Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 32
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Nossa hoje eu me superei, cada dia mais piora minha capacidade de dar nomes aos caps.
Espero que curtam esse cap, fiz com amor e carinho pensando em vcs meus floquinhos lindos...



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Ches

Da janela da casa na árvore eu sempre pude ver o grandioso e discreto muro que escondia a vila, eu sempre achei aquele lugar um mistério, lá as tradições desse país são fortes e a cultura é rica, por isso acho que a nossa maior sorte é jamais terem descoberto sobre a vila.

Por trás da floresta, dava para ver o muro que cobria Jadis, eu sempre achei que ele nos protegeria de tudo.

Meu avô estava ao meu lado sorridente, e não pude deixar de tentar imaginar o sofrimento que ele passou, assim como eu, como Alli, Carime e como o Will, todos sofremos, porque nossa família foi separada drasticamente, mas para o vovô deve ter sido torturante viver em um lugar de tantas lembranças.

— Você continua bem calminho. – Ele murmurou e eu o encarei sorrindo. — Você ainda fala de modo suave e calmo, como se cada palavra fosse importante, você continua sereno, mesmo que de modo triste, seus olhos mostram isso.

Levei a mão ao rosto, meus olhos, como uma simples mudança pôde me afetar tanto? A rainha pareceu ser certeira quando mudou a cor dos meus olhos, pois me dói todos os dias olhar pra mim mesmo e não me reconhecer, algumas lágrimas escorreram e vovô me abraçou, então notei o quanto ele era mais alto que eu, e forte, acho que é assim que um soldado veterano de meia idade é.

— Há tanto tempo que ninguém me consola assim. – Disse sorrindo enquanto ele passava a mão pelo meu cabelo, aquilo me aqueceu, eu me senti protegido, me lembrei da duquesa, que passava horas comigo e com Alli, ouvindo todas as reclamações e nos consolando até pararmos de chorar, mas o tempo passou e as coisas mudaram, agora percebo o quanto sinto falta disso.

— Sabe eu já vi muitas guerras, já lutei e vi coisas horríveis acontecerem, eu vi o que isso fazia com os soldados, nós quase enlouquecíamos, mesmo sendo tão bem preparados, havia momentos em que não dava para ser forte, eu via o olhar confuso nos mais jovens, as pessoas nos tratavam como heróis, mas eu sempre me sentia o oposto. Guerras são odiáveis hoje eu sei disso, sei oque elas fizeram aos outros e a mim, ter que matar um inimigo, eu sei o quanto isso nos marca, o olhar se torna mais frio e triste, eu aprendi a ver isso. É o que eu vejo em você, mas eu também vejo culpa. Você é só uma criança, não sei o que fizeram a você lá, mas saiba que entendo como se sente.

— Obrigado vovô.

— Venha. – Ele disse me puxando para fora. — Sua avó vai ficar feliz em te ver.

Nós descemos e eu observei a varanda branca, o chão com piso verde claro, Alli e eu sempre ficávamos jogados aqui, mas sempre Carime nos expulsava para brincar de boneca.

— Julia, Julia. Venha ver quem está aqui. – Meu avô me puxava para dentro da casa, alegre e eufórico, quando entramos reconheci imediatamente aquela cozinha, aproximei-me do balcão de mármore e olhei para as paredes ladrilhadas e a grande mesa coberta por uma toalha laranja, minha avó surgiu a passos lentos, sorrindo docemente como sempre, quando me viu parou onde estava. — Veja Julia é o nosso menino, veja eu o encontrei.

Ela andou em minha direção e abriu os braços para me abraçar. — Ah! Santo Deus, como cresceu, e está tão lindo. Venha, sente-se, mau posso acreditar, ai Deus, venha, venha eu acabei de fazer o café. – Ela me puxou para dentro da casa e, depois de repetir o quanto eu havia crescido mil vezes, me levou até a sala e me obrigou a sentar no sofá, vovô se sentou ao meu lado sorrindo e voltou a me abraçar.

— Ficamos tão preocupados quando vocês foram levados, pensei que tivesse morto. - Ele murmurou e eu sorri.

— Eu estou bem, principalmente depois de ver como vocês estão bem. – Comentei impressionado e ele riu.

— Ora, ninguém derrota esse coroa aqui tão fácil meu filho.

— Ai pare de dizer essas coisas, tivemos sorte. Aqui está querido, também trouxe uns biscoitos, deve estar bem cansado, por que não dorme um pouco?

— Obrigado vovó, adoraria poder dormir, mas tenho que encontrar Will.

— Will? Meu filho está vivo?

— Sim e vou encontra-lo em sua casa.

— Ah! Então espere que eu mesmo o levarei. – Meu avô se levantou radiante, provavelmente para pegar seu chapéu, oque me fez sorrir, exceto a duquesa, em todos esses anos ninguém nunca fez com que eu me sentisse tão em casa assim, peguei um dos biscoitos e provei, o sabor do chocolate me animou, ai como eu amo chocolate.

Quando vovô voltou eu já estava terminando o lanche e me levantei pronto para ir até Will, nós já estávamos saindo quando a vovó nos chamou.

— Oque foi Julia?

— Ah! Sei que não deveria, mas... Preciso saber se algum dos meus netinhos conseguiu sobreviver.

Respirei fundo e sorri, dando um forte abraço nela, depois me afastei, ainda sorrindo.

— Só sobramos eu e Alli, ele não veio agora, nós tivemos que nos separar no caminho.

— Agora vamos, Julia estarei de volta em breve. – E assim ele saiu me puxando para fora com um animo de outro mundo, que eu sabia que era falso, afinal se existe alguém que entende de sorrisos falsos, esse alguém sou eu, ele me guiou pelas ruas com paciência, enquanto eu observava tudo em seus mínimos detalhes.

Algumas casas estavam intactas, outras estavam com os muros quebrados, o clima era calmo, mas ainda era evidente os vestígios da guerra, as pracinhas em que as crianças brincavam estavam quebradas e destruídas, os lugares onde antes eram mercados e padarias permaneciam com as suas portas fechadas, não havia pessoas na rua, não duvido que a maioria esteja vivendo na vila.

Estava tão imerso em pensamentos que só notei a casa de Will quando já estava em frente, o muro baixo estava um pouco quebrado e o portão estava no chão, mas a casa esta intacta, na varanda estava a duquesa olhando para o céu com um sorriso bobo e nós nos aproximamos, quando me viu seu sorriso aumentou e ela veio me abraçar.

— Duquesa que bom te ver, venha deixe-me apresentar. – Puxei meu avô para mais perto. — Esse é meu avó, e vovô essa é a duquesa de copas, ela cuidou de mim e de Alli todo esse tempo, ela é como uma mãe para mim. – Terminei de falar e os dois se cumprimentaram, a duquesa me abraçou e me deu um beijo na bochecha.

— E o Erick é como um filho pra mim e vai ser sempre meu menininho. – Ela disse me apertando e vovô sorriu.

— É bom sabe que meu netinho estava em boas mãos. É muito bom mesmo.

De lá de dentro Will saiu todo cheio de poeira, mas ria como uma criança que acabou de aprontar e ao seu lado estava, o meu amado amigo, Super. Robin.

— Ei, parece que não limpam aquilo a.. Pai? – Will parou de onde estava e vovô quase desmaiou, mas ao invés disso ele caminhou até o filho, que já estava com lágrimas nos olhos, os dois se abraçaram o que me deixou feliz, minha família estava se reconstituindo — Céus, mas parece ainda mais novo.

Will não mudou nada, sempre fazendo comentários inesperados que me faziam rir, dessa vez não foi diferente.

— Estávamos planejando ir para a Vila, mas pelo visto hoje não vai dar. – Ele resmungou emburrado.

— Passem a noite na minha casa, já está para escurecer e não vão conseguir achar o caminho certo, e podem acabar encontrando um soldado, eles ainda circulam por aqui ás vezes, venham eu levo vocês.

— Ah! Pai tudo bem, não precisa se preocupar com-

— Venham. – Vovô já estava andando, Will suspirou.

— As vezes eu esqueço dessa sua teimosia pai.


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Notas finais do capítulo

ehehe



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