Eu realmente gosto da mãe do Jason, ela é muito gentil. Claro que eu não falo daquele jeito pompom dela mas né.

Ai Meu God! Que roupas são essas? É quase como sair pelada!

– Então querida, eu quero que use esse vestido. Eu comprei ontem e ficou meio grande em mim. Como você tem um corpão vai servir perfeitamente! Ah e eu tenho um salto branco perfeito pra ele! – Ufa o vestido não é tão ruim como achei.

Coloquei o vestido e sim é ruim como eu achei! To me sentindo totalmente espremida. O pior de tudo é que ela fez eu usar espartilho! Entende isso? Eu não consigo respirar! Acho que vou morrer...adeus...

– Tudo bem querida? – Falou a mãe dele e eu só assenti com a cabeça já que talvez até minhas cordas vocais sejam afetadas pelo espartilho.

Bom agora eu estou com um vestido amarelo e um salto branco...ar...possua-me Please.

– Animada? Vou fazer sua maquiagem! – Omg esse é a hora em que eu saio correndo tropico no salto, caio da escada e desmaio.

– Tudo bem – Fingi um sorriso e ela pareceu acreditar.

– Vamos deixar esse olho pretinho! Primeiro vamos passar uma base da cor da sua pele, mas sem exageros é claro! Ok agora o Delineador, rímel e Blush...E por fim um batom vermelho! Prontinho! – Preciso concordar que ficou bem bonito! Olhei no espelho e me senti...linda!

– Amei, obrigada...vamos? – Falei e ela assentiu. Ela desceu primeiro, óbvio que eu ia depois para dar a minha entrada triunfal.

Quando comecei a descer as escadas só o que se ouvia era o barulho do meu salto e de repente bateu um nervosismo. Meu deus todos estão me esperando e olhando quietos! Cara isso é muito tenso. Tá decidido, vou pra Biscoitolândia! Nem respirar eu consigo direito, e se eu tropeçar? Não sou acostumada a andar de salto. Desci mais devagar que uma lesma, pé por pé e me segurando no corrimão da escada, mantendo a pose é claro.

Pude ver a cara de babão do Jason e me deu vontade de rir. Sim eu estou uma gata, me inve...ops errei o pé! Se você está achando que eu tropiquei e caí nos últimos degraus da escada, acabando com o encanto, sim eu caí, sou profissional nisso. Me recompus e todo mundo estava me encarando. Senti meu rosto queimar e é óbvio que eu corei. Que vergonha! Biscoitolândia me possua! Esse é o momento!

– Está muito linda apesar de não conseguir nem andar! – Jason falou e me deu um beijo na testa. Não conteve uma risadinha divertida. Eu já estava vermelha, agora eu pareço uma jujuba (jujubas de morango são vermelhas certo? Nesse caso eu acho que já devo estar parecendo uma jujuba de uva...)

– Agradeçam a mim! Brincadeirinha! A beleza é toda dela. – Falou a mãe do Jason rindo.

– Vamos? – O pai dele falou e assentimos.

Jason pegou na minha mão. Ei! Minha mão.

– Solta! – Cochichei no ouvido do Jason.

– Ué, somos namorados no final de contas, não tem o direito de reclamar. – Ele falou e eu bufei. – Se continuar posso pegar na sua cintura...

– Quem é que está reclamando? A mão está ótima! – Falei e ele riu me deixando mais brava e desconcertada ainda.

Chegamos no tal restaurante cinco estrelas que o Jason diz adorar. Eca! Está cheio de engomadinhos aqui. Droga restaurantes muito cheios me deixam sufocada e...

– Chegamos – Disse Pai do Jason.

– Quanta gente – Comentei sentindo um pouco de falta de ar. Preciso me conter, preciso me conter!

– Fizemos uma reserva, parece que só tem a nossa mesa livre. – Falou a mãe do Jason entusiasmada.

– Esse lugar não tem janelas...- Falei um pouco mais ofegante e antes que até o Jason que é mais espertinho percebesse tentei esconder.

– Não, é equipado por saídas de ares fresquinhos. – Jason comentou.

– Ah – Respondi. – Legal.

– Bom essa é a nossa mesa, o que vamos pedir? – Sentei pegando o cardápio na mão. Mas eu não enxergava bem por que estava começando o meu ataque de pânico.

– Amor seu cardápio está de cabeça pra baixo – Falou Jason olhando pra mim. Legal ele tá girando. Ah não as paredes não podem se fechar, pelo menos não agora.

– Sério? Jason peça por mim, você sabe o que eu gosto né? Eu já volto, vou no banheiro.

Eu não consigo respirar...ta tudo borrado...Como está quente aqui dentro...Acho que vou vomitar...Dor de cabeça não...por favor não...Eu...Eu vou desmaiar...Tem algo zumbindo no meu ouvido...Minha boca está...secando...minhas mãos formigando...eu vou... eu vou morrer...Onde eu estou? ...Está sufocando...está fechando...está fechando...

Nesse momento sinto meu corpo cair e tudo enfim ficar escuro.

Xxx

Acordo e vejo que estou deitada em uma cama em um quarto azul muito massa. Ah...é o quarto do Jason. Eu estava sonhando ou algo assim? Ta todo mundo em volta e tem um cara de meia idade de óculos me observando.

– Senhorita Rachel, se sente melhor? – Olhei ainda meio confusa. Ta não era um sonho.

– Sim só estou com um pouco de dor de cabeça e com fome. Droga! Logo quando eu achei que eu estava em biscoitolândia! Sonho não realizado. – Todo mundo olhou pra mim com cara de você enlouqueceu é? – Quer dizer, acho que é a fome sabe.

– Bom acho que já está bem. Você ingeriu apenas um calmante então o efeito passará logo.

– Isso explica muita coisa. Como o fato de eu estar meio zonza. – Falei sorrindo.

– É ela pirou de vez – Falou o Jason sorrindo. Sabe que eu nunca tinha prestado atenção, mas que sorrindo maravilindo. Tem razão eu enlouqueci de vez.

– Não precisam ficar aqui em roda gente, voltem a seus afazeres, eu estou bem viu! – Do nada me deu um ataque de risos.

– Jason querido, fique de olho nela, não tenho certeza de que está em um bom estado. – Falou a mãe dele e eu só arqueei as sobrancelhas. Os pais dele saíram do quarto acompanhados do doutor.

– Estou com fome! – Falei e ele voltou a atenção em mim.

– Eu também já que a gente nem comeu no restaurante, porque alguém desmaiou no banheiro. – Falou com cara feia.

– Mil perdões Mr. Insensível, não posso fazer nada se eu tenho claustrofobia! – Falei e ele sorriu. Pare de sorrir dentes colgates please.

– Eu sei, to brincando. Mas então, vamos pedir algo pra comer? Ou vamos sair a procura de biscoitolândia? – Falou e começou a gargalhar feito um idiota. Quer dizer, ele é idiota.

– Apoio a segunda opção! – Falei e ele riu mais ainda. – Vamos sair né, quero aventura!

– É hoje que a gente vai preso! – Falou ainda sorrindo. – Então vamos.

– Ok Vamos sair pela janela – Garanti.

– Por que pela janela se podemos sair pela porta? Ah claro, você quer aventuras. – Respondendo por mim? Me nego a aceitar isso, mas ele estava certo.

– Que bom que eu nem preciso responder! – Falei ironicamente. – Que barulheira é essa que tem aqui perto?

– Acho que é um casamento...

– Interessante, me guie até o local, lá com certeza tem docinhos! – Falei com uma cara de “eu sou uma criança feliz”.

– Nem vou falar nada, vamos então. – Jason é um cara legal. Parceria...saiba que é só isso!

Chegamos em frente ao salão de festa.

– Precisamos de um convite? Mas que droga! Vamos pelos fundos e entramos pela cozinha. – Falei e ele arqueou as sobrancelhas.

– Como consegue pensar nessas coisas tão rápido? – Falou indignado.

– Como assim? Eu zelo pela minha profissionalidade vandalística. – Falei decidida.

– Pena que não é boa em português...- Ironias...são minha parada!

– Muito engraçadinho! Vamos de uma vez antes que essa conversa dure a festa inteira. – Falei e ele assentiu.

Entramos pela porta dos fundos que dava na cozinha como o combinado. Não sabe como é difícil rastejar com um vestido praticamente costurado no corpo! Saudades das minhas roupas. Os cozinheiros eram bem cegos pelo visto.

– Ei olha! Uma bandeja de docinhos! Eu preciso dela! Vamos até lá. Docinhos possuam-me. – Fomos até a bandeja de doces. Estávamos embaixo da mesa e com uma rápida aparição, peguei os docinhos. E agora lá estou eu comendo que nem uma boba embaixo de uma mesa na cozinha de um casamento. Palmas pra mim.

– Ei, cadê os docinhos que eu deixei aqui? Jarry você tem que parar de roubar os docinhos! – Falou um cozinheiro. Nesse momento não pude conter a risada e comecei a gargalhar. – Ei quem está aí?

– Ferrou, nossa próxima missão é fugir, tipo, agora! – Saímos correndo da cozinha em direção ao salão onde estavam todos reunidos. – Olha! A noiva vai jogar o buquê.

Nesse momento ela joga e pelos docinhos do destino eu peguei o buquê. A noiva e o noivo ficaram olhando e eu acho que é porque não somos convidados. Quer dizer, eu não acho, tenho certeza.

– Essa é a hora de sorrir e depois correr. Quando estivermos perto do bolo você pega um pedaço e eu pego mais bandejas recheadas dos meus amados docinhos. – Cochichei pra ele que assentiu.

E foi o que fizemos, estragamos uma festa de casamento! E sabe por que? Bom depois que eu comecei a correr com aquele salto horrivelmente alto eu tropiquei e caí de cara no bolo quebrando a mesa junto. Foi aí que ao invés do Jason pegar o bolo ele foi mais inteligente e pegou os docinhos.

– Ei, não por nada mas os seguranças estão vindo. – Fiz sinal pra correr, mas quem consegue correr de salto alto, pernas curtas, espartilho e vestido costurado na pele? Exato! Eles nos pegaram pelas pernas e nos botaram pra fora. Quando finalmente fomos expulsos eu me ajoelhei e fiz uma cara de dramática.

– O que foi?

– Os docinhos...eles...me abandonaram. – Falei e fiz uma cara de choro. Do nada Jason me pegou no colo e foi em direção a sua casa.

– Ei o que ta fazendo? – Perguntei tentando descer, mas que força hein?

– Te impedindo de ter diabetes.