After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 15
We All Lose Something


Notas iniciais do capítulo

Novo cap às três da manha... sono

Boa leitura!



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Acordo com as batidas insistentes de Phillippa na porta.

Acordei nas primeiras vinte batidas que você deu. - Gritei. Então escutei os passos de Phllippa indo para longe.

Levanto da cama apenas com a roupa de baixo e cambaleio até o closet do quarto. Assim que o abro, uma gaveta automaticamente veio em minha direção revelando em seu interior, uma regata preta como petróleo com detalhes em vermelho e uma calça de abrigo, ambas impecavelmente dobradas. Logo abaixo, um par de tênis esportivo da mesma cor. Me visto e saio para a sala de jantar tentando disfarçar meu nervosismo. Hoje será o primeiro dia de treinamento. Verei cada tributo de perto e saberei o que são capazes de fazer.

A regata ficou justa, emoldurando meu peitoral e abdômen. Por outro lado, as calças eram muito confortáveis. Me davam liberdade para correr ou fazer qualquer outra atividade física. Lucy está vestida com um uniforme da mesma cor. A regata de alças negras ressaltavam sua pele clara. Os longos cabelos loiros estava arrumados em um rabo de cavalo. Ela sorri quando me vê.

Bom dia! - Ela diz ainda sorrindo.

Bom dia atleta. Nunca vi você tão esportiva.

– Acho que um vestido não seria o ideal pra um treinamento. Mas enfim, gostei da sua regata.

Eu pareço um personal trainer?

– Não. - Ela diz torcendo o canto dos lábios. - Nada a ver.

Tomamos um delicioso café da manhã tentando não pensar que em poucos minutos estaremos cara a cara com os outros tributos. Lucy, apesar de tudo parecia estar mais calma do que eu. Comia seu cereal sem levantar os olhos da tigela. Será que ela realmente está levando tudo isso numa boa? Ou apenas tem o dom de fazer as pessoas acreditarem que está tudo bem? Assim que terminamos de engolir nossos cereais, Phillippa disse que estava na hora. Saímos para o corredor e nos dirigimos para o elevador que por fim, nos deixou no centro de treinamento.

Tudo bem, vou deixar vocês agora. Lembrem-se do que Gendry pediu. - E com isso, voltou para o elevador.

Bom. - Digo deixando escapar um suspiro. - Acho que agora é com a gente. - Pego na mão de Lucy e começamos a andar até onde alguns dos tributos já estão reunidos. Alguns nos lançam olhares curiosos, porém a garota do distrito 7 demonstrava algo mais. Pena talvez? Ela está na mesma situação que eu. Ambos temos irmãos mais novos para proteger, talvez esteja se identificando comigo. Decido que ela vai ser a primeira amizade que tentarei fazer.

Nos posicionamos em frente à uma mulher que está usando o mesmo uniforme. Assim que todos os tributos estão ali, ela começa.

Esse será o dia um de três que vocês receberão treinamentos em diversas áreas. Os treinamentos se baseiam nos dons básicos de sobrevivência, como caçar, fazer armadilhar, procurar comida em diferentes ambiente, inteligência, percepção e é claro, métodos de batalha. Vocês poderão circular livremente pelo centro de treinamento entre as bancas que mais chamarem a atenção de vocês. Lembrem-se, qualquer ato de violência contra os outros tributos será sujeito a punição, então, guardem isso para a arena. Estão dispensados!

Todos os tributos pareciam não saber o que fazer. A não ser os tributos dos distritos 1, 2 e 4, que foram diretamente para o arsenal, onde se encontravam maças, facas, espadas e arcos. Aquilo estava me deixando preocupado. Porque é que eles estavam lidando tão bem com a situação?

Então, vamos aprender a fazer alguma coisa?

– Enquanto ainda temos tempo, sim! - Ela diz olhando boquiaberta para o garoto do distrito 2 decapitando a um só golpe um inofensivo manequim. Caminhamos pelo centro de treinamento tentando pensar aonde ir primeiro.

Que tal aquilo? - Lucy aponta para um enorme computador que mais parecia uma máquina de jogos de azar gigante.

E o que exatamente é aquilo?

– Você nunca viu um desses? Papai costumava deixar eu jogar no antigo bar perto do parquinho. Eu batia qualquer recorde. - Quando Lucy mencionou nosso pai, puxei na memória tudo o que fui obrigado a aprender nos Dias Escuros. Pescar à lanças, escalar árvores e caçar com arco e flecha.

Lucy, você é um gênio!

– Não entendi. Mas obrigado.

– Pode ir indo pro seu mega caça-níquel. Vou treinar algumas coisas por aí.

– Tudo bem. - Ela me lança um olhar confuso mas pareceu entender. Nosso pai tinha ensinado muitas coisas para ela também, mas Lucy parecia ser mais a mente e não o corpo da batalha. Para a idade ela se mostrou ser muito inteligente. É imbatível no xadrez ou em qualquer outro tipo de jogo que tenha como objetivo botar a cabeça para funcionar.

Te vejo depois. - E com isso, me direciono para a ala dos arcos, onde uma garota do dois já está praticando. Paro ao seu lado apenas observando. Ela puxa uma flecha e atira contra o alvo, porém desastrosamente.

Tenta deixar o cotovelo um pouco mais alto. - Avisei. Ela apenas me lança um olhar de poucos amigos e lança uma nova flecha. Dessa vez ela acertou o alvo, mas na mínima pontuação. - Olha, você deve puxar a corda para lançar a flecha e não largar.

– Será que dá pra calar a boca? - Ela diz abaixando o arco.

Tudo bem. - Ergo as mãos me rendendo. - Me desculpe. - Ela se volta mais uma vez para o alvo e atira outra flecha. Tão desastrosa quanto a primeira. A garota deixa escapar um grito entredentes de frustração e joga o arco violentamente em minha direção. Viro o rosto para evitar o impacto, mas milagrosamente consegui pegar o mesmo no ar. A garota passa por mim com o rosto vermelho de raiva. - Ei! - Chamo. Ela se vira pra mim cruzando os braços. - Eu posso te ajudar.

– Não tenho nada a aprender com você, perdedor.

– Então vou te dar um conselho. Deixe as armas perigosas para quem realmente saiba como usá-las. - Puxo uma flecha da prateleira e a lanço no centro do alvo. Me volto novamente para a garota. - Beleza?

_|/_

O resto da manhã passou rapidamente. Sai da banca dos arcos e fui para o das lanças, onde o garoto do distrito um digladiava manequins com movimentos rápidos. No quesito corpo à corpo me mostrei inútil com uma lança. Mas no arremesso eu praticamente não errei uma. Lucy passou em várias bancas mas nenhuma que pudesse lhe ensinar algum modo de combate. Caminhei até ela que se encontrava agora na banca das armadilhas. Havia um garotinho com ela, a pele clara e os cabelos negros que lhe caiam sobre os olhos em ondas, então me lembrei do pedido de Gendry. "Façam amigos". Ao que tudo indicava, Lucy já tinha começado.

Chester! - Ela me lança o sorriso costumeiro de sempre. - Quero que conheça o Peter, do distrito 7. - Começo a botar o plano em ação parecendo o mais simpático possível.

E aí cara! Tudo tranquilo? - Me agacho ao lado dele e levanto a mão para o garoto. Ele levanta a mão suja de terra e bate na minha.

Tudo mais ou menos. Já estive melhor, você sabe. - Ele torce o canto dos lábios.

– Sei bem como é. - Respondo cabisbaixo.

Peter esse é Chester, meu irmão.

– Legal conhecer você, Chester.

– Pode dar uma olhada nessa linda moça pra mim? - Pergunto. Ele baixa a cabeça ficando corado.

Claro!

– Beleza! - E com isso me viro e caminho alguns passos para chegar na ala da luta corpo a corpo com espadas. Foi quando ela falou comigo.

Eu não vejo ele rir assim desde a colheita. - Olho para a fonte da doce voz. Uma garota estava escorada em uma prateleira com os braços cruzados, ligeiramente mais baixa que eu, a pele clara e os olhos negros, os cabelos repicados estavam presos em um rabo de cabalo. A franja negra lhe caia sobre os olhos da esquerda para a direita. Olho novamente para Peter que ria de algo que Lucy estava dizendo.

Na verdade acho que nenhum de nós tem muitos motivos para rir depois daquilo. - Respondo.

Tem razão. Todos estávamos pensando que era só um jeito de botar medo nas pessoas. Mas estão realmente levando crianças para uma chacina. - Ela diz olhando para Lucy e Peter.

– Essa gente é capaz de qualquer coisa. Infelizmente aprendi da pior maneira. - Um minuto de silêncio se passou.

Nós dois temos uma responsabilidade enorme nas mãos. - Ela diz novamente olhando para as crianças preparando uma armadilha. Peter pediu para Lucy se afastar e acionou a mesma. Com uma lâmina prateada ele cortou um fino cabo que sustentava um pedaço de madeira colocado em arco no chão. Assim que o cabo se soltou com um estalo, a madeira fez um "efeito catapulta" arremessando uma estaca na parede mais próxima, a deixando cravada.

Uooou! - Deixo escapar arregalando os olhos. - Aonde foi que ele aprendeu isso. - A menina solta um risinho envergonhado.

Nosso pai trabalhava muito na floresta, e para se livrar dos animais perigosos eles armavam todos os tipos de armadilhas. Ele costumava levar Peter que ama a floresta. - Ela olhava fixamente para o garoto. - Agora eu nem sei mais quando foi a última vez que ele viu uma.

– E o seu pai? - Me arrependi na mesma hora que fiz a pergunta. Ela baixa a cabeça e fita os pés.

Todos nós perdemos alguma coisa com essa guerra. Não é mesmo?


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