Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 34
Capítulo Trinta e três - E o Herói retorna; O Herói músico


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550248/chapter/34

Castiel respirava fundo. Seu peito subia e descia lentamente, inflando-se e relaxando. Ele estava sem camisa e usava apenas uma calça de moletom preta. Tinhas os braços fortes para trás acima dos ombros e apoiados na cabeça. Ele não conseguia dormir. Tinha uma sequência infinita de imagens em sua cabeça e o rosto molhado de Natsumin, seus olhos vermelhos de choro... Ele não conseguia esquecer nada daquilo.  Ela havia partido. Natsumin a essa hora já deveria estar na casa de Armin. E, enquanto isso, ele estava lá, igual a um otário, pensando nela. Não, ele não gostava dela. Ele não gostava dela, droga! Só não conseguia parar de pensar nela, era isso. E ele não conseguia parar de pensar nela porque... Porque ela morava com ele, então tinha o dever de dar explicações a ele, era isso.
               Castiel sentou-se na cama-sofá do quarto de guitarras. Ele ainda podia sentir o cheiro de Natsumin por lá. Um cheiro doce e ao mesmo tempo, rebelde.  Ele não sabia definir que cheiro era aquele, não entendia nada de perfumes ou colônias femininas, ele não era uma garotinha para ter essa obrigação. Castiel observou o armário dela, entreaberto. Havia uma espécie de folha dobrada, talvez o rabisco de uma música. Castiel olhou, mas logo desviou o olhar. Não era da conta dele.
               Ele desceu as escadas de madeira, observando pela janela da sala, a noite lá fora. Já havia parado de chover. As ruas estavam encharcadas, mas a lua lá fora ainda não tinha perdido o brilho. Castiel pensou em ir tomar um ar. Não conseguia dormir mesmo e, à vezes, ele gostava de ficar lá fora, sozinho. Traria, inclusive, boas inspirações para ele e suas composições. Castiel pegou o violão velho, uma relíquia que estava na sala e havia pertencido a seu avô.  Ele retirou o violão pardo de dentro da capa preta de couro, em seguida retirou do bolso do moletom sua paleta preferida, uma vermelha e, a menor do mercado. Mas, rígida e suficiente para suas composições.
               Castiel abriu a porta.
               Suas sobrancelhas arquearam e ele sentiu um aperto no peito. Natsumin dormia, seu sono era pesado. Ela estava com a pele branca arrepiada, uma jaqueta preta ensopada cobria suas pernas e ela se abraçava para conter o frio. Fazia um biquinho engraçado enquanto dormia, o mesmo biquinho de que ele se lembrava quando eles haviam ficado presos no primeiro dia de aula... Já fazia quase dois meses desde então.
               — Mas que diabos...? — ele se perguntava enquanto colocava o violão em cima do sofá e guardava a paleta de volta no bolso. Era impossível. Natsumin com certeza não era como as outras garotas. Ela era tão orgulhosa que era bem capaz de ter se recusado a voltar para casa, ou pedir ajuda a Armin. Não pediu nem mesmo ajuda para ele! 
             Ele ajoelhou-se no chão da sala. Em seguida, passou os braços dela por seu pescoço enquanto passava seu braço esquerdo pelas pernas dela, encaixando-o na curvatura da parte de trás do joelho dela.  O direito, ele passou por cima dos ombros dela. Em seguida, ele levantou-se, ajeitando-a em seu colo. Natsumin tinha um sono muito pesado, ele sabia que ela não acordaria. Ele chutou a porta para fechá-la, em seguida subiu as escadas até o seu quarto.
             Castiel deitou-a em sua cama, em seguida, retirou os tênis molhados do pé dela. Natsumin continuava inalterada, dormia como uma pedra. Ele observou o corpo da menina com as roupas molhadas, em seguida suspirou, passando a mão pelo rosto, num gesto que demonstrava falta de opção. E, realmente, ele não tinha opção. 
             Ele desabotoou vagarosamente o short jeans dela, sentindo um aperto no peito, uma ansiedade diferente, que ele sempre sentia quando estava perto demais de... Quando estava perto demais de uma garota a ponto de... Castiel respirou fundo, não entendia porque estava ficando nervoso. Ele nunca fora assim. Na hora “H” com outras garotas, ele sabia muito bem o que fazer. Mas, agora não era hora “H” nenhuma, já que eles não iriam fazer nada e Natsumin estava dormindo. Ele não precisava ficar do jeito que estava.
             Ele desceu o short jeans, retirando-o pelos pés dela.  Em seguida, partiu para o busto. Ele levantou a blusa dela e puxou-a para cima, tomando muito cuidado com o pescoço frágil da garota. Nesse momento, Natsumin pareceu murmurar algo e ele sentiu o coração disparar, as mãos formigarem, ao pensar que ela poderia ter acordado. Mas, logo depois a menina permaneceu imóvel novamente. Tudo o que Castiel ouvia era a respiração dela. Por que a dele, ele prendia.   
           Castiel sentiu-se ruborizar assim que observou a menina apenas de roupas íntimas. Ele pegou rapidamente o cobertor e cobriu, saindo rapidamente do quarto. Aquilo era impossível. Tudo o que estava sentindo, era desejo, nada mais. Assim como qualquer homem sentiria se visse uma mulher de roupas íntimas e ainda... Na sua cama. Castiel passou a mão pelos cabelos ruivos e em seguida, fechou a porta do quarto às suas costas.
            Ele desceu novamente as escadas e pegou o violão relíquia do sofá. Em seguida, dirigiu-se ao quarto de guitarras. Ele sentou-se na ponta da cama-sofá e suspirou.  Não conseguia tirar a garota da cabeça. Como ela conseguia ser tão idiota? Preferiu ficar na chuva e no frio a se redimir e pedir ajuda a ele? Era claro que ele não negaria. Afinal, ela estava morando com ele, não estava? Era mais do que dever dele deixa-la entrar.
            Castiel formou o acorde Si Bemol, na primeira casa, em seguida e fez um dedilhado com a mão direita. Ele não estava acostumado a compor músicas daquele tipo, mas pensar em Natsumin daquela maneira o fazia querer compor aquela música. Ele respirou fundo e mudou para Sol menor. A melodia parecia um pouco melancólica. Ele não estava gostando de Natsumin, mas dedicaria aquela música à ela. Só que, é claro, ela nunca saberia.       
            Nunca mesmo.
If you want to sleep I'll pull the shade
If you should vanish I'm sure to fade
If you should smolder I'll breath in your smoke
If you should laugh I'll smile and pretend that I made the joke
         Castiel começou a cantar. Ele odiava cantar, mas sabia que tinha uma bela voz. Ele escreveu os quatro primeiros versos de sua música, em seguida, preferiu traduzi-la. Castiel gostava de compor em inglês, para só depois passar para o seu idioma, português. Ele traduzia mentalmente, enquanto tocava com os acordes e o dedilhado.
Se você quisesse dormir
Eu fecharia a cortina
Se você desaparecesse
Estou certo de que eu sumiria
Se você ardesse em chamas
Eu respiraria sua fumaça
Se você risse
Eu iria sorrir e fingir que eu contei uma piada
         
           Castiel torceu o nariz, reprovando a música absurdamente romântica. Mas ele não iria parar.  Já estava com a música praticamente pronta na cabeça e... Ele nunca recuava. Observando a madrugada passar aos poucos e o sol nascer, Castiel compôs até o amanhecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, recomendem, favoritem e deixem seu comentário! É muito importante! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diamante Bruto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.