Atração Perigosa escrita por BTrancafiada


Capítulo 20
Capítulo XIX - ALISON


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo com o ponto de vista da Ali, amores



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Quando acordo com um enorme calor, jogo os lençóis para longe e chamo o nome de Tom baixinho. Quando ele não responde, aumento o tom até que percebo que ele não está ali.

Agarro meus joelhos e começo a chorar. Ele foi embora. Ele foi embora. Me sinto tão envergonhada por ser tão medrosa e confusa por ele ter me abandonado simplesmente porque eu não transei com ele e sinto raiva logo em seguida.

Levanto da cama quando a dor de cabeça se torna insuportável e vou tomar um banho. Fico enrolada na toalha secando os cabelos enquanto ele não volta e se volta...

O telefone toca e eu corro para atendê-lo. Meu peito se enche de esperança e ela se vai tão rápido quanto chegou, é outro homem com uma voz bem diferente dá de Tom.

– Olá, Senhorita Alison, o Sr. Parrish pediu que eu lhe acordasse. Ele te espera no nosso restaurante. – Um homem de voz gentil disse e eu comecei a rir igual a uma retardada. – Algum problema? Eu liguei para o quarto errado, senhorita?

– Não, não. É que... – Eu penso um pouco se deveria falar. – Esqueça. Dê um jeito de avisá-lo que estou descendo. Muito obriga...

– Além disso, a sua amiga, a nossa hóspede Amanda, lhe deixou um presente na sua porta. – avisou.

– Ok. Muito obrigada, senhor.

– Tenha um bom dia. – E depois desligou, comecei a rir tentando não me chamar de idiota, mas eu era. Abri a porta e olhei para baixo encontrando logo um caixote pequeno. Do lado de fora um bilhete escrito:

“Já que você não trouxe roupas, aí estão:

Duas camisas e um short. Se quiser mais, fale comigo.

Além disso, obrigada pelo café-da-manhã caríssimo!

Beijos,

Amanda!”

Dou uma risada e tranco a porta. Abaixo-me e rasgo a caixa encontrando uma blusa branca que ficaria larga em mim e tenho certeza que a usarei como camisola, outra camisa verde clara e o short é jeans.

Sei que ela sabe que não fui eu quem pagou a refeição, mas fico feliz dela não colocar Tom no assunto e vou me vestir.

Coloco a mesma blusa de ontem, porém coloco o short jeans e pego um dos chinelos do hotel no banheiro. Prendo o cabelo em rabo-de-cavalo alto e passo um protetor solar.

Pego o celular na bolsa e desço.

Tom está de costas para a entrada, mas o reconheço pelos cabelos de tom ruivo e os cachos bagunçados. O salão tem mais mulheres do que homens e elas mal me encaram enquanto eu passo – ao contrário dos senhores jogando baralho.

Encaro suas costas e sua pose relaxada na cadeira.

– Bom dia, amoré. – Quando digo isso continuo andando, mas ele me puxa e acabo caindo em seu colo. Ele me dá um beijo molhado, mas mal mexe as mãos em meu corpo.

Levanto um pouco corada e me sento à sua frente. Ele parece sério, mas seu olhar está brincalhão. Ele mexe nos cabelos e chama o garçom.

– Maça, apenas. – Ele mal olha o garçom.

– E a senhorita? – O garoto jovem e de cabelos louros vira para mim e sua postura relaxada fica ereta em segundos. Ele abre um sorriso e posso ver seus dentes brancos, estou o encarando diretamente e não ligo para Tom pigarreando. O garçom é lindo.

– Um café com muita açúcar e torradas. – Sorrio e desvio o olhar para meu celular que apita, é uma mensagem de mamãe, respondo rapidamente e viro-me para Tom quando o garçom sai. – Vai me dar bom dia?

– Na verdade, o meu beijo já foi o bom-dia. – Ele dá um sorriso e pisca para mim, dou uma risada envergonhada e sei que meu rosto está vermelho. Ele se inclina sobre a mesa e como estamos do lado das paredes de vidro o sol fica bem em sua cara e seus olhos ficam bem mais claros. – Adorei esta roupa.

– Amanda também adorou seu presente.

– Vamos nadar depois do café? – sugere e eu faço uma careta, fazendo que sim com a cabeça depois. Preciso relaxar e as férias estão acabando daqui a pouco terei que me inscrever em faculdades, começar a estudar...

– Por mim tudo bem. Vai nu?

– Eu comprei uma sunga. – ele murmura e o garçom chega sorrindo novamente deslizando em seus patins. – Ah, Tredy, ela não é minha filha. É namorada. – Os olhos do menino se arregalam e os meus fazem o mesmo, bebo o café para tentar me livrar da sensação de constrangimento e nem olho para o menino.

– Tudo bem, Sr. Parrish. – O menino vira para mim e eu lhe dou um sorrisinho sem graça, ele coloca meu prato à minha frente e pede desculpas sem fazer som, apenas mexendo a boca. – Sra. Parrish.

– Obrigada. Bom trabalho. – agradeço quando ele já se foi, mas ele se vira e pisca para mim, Tom passa as mãos no cabelo impaciente. – Está me irritando você tentando fazer o Christian Grey.

– Pensei que gostasse. – Ele morde a maça.

– O Grey era solteiro. – falo isso sem pensar, Tom me analisa por um instante e volta a morder sua maça. Quando ele abaixa os olhos, envergonhado, sinto um fogo em meu coração e tenho vontade de socar meu próprio rosto, mas dentro de mim, lá no fundo, uma parte não está arrependida.

– Se eu soubesse que te conheceria, eu...

– Não. – Eu o interrompo. – Se você não tivesse casado, não teria Rachel e ela que me fez conhecer você. Não diga bobagens. – Coloco a xícara vazia ao lado do prato e como minha torrada. – Vou colocar o biquíni perdi o apetite, Sr. Grey.

Remexo o guardanapo em meu colo e limpo minha boca, me levantando em seguida, Tom grita meu nome e algumas pessoas olham para nós. Mas eu apenas atravesso o restaurante com as pernas bambas e apenas sinto minha mão direita porque meu celular está vibrando nela.

Então, vá em frente arranque meu coração

Mostre-me o que é o amor

Vá em frente arranque meu coração

Isso é o que é o amor

Tom entra no quarto quando eu estou colocando a parte de cima de meu biquíni e me puxa com grosseria, me empurrando contra a parede e segurando meus braços.

Sua respiração está ofegante e seu olhar está duro. Seu aperto me machuca, mas não me rendo continuo com a sobrancelha arqueada e com uma expressão debochada.

– Quer deixar roxo igual Brady fez quando nós brigamos? – zombo dele e ele me solta ficando de costas para mim e enfiando a mão dentro do bolso da calça nova e branca, provavelmente comprou na loja do hotel.

– Não me compare àquele moleque.

Aliso meu braço onde ele me apertou, não está roxo, mas está um pouco avermelhado. Balanço as mãos em frente ao rosto para não chorar.

– O que está acontecendo com a gente? – pergunto com a voz embargada.

– Eu não sei. Eu sugeri que nós nos divertíssemos e do nada você...

Não coloque a culpa apenas em mim! – grito, irritada. Sento na cama e começo a chorar compulsivamente. Ele não diz nada fica apenas me olhando e depois caminha até a mim.

Meus cabelos estão em frente ao meu rosto e ele o joga para traz.

– Ei, ei! – Ele me abraça e eu tento respirar mais devagar. – Vamos à piscina, lembra que eu disse que queria nadar com você?

Levanto o rosto e levanto uma sobrancelha rindo um pouquinho em seguida.

– Tudo bem. Desculpe. – Eu jogo meus braços em seus ombros e aperto seu pescoço. – Não quero te perder. Não quero isso acabe.

– Vá no banheiro e lave o rosto. Vou te esperar aqui. – Ele me dá um beijo na testa e depois sai da minha frente para que eu passe.

Tom e eu chegamos na parte da piscina juntos. Algumas pessoas nos olham e sorriem, outras olham com desprezo e outras nem nos viram. Descemos a escada da piscina devagar e ele logo me beija, o beijo sai exagerado e molhado, como se não tivesse ninguém ali.

E eu o empurro rindo e ele me dá um selinho enquanto ri da minha cara vermelha. Crianças mal notam nosso beijo, os adultos ignoram e algumas senhoras começam a cochichar – provavelmente é a nossa diferença de idade, não ligo.

Ficamos nadando um pouco, trocando carinhos, mas sempre que ele tentava me beijar de novo eu mergulhava com medo de que as pessoas falassem não de mim, mas dele.

Saio da piscina e Tom continua brincando com umas crianças de vôlei, quando passo para a parte das cadeiras ouço uma senhora sussurrar.

– Provavelmente a aliança dele está escondida. Tão jovem e ingênua! – Reviro os olhos e começo a passar o protetor solar. Tom vem logo em seguida e me ajuda, nós trocamos risadas e quando ele se deita eu sento no colo dele beijando seu peito enquanto passo o protetor.

Ficamos até o sol se pôr e o gerente vir avisar que irá esvaziar a piscina. Apenas concordamos, Tom vai ao restaurante pegar algo para nós e meu celular toca, é uma chamada de Rachel no skype.

Ligo a câmera e concerto meus fios bagunçados. Vejo a imagem de minha colega aparecer lentamente na tela do celular e dou um risinho acenando para a câmera, ela ri e manda um beijo.

Conversamos sobre sua viagem e eu falo de meus pais, ela parece um pouco desapontada, mas depois mostra as malas sorrindo e faz um sinal de positivo com o polegar.

– Já arrumei! Estou morrendo de saudades. – Ela abraça a mala e faz carinho, nós rimos juntas e ela volta para o lugar. – Como está Troy?

– Não sei, não estou na sua casa e nem na minha. Estou em um hotel, na casa da minha amiga.

– Hm... Já fez novos amigos?

– Não, você fez! – Ela revira os olhos. – Eu reencontrei uma, tempos de Jersey.

– Como está Brad?

– Não sei, não falo com ele há alguns dias. – Quando digo isto lembro que ele deixou um presente para mim na casa de Tom e quando o vejo se aproximar, faço sinal de negativo e o mando subir. Ele fica parado de frente para mim bebendo uma cerveja. – Terminamos.

– Por causa do Zac? Menina, eu vi as fotos, eu no Hawaii e não peguei ninguém famoso, agora você...

– Olha que eu falo pro seu pai, hein! – Olho de relance para Tom que está meio bravo.

– Ele está com você? – Tom faz rapidamente um sinal de negativo com as mãos e eu nego com a cabeça. Depois levanta e sai. – Te deu férias?

– Não, ele já se recuperou. – Ela assente. – Vou passar os últimos dias aqui. Seu pai está em um hotel perto da empresa, pelo que me disse.

– Ele ainda toma os remédios?

– Só quando sente dor. Ele me envia uma mensagem quando isso acontece, eu pedi que fizesse. – Finjo bocejar. – Preciso ir. Te amo!

– Te amo!

– Beijos! – Fecho o aplicativo e levanto indo par ao quarto.

Abro a porta e pisco algumas vezes, pois não consigo acreditar no que vejo (o quarto está lindo). Cheio de pétalas de rosa em volta da cama e nela há um envelope.

Corro até a cama e pulo no colchão confortável, abrindo o cartão com rapidez e lendo o que tem dentro.

Você ganhou uma noite no restaurante nupcial

Siga as instruções que estão no criado-mudo

Venha de lingierie por baixo (adorei aquela)

Eu te espero,

Sr. Parrish.

A letra não é dele, na verdade, não é ninguém especificamente é do computador. É um bilhete digitado, penso algumas vezes se devo ir, mas acabo resolvendo fazê-lo.


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Notas finais do capítulo

E agora. Será que é mesmo do Tom?



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