POV Isabella

Lembram-se do que eu falei da mudança da coordenação da escola? Bom, hoje nós conheceremos a nova diretora! Estou muito animada, por que soube que ela é muito legal.

Hoje é o quarto dia de aula, uma quinta-feira. Levantei da cama disposta, havia dormido bem aquela noite. Fui até o banheiro, fiz minhas higienes de sempre e fui até o closet escolher uma roupa. Eu não sabia o que vestir, já que queria dar a diretora uma boa impressão. Acho que vou optar por um vestido simples. É. Vesti-me e desci as escadas até a sala de refeições. Embora o fato de que eu aceitaria comer Mc Donalds, meu pai disse que devemos ter “refeições dignas do nosso paladar”. Meu pai é um pouco – lê-se “muito” – esnobe. Ele tem aquele pensamento “somos reis, devemos nos comportar como tais e agir como tais.”. Totalmente ao contrário da minha mãe, que tem todos os seus súditos como filhos. Eles dois se completam. Ás vezes os escuto brigarem, mas sei que é normal. O amor deles, eu nunca vi igual. É mágico.

– Bom dia princesa Isabella. – Eduarda, minha governanta disse.

– Eduarda, já lhe disse pra me chamar somente de Isa. – Falei meiga. Duda era minha governanta desde que me conheço por gente.

– Desculpe-me princesa Isabella. – Falou atenciosa e ri fraco aceitando que tem coisas que nunca mudam. – O príncipe James falou que iria te buscar hoje, princesa. – Franzi o cenho, confusa. Um som de buzina veio do jardim enquanto eu saboreava minhas torradas com queijo branco. – Deve ser ele. É melhor ir princesa, sabe como James fica bravo quando se atrasa.

Sorri pra aquela mulher com quem eu tinha tanta intimidade a ponto de já ter desabafado sobre James e dirigi-me ao jardim. Chegando lá encontrei meu namorado com um sorriso amarelo e seu mordomo abrindo a porta da limusine pequena pra mim.

– Princesa Foster. – O mordomo se reverenciou. Agradeci com a barra do vestido, já entediada e entrei no veículo.

– Isa! – Ele exclamou – Bom dia.

– Bom dia James. Qual o motivo de tamanha gentileza?

– Um agrado para minha namorada. Só isso.

– Agradecida. – Falei olhando pra janela. Avistei os portões da escola em seguida. O chofer estacionou e James abriu a porta pra mim.

Durante todo o trajeto até o armário ele segurou minha mão, o que me deixou realmente incomodada.

– Você sabe que nem meus pais nem os seus estão nos observando agora, por que precisa fingir que se importa comigo James? – Falei seca.

– Sabe Foster, - ele me chamou pelo sobrenome – acho que já que vamos nos casar um dia eu vou ter que aprender a conviver com você. Por mais irritante e largada que sejas.

– Vai se ferrar James! – Xinguei e segui com passos rápidos até a minha sala.

WHATSAPP – VOCÊ TEM UMA NOVA MENSAGEM.

Nicolas Garcia, Seis segundos atrás.

– Oi Bella, tudo bem?

– Sim Nic, à medida do possível

– O que aconteceu princesa?

– Nada princípe. Animada pra conhecer a diretora. E você?

– Também. Agora pare de me enrolar?

– Como assim Nic?

– Você esta me devendo um beijo...

– :3

Eu e nico havíamos feito uma aposta no nosso último “encontro” – essas nossas saídas escondidas que eu não sei se posso chamar de encontros. -. Estávamos a beira do lago e apostamos quem atiraria a pedra mais longe. Ele ganhou e eu lhe deveria um beijo, mas quando ia pagar uns guardas chegaram e nós tivemos que fugir.

– Pagamento agora ou depois, Sra. Foster?

– Agora nós não podemos, lembra?

– Ahh L Por quê?

– 1) Eu tenho “namorado” 2) Na escola é proibido 3) Bom, não tem um terceiro motivo...

– 1) James não é um problema. 2) A professora Susan está sonhando com o coordenador a essas horas. 3) Eu não preciso de nenhum motivo pra querer te beijar...

– Rsrs, isso é sério?

– Talvez se eu ganhar um beijo eu vire um príncipe!

– Você já é um príncipe amor.

– Um príncipe que possa se casar com você, Bella. Foi o que eu quis dizer.

– Sabe de uma coisa Nicolas?

– Oque?

– Eu to pouco me lixando pro James, ou pra professora. Eu te amo, seu idiota!

Corri até ele e o beijei. O pegando de surpresa.

– Eu tenho que fazer mais apostas com você, Isabella! – Ele sorriu depois de nos separarmos por falta de ar. Ri fraco e ele me puxou pra mais um beijo. Com toda certeza o pessoal da sala nem estava prestando atenção. Uns estavam mexendo no celular, ou dormindo, ou se pegando também. Como sempre. Então naquele momento éramos só nós dois.

– Na próxima aposta eu juro que serei mais “ousado” – Falou mordendo o lábio me fazendo rir.

– Okay... Não vai ser um sacrifício perder.

– Ah, esse é o casalzinho mais gay que eu conheço. – uma voz interrompeu nosso selinho. Tinha que ser a Blair... – Nunca imaginei a toda certinha Isabella Foster quebrando uma das principais regras do colégio! Achei que a “rebeldia” do grupo fosse a louca da Rachel! – Fervi de raiva dessa oxigenada.

– O nome dela é Raquel. E você não abra a boca pra falar mal dela, Glamorazzi. Que o nome dela não é osso pra estar em boca de cachorra!

A Quel se aproximou e ficou do meu lado, sussurrando um “obrigado” tão baixo que só eu pude escutar.

– Eu sou a cachorra? Escuta aqui, Isabella - falou meu nome com desgosto – não sou eu que estou traindo meu namorado com um mendigo e um pirata. Então, no caso, a cachorra aqui é claramente você.

Nico me abraçou de lado. E a Bia a Leh e a Cris se aproximaram perguntando o que estava acontecendo. Eu estremeci com as palavras dela, por que em certo ponto eram verdadeiras.

– É tão recalcada que acha que falando mal dela, vai derruba-la... Coitada da Barbie falsificada! – Quel expôs.

– Você vai ver a Barbie falsificada Rachel! – Gritou se aproximando da Quel

– É Raquel! – Deu um tapa na bochecha da Blair. Que se virou com raiva.

E puft! Estavam brigando. Ninguém conseguia separar essas duas, por mais que todos tentassem.

– Posso saber o que está acontecendo aqui? – Uma voz imponente gritou paralisando a todos. Era o coordenador. Ferrou!

O coordenador Quinn era o homem mais chato e exigente que eu conheço. Ele não liga pra você, só quer que tudo esteja em ordem e todos comportados. Soube que ele odiou a nova diretora. Esse homem não tem coração!

– A Rachel me agrediu, Mr. Quinn. Tudo isso por que a amiguinha dela, a Isabella estava discutindo comigo. Pior, sem motivo algum! – Blair se fingiu de coitada massageando o lugar onde a Quel “bateu”.

– Raquel e Isabella, vocês serão suspensas! – Ele falou caindo na da oxigenada.

Ferrou de vez. Eu não posso ser suspensa, ainda mais por uma coisa que não fiz!

– Creio que não será necessário. – Uma voz feminina e radiante disse entrando na sala. Assim que a vi me impressionei. Era uma mulher linda, loira, alta, de olhos azuis vibrantes. Aparentava ter uns trinta e poucos anos e estava usando um terninho cinza meio azulado e uma saia lápis da mesma cor. – Pode se retirar, Mr. Quinn.

Assim que ela entrou todas as outras pessoas da sala prestaram atenção. Nem pra uma briga cheia de gritos eles ligaram, mas agora todos os olhares estavam focados nela. Principalmente o dos meninos, que estavam babando.

– Oi garotas. – Sorriu pra nós, atenciosa – Algum problema por aqui? – Nenhuma de nós conseguiu responder. Ela sorriu de volta. – Bom, acho que não. Vocês devem estar estranhando... Eu sou Falinne Blue. Mais conhecida como a “fada azul”...

Fiquei feliz com essa notícia. Primeiro que pra mim a fada azul era uma velha. Segundo que essa mulher era muito gentil, seríamos amigas.

– Eu também sou a nova diretora de vocês... – rompeu o silêncio. Toda a sala começou a vibrar pulando e gritando. Foi tipo cena de filme!

Ela riu envergonhada e, depois de ter certeza que não iríamos mais brigar, foi embora.

(...)

Fomos chamados para ir ao auditório. Era a terceira aula. Eu e o bonde (é assim que eu chamo a Leh, Bia, Cris, Quel, Mel e Becca. Uma zoeira que agente inventou) nos sentamos lado a lado. Já estava todo mundo lá, de outras turmas... Enfim, estava cheio.

– Silêncio crianças! – Falou o coordenador Quinn no microfone. Ele estava no centro do palco que o auditório usa pra apresentações de dança, teatro e etc. Depois de as risadas e conversas cessarem ele continuou. – Bom, como já sabem temos uma nova diretora. Seu nome é Falinne. Tratem-na por Sra. Falinne, ou Diretora Falinne, ou Srta. Blue. Em nenhum caso apenas por “Falinne” ou apelidos informais. Ela é a autoridade máxima dessa instituição escolar! Respeitem-na e a obedeçam. Entendido?

Entendido. –Gritamos entediado pelo discurso gigante do coordenador.

Ele revirou os olhos e se retirou, dando entrada para a nossa nova diretora. Alguns meninos assoviaram ao vê-la. Ela pegou o microfone e sorriu enquanto todos batiam palmas animadamente.

– Para mim é realmente um prazer ser diretora de um colégio tão prestigiado e tão cheio de alunos educados e incríveis como vocês. – Pude ver em seu olhar que cada palavra era verdadeira. – Como Quinn já disse, eu sou Falinne Blue, também conhecida como “a fada azul”. Esse ano algumas melhorias serão e algumas já foram feitas. Vocês também terão mais liberdade de expressão e mais atividades interativas incluindo atividades extracurriculares. Estou programando retiros, festas e bailes. Qualquer coisa, quaisquer mesmo podem vir falar comigo que ficarei feliz em atendê-los. Bom, muito obrigada pela recepção e colaboração.

Acenou e saiu do palco enquanto aplaudíamos. Logo fomos liberados para o recreio.

– Eu tenho que confessar que fiquei muito animada com a parte das festas bailes e retiros. Essa diretora é um máximo! – Leh disse empolgada enquanto se sentava na nossa mesa.

– Concordo plenamente! Ô mulher perfeita! – Derick falou se aproximando. Junto com ele estavam Trevor, Kevin, Phil e Allan.

Rimos. Eles literalmente babaram pela diretora.

– Ela é muito, muito gostosa! Mas não se preocupe Isa, você ainda é mais que ela. – Kevin disse e piscou pra mim. Sorri divertida e minhas amigas riram.

– Bom, eu prefiro o professor Evan. Ele é um deus grego! – Tracy falou sorrindo sapeca. Ela, Lorrain, Kelly, Helena e Kate estavam sentadas conosco.

O professor Evan é o nosso professor de redação. Ele é muito, muito lindo!

37 anos, rosto esculturado, barba semicerrada, olhos verdes, lábios carnudos, dentes alinhados, corpo musculoso, estiloso... Um deus grego. A maioria das meninas da escola baba por ele. E a maioria dos meninos baba pela diretora.

– Falando nele, agora é aula de redação! – Kelly disse se levantando da mesa. O sinal tinha acabado de bater.

– Oba! – Tracy disse batendo palmas, animada. Ri da empolgação dela e fomos todos pra aula.

– Bom dia alunos. – O professor falou com sua voz rouca (sexy). Todos já estavam sentados com o livro na mesa. – Hoje a tarefa de vocês vai ser uma redação sobre a diretora Falinne.

Para tudo! O professor tá gostando da diretora? My god! Seria o casal lacra tudo do século!

Porque eu estou pensando isso? Muito simples cambada! Eu sei dizer quando alguém esta apaixonado, ok? Eu sou profissional nisso. E o jeito que o professor pronuncia o nome “Falinne”, a cara que ele faz e o sorriso que ele abre só de escutar ou falar o nome dela é muito perceptível. Eu tenho que juntar esses dois! Projeto do ano!

Bom enquanto eu pensava isso a sala inteira já começou a fazer a redação. Como sempre, eu vou ser a lerda do pedaço.

Real Label School – Aula de Redação; Professor Evan. Aluna: Isabella Foster. Tema: Diretora Falinne Blue.

– fiz o cabeçário e comecei a fazer o texto.

O que dizer da mais nova diretora da Real Label School, a srta. Falinne Blue?

Ela é uma mulher de muito respeito, gentil e bonita. Simpática e delicada. Já no começo todos os alunos a apreciam. Ela parece ser inteligente e com certeza irá dirigir a escola muito bem.

E blablabla.

Entreguei para o professor que já estava lendo algumas redações.

– Derick! Não se usa a palavra “gostosa” em uma redação escolar sobre a diretora! – O prof falou irritado. Deck só riu junto ao resto da turma. – Fora isso, eu gostei muito das redações feitas aqui. Concordo plenamente com todos os adjetivos que usaram para descrever a Srta. Blue. Ela realmente é muito bonita. E carismática. E... Bom, até quinta que vem.

Falou e se retirou da sala. Assim que o professor saiu, como o próximo ainda não tinha chegado, Derick foi até a mesa dos professores, atraindo a atenção de todos e se colocou a falar.

– É o seguinte cambada, festa na minha casa, sexta-feira! Todos estão convidados! Menos os pirralhos. Valeu Falou!

A sala comemorou com gritos. – eu já nem me incomodo, meus ouvidos estão acostumados. – Ia ser muito, muito top! Escutei falarem que o Derick só dava festas perfeitas. Um ótimo começo de ano. Música alta, bebidas e amigos. Estou muito empolgada.

POV Derick

– Já vi que essa festa promete, hein Deck? – Trevor me perguntou, debochado. Ele e meus outros amigos (Allan, Kevin, Phil, Owen, Raymond e Tony) estavam sentados nos degraus da quadra de educação física. As meninas estavam jogando vôlei e nós assistindo. Graças a deus essa aula chegou. Por ser a última do dia e por dar fim à aula do professor-eu-me-acho-o-bonitão-e-quero-pegar-a-diretora. Todas as garotas do colégio são “caidinhas” por ele. Sem razão nenhuma, é claro.

“- Você está e com ciúmes dele, Deck. Isso sim! Quer que todas as meninas do colégio só tenham olhos para o bonitão do filho do Peter Pan!”

Foi a idiotice que o Phil me falou. Tem um pouco de verdade nisso... Confesso que amo ser o centro das atenções, mas não tem – quase – nada a ver.

– Vai ter tudo que nós adoramos. As gatas do colégio e bebidas pra garganta não secar. – Rimos. – Façam suas apostas, cavalheiros!

– Hum... A Tracy vai? – Owen perguntou cabisbaixo. Ri malicioso ao perceber que o Ray, o irmão dela, ficou vermelho de raiva.

– Posso saber o porquê do interesse?! – Cuspiu as palavras quase socando Owen. Isso esta muito, muito divertido!

– Nada não Raymond! Não se preocupe!

– Se você encostar na minha irmã, Owen, já sabe o que vai acontecer... Ela é muito nova pra isso.

– Ela tem quase 17. – Debochei.

– MUITO NOVA! – Gritou vermelho de ciúmes. Allan, Kevin, Phil e Tony se divertiam tanto quanto eu.

– Estranho Rayd, quando você estava a fim de pegar a Helena você não se importou que ela tenha “só” – fiz aspas no ar – 17 anos...

– Você fala isso porque é “amiguinho” da Helena! Confessa Derick, vocês já tiveram um caso! – Raymond tinha me confessado que gostava da Helena ontem. Ele estava discutindo comigo, mas eu tava levando numa boa mesmo.

– A Helena é filha da Wendy, que é uma velha amiga do meu pai. Eles se gostavam, mas acabaram se separando porque meu pai não queria “crescer”. Mas mesmo assim eles continuaram amigos. Agora meu pai tem minha mãe e a tia Wendy seu marido. A Helena é bonita cara, mas nós somos só amigos. – Nem sei porque expliquei a história toda, só queria tranquilizar o meu melhor amigo. Que ficou sem graça.

– Bom, desculpa cara. – Owen disse, quebrando o silêncio - Eu só achei a sua irmã muito... Sei lá. Acho que gostei dela. – Sorriu derrotado.

Rayd pareceu pensativo e depois de um minuto exato – em que eu e os outros ficamos o encarando, inclusive Owen que alterava seu olhar entre o ele e seus pés – ele sorriu e disse enquanto brincava com os dedos:

– Ok. Fico feliz que pense assim da minha irmã. Só nem pense em conquistá-la e depois partir seu coração. Se ela se machucar, você vai sair mil vezes mais machucado do que ela. – Owen abriu um sorriso de orelha a orelha. Fiquei feliz por ele e batemos palmas como quem diz ae-o-irmão-chato-e-ciumento-desapegou! E “aproveita-essa-chance-Owen”, ou até “o-amor-é-uma-coisa-tão-nojo”...

Sabem, algumas pessoas pensam que só porque nós saímos por aí pegando todas, bebemos, vamos a festas todo dia, não estudamos nunca nós não temos coração. Se tem alguém que conhece esses manés aí sou eu. Eles são meus melhores e únicos amigos. E eles são uns derretidos que se fazem de durões (Discurso meio gay, eu sei. Apaga!).

Comigo talvez seja diferente. Nunca tive a chance de me apaixonar, de deixar alguém saber da droga que minha vida é, ou que eu tenho vários pontos fracos. Nunca me confessei pra ninguém. Nem meus melhores amigos sabem muito sobre a minha vida. Prefiro ser reservado e na minha.

– Bom, minha aposta vocês já sabem. – Kevin falou com um sorriso pervertido. Sorriso que virou a marca registrada dele.

– Isabella – falamos em uníssono.

– Cara, você sabe que ela tem namorado. Que ela e o Nicolas vivem de “apego” por aí... Por que você não desapega dessa ideia logo? – questionei.

– Tudo bem que ela é linda. – Allan expôs.

– E sexy... – Trevor completou.

– E meiga. – Tony.

– Ela e perfeita! – Kev acabou com o assunto “Isabella”. – Todos os meninos babam pela Isa. Até vocês, eu sei.

– Os principezinhos mimados não. – Tony disse.

Os “principezinhos mimados” são os namorados das meninas mais desejadas do colégio. Willian, Jonatan, Florian, Louis, Sean. Neal é o irmão da Bia, ele e o Kael são gente boa. Nossos amigos, de vez em quando conversando. Eles dois não são como os outros. Tem o James também. Ele é um completo babaca. Não tenho moral pra falar isso, eu sei. Mas ele trai a Isa umas cinco vezes por dia.

– Eles têm namoradas lindas. Por que as trairiam? – Kevin disse e deu de ombros. – Vocês sabem que eu puxei o jeito mulherengo de pirata do meu pai... Eu não estou apaixonado... Só quero tentar o que todos não têm coragem de tentar.

– O que seria? – Perguntei o provocando. Adoro isso.

– Uma chance. – Deu de ombros, parecendo não se importar.

– Hum – murmurei – E vocês, com quem vão “apostar”? – Olhei malicioso pra Tony, Allan, Phil e Trevor.

– Veremos... Entrou tanta gata na escola que nem eu sei direito... – Allan falou sorrindo de lado. – Fora as top sete...

Nem preciso dizer quem são as top sete né? Isabella, Bianca, Leticia, Cristal, Raquel, Melody e Rebecca.

– A Bianca. Meiga, inocente... Adoraria redescobrir a inocência nela – Trevor falou com malicia na voz. Se eu fosse ele não falaria isso. Ainda mais com Neal e Kael que acabaram de chegar aqui. Pena que o Trevor não percebeu... Não pude deixar de sorrir me divertindo com a situação.

– Que tal se eu “redescobrisse” a minha mão na sua cara? – Gritou o agarrando pela gola da camisa.

– Calma! Calma Neal! Eu estava só brincando! – Trevor se cagou de medo. Gargalhei alto junto a Neal.

– E vocês, Neal e Kael... Com quem vão “tentar alguma coisa” em minha festa? – Questionei depois de me recuperar das risadas. Hoje eu estava me divertindo muito. Essa festa vai render muitas histórias... Neal ficou sem graça. Provavelmente ele estava a fim de alguma menina e eu iria fundo para descobrir quem. Kael era mais mulherengo. Mais o “meu tipo”.

– Sei lá cara, vamos ver. Talvez todas. – Kael falou rindo e arrancando risadas de todos nós. Neal praticamente ignorou a pergunta.

– Ah Kael, nem vem. Todos nós sabemos do seu rolo com a Raquel. – Provoquei. Ele pareceu surpreso. E Neal... pareceu incomodado.

– Derick, Derick. A Quel é minha melhor amiga desde que me conheço por gente. Ela é gostosa e tal. Mas você sabe que eu sou de todas... – Ri junto a ele. Prestei atenção em Neal. Ele pareceu aliviado pela resposta do amigo. Acho que descobri o enigma.

– E você Neal... Tem algo a confessar? – Ele arregalou os olhos e passou a mão pelo cabelo negando com a cabeça. – Naquele dia do bar em que você bebeu mais do que o estoque do lugar tinha... Você disse que a Raquel ia dormir na sua casa, com Bianca... Parecia bem animado pra voltar pra casa...

Ele sorriu derrotado e eu, por minha vez, sorri vitorioso. Eu tinha tocado na ferida mais profunda dele. O amor. Os outros garotos o encaravam esperando pela resposta.

– Eu estava bêbado cara... Mas como eu esqueceria o que rolou naquela noite? – Sorriu. Nós prestávamos atenção a cada movimento dele. Momento BBB! Fiz um sinal pra que ele continuasse – Ela entrou no meu quarto, sem saber onde estava. Estava escuro, mas eu pudia enxerga-la bem. Ela usava um short muito, muito curto. E uma regata meio decotada. E não conseguia me ver. Ela acendeu a luz e então eu agarrei sua cintura e beijei seu pescoço. Ela deu um grito, mas eu abafei-o com minha mão. Sentia meus dedos em seus lábios. Falei algumas coisas pra ela, não me lembro muito bem. Só sei que a chamei de “amor”. Prensei-a contra a parede e voltei a beijar seu pescoço. Até que ela saiu correndo em direção ao banheiro da minha suíte e eu fui atrás dela pra ver o que aquela louca ia fazer. Até que, quando eu entrei no banheiro ela direcionou o chuveirinho ligado pra minha cara e me encharcou inteiro. Eu despertei um pouco do efeito da bebida. Embora eu realmente estivesse muito bêbado, eu tinha total consequência do que fazia. E eu confesso que estava adorando tudo aquilo. Me aproximei e enxuguei suas lágrimas. Me desculpei. Quando eu perguntei o que tinha acontecido, sim eu fingi que não lembrava, ela disse que eu “Quase a levei pra cama”! Eu não aguentei, tive que sorrir. Perguntei malicioso se tinha sido “quase” mesmo. Nós conversamos um pouco. O bastante pra eu perceber o quanto ela era linda. A provoquei um pouco e depois ela foi embora pro quarto da Bia. – Neal terminou de contar e nós batemos palmas. Ele riu e eu fiquei surpreso com a história.

Depois de mais alguma conversa sobre a festa eu fui embora. Tomara que sexta-feira chegue logo, estou ansioso pela minha festa.