Depois de me sentir no The Avengers com umas quantas cópias do Hulk me cercando, consegui escapar por um buraco na parede (que eu fiz alguns dias atrás com um machado quando estava entediada).

Sai correndo e pulei o portão avistando Jason na frente do carro me esperando (parece que não fui só eu que fugi).

– Como saiu? – perguntei e ele apenas deu um sorriso de canto.

– Depois que eu te dei a tesoura a velha me mandou pra direção, aí quando eu cheguei lá sentei na cadeira na frente da mesa do diretor. Ele estava sentado de costas pra mim e quando ele se virou me senti no The Voice e comecei a cantar. Tá é brincadeira, vamos? – Falou e eu dei uma gargalhada.

– Falando em cantar você me lembrou de uma coisa meu jovem. – Respondi ignorando o “vamos”.

– Nem vou perguntar nada, porque vai ser perda de tempo...- Ele falou já dentro do carro e ameaçou me deixar ali. Aí eu entrei né.

– Tem uma banda que eu gosto que vai tocar hoje à noite, vamos? Diz que sim, diz que sim, diz que sim! – Perguntei fazendo cara de criança feliz.

– Beleza Srta. Manipuladora. – Falou rindo.

– De onde tirou essa palavra horrível? Eu sou um anjo! – Falei fazendo cara de indignada e dramática.

– Ah, com toda certeza – ironizou e rimos.

Chegamos em casa e me joguei no sofá.

– Já pode me trazer comida Jason. – Gritei.

– Levanta e pega. – Gritou em resposta lá da cozinha.

– Não posso, estou paraplégica. – Falei dramaticamente.

– Que pena porque tem docinhos aqui! – Epa! Docinhos casem comigo lindos da mamãe.

– É verdade? – Apareci com a cabeça na porta da cozinha e ele gargalhou. Não pode ser! Não tem docinhos? Adeus mundo.

– Não, mas olha o lado bom, você levantou! – Só pra provar o contrário deitei no chão geladinho da cozinha e ele revirou os olhos sorrindo.

– To chateada vou dormir aqui e ninguém vai me tirar! – E o pior de tudo é que eu dormi ali mesmo. Mas não por muito tempo já que acordei com alguém pegando o extintor e mirando em mim. Oh não, fui atingida, vou morrer! – Ei, o que ta fazendo?

– É que você é tão quente que to apagando teu fogo... – Falou gargalhando do meu estado.

Me levantei rapidamente, abri a geladeira e peguei gelo, muito gelo. Enquanto ele estava distraído rindo da minha cara eu puxei a bermuda dele e derramei o gelo. Começou a se remexer, parecia que estava tendo um ataque epilético dançante. Eu como sou um amor peguei meu celular e gravei tudinho! Virou meu vídeo favorito.

A mãe dele não estava em casa, nem o pai então corri pro banheiro para tomar banho. Depois que eu sai parecia que tinha levado um choque, meu cabelo estava igual aqueles feno de cavalo, e o Jason estava enrolado na coberta depois do choque térmico. E, claro que eu não pude conter o riso, mas se bem que quando ele viu o estado do meu cabelo começou a rir então...

– Jason! To com fome! Quero doces! – Reclamei me jogando no sofá.

– Só dou doces se me der um beijo – Falou e eu gargalhei em reprovação.

– Que tal me dar os doces e jogarmos videogame pra mim ganhar como todas as vezes? – Eu sei, eu sou demais.

– Qual é, você se aproveitou da minha distração aquele dia! Eu quero uma revanche. – Viu, é muito fácil manipular um menino...

Depois de jogarmos a tarde inteira (e eu ganhar quase todas as vezes) fomos nos arrumar para o show. Claro que eu tenho segundas intenções para esse show, mas enfim...

Coloquei uma calça rasgada, uma regata preta e uma camisa xadrez por cima. Pra combinar com rock, passei um lápis bem preto e delineador. Se eu fiquei gata já é questão de opinião. Encontrei Jason esperando no carro lá fora já com cara amarrada.

– Calma estressadinho, eu nem demorei tanto assim! – Falei entrando no carro.

– Meu relógio me diz o contrário. – Ironizou e eu aproveitei a situação.

– Não sabia que relógios falavam! – Sim! Eu sou dona da última palavra.

Chegamos lá e já estava cheio. Como não tínhamos ingressos (porque eu esqueci de comprar) entramos por trás do palco que tinha um matagal.

– Esqueceu de comprar os ingressos né? – Perguntou.

– E isso não é obvio? – Ironizei e ele revirou os olhos. Como as pessoas mudam de humor tão rápido? O Jason parece ta com a macaca.

O show já ia começar quando eu comecei a escalar o canto do palco em direção a uma corda. Quando cheguei lá em cima me pendurei e saí voando igual o Tarzan pelo palco acabando com todos os instrumentos possíveis. Quando a corda voltou chutei o vocalista que caiu do palco e desmaiou. Pulei da corda caindo com estilo no palco.

– Sobe aí Jason, arrasa da Capela, porque instrumento não tem mais! – Gritei e como ele é parceria subiu.

Bem na hora que fui dar um beijo na bochecha dele de boa sorte, ele virou a cara fazendo com que eu desse um selinho nele. Ele sorriu malicioso e começou a cantar. O pessoal que estavam antes vaiando começaram a gritar e estavam “amando” à música.

Os seguranças estavam vindo em direção a nós e eu puxei o Jason pra fora do palco. Nesse momento a atenção deles se voltou para o palco que começou a pegar fogo por causa que deu um curto circuito quando eu destruí os instrumentos. O pessoal começou a gritar e foi uma loucura total.

Todos os lugares que acontecer alguma loucura, eu estarei na cena do crime!