Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 25
Capítulo Vinte e quatro - Uma Companhia mais do que singela


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550248/chapter/25

— Não, não, não, não, Castiel, não posso morar com você. — Natsumin insistia, enquanto o ruivo a acompanhava até a porta de casa. — Minha tia vai me matar. Não posso morar sozinha com você.
      — Sua tia pareceu gostar bastante de mim. — ele abriu o sorriso de raposa traiçoeira. — Vamos lá, Natsumin. Eu não mordo.
      Natsumin tinha que admitir que Castiel a impressionava. Depois do que aconteceu no aniversário de Melody ela podia jurar que ele nunca mais olharia na cara dela. Mas, aí estava ele, pronto e sorrindo, em frente à casa dela. E, ainda por cima querendo adiantar a aposta. Para que tanta pressa para ela morar com ele?
      — Nós havíamos marcado que eu só moraria com você nas férias, Castiel. — Natsumin lembrou, sabendo que Castiel estava tentando burlar as regras imaginárias.
      — E você tem certeza de que quer conviver comigo nas férias? — ele tinha a expressão muito séria para parecer irônico.         
      Natsumin arqueou as sobrancelhas, enquanto encarava a ironia estampada na face do ruivo. Ela podia sentir que estava fazendo algo errado. Algo muito errada. Mas não podia voltar atrás.
      — Mas você ainda mora sozinho, Castiel. Eu... Não sou emancipada como você.
      — E quem te disse que não tenho companhia em casa? — ele abriu um sorriso, enquanto cruzava os braços sobre o peito.
      — Você me disse que não tinha companhia...
      — Eu não disse isso. — Castiel interrompeu-a. — Simplesmente não falei nada.
      Natsumin pousou a mão sob o queixo, percebendo que, realmente, ele não tinha dito nada. Mas ela podia jurar que ele morava sozinho...
      — Fica tranquila, Natsumin. Você vai gostar da minha companhia.
      — Minha preocupação não é essa... — ela olhou para dentro de casa.       
      — Vai, magrela. — ele deu um leve empurrão no ombro de Natsumin, direcionando-a à porta de casa. — Fala logo com a sua tia. Quero ir pra casa.
                                                        ***                                             
      — Lar Doce Lar. — Castiel retirou um molho de chaves do bolso da cala e jogou a mochila preta nas costas.
      — Não acredito que estou fazendo isso. — Natsumin murmurou, deixando escapar um pequeno sorriso desacreditado.
      Ela realmente não conseguia acreditar. Sua tia havia deixado calmamente, sem escândalos ou o tradicional “tome cuidado”, ou “tenha juízo” que ela sempre gostava de dizer. Ou ela havia realmente gostado de Castiel, ou... Natsumin não conseguia encontrar outra opção. Tudo bem que ela disse que haveria uma companhia com Castiel, mas nem ela mesma sabia que tipo de companhia era essa. Dependendo de Castiel podia ser um mafioso, ou um músico drogado em final de carreira...
      — Legal, não é? — ele abriu a porta da frente, dando espaço para Natsumin entrar.
      A menina hesitou um pouco antes, mas acabou entrando. A casa de Castiel era simples, no sentido de não ter nada muito extravagante. Havia um sofá grande, de quatro lugares, preto e de couro, de frente para uma mesinha de centro de vidro, onde havia a escultura de um guitarrista com os cabelos cacheados e cheios soltos e um chapéu preto, sobre ela. Na parede, estava uma TV de plasma.
      — Slash? — Natsumin apontou com a cabeça para a escultura em cima da mesinha de vidro. Gostei.
      — Sabia que ia gostar. — Castiel sorriu e depois se dirigiu à cozinha.
      — Castiel? — Natsumin chamou-o antes que ele chegasse à geladeira. — Onde está sua companhia?
      Castiel não se virou, retirando um copo de água da geladeira, bebendo-o em seguida.
      — Já vou te mostrar. — ele pronunciou enquanto enchia novamente o copo de vidro com água. — Mas não garanto nada. — Ele pegou a mão de Natsumin e envolveu-a no copo de vidro, cuja água escorria pelos dedos dele, e agora, dela. — Não sei se ele irá gostar de você.
      — Obrigada. — Natsumin sentiu o coração disparar com a proximidade dele, mas bebeu rapidamente a água para disfarçar.
      — Quer ver a companhia? — Castiel retirou o copo vazio da mão dela e colocou-o na pia da cozinha. — Ou prefere ir direto ao ponto? — ele sorriu, aproximando-se dela.
      — Muito engraçado. — Natsumin afastou-se dele, buscando evitar a zona de perigo. — Onde está sua companhia?
      — Vem comigo. — ele pegou a mão dela, levando-a para a porta dos fundos da casa.           
      Natsumin soltou as malas e a mochila no tapete persa. Ela observou os móveis enquanto era puxada pelo ruivo até os fundos. Tudo era tão simples, mas bem arrumados e em perfeito estado. Ela podia ver a cara de Castiel em todos os cantos. As esculturas pequenas de guitarristas, o amplificador da Marshall jogado no meio da sala, uma Guitarra sem cordas em cima da mesa... Tudo mostrava uma parte de Castiel que ela nunca pensou que pudesse conhecer.     
      — Pronta? — Castiel abriu tinha a mão apoiada na maçaneta, hesitando propositalmente a fim de deixar um suspense.
      — Abre logo, Castiel.
      Castiel finalmente abriu a porta, revelando um par de olhos pretos, que brilhavam curiosos com a nova companhia presente. Uma garota estranha de cabelos compridos. 
      Natsumin deixou escapar um sorriso um dobermann preto com metade do focinho e parte das patas pardas avançou na direção de Castiel, lambendo o rosto do ruivo.
      — A sua companhia é um cachorro? — Natsumin indagou, aproximando-se do cão, que agora estava novamente no chão e começou a latir para ela. — Mas isso é muito melhor do que qualquer pessoa!
      Natsumin ajoelhou-se ao lado do doberman, a fim de acaricia-lo. Mas, o cachorro começou a latir, estranhando a garota.
      — Calma, não vou te fazer mal. — Natsumin foi se aproximando aos porcos, ganhando a confiança do animal. Finalmente, o cachorro cedeu, chegando até mesmo a aproximar-se dela. Natsumin abriu um sorriso largo, sem perceber, estampando a alegria que sentia ao ver que havia ganhado a confiança do cão. Ela acariciou com as duas mãos o pescoço do cachorro, em seguida o focinho e o topo da cabeça. O cachorro pareceu estar gostando.
      Castiel apenas assistia aos dois.
      — Esse malvado não te colocou o nome de totó, não? — Natsumin conversava com o cachorro, sem ligar para a presença de Castiel.
      Nesse momento, o ruivo sorriu.
      — É lógico que não. — ele abriu seu exótico sorriso e agachou-se ao lado de Natsumin, de frente para o cão. — O nome dele é Dragon.
      — Dragon? — Natsumin repetiu, acariciando novamente o pescoço do cachorro. — Ele quer que você ponha medo nas pessoas, Dragon? — ela continuava a falar com o animal, enquanto Castiel tinha os olhos fixos nela.
      — Essa é exatamente a intenção. — Castiel sorriu, estalando os dedos para Dragon que abaixou a cabeça na frente de Castiel, para que o ruivo acariciasse as suas costas.           
      Natsumin olhou para o ruivo enquanto ele acariciava Dragon. Castiel parecia tão diferente, tão... Ele simplesmente não era mais o ruivo arrogante. Era apenas Castiel, uma arrogante de vez em quando, mas que agora, quem diria, brincava com um cachorro como uma criança com um brinquedo.
      Nesse momento, Castiel virou-se para ela e os olhos dos dois se encontraram.
      — Natsumin? — Castiel chamou-a. Seus olhos negros brilhavam.         
      — Hm? — Natsumin piscou os olhos azuis, sentindo seu coração palpitar quando ele disse o nome dela. Era uma sensação estranha, mas boa. Não, ela não estava gostando dele, apenas... Apenas estava gostando do momento. É. Nada mais do que isso.
      — Tem uma pata na sua blusa.
      — Natsumin olhou para a blusa branca de alças que vestia. O decote estava um pouco mais abaixo do que deveria, deixando aparecer a renda do sutiã branco. Aquilo devia ter acontecido enquanto ela brincava com Dragon. Castiel estava olhando para o peito dela? Será que ele viu a renda?
      Natsumin sentiu-se ruborizar naquele momento.
      Castiel sorriu.
      — Se quiser, não digo que vi uma renda branca. — ele sorriu, zombando dela.       
      Apesar de tentar, Natsumin não conseguiu evitar e ficou com as bochechas ainda mais rubras, se possível.
      — Preciso tomar banho. — Natsumin murmurou, ainda envergonhada, enquanto se levantava do chão.  Assim que Dragon a viu levantar, começou a abanar o rabo.       
      — Vai ter que ser no meu quarto. — Castiel abriu o sorriso de coiote faminto. — Aqui embaixo está sem água. — ele levantou-se, guiando-a até o quarto dele, no segundo andar.
      Natsumin engoliu em seco. Não queria nem mesmo imaginar onde dormiria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, recomendem, favoritem e deixem seu comentário! É muito importante! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diamante Bruto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.