No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 9
Conversando com a guardiã


Notas iniciais do capítulo

Outro Pov do Rilian! Se não ficou muito óbvio o que ele sentia no outro capítulo, mas com certeza nesse ficou! ;)



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Pov. Rei Rilian

Cristal segurava a crina de Pétrio, encorajando-o a voar mais alto. Por que estamos seguindo Valentiny? Quem garante que ela não vai só no jardim conversar com Aurora? Que as duas sejam amigas? Tá, eu sei que as duas não são amigas, até porque foi ela quem derrubou Aurora na fonte, eu só estava por perto e tentei segurar a moça, mas ela caiu do mesmo jeito. Agora, daí a fazer coisas "suspeitas"? Cristal tá inventando coisas!

– Lá estão elas, senhores! - Pétrio gritou, de repente.

Valentiny estava lá na frente, montada em Guaia. Sem piedade, ela cravava os calcanhares nos rins da pobre égua, que estava exausta.

Logo era possível ver a cordilheira, e o vale lá embaixo. A cachoeira, que descia das montanhas e molhava o fundo dessa tigela de terra, onde flutuava, bem no meio, o jardim de Aurora.

– Viu, Cristal? - eu apontei para ela - Ela só está indo ver a Aurora!

– Discordo, senhor. - Pétrio retrucou - Guaia não está pousando.

Valentiny incitou Guaia a voar mais rápido, e as duas desapareceram por detrás das montanhas. Pétrio então parou, planando no ar.

– O que está esperando? - Cristal brigou - Elas estão escapando!

– Não posso voar até lá, milade. - Pétrio disse, com voz triste.

– Como não? - Cristal retrucou - É só continuar batendo as asas! Guaia já passou! Vai Pétrio!

Eu sabia que ele não ia se mover. E eu o entendo.

– Pétrio, desça. - eu pedi - Conversamos no jardim.

Pétrio bateu as asas, e pairou, até pousarmos suavemente em um canto afastado do jardim.

– Tá legal! - Cristal desceu de Pétrio - Podem me explicando porquê deixaram elas escaparem!

– Cristal, é lei de Aslan! - eu desci do Pétrio - Ninguém pode entrar lá!

– Mas por quê? - ela cruzou os braços.

– Porque é proibido! - Pétrio repetiu - Lá são as Terras Sombrias!

– E daí que são as Terras Sombrias?! - ela falou, suas faces estavam rubras de raiva - Aquela vadia levou a pobre Guaia para o outro lado, e vocês nem querem ajudar a resgatá-la!

– Entendo sua raiva, meu doce! - uma voz suave falou - Mas ela nunca ajuda a raciocinar.

– Nem venha com poeminhas, vovô! - ela virou-se para mim - O que afinal tem além dessas montanhas? E se me disser que são as Terras Sombrias, juro que esgano você!

– Mas não fui eu quem disse isso, sereia! - eu ergui as mãos, em sinal de rendição.

– E só por isso também não pode me responder? - ela colocou a mão na cintura - Será que nenhum de vocês pode me dar uma resposta descente?!

Uma sombra se moveu, agitando os galhos das árvores.Automaticamente, desembainhei minha espada, e segurei o braço bom de Cristal, puxando-a para trás de mim. Muitas coisas estranhas estão acontecendo nesse reino.

A sombra se aproximou, estava nas árvores à nossa frente. Não era uma ameaça qualquer, parecia grandiosa. Cristal colocou a mão boa no meu ombro, assustada.

– O que é isso, Rilian? - ela perguntou, com a voz trêmula.

E então, eu vi.Ela era diferente de tudo o que eu já havia visto antes. E olha que eu já vi muitas coisas. Tinha a pele clara, tão alva que brilhava. Os cabelos eram compridos, cor de sangue, mas seus olhos arredondados e expressivos eram prateados como a luz da Lua. Ela caminhou em nossa direção. Seu vestido era branco, perolado, e ela tinha grandes asas, de mesma cor. Ela se sentou em uma pedra. E continuava a nos encarar.

– Eu posso responder. - ela falou.

– Quem é você? - eu perguntei, ainda com a espada em mãos.

– Sou amiga de sua mãe, Rilian. - ela se limitou a dizer.

– Você é... - Cristal tem uma leve tendência a repetir o óbvio. - um anjo?

– Não, Cristal. Não sou um anjo. Eu sou mais que isso. - ela falou outra vez. - Nos jardins celestes sou conhecida como A General das Batalhas de Aslan. Em Nárnia, sou conhecida entre os centauros como A Mensageira das Estrelas. Mas para você, Cristal, sou a pessoa que te trouxe a Nárnia. Me chame apenas por Zahra, sua Guardiã.

Cristal saiu de trás de mim, caminhando até a moça. Parecia hipnotizada.

– Então foi você que eu vi no meu sonho na noite antes de vir para cá! - Cristal dizia - E também foi você que fez aquele maldito caminhão me atropelar! Eu podia ter morrido! Ou eu morri, sei lá, não importa! Você quem me matou!

– Não vejo por esse ângulo. - Zahra falou suavemente - Aslan pessoalmente convocou você para cá, para nós.

Cristal meneou a cabeça para o lado. Em seus olhos, eu podia ver lágrimas se formando.

– E a Jasmine? - ela soluçava - E o Charlie? E o Jimmy? Meus amigos estão bem? Estão vivos?

Zahra abaixou a cabeça. Cristal começou a soluçar alto. Eu a abracei, e ela chorou amargamente.

– Aslan não me deu permissão para falar sobre isto. Eu posso apenas responder a pergunta que me fez. - Zahra falou.

Cristal parou de chorar. Ela se recostou em Pétrio, que estava sentado no chão, e sentou também. Eu apenas guardei a espada na bainha, e me sentei também, ao lado dela.

– No dia do Julgamento, Aslan dividiu todos os seres que já habitaram a face de Nárnia e de toda a terra. Aqueles que sempre o conheceram de todo o coração, vieram para a Nárnia Eterna. Porém, aqueles que o odiaram, que nunca tiveram o coração puro, esses adentraram de bom grado na Sombra de Aslan, para nunca mais serem lembrados. - Zahra começou a explicar. - A localização da Sombra é logo após as montanhas. Por decreto de Aslan, todos os que estão aqui, não podem passar para lá, bem como os que estão lá, não tem mais o direito de estarem aqui. Este decreto faz com que o mal não contamine Nárnia denovo.

Eu olhei para Cristal. Ela estava concentrada na conversa, embora seu rosto ainda parecesse inchado. Ela não queria chorar. Não era mais hora para isso.

– É por isso, Cristal, que eu trouxe você. - Zahra tinha a voz meio triste - Meu Senhor não come, também quase não dorme, ele anda o tempo todo dizendo que o mal vai retornar, que vai se instaurar. Ninguém nos jardins celestes sabe o quanto Ele está sofrendo além de mim.

– Seu senhor? Aslan? - eu perguntei, e ela concordou com a cabeça.

– Por isso você está aqui. Segundo Ele, você é uma das últimas filhas de Eva que ainda tem o coração puro e bom, e por isso, você pode identificar o mal. - Zahra falou - O mal que afetou o coração de alguém em Nárnia.

Cristal levantou-se, e caminhou até um canteiro qualquer. Ela parecia apenas raciocinar aquilo que ouvira.

– Obrigada por me trazer aqui, Zahra. Essas tem sido as melhores férias da minha vida, e os amigos que fiz aqui sei que vou levar para a vida toda, - ela fez uma pausa - mas eu não nasci para combater o mal dentro de ninguém. Eu sou só uma garota do Brooklin.

– Cristal! - eu gritei, descendo de Pétrio - Cristal!

Ela caminhava a passos rápidos, adentrando no castelo. Impressionante como ela está conseguindo caminhar tão rápido sem cair por pisar na barra do vestido. Ela cruzou o hall de entrada, e começou a subir as escadas.

– Cristal! - eu continuei a segui-la - Cristal, espera!

Ela caminhou pelos corredores de dormitórios, e então parou. Na frente de seu quarto.

– Cristal! - eu a segurei pelos braços, virando-a para mim.

Ela tinha os olhos molhados e o nariz vermelho, denovo.

– Ah, sereia! - eu a abracei.

Ela enterrou seu rosto em meu ombro, e chorou compulsivamente.

– Jamie.... - ela soluçava - Eu salvei minha amiga, para agora não saber se ela está viva ou morta! E o meu irmão!..... E o Jimmy!.....

– Calma, sereia, calma! - eu passei meus dedos em seus cabelos loiros - Eles estão vivos! Pode confiar em mim!

Ela soluçou. Olhou em meus olhos, com o rosto molhado.

– Como sabe? - ela soluçou.

– Se eles estivessem mortos, estariam aqui. - eu sorri docemente.

O terror se instaurou nos olhos dela.

– Eu estou morta então?! - ela gritou, voltando a chorar.

Eu a abracei outra vez. Droga, Rilian, seu burro! Agora ela está chorando por culpa tua!

– Calma, sereia! - eu falei, enquanto ela me abraçava mais forte, chorando - Você veio para cá por ordem de Aslan! Eu sei que ele vai te mandar devolta.

– Você acha mesmo? - ela me olhou, com aqueles lindos olhos mel.

– Acho sim. - eu sorri.

Ela me abraçou, um pouco mais calma.

– Obrigada vovô. - ela sussurrou.

– De nada, sereia.

– Cristal! - Rainha Lúcia abriu a porta do quarto dela, por dentro - Finalmente chegou! Olha só para você, está horrível! Vem, você precisa de um banho!

Rainha Lúcia a puxou pelo pulso da mão boa, e ela entrou no quarto. Mas não sem antes olhar para mim e sorrir docemente. Aquele sorriso lindo.

Caminhei pelo corredor, em direção aos meus aposentos, com um sorriso bobo no rosto. Ela sorriu para mim.

Pouco antes de entrar no meu quarto, eu senti um vulto, e me virei. Rei Pedro me olhava, de dentro de seu quarto. E seus olhos faiscavam de raiva.


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Notas finais do capítulo

Pedro............



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