Homecoming por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, mil desculpas pela demora em atualizar, mas aqui vai mais um capítulo!

Também aproveito para desejar a todos um feliz 2015 cheio de sonhos realizados! Obrigada mesmo por acompanharem minhas fics (mesmo sem atualização ou terminadas!!)
Beijinho no coração de vcs! ;*



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Eu sempre acordei cedo, mas quando levantei, as mulheres da casa já estavam na cozinha há muito tempo. Percebi que o fuso horário ainda estava me deixando fora de tempo. O mesmo aconteceu com Rose, que praticamente pulou da cama quando percebeu que todos estavam acordados antes dela.

O cheiro da comida da minha mãe invadia a casa e eu tive a sensação de que nunca havia saído dali. Comi tudo que ela me ofereceu, para minha surpresa, ela havia preparado tudo o que eu mais gostava. Discretamente, observei que Rose comeu tudo também, sem questionar o gosto estranho, uma vez que tudo era bem diferente do que ela estava acostumada a comer nos Estados Unidos.

Em pouco tempo, os convidados começaram a chegar e logo a casa estava cheia. Pessoas que eu não via há muito, muito tempo, e que, honestamente, nunca achei que encontraria novamente. Todos pareciam felizes em me ver, mas eu percebia que ficavam admirados por me encontrar como dhampir, era como se realmente esperassem um Strigoi. Muitos não conseguiam evitar o constrangimento e a maioria perguntava diretamente como tudo tinha acontecido.

Eu, por minha vez, tinha decidido não focar na minha vida como Strigoi e sim na minha restauração. Para falar a verdade, esse tem sido um pensamento meu antes mesmo de voltar para Rússia, mas diante de tantos questionamentos, era difícil que uma pessoa ou outra não falasse do assunto que eu queria fugir.

Passado o mal-estar inicial e quando todos constataram que eu ainda era o mesmo Dimitri que eles conheciam, tudo ficou mais leve, principalmente para mim. Pude conversar e rir com todos. As conversas corriam em russo e de tempos em tempos eu checava Rose, que observava tudo de longe. Pude ver quando um casal se aproximou dela, mas logo a minha atenção voltou para conversa do grupo onde eu estava.

“Mas, me conte, Belikov, você é mesmo guardião da rainha Vasilisa?” Tom, uma das pessoas que estava no meu grupo perguntou. Eles pareciam curiosos sobre tudo que dizia respeito a mim e eu tentei conduzir ao máximo a conversa para a parte em que sou guardião, na esperança de não perguntarem novamente sobre minha fase Strigoi.

“Sim, eu sou. Na verdade, sou seu guardião desde que ela era estudante na Academia St. Vladmir.”

Minha mãe estava perto de mim o tempo todo, mas apenas ouvia as conversas. Era como se para ela bastasse apenas a minha presença. Mas eu não pude deixar de notar um homem que a chamou, depois de passar quase despercebido pelas outras pessoas. Mas não para mim. Eu podia facilmente acompanha as conversas e observar o que acontecia ao meu redor. E me chamou a atenção um fato nele. Ele era humano.

“Olena,” ele cumprimentou minha mãe. Eu pude ver a tatuagem dourada no rosto dele. Era um alquimista. Minha mãe respondia uma pergunta de uma vizinha, demorou para perceber a figura magra à sua frente.

“Henry, que bom lhe ver.”

“Precisamos conversar sobre o Blood King,” ele disse com um inglês britânico, depois de empurrar os óculos.

“Não é uma boa hora,” minha mãe respondeu fazendo um gesto para mim. “Meu filho está me visitando. Ele não vem aqui há anos.”

Henry olhou para mim e deu um aceno, acompanhado de uma curta saudação, e rapidamente voltou-se para minha mãe. “Isso nunca terá uma boa hora. Quanto mais tempo isso ficar de lado, mais pessoas irão se machucar. Como você sabe, outro humano foi morto ontem.”

Aquelas palavras dele trouxeram um silêncio repentino para sala. Rose, sempre atenta, rapidamente estava junto de nós. “Quem foi morto? Quem está realizando uma matança?” Ela exigiu mais detalhes.

Henry observou Rose rapidamente e a subestimou. Voltou sua atenção para minha mãe. “Você tem que fazer alguma coisa.”

Minha mãe levantou as mãos num gesto impaciente que eu conhecia bem. “Porque você pensa que eu posso fazer isso?”

“Porque você, bem, é uma espécie de líder aqui. Quem mais poderia organizar os dhampirs para combater essa ameaça?”

“Eu não posso liderar ninguém,” minha mãe balançou firmemente a cabeça. “As pessoas aqui... elas certamente não podem ser ordenadas a entrar numa batalha, seja quando for.”

“Mas eles sabem lutar, todos eles foram treinados, ainda que não se tornem guardiões,” Henry insistiu.

“Nós fomos treinados para nos defender, com certeza todos reagiriam se Strigois invadissem a cidade, mas ninguém sai procurando encrenca. Bem, exceto os Desmarcados. Mas todos eles se foram agora. Assim que estiverem de volta no outono, ficarão felizes em fazer isso por você.”

Minha mente começou a protesta contra esse ponto de vista da minha mãe o que me fez lembrar um dos pontos que me afastou da minha família. Não, um dhampir não era treinado apenas para se defender e sim para defender um Moroi. Mas aquela outra informação me deixou ainda mais intrigado. Quem seriam estes Desmarcados?

“Nós não podemos esperar até o outono!” Henry protestou, com um leve desespero na voz. “Seres humanos estão morrendo agora.”

“Seres humanos muito idiotas que não conseguem se manter longe de problemas,” uma senhora dhampir rebateu.

“Esse tal de Blood King é só um Strigoi comum,” disse um outro que também ouvia a conversa. “Os humanos precisam ficar distantes e ele os deixará em paz.”

Rose o olhava com apreensão. Eu e ela compartilhávamos o mesmo sentimento. Ela sabia que um alquimista jamais entraria numa casa repleta de dhampirs se a situação não fosse, no mínimo, perigosa. Alquimistas detestavam vampiros e viam os dhampirs como abominação. Só tratavam quando era estritamente necessário. E Henry estava decidido a sair dali com uma resposta. Ele não iria deixar minha mãe em paz.

“Comece do início,” eu falei, dando um passo à frente. Na verdade eu já me sentia entrando em ação. “Alguém pode explicar quem é esse Blood King e porque ele está matando humanos?”

Henry me sondou, da mesma maneira como fez com Rose, mas, aparentemente, ele sentiu mais confiança em mim do que foi com ela. “O Blood King é um Strigoi que vive à noroeste daqui. Há uns lugares com cavernas e trilhas tortuosas, onde ele reside. Nós não sabemos em qual caverna, mas as evidências sugerem que ele é muito antigo e muito poderoso.”


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