Problema resolvido! E um vergonhoso fato.

Havia se passado cerca de meia hora deste que o menino havia sumido. Natsu estava com Happy procurando alguma pista, algum cheiro que pudesse ajudar a chegar até o pequeno. Lucy já estava um pouco mais calma, agora a única coisa que sentia era uma raiva imensa daqueles que tinham levado o Mizuki.

— Lucyyyy — o neko azul entrou voando pela guilda — O Natsu conseguiu achar uma trilha com o cheiro deles.

Lucy pegou suas chaves e seu Fleuve d'Etoile e seguiu em direção a porta do lugar.

— Lucy, quer que eu vá junto? — Erza falou enquanto a loira já estava saindo.

— Obrigada Erza, mas não. Eu e o Natsu ficamos responsáveis pelo Mizuki, aceitamos a missão de cuidar dele e o acolhemos como parte da família. Não se preocupe, daremos um jeito — sorriu e voltou a seguir o neko.

[...]

Mizuki tinha acordado, ainda sonolento, mas já enxergava as coisas perfeitamente. Olhou em volta e percebeu que estava em uma cela sem outras pessoas por perto. Não estava amarrado, não tinha necessidade, ele já estava trancado e não sabia usar magia.

— Vejo que já acordou — ouviu uma voz grave bem perto de si, tal como a de um homem — Espero que tenha gostado das nossas acomodações, pode ser que você passe um bom tempo nesse lugar — riu alto — Mas nós não vamos fazer nada com você, fomos contratados para te pegar e o esconder em algum lugar, mas não pra te matar.

Embora o garotinho estivesse morrendo de medo do que podia acontecer, ele ficou aliviado ao saber que não corria grandes riscos.

— Nosso contratante parece não gostar muito de você — uma voz mais aguda pode ser ouvida dessa vez, a voz de uma mulher — Mas a mulher dele gosta. Ela quer sua segurança — estalou a linguá num minimo de indignação — Essa foi sua sorte menininho.

O homem suspirou.

— Não era para você estar lá fora vigiando a entrada?

— Está chato, não tem ninguém lá, pensei que eu podia brincar um pouquinho com o pirralho ali — sorriu cinicamente.

— Não é uma má ideia, mas só mais tarde.

Depois de ouvir isso Mizuki começou a se desesperar, ele estava totalmente indefeso, e só conseguia pensar em Lucy e Natsu.

"Eles vão me salvar, eu sei que vão."

[...]

Lucy estava logo atrás do Natsu, eles estavam andando no meio de uma floresta, caso o clima não estivesse tão tenso, a loira até podia ficar uma fera e dizer que estavam perdidos, mas mesmo assim isso seria só um dos males.

— Ainda estamos muito longe? — perguntou cabisbaixa.

— Acho que não, o cheiro daqueles desgraçados está ficando mais forte — murmurou rangendo os dentes.

Happy só olhava a situação, ele também gostava muito do garoto e sabia exatamente o que aqueles dois estavam sentindo.
Natsu parou de andar do nada fazendo a loira bater de leve em suas costas.

— Avise quando for parar do nada — falou massageando a cabeça — O que foi?

Ela percebeu que Natsu estava com os olhos fixos em uma espécie de caverna logo a frente.

— Eles estão ali — cerrou os punhos com raiva — Vamos.

[...]

— Ahh... que sem graça, tão entediante — a mulher reclamou — Deixa logo eu brincar com ele. O homem revirava os olhos, sua parceira não ficava quieta nem por cinco minutos — Você não vai falar nada? então eu posso brincar com ele?

— Pode, pode, pode, só fique logo quieta — ela apenas sorriu e andou até a cela onde Mizuki estava.

— Venha, vamos fazer um monte de coisas divertidas... pra mim, é claro —disse pegando as chaves para soltá-lo.

— Concordo — uma voz raivosa pronunciou-se.

Ela olhou para trás e pode ver uma loira irada, um rosado sério e um neko os olhando mortalmente.

— Vocês nos acharam, interessante... Eu só ia brincar com ele.

Isso só os deixou com mais raiva.

— Lucy, eu dou um jeito neles, você e o Happy tirem o Mizuki daqui — disse já com os punhos em chamas partindo para o ataque.

A loira ia falar alguma coisa, mas a cara do rosado dizia que ele não estava para brincadeira, então ela apenas foi correndo em direção ao pequeno e usou o Fleuve d' Etoile para tirar as chaves da mão da mulher e abrir a cela.

Mizuki correu até Lucy e a abraçou enquanto chorava.

— Vem, o Natsu vai cuidar deles, precisamos sair — acariciou a cabeça do menino.

— Sim — limpou as lágrimas e começou a andar para fora daquele lugar.

Enquanto isso Natsu lutava contra os dois, não ia deixar eles irem atrás da Lucy de jeito nenhum.

O homem formou um círculo mágico de onde começou a sair uma aura negra e vermelha, ele então mirou em Natsu.

— Karyū no Hōkō — gritou enquanto também usava sua magia.

Enquanto ele se ficava no homem a mulher foi se aproximando por trás, ela pegou uma espada e continuou se aproximando.

Então pode-se ouvir o som de um estalo no ambiente, Lucy tinha usado seu chicote para arrancar a espada da mulher e agora ela estava a segurando.

— Nem pense nisso — disse com a espada em mãos já.

— Você acha que pode lutar comigo? Você não é forte o suficiente — a mulher desdenhou.

— Abra-te portão do leão, Léo — chamou o espírito — Loke, por favor.

Então ele foi correndo em direção a mulher a acobertando com o Regulius Impacto, fazendo ela recuar um pouco.

Enfurecida seu corpo começa a ser envolto por raios, Lucy rapidamente pega a chave de Áries.

— Abra-te portão do carneiro, Áries — o espíritos logo fez uma parede de lã os protegendo do ataque.

Natsu continuava lutando não muito longe dali. Eles agora não usavam magia, apenas socavam. o rosado desvia da maioria dos golpes, assim como o seu inimigo.

— Karyū no Kagizume — seus pés começaram a pegar fogo e ele logo chutou o homem que também usou sua magia para se defender.

''Isso já ta enchendo o saco'' pensou irritado, "Vamos acabar logo com isso".

— Metsuryū Ōgi : Guren Karyū Ken — após esse ataque ele conseguiu derrotar seu oponente.

Olhou em direção a loira para ver como ela estava.

Lucy tinha fechado os outros dois portões e agora tinha chamado Gemini que estava transformado nela. Então deram as mãos e começaram a acumular magia.

— Urano Metria — gritaram juntas e a mulher foi nocauteada.

Gemini logo em seguida voltou para o Mundo Celestial.

— Vamos embora, Luce? — o rosado perguntou sorrindo.

Ela acenou e ambos saíram daquele lugar. Happy e Mizuki estavam esperando do lado de fora, sentados na sombra de uma árvore.

— Vocês estavam demorando, estava achando que não iam ganhar — o neko riu baixinho.

— Até parece que íamos perder para caras como aqueles — Natsu gabou-se — Mas e você... — olhou para o menino - Está bem? Não te machucaram?

O menino apenas negou com a cabeça e continuou olhando o chão. Lucy percebeu isso e foi em direção ao pequeno, se agachando em seguida.

— O que foi? — perguntou preocupada.

— Eles disseram que foram contratados para me capturar — seus olhos marejaram — Disseram que o homem não gostava de mim, mas a mulher dele sim, foi só por isso que não me mataram — agora ele já chorava.

A loira abaixou sua cabeça de modo que a franja caia sobre os olhos, então ela pegou o pequeno nos braços e o abraçou.

— Não vamos deixar nada acontecer com você — o apertou mais forte — Vamos sempre estar ao seu lado — Então ele viu que ela também chorava.

Natsu e Happy assistiram aquilo sem falar nada, também não se mexeram, iam esperar que a garota começasse a andar.
Não demorou muito e ela se levantou com o pequeno nos braços e começou a andar, ele estava agarrando a blusa dela. Os outros dois se juntaram a eles.

— Quando chegar em casa eu quero comer peixe com o Happy — O garotinho olhou para o neko e sorriu.

— Aye — Falou feliz.

O rosado riu.

— Você vai pescar de novo? — Arqueou a sobrancelha.

— Vou e dessa vez vou pegar um peixe ainda maior — mostrou a língua.

— Então eu também vou pescar e vou te mostrar o contrário — Natsu disse se gabando.

— Eu apoio o Mizuki — A loira riu.

— Assim magoa Luce. Happy, quem você apoia?

— Os dois, não tenho preferência, só quero comer um peixe.

Então todos riram, menos o neko, afinal o que ele disse era verdade.

Os quatro continuaram conversando e quando se deram conta já tinham chego em Magnólia.

— Vamos para a Guilda ou para a sua casa? — Lucy perguntou.

— Mizuki? — O rosado perguntou ao pequeno.

— Eu vou pescar com o Natsu! — respondeu sorrindo largamente.

— Então vamos para a minha casa — Lucy proclamou.

Eles então voltaram a andar, não demorou muito para alguém começar a reclamar que já estava cansada de andar.

— Natsu, por que você tem que morar do outro lado de Magnólia? — ele apenas suspirou e esticou os braços em direção a loira — O-o que? — Corou um pouco com isso.

— O Mizuki, deixa eu levar ele.

Ela achou aquilo um tanto quanto fofo da parte dele e entregou o menino. Natsu o pegou e colocou em cima de seus ombros.

— Agora vê se anda mais e reclama menos.

A loira corou e saiu pisando duro e bufando, fazendo os três rirem.

O pequeno então sentiu uma curiosidade imensa e não se conteve em perguntar.

— Natsu-san, você gosta da Lucy-nee-san?

— HÃ?! — o rosado quase tropeçou enquanto andava — C-claro que não!

— Eles se goxxxxtam — Happy falou com as patinhas na boca.

— De que lado você está afinal?

— Do dele — riu cúmplice junto a Mizuki.

Foi a vez de Natsu corar e sair pisando duro de lá.

— O Happy concorda comigo — riu — O Natsu-san gosta da Lucy-nee-san.

— Se continuar falando besteira, vai ir andar sozinho pirralho — exclamou meio irritado, meio envergonhado.

— Já estavam chegando mesmo — mostrou a língua fazendo Natsu bufar.

Eles entraram na casa, Natsu foi falar com Lucy, Mizuki ficou na sala com o Happy.

— Vamos fazer uma coisa? — Happy começou.

— O que?

— Vamos ver se o Natsu tem ciúmes da Luce — sorriu maldosamente — Quer tentar?

Ele acenou com a cabeça rindo.

[...]

— Luce, a gente não vai comer? — não teve resposta — Luceee, vai ficar me ignorando, é?!

— Você é muito chato! — falou de costas.

— Eu?! Eu não fiz nada — colocou a mão em frente ao corpo em sinal de rendimento.

Ela o encarou mortalmente, e foi pra cozinha, porque se ficasse mais um minuto junto dele, o mataria ali e agora.

— Natsu-san — o garotinho chamou — Natsu-san.

— O que foi?

— O Happy estava brincando comigo e falou que a Lucy-nee-san ia namorar, é verdade isso? — Perguntou com a maior inocência, mas de inocente aquele menino não tinha nada.

O Dragon Slayes fechou a cara no mesmo instante.

— O Happy falou o que? — dava para ver uma veia saltada em sua testa.

— Que a Lucy-nee-san ia namorar.

Natsu estava a ponto de pegar fogo, a Lucy que ele conhecia namorando?! Ele nem queria pensar nisso.

— Cade o Happy?

O menino deu de ombros como se não soubesse onde ele estava.

Então o Neko abriu a porta da casa.

— Natsu, eu não vou mais esperar, eu e o Mizuki vamos indo até o algo e vamos pescar, esperamos vocês lá — então ele saiu correndo antes de ser esganado e o pequeno o seguiu.

Agora o rosado estava na sala trincando o dentes. Lucy saiu da cozinha e o olhou, não entendeu o motivo dele estar assim, então andou até a porta.

— Você não vem?

Ele não respondeu nada, apenas seguiu a loira.

Ele fechou a porta e começou a andar.

— Lucy, é verdade o que o Happy disse?

— O que?

— Que você vai namorar.

Lucy parou de andar na mesma hora e começou a corar e muito.

— Hã?! O que?! É c-claro que não — Lucy se assustou e começava a sentir as bochechas esquentarem — D-da onde ele tirou isso?
Ele não falou nada, apenas andou em direção a garota.

— O-o que foi? — ele a puxou pela cintura e os aproximou, a garota corou ainda mais — N-Natsu — ele então colocou suas mãos na nuca dela e começou a se aproximar ainda mais e agora ela não podia se afastar.

A garota sabia o que ia acontecer e não podia estar mais envergonhada, então fechou os olhos e apenas sentiu os lábios dele tocando os seus. Um beijo calmo e doce.

Eles se separaram e a loira estava mais vermelha que todas as pimentas do mundo juntas. O primeiro beijo dela tinha sido com o Natsu, não podia acreditar.

— Assim ta melhor — Natsu sorriu de orelha a orelha — Você não vai namorar com ninguém — então voltou a andar puxando a loira que estava petrificada, que agora, segundo ele, já era propriedade dele.

Não muito longe, um neko e um menininho observavam tudo em cima de uma árvore.

— Estávamos certos — o menino riu.

— Eu disse — Happy deu de ombros — Agora vamos logo antes que eles cheguem no lago e acabem nos matando por não estarmos lá — ele então pegou o menino e começou a voar.