara". Me sento ao seu lado assim como Nafftaly, Lucy e peter, preenchendo a mesa redonda. O silêncio era perturbador ao mesmo tempo que era constrangedor. Queria saber sobre esse garoto. Porque ele não estava junto com os outros tributos do distrito 1, 2 e a garota do 4? O silêncio perdura por mais alguns minutos quando decido perguntar. Porém Nafftaly foi mais rápida.

Você. - Ela aponta com o garfo. E novamente ele apenas levanta os olhos do prato. - Porque não está com aquela galera do fundão. Você sabe, a galera snobe da escola. - Ela diz apontando para a mesa dos tributos. Ele ignora ela por completo, apenas baixa os olhos novamente e continua remexendo a comida. Se eu estivesse na pele de Nafftaly me sentiria constrangido, porém ela fala novamente. - Acho que você não gosta muito de pessoas.

– Eu gosto de pessoas, mas não de vocês.

– Ah, ele fala. - Deixo escapar. O garoto me lança um olhar mortal. - Então cara? Qual é a sua?

– Porquê estão falando comigo?

– Sei lá, você parecia tão sozinho. - Nafftaly provoca. Ele pega sua bandeja e levanta da cadeira. Quando estava prestes a partir, no puro impulso agarro o seu pulso.

Espera. - Ele me olha. - Cara, só preciso de algumas informações sobre aqueles tributos. Você parece não gostar deles tanto quanto a gente. Só quero saber porque eles estão levando tudo numa boa. - Por um momento ele apenas fica em silêncio me olhando nos olhos, e então se senta novamente.

O que querem saber? - Ele estica as pernas por debaixo da mesa e cruza os braços musculosos.

Começando por isso. Porque todos eles estão agindo como se estivessem em casa? E porque parecem terem sido muito bem treinados.

– Porque fomos treinados. - Ele responde diretamente. - Quando a capital nos apresentou os Jogos Vorazes no distrito 13, no início achávamos que era apenas mais um trote. Como todos vocês, eu presumo. - Ele faz um gesto apontando todos nós. - Porém, como o distrito 1 e 2 foram, de certa forma, mimados pela capital. Eles forneciam alimentos, segurança, e o mais importante, informações.

– Então. - Interrompe Nafftaly. - Eles sabiam desde o início que os jogos iam acontecer de verdade.

– Exato. Então começaram a treinar todos os jovens elegíveis entre a idade de 15 à 18 anos, para se voluntariarem aos jogos quando estivessem prontos. - Ele dá um gole em seu suco de laranja.

Isso é injusto. - Explodo. - Eles nos abandonaram no meio de uma rebelião, e são tratados a "pão de ló" pela capital?

– Não foi só por isso que a Capital viu vantagem em beneficiar os distritos 1 e 2. - Ele torce o canto do lábio em um sorriso maroto. - Quando a capital perdeu o distrito 13, sua principal fonte de armamento, precisou de outro depósito para suas armas.

– Distrito 2. - Digo. O garoto concorda com a cabeça.

Uma montanha impenetrável, no meio do distrito. Eles a chamam de Noz.

– Meu Deus. - Ergo as mãos à cabeça incrédulo. - Se meu pai ao menos soubesse. Então esse foi o principal motivo.

– Mas aonde o distrito 4 entra nessa história? - Pergunta Nafftaly.

Nossos governantes não são burros. Começaram a notar o que estava acontecendo. E então se juntaram a aliança da Capital. - Ele responde.

Aliança? - Questiono olhando para os tributos barulhentos no fundo da sala.

Eles se autodenominaram Os Carreiristas. - Vejo de soslaio Lucy adquirindo uma expressão preocupada. - Na arena irão caçar os mais fracos e então, quando restarem apenas eles, irão começar a se digladiar entre si.

– Isso é bizarro. - Digo.

Bizarro e injusto. Como vamos lidar com pessoas que receberam esse tipo de treinamento? - Explode Nafftaly.

Eles sabem matar. E muito bem por sinal. Mas sabem fazer apenas isso. Se não derem comida a eles... - Ele não termina a sentença, mas todos sabemos o que ele quer dizer.

Mas então. - Começo. - Você ainda não respondeu nossa pergunta. Porque não está com eles?

– Porque eu não sou um assassino. - Ele agora está me olhando nos olhos. - Mas fui treinado para ser um. - Ele pega uma faca da sua bandeja e gira habilidosamente entre os dedos, por fim a arremessa na direção de Nafftaly. A faca se aloja na mesa entre os dedos da menina, cuja mão estava pousada na mesa. Nafftaly recolhe lentamente a mão boquiaberta. Lucy deixou escapar um grito agudo e Peter estalou os olhos derrubando o seu suco de laranjas.

Você ainda não nos disse o seu nome. - Me viro para o garoto. Por um momento achei que ele não iria responder.

É Nautylus. O carreirista do distrito 4.


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