– O que diabos você está fazendo aqui? – perguntou Regina, enquanto todos pareciam atônitos – menos Hook, que não o conhecia.

– Acabei de chegar de Wonderland e trago notícias que não são nem um pouco agradáveis. Onde está Alice? – perguntou.

– Aqui – disse, timidamente. Alice se aproximou, mas manteve uma distância segura.

– Ótimo. Talvez vocês já tenham ouvido falar da Duquesa – disse Jefferson.

– A mulher que Alice acusou de tê-la enfeitiçado – disse Emma, recordando-se.

– Exatamente. Ela planeja reviver a Rainha de Copas – disparou Jefferson. Emma se levantou.

– Cora está morta, não há a mínima possibilidade...

– Há uma profecia – interrompeu Jefferson. – Procure no próprio Alice no País das Maravilhas que você encontrou na biblioteca – disse, virando-se para Belle.

– Como... Como você sabe do livro? – perguntou Belle.

– Porque fui eu quem o colocou lá, há muito tempo atrás. – disse Jefferson.

– De que profecia estamos falando? – perguntou Rumpelstiltskin.

– Vejamos – Jefferson tirou um pergaminho que estava enrolado dentro de seu sobretudo, o desenrolou e começou a lê-lo:

“Somente o fruto do amor verdadeiro poderá libertar o País das Maravilhas das garras das trevas, que tentarão ressurgir por intermédio de um vassalo. Somente aquela conhecida por salvadora terá a sabedoria para defender o reino, e salvar o futuro dos mundos. Porém, sua jornada não será solitária: ela deverá ser guiada pela primeira exploradora que Wonderland já recebera, um ser de um mundo sem magia, que visitou o país ainda criança e agora retornará como jovem adulta para ajudar a salvar a todos. “

Quando Jefferson terminou, Emma parecia terrivelmente triste com a notícia. Estava um pouco cansada de ser a salvadora.

– Então, será que conhecem alguém assim? – disse Jefferson.

– Eu quero ver esse livro. – disse Emma, e sem mais, saiu da lanchonete. Belle, Hook e Heny a seguiram.

– Onde está? – perguntou, pra ninguém em específico.

– Henry levou para a biblioteca – disse Belle. E todos foram, em silêncio, até o local. Emma estava quase espumando pela boca, de tanta raiva.

Ao chegarem na biblioteca, Emma pegou o livro e não tardou a achar a profecia que Jefferson descrevera. Estava em letras douradas, na última página. Assim que encontrou, atirou o livro ao chão.

– Aquele maldito, filho de uma... – teve de se conter, pois lembrou que o filho estava presente.

– Henry, dê um momento a ela – sussurrou Belle, e ambos saíram. Hook ficou.

– Ele pode estar mentindo – disse Hook, cautelosamente.

– Não sei, se estiver falando a verdade, então estamos todos correndo um grande perigo. Se Cora retornar, quem sabe o que ela poderá fazer? – disse Emma, quase gritando.

– Vamos voltar lá, e descobrir o que fazer – sugeriu Hook. Emma caiu de joelhos, desolada.

– Eu não quero voltar. Essas coisas continuam acontecendo, e não importa o que eu faça, a paz parece ser impossível de ser instaurada nessa cidade. Eu só... – disse, mas se interrompeu, ao sentir um nó se formando em sua garganta. Hook se ajoelhou à sua frente.

– Só o que, amor? – perguntou. Emma o olhou nos olhos.

– Só queria poder ficar com a família que acabei de aceitar, viver uma vida razoavelmente normal, sem ter coisas absurdas explodindo por todos os lados.

– Emma, talvez você não goste de ser a salvadora, talvez você ache que seu trabalho não vale a pena, mas olhe pra mim – disse, sorrindo. – Você me salvou de ser um homem totalmente diferente e sem valores. Me salvou de coisas que eu nunca poderia ter escapado sozinho. Se você conseguiu salvar a mim, quebrar uma maldição, recuperar seu filho, sua família e seus amigos de novo e de novo, você sem dúvida vai conseguir enfrentar o que quer que isso seja.

Emma arriscou um sorriso. Hook a abraçou, e assim ficaram por uns minutos, até que Belle interrompeu:

– Emma? Precisamos voltar – disse, com um certo tom de urgência.

– Então, vamos acabar com isso – disse Emma.