Once Upon a Time: We are all mad here escrita por Kremer


Capítulo 12
12


Notas iniciais do capítulo

E estamos chegando ao fim...
A descrição de Alice do hospício foi tirada de uma matéria que li sobre um holocausto brasileiro. Li a matéria em uma revista de psicologia, e se alguém quiser ler sobre, pode acessar no link a seguir (não é da revista que li, pq não achei :/) http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/07/28/internas_viver,452838/antecamara-da-morte-manicomio-brasileiro-exterminou-60-mil-pessoas.shtml



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Emma, Alice e Jefferson aterrissaram em um cogumelo gigante, que serviu como uma cama elástica, pois eles automaticamente foram jogados para o ar algumas vezes antes de poderem sair.

– Mas que diabos é esse lugar? – Emma saiu do cogumelo, apenas para ver como tudo em Wonderland parecia surreal.

– Só há loucos aqui – disse Jefferson, com olhar sonhador.

– Na verdade – Alice se manifestou – é um mundo perfeitamente sano. À sua maneira.

– Claro – disse Emma, em um tom de voz contraditório.

Os três embrenharam-se na floresta. Jefferson liderava o caminho.

– Ok, pra onde estamos indo? – perguntou Emma. Estar em uma terra totalmente desconhecida poderia deixá-la vulnerável, então, quis se precaver de tudo.

– Para a minha oficina – disse ele.

– E o que queremos lá? – perguntou, Emma, insistindo.

– Vamos pegar alguns mantimentos, é claro.

Os três seguiram em um silêncio um tanto desconfortável. Alice parecia um pouco distante, e Emma se surpreendeu com o seu comportamento. Esperava que a garota se sentisse mais... Em casa.

– Ei, cuidado! – disse uma voz, vindo do chão. Alice se empertigou e se abaixou, e Emma levou alguns segundos para perceber que ela estava falando com uma flor.

– Lírio-tigre! Fico feliz por vê-lo – disse Alice, sorrindo.

– É claro – resmungou o Lírio. – Quem são seus amigos?

– Estamos em uma missão importante – disse Alice, solenemente.

– E agora precisamos ir – disse Jefferson.

Alice se despediu e os três continuaram caminhando, até acharem uma estrada de pedras amarelas.

Emma tentou absorver toda aquela paisagem: pequenas criaturas voadoras atravessavam na sua frente, em formatos estranhos, como pães com manteiga que pareciam borboletas e cavalos do tamanho de moscas. Alguns dragões, do tamanho de libélulas, iluminavam o local com uma chama curta.

Os três chegaram na casa de Jefferson. Sua oficina era cheia de chapéus espalhados e amontoados, e a casa tinha formato de cartola.

– Esperem aqui – disse, e as deixou na sala.

– Acho que vou ter sonhos sobre esse lugar pro resto da vida- disse Emma.

– Foi o que aconteceu comigo quando voltei – disse Alice.

– O que aconteceu com você? – perguntou Emma, olhando-a, curiosa.

– Eu era da burguesia inglesa. Meus pais eram importantes donos de terras, morávamos em uma casa enorme – disse, sem um pingo de nostalgia na voz -, quando eu era criança, desapareci pelo buraco do coelho. Só voltei do País das Maravilhas no dia seguinte. Todos procuravam por mim e surtaram. Quando eu disse onde estava e o que vi, eles ficaram horrorizados. Eu era criança... Esperava que eles ficassem maravilhados, e até me senti um tanto convencida por ter encontrado um lugar mágico só pra mim. Ter descoberto algo que os adultos não tinham. – Os olhos de Alice começaram a brilhar. – Então, meus pais me mandaram pra cama mais cedo aquele dia, e quando acordei no dia seguinte, estava sendo levada de casa. Meus pais me mandaram para um hospital psiquiátrico.

Emma se comoveu.

– Então foi por isso que você entrou em pânico quando dissemos que íamos deixa-la no hospital – disse Emma.

– Você não imagina os horrores que vivi lá. Eles trancavam pessoas em celas e as acorrentavam, nós não tínhamos direito a visitação, ficávamos isolados. Eu tive sorte, pois muitos eram medicados com medicamentos mais fortes do que eles poderiam suportar e havia até tratamento à base de choques elétricos. – Alice secou uma lágrima. Sua voz estava embargada. – Um dia, eu estava acorrentada em uma cela, muito debilitada, e um médico veio me ver. Disse que dali a duas horas eu seria submetida a lobotomia. – Alice fez uma pausa para respirar. – E foi então que, quando ele saiu, um coelho surgiu na minha cela. Ele entrou por uma porta na parede que ele mesmo desenhou, cortou minha corrente com os dentes e me arrastou pela porta. E assim, vim parar novamente aqui.

Emma sentiu um misto de indignação e piedade por Alice.

– E o que aconteceu depois?

– Fiz vários amigos aqui, eles cuidaram de mim. Me recuperei e fiquei aqui, e foi quando tudo ficou estranho – disse, parecendo confusa. – Eu... Eu não consigo me lembrar de tudo o que aconteceu antes de eu chegar em Storybrooke. É como se...

– Pronto, podemos ir – disse Jefferson, que havia aparecido com uma bolsa de couro. Ao reparar no rosto de Alice, perguntou – Está tudo bem?

– Sim, vamos logo. – disse Alice, saindo da casa.

Antes de ir, Emma notou algo brilhante em cima da mesa.

– O que é isso? – perguntou a Jefferson. Era uma tiara.

Jefferson respondeu, e um lampejo de dor passou por seu rosto.

– É da Rainha Branca. Ela esteve aqui antes de ser levada pela Duquesa – disse.

– E onde ela está?

– Trancada. – foi tudo o que disse, e saiu.

...

Estavam agora na frente de uma caverna.

– Será que pode repetir o plano? – disse Emma, pouco confiante.

– Nós entramos, matamos o jaguadarte e pegamos a espada vorpeira. – respondeu. Alice e Emma trocaram um olhar ansioso.

– Por que precisamos dessa espada? – perguntou Alice.

– Porque diz na profecia que a salvadora precisará da espada vorpeira. O jaguadarte é totalmente cego, por isso, devemos ser discretos e entrar lá sem fazer barulho.

– E se ele nos ouvir? – perguntou Alice.

– Então teremos que fazer o nosso melhor.

Emma não achou que aquele era um plano muito bom.

A caverna estava pouco iluminada. Emma podia ouvir uma respiração tenebrosa ecoando, e viu que, em um foco de luz, estava a espada vorpeira fincada em uma pedra.

– Certo, quem vai lá pegar? – perguntou Emma.

– Você é a salvadora... – começou Jefferson.

Emma revirou os olhos. De qualquer forma, “se você quer um trabalho bem feito, faça você mesmo”.

Ela caminhou o mais silenciosamente que pôde. Estava se aproximando da pedra quando um daqueles dragão-libélula espirrou fogo.

Havia, porém, alguns inconvenientes:

a- ele havia espirrado fogo, revelando, com a breve luz, uma criatura assombrosa, com dentes de coelho, pele de lagarto e o comprimento de um caminhão;

b- o dragão-libélula estava pousado próximo ao nariz da criatura quando ele espirrou e

c- a criatura acordou.


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