Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 39
Escolhas e tentativas


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas, primeiramente esse cap deveria ter saído um pouco antes, mas minha net não me ajudou muuito e resolver simplesmente cair, olha que belo....
Mas voltando ao assunto que interessa, hj teremos um pov que foi proposto pela Lia McCartney, palmas...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555563/chapter/39

Lyh

Possibilidades e mais possibilidades passavam pela minha cabeça, Loke e Sinara haviam desmaiado, atrás de mim as crianças se encolhiam com medo, minha maior preocupação era com Dee, precisava tirar eles de lá, mas se usasse magia seria mais facilmente detectada, não havia sinal de Ás ou do chapeleiro, e tudo estava muito escuro.

Por um segundo desejei ter Robin ao meu lado, as vezes acho que esqueci o que é viver sem ele.

Respirei fundo tentando normalizar as ideias, mas não conseguia impedir os flashs e os rostos, eu via as lágrimas do chapeleiro ao ser atingido por uma espada no coração, e os passos ofegantes de Ás, que mesmo ferido tentou ajudar o amigo, mas era tudo muito rápido, pois o futuro muda, a cada milésimo segundo, a cada decisão, ele muda e eu posso sentir cada uma dessas mudanças com todos, possibilidades e mais possibilidades, eu sei as possibilidades de todos, menos as minhas.

Era isso o que me deixava mais apreensiva, como saberei que não estou a um passo da morte? Como saberei se vou falhar?

Trinquei os dentes, odiava estar em perigo, odiava esta em uma situação inconstante, odiava me sentir fora dos eixos. As lágrimas ardiam em meu rosto, somente com Robin eu poderia ser alguém confiante, mas não era fácil silenciar as vozes quando se está sozinha, pois elas apenas esperam o protetor se afastar e pronto, lá vem elas te atormentar.

— Lyh? – Um dos meninos me chamou, pela voz doce e suave certamente era Dee, eu limpei as lágrimas e os encarei, Jas chorava baixinho nos braços de Dum, me aproximei do que me chamou e o abracei.

— Você que sabe isso vai passar, não é pequenino? – Dee assentiu.

— Por que estou com tanto medo? – Ele perguntou e eu sorri.

— Vai passar. É só se concentrar em mim, confie em mim, tá?

— Tá.

Olhei ao redor, tentei me concentrar, com os dois desmaiados e as crianças amedrontadas não seria bom se nos achássemos aqui. Caminhei até a porta devagar.

— Lyh! – Dee me chamou novamente e sinalizei para que ficasse em silêncio e se escondessem. Ele assentiu e os três se abaixaram em um canto mais escuro da sala, Dum criou uma barreira ao redor deles e Dee criou outra ao redor de Loke e Sinara.

Eu saí caminhando na ponta dos pés, havia dois modos de passar: Por trás de uma prateleira caída ou por meio da fumaça e da bagunça, a questão era simples por um lado havia Ás e pelo outro havia o Chapeleiro, qual dos dois eu iria ajudar? Quem precisava mais de mim?

Me concentrei e tentei focar a mente, um passo de cada vez, Ás estava indo até o chapeleiro, então eu farei o mesmo, corri para trás da prateleira, me abaixei para não ser vista e segui até o outro lado, a primeira luz que surgiu era de um buraco na parede, pedaços de concretos caídos pelo chão e muita poeira, ouvi alguém tossir.

— Cedrik? – Chamei seguindo meu instinto. — Chapeleiro?

— Aqui... – Ele murmurou sem força e eu corri em direção a sua voz, quando o alcancei a primeira coisa que notei foi a perna ferida, parece que graças aos céus o futuro mudou.

— Você está bem?

Ele riu e disse com o tom de voz distraído e apático. — Tão bem como um passarinho no polo norte em época de primavera, voando pelas Sakuras e cantarolando musicas sobre o verão.

Ele começou a arrancar um pedaço de sua blusa e me entregou.

— Já que vi que sim. – Resmunguei, dando-lhe um peteleco na testa e começando a enfaixar o local ferido. — Pode parar de agir assim, já estou cansada de saber que de louco você não tem nada.

Ele suspirou, tentando mexer a perna, mas gemeu de dor e segurou meu braço com força, ainda assim sorriu. — Posso não ser louco... Mas minha perna está uma bela de uma desgraça. – Dessa vez sua voz saiu mais firme e séria, ele passou a mão pelo cabelo loiro e respirou fundo.

— A espada foi mais ligeira que você. – Provoquei e ele mostrou a língua. — Acho que tantos anos se fazendo de louco acabou interferindo na sua maturidade.

— A louca aqui é você doçura, pelo menos eu sei meu nome verdadeiro.

— Nossa Cedrik, certamente isso é um belo argumento.

—Admita a derrota de uma vez Lyh.

—Jamais. – Eu o ajudei a levantar, ele gemeu novamente. — Fique de pé homem, pense em Annai e pronto, já estará cheio de vida.

Ele riu sem humor, seus olhos estavam cheios de lágrimas. — Nunca ouse dizer a minha duquesa que me viu assim, prefiro que pensem que sou louco a pensarem que sou fraco.

— Esse seu orgulho ainda te mata algum dia.

— Eu adoraria que esse dia chegasse logo.

Tentei ajuda-lo a dar alguns passos, mas parecia extremamente difícil.

— Ei, seus coisos! – Quando ouvi a voz de Ás, meu mundo pareceu se aliviar, ele mancava um pouco e sorria descaradamente, mas seus olhos estavam marejados.

— Ah! Parceiro. – Cedrik sorriu ao ver o velho amigo e logo se apoiou nele também. — O príncipe veio salvar a princesa?

— Cala a boca, vendedor de chapéus. – Ás reclamou e me ajudou a voltar a caminhar.

— Isso era para ser uma ofensa, Ás Zian? – O chapeleiro provocou, sorrindo da cara de desgosto do ruivo. — Aliás dava para ser o sobrenome perfeito, se não fosse falso.

— Posso dar um soco nele? – Ás perguntou com ironia e eu dei de ombros.

— Tá, vou ficar quieto.

Nos seguimos em direção ao buraco na parede, quando passamos por ele o chapeleiro se sentou no chão ofegante, encarei Ás que enxugava as lágrimas.

— Dia ruim?

— Dá um tempo... Eu só... Onde estão os outros?

— No lugar em que você deixou. – Murmurei e ele começou a voltar. — Espera, não pense que vai sozinho.

— Alguém tem cuidar desse cabeça de cartola ai.

— Ei. – Cedrik protestou. — Eu tenho vinte cinco anos e sou mestre de todas os três tipos de magia, modéstia a parte, se tem alguém que deveria estar protegendo alguma coisa, esse sou eu. E você cabelo de palito de fósforo quase queimado, acho bom dar seu jeito com aquelas crianças, se meu Lokinho se ferir eu te mato.

— Ai céus, vocês parecem ter quinze anos eternamente. Vamos anda, temos que pegar as crianças.

— Precisam ter cuidado com os projetinhos de psicopata que esse ai criou. – O chapeleiro murmurou, deitando no chão e criando uma barreira em torno de si.

— Eu cuido disso. Vamos Ás.

Nós atravessamos o buraco e de cara Ás enxergou três soldados se aproximarem, nós nos escondemos atrás de uma viga e ele sorriu tristemente, pegando uma faca em um dos bolsos. — Pode distrai-los?

Eu assenti e me concentrei, sentindo a onda de paz emanar do meu corpo, quando reabri os olhos, tudo parecia em seu devido lugar, apenas parecia, pois não passava de uma ilusão que só atingia os assassinos e isso duraria pouco.

— Mandou bem, vamos. – Nos arrastamos abaixados por trás das prateleiras caídas enquanto os soldados pareciam confusos e tropeçavam nas coisas. Rapidamente alcançamos a porta, mas minha energia já havia sido muito gasta e minha ilusão começou a se dissipar, alertando um jovem soldado que estava por perto.

Ás me puxou para dentro da sala e nós fechamos a porta, em vão, o soldado a abriu com um chute e entrou com uma arma apontada para minha cabeça, notei que ele era bem novo mesmo, deveria ser apenas um pouco mais velho que os gémeos e possuía cabelos azuis tão claros que chegavam a se extremamente belos, mas seus olhos azuis cristalinos estavam cheios de medo e fúria, uma criança de Neal? Desde quando eles tinham esse tipo de soldado? Ás, que havia se escondido atrás da porta, surgiu e segurou o menino por trás.

— O que pensa que está fazendo Micth? – Ele perguntou quando segurou os braços do menino junto ao corpo e colocou a faca no pescoço dele. — Por que está aqui?

— Você não manda mais em nada, seu traidor. – Mitch tentava se soltar de todos os modos, mas Ás possuía a vantagem.

— Não traí vocês, eu cuidei de vocês. Eu jamais mandaria outra criança para esse tipo de trabalho. – Encarei bem o ex-comandante e finalmente entendi o motivo de suas lágrimas, querendo ou não, Ás cuidou de cada um desses assassinos, não, melhor dizer desses jovens, e agora ter que lutar contra eles é certamente algo devastador. Senti as mãos de Loke me puxarem para trás, mas estava emersa demais na cena a minha frente. — Dediquei minha vida a vocês. – Ás, surpreendentemente, abraçou o jovem, que ainda se debatia, mas havia começado a chorar.

— Você nos traiu, confiamos nossa vida a você e simplesmente nos traiu. E não me trate como uma criança. – O menino se desvencilhou dos braços do maior e tentou recuperar a arma do chão, mas Ás foi mais rápido e, com a faca, perfurou uma das pernas dele, que caiu no chão, gritando e recomeçando a chorar. — Eu te odeio Ás, você nos abandonou-

— CALADO. – Sinara gritou lá de trás e teve que ser segurada por Loke, Mitch a encarou com ódio, mas isso não a intimidou. — Traidor é você, ele te deu abrigo, te ensinou tudo o que sabe, cuidou de todos vocês e os ama como se fossem filhos. NÃO ENTENDE O VALOR DISSO?

— Eu o amo. – O menino admitiu entre lágrimas, eu sabia pelos malditos céus eu sabia o que iria acontecer, encarei Ás e mantive os olhos fixos nele,. — Eu o via como um pai que nunca tive. Mas ele me deixou, me abandonou.

— Me perdoa Mitch.

Iniciei uma contagem regressiva em minha mente, era assim que eu fazia quando a possibilidade do futuro mudar era baixa.

— Ele me traiu e eu o amava... – Mitch fixou o olhar em Jas, que estava escondido entre os gémeos. — Como a um pai.

Três...

— Me perdoa. – Ás pôs a mão no bolso e guardou a faca.

— Agora sinto que o perdi. – O menino foi buscando a arma com as mãos.

Dois...

Meus olhos se encheram de lágrimas.

— Solta essa arma Mitch, ainda podemos mudar tudo isso. – Loke interferiu, mas o menino ainda olhava para Jas.

— Eu vou mudar. – Ele sorriu e destravou a arma, sem precisar olhar eu sabia que Ás havia destravado a própria arma também e a apontava para o menino. — Vou mudar e te fazer sofrer eternamente. – Ele ergueu a arma.

Um...

— Você perdeu um filho hoje, comandante. – Mitch sorriu.

— Me perdoa Mitch, eu realmente amo você.

Zero.

Estava feito.

Dois disparos, ouvi Dee gritar atrás de mim e uma onda de poder bloquear a bala do primeiro disparo. Jas estava salvo.

Olhei para Ás, ajoelhado, entre lágrimas, com as mãos sobre o ferimento fatal do aluno, os outros dois assassinos apareceram, mas foram abordados pelos tiros de luz que Loke lançou. Os dois caíram, mortos, ao lado de Ás, que apenas os encarou com tristeza.

Dee se jogou em meu colo, chorando, e eu o abracei, logo o irmão fez o mesmo.

Jas saiu do canto em que estava ainda chorando e caminhando a passos lentos, tocou no ombro do pai, que o puxou para mais perto e abraçou com força.

— Lyh... – Dee me chamou e eu o encarei. — Eles dizem que é minha culpa, eles dizem que é minha culpa, o que eu faço?

— Calma, pense em uma coisa boa, as vozes só querem o que é ruim, pense em uma coisa que você gosta muito.

— No que você pensa?

Eu forcei um sorriso. — Em quem eu amo. – O menino olhou para o irmão e o abraçou sorrindo.

— Temos que sair daqui. – Loke propôs e todos permaneceram em silencio.

— É. – concordei, tentando me concentrar em Robin e na ideia de reencontrá-lo, esse era o meu modo de silenciar as vozes. — Temos que ir logo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obs: Sim o chapeleiro domina a magia das trevas, mas ele meio que possuí um equilibrio entre elas, assim não sendo bom e nem mal e assim não há conflito entre as forças...
Espero que tenham gostado, se quiserem propor algum pov diferente é só pedir povo, dai eu penso e vejo se tem como colocar na história... Bjuss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unattainable reality ~ sendo reescrita~" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.