No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 4
No Jardim da Aurora


Notas iniciais do capítulo

Finalmente a Queen me deixou digitar. Leiam rápido antes que ela volte!



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POV Aurora Ninfa

"Que uma estrela do anoitecer
Brilhe sobre você
Que quando a escuridão cair
Seu coração seja verdadeiro
Você caminha por uma estrada solitária
Oh! Como você está longe de casa!"

– Que lindo! - ouvi uma voz doce e grave atrás de mim.

Eu me virei, e me levantei para olhá-lo melhor. Ele estava ali, parado, recostado sob as cerejeiras. O vento quente da tarde agitava seus cabelos negros, e seus olhos brilhavam, bem como seu sorriso.

– Obrigada. - eu sorri suavemente.

– Que canção é essa? - ele perguntou.

– Uma dríade cantou para mim quando eu era uma garotinha. Gosto da sonoridade, embora nunca tenha encontrado um significado para ela. - eu comentei, olhando para seu rosto lindo.

– Eu nunca tinha ouvido você cantar... - ele disse.

– Eu gosto de cantar. Minha voz é minha única companhia. - eu voltei a mexer em meus lírios brancos - Assim como minhas flores.

– Assim magoa. - ele falou, fazendo beicinho.

– Oh, meu cravo! - eu sorri, falando suavemente com ele - Não fique triste. Mas é que você não tem mais vindo me ver. Pensei que tivesse me esquecido.

– Mas como é medrosa! - ele se aproximou de mim, abraçando-me por detrás - Como iria eu esquecer de minha noiva?

– Agora sou sua noiva? - eu me soltei dele, caminhando mais para frente - Parece até que se esqueceu que não queria se casar comigo!

– Não diga tolices! - ele se aproximou de mim - Eu amo você! Agora e para sempre!

Eu caminhei até a beira do jardim. Daqui posso ver as montanhas, cercando o jardim de todos os lados, como uma tigela de terra. À minha frente, vejo a cachoeira, formando um lindo véu branco e fresco, que cai da montanha, e forma um lago lá embaixo. Este lago circuncida a colina onde está o jardim. Meu jardim.

– Palavras doces, vindo de alguém que já é casado. - eu lancei minhas palavras, com um toque de veneno.

Ele se aproximou de mim, segurando minha cintura com suas mãos quentes e brancas. Ele falou perto do meu ouvido, sua respiração me causava arrepios deliciosos.

– Não sou mais. - ele sussurrou. - Por favor, me perdoe, volte para mim.

– Você nunca foi meu, Caspian. - eu abaixei a cabeça, para ver meu reflexo na água lá embaixo - Por que seria agora?

– Porque eu te amo.

Eu virei de frente para ele. Aquela era a primeira vez que eu ouvia ele dizer isso.

– O quê? - eu sussurrei, mergulhando meu olhar no dele.

– Eu te amo.

Seus lábios se aproximaram dos meus lentamente, com sua respiração pesada. Eu sentia meu coração acelerar, ao mesmo tempo que minhas faces coravam. Ele me ama.

Ouvi um vento impetuoso agitando as árvores. Eu conheço esse tipo de vento.

– Você trouxe seus amigos para me conhecer? - eu perguntei, sorrindo.

Eu corri na direção que vinha o vento.

– Bem, eu... - ele gaguejou.

– Este aqui que é o lugar, Pluma? - uma garota de cabelos loiros disse, enquanto descia do cavalo alado preto.

– Já fizemos em lugares melhores... - uma moça ruiva disse, com desdém.

– Para mim, é encantador. É magnífico! - a loira voltou a sorrir.

– Venha Edmundo, vi uma clareira bem próxima daqui que parece bem mais espaçosa que esse matagal! - a ruiva montou no cavalo outra vez.

– Matagal é este teu cabelo, sua vadia desgrenhada! - eu esbravejei, com raiva - Quem te deu permissão para entrar em meus domínios, heim, cabeça de fósforo? O que foi? Não gostou? Faz melhor! Faz tudo crescer em um dia, quero ver! Anda logo, vadia! Peça desculpas, ou eu arranco esse cabelo vermelho da sua cabeça!

A garota desceu do cavalo, desconcertada. Mas não largava a bainha da sua espada.

– Pessoal, - Caspian disse, segurando minha cintura - quero apresentar minha doce e gentil noiva, Aurora.

– Oh, finalmente a apresentou! - uma menina morena sorriu gentilmente, descendo do cavalo pardo. - Já estava começando a achar que essa sua noiva era inventada!

– Eu não minto! - Caspian sempre metido.

– Sei... e imagino que essa fonte é mágica, assim como você disse. - um rapaz loiro cruzou os braços.

– Caspian... - eu disse, zangada.

– Desculpa, mas eu tinha que descrever alguma coisa desse lugar para meus amigos... - ele sorriu.

– Falando em descrever, apresentações não fariam mal algum... - eu cruzei os braços.

– Verdade, pessoal! Apresentem-se! - ele acenou, chamando-os.

A primeira pessoa a se aproximar foi a garota loira. Ela usava roupas muito engraçadas, diferentes das que as outras moças usavam.

– Meu nome é Cristal Hale. - ela sorriu, e olhou descaradamente para a ruivinha - E acabo de me tornar sua maior fã!

– Sou Aurora. - eu sorri.

A próxima pessoa foi um rapaz de roupas vermelho-escuras, e cabelos loiros e lisos, como um rio de ouro. Era bonito.

– Sou o Grande Rei Pedro, o Magnífico. - ele beijou minha mão.

– Mas como é modesto! - a tal Cristal riu.

– O que foi? Sou mesmo! - ele se aproximou dela - Sou magnífico, não é?

– Só quando é humilde! - ela o empurrou, rindo.

Depois, se aproximou uma garota morena, de cabelos chocolate presos em uma trança lateral. Usava um lindo vestido vermelho com detalhes bordados em dourado.

– Sou Rainha Lúcia. - ela sorriu amigavelmente. E apontou para o rapaz de cabelos negros e roupas azuis, que parecia ser o mais jovem - Aquele ali é meu irmão, Rei Edmundo, bem como o Rei Modesto ali. Tirian, querido, venha se apresentar! Ela não morde!

Um rapaz de cabelos castanhos e roupas amarelo-claras se aproximou, meio receoso.

– Perdoe-me, mas acontece que sou meio tímido. - ele beijou minha mão - Minha graça é Rei Tirian, o Último.

– Muito prazer em conhecer vossas majestades. Caspian nunca traz visitas para me ver... - eu olhei para ele, de canto de olho.

– Na verdade, não foi bem ele que nos trouxe aqui... - a Lúcia se pronunciou.

– Bem, e o que foi então? - eu ri, curiosa.

– Bom, viemos aqui para ver o seu jardim. - ela disse.

– Interesseiros. - eu falei, e Cristal riu.

– É que vamos fazer uma grande festa para comemorar o início da colheita e a chegada do outono em Nárnia, e queríamos saber se podemos usar seu jardim. - ela prosseguiu.

– Vieram aqui só para isso? - eu falei - Podem usá-lo sempre que quiserem! Eu adoro visitas! Acreditem, já enjoei de ver essa mesma cara pálida todos os dias! - eu apontei para Caspian, fazendo-os rir.

– Hey! - ele protestou, mas todos já estavam rindo.

– Bom Aurora, nós vamos dar uma voltinha por aí, para ver o tamanho do jardim, tudo bem? - Lúcia perguntou.

– Fiquem à vontade! - eu estendi meus braços.

Ele começaram a caminhar, aos pares, e eu voltei ao meu canteiro de lírios. Caspian me seguiu.

– Hey! Tá fugindo de mim? - ele gritou - Como assim enjoou de ver minha cara pálida?

– Francamente, Caspian! Depois de 7 anos só vendo você, qualquer um enjoa! - eu ri.

– Mas se for assim, você não vai querer casar comigo! Já enjoou de mim! - ele disse, meio sentido.

– Ah, meu cravo, não fui eu quem não quer casar! - eu cruzei os braços - Já estou presa e isolada aqui há mais de 24 gerações, eu mereço pelo menos alguém para me fazer companhia! Além de que nosso noivado já dura 7 longos anos! Acho que você só está me enrolando!

– Quem te disse uma coisa dessas???? - ele me abraçou.

– As flores. - eu sorri.

– Você tem falado demais com essas flores. Estão iludindo sua cabeça. - ele me olhou nos olhos.

– Você me ama? - eu perguntei.

– Muito.

Ele beijou meus lábios suavemente. Eu olhei nos olhos dele e sorri. Depois, virei meu rosto para um canto.

– Viram, petúnias invejosas?! Ele me ama! - eu mostrei a língua para elas, enquanto ele ria.

Caspian mostrou a língua para elas também, e desta vez, eu ri.

– Own... Eu nunca consigo ficar muito tempo zangada com você... - eu voltei a fitá-lo.

– Eu sei, eu sou lindo. - eu sussurrou.

– Também é muito humilde!! - eu ri.

– Sabe né, um rei não deve contar mentiras... - ele sorria docemente. Meu metidinho.

Ele beijou meus lábios outra vez, desta vez, com mais intensidade. Santo Aslam, como eu amo esse rei!

– Bem, Caspian, já vimos tudo o que tínhamos que ver, não é, Caspian? - Edmundo limpou a garganta.

Ele me soltou, e olhamos ao nosso redor. Todos estavam montados novamente em seus cavalos alados.

– Mas já vão, docinhos? - eu perguntei, meio triste.

– Docinho sou só eu! - Caspian brigou.

– Docinhos são todos os meus meus amigos, seu rei ciumento! - eu dei um beijo na ponta de seu nariz.

– Já, já vamos sim. - Edmundo limpou a garganta outra vez. - Alôô!!! Nárnia para Caspian! Temos que ir!

– Vão na fente, eu estaciono. - ele olhava para meu rosto.

– Ihhh! Ele não vem tão cedo, Pedro! - Cristal riu.

Caspian me soltou, apenas para se ajoelhar na minha frente. Todos ficaram olhando para nós.

– Aurora da minha vida, razão de minha alegria, - ele segurou minha mão - Eu sinto que tenho protelado a minha e a sua felicidade.

– Você acha? - eu ri.

– Agora, diante de todos os reis que respeito e dos amigos que estimo... Gostaria de pedir oficialmente. - ele olhava para mim - Quer casar comigo?

Eu sorri. Espero que desta vez seja verdade. Pelo menos, agora ele tem testemunhas que o incriminam.

– Aceito. - eu ri, enquanto ele se levantava.

– Ainda bem! Muito obrigado por aceitar! - ele falou, aliviado.

– Que lindo, pombinhos, muito romântico! - Edmundo falou - Agora temos que ir.

– Pare com isso, estraga-prazeres! - Cristal falou - Pare de interromper esse momento lindo e diabético!

– Pronto, rei mandão! - Caspian montou em Pluma - Eu já estou montado, viu?

– Amanhã voltamos para discutir os preparativos! - Lúcia ergueu voo em seu cavalo.

– Hey, Aurora, eu não sou sempre chato! - Edmundo disse, passando perto de mim - É que a situação não é das melhores!

– Tudo bem! Eu também ficaria de mal-humor se tivesse uma cobra bufando no meu cangote. - eu mostrei a língua para a ruivinha, que fez cara de raiva. E ele também decolou.

– Volto amanhã para te ver, minha flor... - Caspian mandou um beijo para mim, e também decolou.

– Hey, Cristal, você volta amanhã também? - eu perguntei, enquanto o cavalo dela e de Pedro passava perto de mim.

– Claro! Não se case sem mim! - ela se despediu.

– Claro que não vou casar sem minha madrinha! - eu mandei um beijo para ela.

– Vou pensar no assunto. - ela falou, me fazendo rir.

E o cavalo dela voou. Voltaram a ser nuvens lindas no céu. Mas minha vida nunca mais será a mesma, principamente agora que tenho a chance de ter amigos. E isso ninguém vai tirar isso de mim.


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