Pov. Hermione

Acordei mais cedo do que o normal, ansiosa para voltar pra escola. Olhei para o relógio na parede do quarto de Gina que indicava que ainda eram 7:00 da manhã. Aproveitei para terminar de arrumar o meu malão.

Peguei o Snow e o coloquei dentro da caixa com comida e água. Me arrumei, e já estava pronta para o café quando caminhei até o quarto de Rony.

– Harry! Ron! Acordem! É 1° de setembro! - eu falava empolgada enquanto balançava os dois.

– Já acordei - Harry sentou-se no colchão colocando os óculos redondos.

Rony puxou o travesseiro de Harry e o colocou em seu rosto.

– Eu quero dormir - ele falou com a voz abafada pelo travesseiro.

– Ronald! - bati o pé no chão com as mãos na cintura - O trem sai exatamente às 11:00.

– E são quantas horas agora? - ele sentou-se ainda com os olhos fechados.

– 9:00! E ainda temos que tomar o café. Levanta! - falei nervosa e com muita dificuldade Ron saiu da cama.

Quando todos já estavam prontos, descemos para tomar o café e ir à estação.

– Andem logo com isso! - A Sra. Weasley que acabara de chegar gritou do lado de fora da Toca.

Ao fim, depois de uma longa viagem, estávamos todos na estação King's Cross.

– Tchau, mamãe - Gina se despediu.

– Tchau, Sra. Weasley! - Harry e eu acenávamos enquanto Rony ainda recebia um abraço caloroso da mãe, o que deixou suas orelhas vermelhas enquanto caminhava até nós.

– Cuidem-se, crianças! - ela agora acenava enquanto o trem partia rumo à Hogwarts.

Após guardarmos nossos malões, achamos uma cabine vazia. Ron, Gina e Harry sentaram-se aliviados, mas eu logo me virei para ir falar com a Prof. McGonagall sobre as matérias que eu queria cursar este ano.

Quando eu estava voltando para a minha cabine, me deparei com um Draco sozinho.

Espera aí. Ele estava chorando?

Seu cabelo estava despenteado e seu rosto estava mais pálido do que o normal, indicando uma noite mal dormida.

Um sentimento estranho tomou conta de mim e a minha burrice falou mais alto que a minha razão. Quando eu me dei conta do que eu estava fazendo, já estava dentro da cabine de Draco Malfoy.

Pov. Draco

Eu encarava o chão do trem com as mãos na cabeça, quando me dei conta de que não estava mais sozinho. A última pessoa que imaginaria estava ali.

Hermione Granger estava parada na minha frente com o cenho franzido.

Eu estava com a cabeça tão cheia de coisas que não tinha nem vontade de implicar com ela.

– O que você quer, Granger? Veio tirar sarro da minha cara? - dei um sorrisinho de deboche, mas infelizmente não surtiu muito efeito pela expressão de cansaço no meu rosto.

– Não, Malfoy. Eu posso não gostar de você, mas não sou um monstro. Olhe só pra você, nunca te vi desse jeito. O quê aconteceu? - ela agora estava sentada no banco da frente com os braços cruzados.

Ela me olhava com pena. Não... eu provavelmente estava delirando.

Não que fosse da conta dela, eu até pensei em dizer isso, ela é uma sangue-ruim, oras. Provavelmente iria contar ao Potter e aos idiotas dos Weasleys e aí minha missão de matar Dumbledore iria por água à baixo e para completar Voldemort me torturaria até a morte depois de matar minha mãe.

Como eu sou burro!

Estiquei meu braço e arregacei a manga do uniforme.

Burro! Burro! Burro!

Granger me olhava apavorada.

– V-v-você é um comensal - ela disse baixinho olhando a marca em meu braço.

– Eu não escolhi isso, Granger. Agora por causa do imbecil do meu pai, esse é o meu futuro.

Ela me me encarava e parecia espantada pelo que eu acabara de dizer. Talvez porque não tinha se passado por sua cabeça que meu desejo nunca foi ser uma droga de seguidor de Lord Voldemort.

Ela não parecia saber o que falar. Abaixei rapidamente a manga da camisa.

– Hum, então porque aceitou isso? - ela perguntou desviando o olhar.

– Já disse que não tive escolha, Granger. - eu a encarava enquanto ela ainda evitava o contato.

– Então, se você tivesse tido escolha, você seria menos idiota em relação as pessoas de famílias trouxas? - ela jogou as palavras na minha cara.

Olhei espantado para ela.

Se eu tivesse tido escolha, eu teria sido diferente? Eu definitivamente não sabia qual resposta dar.

– Talvez - assenti.

Mas que porra estava acontecendo?

Ela me olhou por mais alguns segundos surpresa e se levantou para abrir a porta, mas eu me posicionei logo atrás e segurei firme seu braço.

– Não conte sobre o que viu para ninguém! Principalmente para os seus amiguinhos idiotas!

– Não se preocupe Malfoy, eu não vou contar - ela disse firme.

Afrouxei o aperto em seu braço e ela se soltou de mim, enquanto caminhava de volta para sua cabine sem olhar para trás.

Seria um longo ano daqui pra frente.