The Undercover escrita por Mares on Mars


Capítulo 7
Chapter 6


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora meus lindos, vida complicada, sabe como é. Meio gigante, um pouco de tudo rs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/551212/chapter/7

Subúrbio de Omaha, Casa dos Coulson, 09:20am

O despertador barulhento tocou as 8 da manhã, e desde então, Phil e Melinda haviam se desgrudado e começado suas tarefas matinais sem trocar uma palavra. May tinha tirado 20 minutos para o Tai Chi, e Coulson aproveitou esse tempo para acordar Skye e começar a fazer o café da manhã. Ele não conseguia para de pensar no quão maravilhoso foi a madrugada, quando ela agarrou-se a ele para dormir. Ela não conseguia deixar de se xingar mentalmente por ceder a um impulso tão bobo, e também não conseguia esquecer da textura da pele de Phil contra sua mão.

– Cheiro delicioso – Skye comentou entrando na cozinha, onde seu pai de mentirinha mexia em uma frigideira.

– Fiz ovos com bacon – disse animadamente e entregou um prato a ela onde havia feito uma carinha com a comida, usando os ovos como olhos e bacon, um sorriso.

– Ah papai, eu não sou mais criança – ela brincou e recebeu outro sorriso em resposta antes que ela começasse a comer – Gostei do visual – elogiou referindo-se aos óculos quadrados que ele usava – Convenceu ela a dividir o quarto ou você vai ter dormir no sofá? – perguntou em voz baixa, pois não queria que May escutasse.

– Acho que dessa vez eu escapei do sofá – respondeu em tom de brincadeira antes de ouvir o barulho suave de passos no corredor. May apareceu na cozinha segundos depois, completamente incorporada em sua personagem assim como no dia anterior, porém hoje usava calça preta e uma camisa branca,e nos pés, novamente, enormes saltos.– Droga May, não são nem 10 horas da manhã – Coulson exclamou referindo-se aos sapatos.

– Eu olhei pela janela antes de escolher o que vestir, e acontece que essas madames já estão de salto alto andando pelos jardins – rebateu apontando para a porta.

– Então você também deveria dar uma voltinha pela quintal – ele sugeriu, mas um segundo depois a campainha foi tocada.

– Acho que não vai ser necessário – Skye comentou terminando de engolir seu café da manhã – Prontos para começar o show? – perguntou colocando-se de pé e ajeitando o vestido rosado que havia escolhido.

– Sorriam – Phil ordenou e os três caminharam em direção a porta. Ele olhou pelo o olho mágico durante um segundo antes de passar um braço confortavelmente ao redor de May e abrir a porta.

– Bom dia vizinhos – o casal na porta desejou sorridente. Eram exatamente aqueles que estavam em busca. Os dois estonteantemente bonitos e bem arrumados, sorriam receptivamente – Nós vimos vocês chegarem ontem a noite mas preferimos esperar para dar as boas vidas – a mulher explicou – Eu sou Laura, e esse é o meu marido Richard – apresentou-se e Coulson estendeu a mão para cumprimentá-los.

– Como vão? – Richard perguntou apertando com firmeza a mão que havia sido ofertada.

– Muito bem, obrigada – Phil respondeu com um sorriso – Eu sou Philip, mas pode me chamar apenas de Phil, essa é minha esposa Melinda – apresentou-os dando um aperto suave na cintura de May – E essa é a nossa filha, Skye.

– Skye? É um nome diferente – Laura comentou sorrindo.

– Na verdade ela se chama Elizabeth, mas sabe como são os jovens – Melinda respondeu com uma risadinha e Skye revirou os olhos – É um prazer conhecer vocês – disse esforçando-se ao máximo para ser simpático, não estava muito acostumada a isso – Por que não entram e tomam café da manhã conosco? – convidou, avaliando essa como a oportunidade perfeita para aproximar-se do casal.

– Muito obrigada pelo convite mas nós já tomamos café – Richard respondeu com educação.

– Na verdade, nós viemos convidá-los para um jantar em nossa casa amanhã a noite, para dar as boas vindas e nos conhecermos melhor, já se somos vizinhos – Laura apressou-se em dizer. Bingo, Skye disse mentalmente.

– Seria ótimo – Coulson aceitou e sorriu novamente.

– Nós levamos a sobremesa – May sugeriu,pois acreditava que era esse tipo de coisa que uma dona de casa falaria.

– Ah que isso não é preciso – Laura disse com uma risadinha, mas a chinesa insistiu:

– Eu faço questão.

– Os doces que ela faz são ótimos – Phil acrescentou, e o casal finalmente aceitou.

– Então está tudo arranjado, nós vemos amanhã as 20:00 – Richard decretou e novamente trocou apertos de mão com a família e sua esposa deu dois beijinhos no rosto de Coulson e um abraço rápido em May e Skye.

– Tenham um bom dia queridos – desejou antes de se afastar de mãos dadas com o marido.

– Isso foi surreal – Phil comentou ao fechar a porta.

– Eu achei engraçado – Skye disse jogando-se no sofá da sala, onde Kaya estava deitada, e logo tratou de se aconchegar no colo da garota.

– De onde você tirou “os doces que ela faz são ótimos”? – a chinesa perguntou ao “marido”, que havia jogado-se ao lado de Skye e agora fazia carinho em Capitão, que havia corrido de um lado pro outro da sala até conseguir atenção.

– Dos anos 90, quando você fazia doce todo dia – ele respondeu quase automaticamente, para depois se arrepender por um segundo, pois havia esquecido-se da presença da hacker.

– Ótimo, agora eu vou ter que cozinhar – reclamou e pisou para fora do saltos, abandonando-os ao pé da escada.

– A ideia de levar a sobremesa foi sua – ele rebateu esticando os pés por cima da mesa de centro.

– Claro, porque eu ia até o centro buscar um bolo numa confeitaria que nós passamos no caminho para cá ontem a noite – explicou e revirou os olhos.

– O que achou deles? –Richard perguntou para a esposa ao pisarem dentro de casa.

– Bonitos, educados, parecem ricos, e filha é idêntica a eles – Laura respondeu caminhando pela sala.

– Ela com certeza tem mais de 20 anos, não é estranho ela ter acompanhado os pais numa mudança pra cá? – questionou encostado na bancada da cozinha.

– Talvez eles sejam muito apegados – ela sugeriu com um sorriso e abraçou o marido – Richie, nós não temos motivos para nos preocupar, nós estamos bem – confortou-o e deu-lhe um beijo no ombro. Ficaram abraçados em silêncio por vários minutos até que um choro fraco de bebê os tirou de transe e ela sorriu antes de subir as escadas até o quarto do filho que soluçava sonoramente.

– O que você achou deles? – Coulson perguntou a May enquanto ela revirava os armários da cozinha.

– Muito educados e simpáticos, se eles não forem da Hidra talvez nós possamos sentar do lado deles na missa nos domingos e depois convidar eles para comer churrasco – ela respondeu irônicamente e Skye não conseguiu segurar a risada.

– May – ele disse em tom de advertência e ela revirou os olhos.

– É sério, eles parecem legais – a chinesa replicou e finalmente encontrou o que procurava: um grande tacho de ferro.

– Pra que isso? – questionou observando com atenção.

– Nós precisamos comer– disse simplesmente e o dispensou. Contrariado, Phil saiu da cozinha e foi para o quintal, onde Skye havia se esticado em uma das espreguiçadeiras. Ele sentou ao seu lado.

– Está tudo dando certo, eu coloquei algumas escutas escondidas na cerca que divide a nossa casa com a deles, elas são bem potentes – explicou animada – E a noite nós vamos instalar microcâmeras por aí, e a propósito, eu consegui hackear as câmeras de segurança da rua e elas estão transmitindo ao vivo para o meu laptop – disse orgulhosa e ele sorriu.

– Essa é a minha garota – ele disse espelhando o tom de animação da garota e esticou-se na espreguiçadeira. Estava usando uma bermuda cáqui e uma camisa branca, portanto o sol o atingia apenas nos braços, pernas e rosto, mas foi o suficiente para atrair uma advertência irritada vinda de dentro da casa:

– Vá passar um protetor solar Coulson, agora – May gritou ao encostar-se na porta da cozinha – E você também Skye – completou.

– Acho que ela entrou no papel – a garota comentou baixinho e recebeu uma risadinha em resposta – Eu já passei mãe – gritou em resposta.

– Phil, o que você tá fazendo parado aí ainda? Eu divido a cama com você e não quero te ouvir reclamar que seus braços estão ardendo – gritou novamente e ele revirou os olhos antes de levantar-se.

– Já to indo general – disse ao chegar na cozinha – Devo prestar continência ? – perguntou sarcasticamente.

– Sai da minha frente Phil – disse antes de arremessar uma colher de pau na direção do homem que apressou-se a sair da cozinha.

Ele voltou 20 minutos depois,sem camisa, com o rosto e o corpo excessivamente brancos devido ao excesso de protetor solar. Segurava um tubo do produto na mão e uma toalha de piscina na outra.

– Mas que droga Phil – May exclamou antes de rir,quando o viu chegar na cozinha.Estava picando uma série de legumes em uma tábua de vidro e por um segundo de desatenção, quase cortou um pedaço do dedo.

– Você mandou eu passar protetor e eu fui – ele respondeu sorrindo.

– Você parece criança – constatou – Vem aqui – chamou ao entrar no lavabo próximo a cozinha. Seguiu-a, e ao entrar no cômodo, ela o atacou com uma toalha de rosto, esfregando para fora todo o excesso de protetor solar que havia em sua cara e em seu tronco.

– Para May, tá doendo – reclamou sentindo a toalha repuxar os pêlos de seu peito.

– Se você não tivesse usado meio tubo de protetor solar não estaria doendo – rebateu tentando não pensar no fato de estar esfregando uma toalha em Phil Coulson.

– Eu não usei meio tubo – ele definitivamente parecia uma criança, May constatou ao terminar o que estava fazendo.

– Passou protetor nas costas? – perguntou afastando-se.

– O que você acha?

– É claro que você não passou, não sei por que eu ainda pergunto – respondeu revirando os olhos e virou-o de costas, tirando o vidro do produto de suas mãos. Espremeu o conteúdo diretamente nas costas de Phil e começou a espalhar com a mão espalmada. A pele daquela região era irregular e cheia de pequenas cicatrizes que eram muito familiares para a chinesa. A única que nunca havia tido contato havia sido a maior e mais recente bem no meio das costas, aquela que causara a morte de seu companheiro mais antigo – Dói? – ela perguntou tocando-a suavemente. Era grande, flácida e irregular, e dava-lhe agonia em imaginar o momento que havia sido causada.

– Já doeu. Muito. Agora é só uma lembrança – ele respondeu.

– E você não se importa em mostrá-la? – ela estava orgulhosa dele, por ele finalmente ter entendido o que aquela marca significava.

– Não mais – disse simplesmente e virou-se quando sentiu as mãos pequenas abandonarem suas costas – Obrigada May – agradeceu referindo-se ao cuidado dos últimos minutos, mas naquela pequena sentença havia muito mais do que isso. Em resposta, ele recebeu um sorriso, e ela saiu do banheiro rapidamente, antes que cedesse a vontade primitiva de abraçá-lo para sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acham meus amores?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Undercover" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.