Pov Malina

Assim como o Kido dissera, começamos nós com o pontapé inicial de mim para o Someoka. De início, no banco ficou o Megane como substituto caso algum jogador se lesionasse, apesar dele ser o jogador com a camisola número dez, o próprio preferiu assim.

Antes mesmo de começarmos, ainda prestei um pouco de atenção ao que um rapaz chamado Kakuma Keita dizia, ao apresentar-se à Aki e à Haruna, a rapariga do jornal da escola.

–Que emoção!- declarou o Megane- Agora sou uma estrela de futebol!- se bem que ele estava a exagerar, e muito.

–É a primeira vez que há tanta gente consciente da minha presença! Por fim sabem que existo!- alegrou-se o Jin e sinceramente, não sabia se isso me arrepiava ou deixava triste.

–Aqui cada um tem a sua motivação e eu estou tão nervoso que nem me posso mexer.- afinal estava com pena era do Kurimatsu.

–Vamos rapazes! Animo!- gritou o Mamoru.

Inspirei bem fundo, de olhos fechados pensando que tudo ficaria bem, até que ouvi o apito do juiz que me fez abrir os olhos e passar a bola para o Someoka que passou para trás antes de continuar a correr assim como eu fiz.

Depois de passar a bola ao Max, ele passou-a para mim já que estava adiantada. Voltei-me para a frente, voltando a correr mas vi dois jogadores fazerem-me uma entrada, então, sem pensar duas vezes, saltei por cima deles. Sorri ao perceber que a minha ideia tinha funcionado. Mas logo "acordei", passando rapidamente a bola para o Someoka.

–Nem acredito que consegui!- comentei.

–Bom trabalho! Se continuarmos assim, de certeza que vencemos!- apoiou o Someoka.

–Vamos Someoka, passa!- pediu o Kazemaru, e assim que o Someoka viu um jogador à sua frente, passou-lhe antes de lhe poder tirar a bola, então o Kazemaru, avançou.

O Someoka passou novamente para mim e eu passei logo para o Max, que deu um rápido passe para o Shidou que continuou a correr junto à lateral.

–Aí vai!- gritou antes de pontapear a bola.

O Handa tentou cabeceá-la mas a bola ia alta de mais para ele, acabando por passar. Quando pensei que tínhamos desperdiçado um grande oportunidade de fazer gol, vi o Someoka aparecer por trás. Saltou e pontapeou a bola com imensa força.

–Vai!- gritei, vendo a bola ir direita para o gol.

Infelizmente, o goleiro da Teikoku, Genda, conseguiu defender na perfeição como se aquele tiro não tivesse sido nada. Já o comentador do jogo disse aquele remate esteve próximo de nós dar a vantagem e eu concordo, mas por azar isso não aconteceu.

–Kidou, aqui termina todo o meu trabalho.- o que o goleiro da Teikoku dissera, antes de passar a bola para o seu capitão, intrigou-me. O que queria dizer com aquilo?

–Sim.- concordou, pondo a bola de baixo do pé- Agora vocês vão ver... Como joga a Teikoku Gakuen.

–O quê?- murmurei, assustada com as palavras dele.

–Vamos lá.- mencionou o Kidou, passando a bola para um dos companheiros.

Assim que esse tal companheiro recebeu a bola, deu um enorme remate nela. A bola passou por mim com uma velocidade que me fez cambalear com a sua potência. Quando passou por mim, voltei-me para trás a tempo de ver a bola chegar às mãos do Mamoru que tentou defenda-la, conseguindo por uns instantes mas logo foi projetada para trás até às redes, deixando-nos a todos sem fala, sendo que a única coisa que se ouviu, foi o apito do juiz dizendo que era gol para a Teikoku.

Que velocidade... Que força... Eles são realmente... Monstros. Conseguem fazer coisas que eu já imaginei ser possível para adolescentes. Então afinal... Este é o verdadeiro jogo da Teikoku Gakuen.

–Mamoru!- chamei-o já junto a ele, ajudando-o a levantar.

–Pessoal... Desculpem. Não consegui defender.- mencionou ainda de joelhos no chão enquanto eu agarrava o seu braço tentando fazer com que se levantasse.

–Mas o que podemos fazer contra um remate... Tão rápido e forte?- perguntou o Handa sem olhar para o seu capitão.

–Nós não estamos à altura.- concordou o Kurimatsu.

–Rapazes...- murmurei, vendo-os desanimar.

–Mas o que estão a dizer? O jogo acabou de começar!- começou o Mamoru, sentando-se- Temos que seguir em frente!

E assim o jogo continuou e nós... Continuamos a levar mais e mais gols, já para não falar das inúmeras vezes em que nos acertavam com a bola no corpo.
Finalmente, o árbitro apitou assim que acabou a primeira parte do jogo sendo o resultado final de 10-0.

–Parece que estão cansados.- comentou a Haruna. É claro que estamos cansados! Estamos fartos de correr.

–Mas o que se está a passar? Nenhum deles está a suar com o esforço.- observou o Kazemaru.

–Não é de estranhar.- respondi- Quase nem tiveram que correr.

–Jogaram connosco como se fossemos brinquedos.- comentou o Shourinji.

–Que nervos! Na segunda parte faremos com que corram tanto que até irão comer a areia!- o Mamoru ainda tentou anima-los, mas pareceu não resultar, se bem que a eu também apenas me limitei a sorrir.

–É impossível.- respondeu o Kurimatsu- No final seremos nós os que acabaremos cansados.

–Eu já não posso correr mais.- informou o Shidou.

–O que se passa?- perguntei- Nós só terminamos a primeira parte! Ainda há muito jogo, pessoal!

–Temos de jogar o segundo tempo?- perguntou o Kabeyama, completamente estendido no chão- Do que nos vai servir?

–Continuar a jogar será inútil, não servirá para nada.

–Mas o que estão a dizer?!- perguntou o Mamoru, já levantado, e também, chateado- Temos de continuar porque não sabemos a que time a sorte irá sorrir na segunda parte! Se sorri para nós?

–O Mamoru tem razão!- concordei, levantando-me apesar das dores nas pernas- Não podemos desistir assim, rapazes!- eu estava de acordo com ele mas parecia ser a única já que mais ninguém se manifestou.

Assim que o juiz informou para que voltássemos para o campo, rapidamente informamo-lo que iríamos fazer uma troca de jogadores, substituindo o Jin pelo Megane que insistia em jogar pois dizia que como número 10 iria conseguir mudar o jogo, então, o Mamoru aceitou, se bem que não estou muito de acordo.

Desta vez, que deu o pontapé inicial foi a Teikoku Gakuen, e a logo a seguir, a bola foi passada para o Kidou, o que me fez perceber que não era bom sinal assim que vi o sorriso na sua cara.

–Vamos ativar a Death Zone.- só o nome, já deu para perceber que coisa boa, não era- E obriguem-no a dar a cara de uma vez!- gritou passando a bola para os três companheiros que correram para o nosso campo.

Vi-os saltar bem salto, ficando à volta da bola, enquanto rodavam. Aquilo era... Uma técnica!

–DEATH ZONE– gritaram os três.

Mesmo longe, conseguia sentir a pontência daquele tiro, dando para perceber que era impossivel que o Mamoru o conseguisse defender sem uma bola técnica de goleiro.

–Mamoru! Cuidado!- gritei, mas já era tarde de mais.

A bola atingiu-lhe a face, ele ainda conseguiu para-la por uns miseros segundos mas não foi suficiente para a deter, acabado por fazer o 11º gol da Teikoku.

–Continuem!- gritou o Kidou- Não parecem até que apareça!- mas porque está a dizer aquilo? De quem estava ele à espera, afinal?

Os jogadores da Teikoku continuaram com toda a força, fazendo as suas técnicas para nos derrobar, mas foi o caso da técnica CICLÓNICO que me levou pelo ar, derrubando-me. Também houve a JOGADA DOS CEM CHUTES. Continuaram a atacar-nos e a maguar-nos propositadamente, fazendo 14, 15, 16... 18 gols enquanto nós estavamos a zeros.

Nesse momento, todos os jogadores da Teikoku começaram a rir.

–Saí de uma vez!- gritou o Kidou- Se não saires...- ele voltou-se e levantou a mão apontando para o céu- Iremos por eles. Pelos últimos que continuam de pé!- e apontou para o Mamoru que se encontrava no gol enquanto eu estava um pouco mais a frente servindo como defensa apesar de ser atacante.

–E faremos com que se curve!- acrescentou um dos jogadores antes de rematar a bola que me acertou no estomago, fazendo-me cambalear.

Continuaram a fazê-lo, tentando-nos de derrobar mas ambos ficavamos de pé, tentando que eles não fizessem mais nenhum gol. Mas estava a ser difícil, as minhas pernas quase não aguentavam e já cederam por duas vezes mas levantei-me apesar de quase tropecer. O Mamoru, também não desistia apesar de por vezes levar com a bola na face. Eles estavam apenas... A brincar connosco.

No meu intimo, gritava por ajuda como se isso fosse solucionar alguma coisa. E quem sabe... Talvez aconteça um milagre e ele... Nos venha ajudar.