–Srta Smoak. –Ouvi a voz de Palmer me chamando. –Segura o elevador! –Ele gritou para mim.

Era o fim de mais um dia de trabalho na QC e eu acabei ficando até mais tarde para colocar todo o trabalho acumulado em dia e resolver questões da agenda do Oliver, que já deve estar treinando a irmã na caverna.

–Sr Palmer. –Cumprimentei assim que ele entrou no elevador ao meu lado.

–Acho que já encerrou o seu horário de trabalho, pode me chamar de Ray. –Ele me deu um sorriso amigável que retribui imediatamente.

–Tudo bem Ray. –Repeti experimentando. –Então me chame de Felicity!

–Felicity é um belo nome. –Elogiou e eu já não sabia mais onde aquela conversa daria.

–Obrigada. –Respondi com um sorriso amarelo.

Ray apertou o botão para parar o elevador antes de se virar para mim. Meu coração começou a bater acelerado de pânico e culpa. E se ele descobriu que eu tenho o investigado? E se ele não é nem de longe tão bom quanto aparenta? Todas estas perguntas passaram a girar em minha mente.

–Precisamos conversar. –Anunciou como se o fato de parar o elevador não deixasse isso obvio.

–Sobre o que? –Perguntei confusa tentando disfarçar meu olhar amedrontado.

–Eu sei que não deveria ter feito o que estou prestes assumir que fiz. –Começou a explicar me olhando nos olhos. –Mas desde o ataque de seu ex-namorado eu tenho o investigado. –Isso me pegou de surpresa! –Eu sei de suas habilidades. –Afirmou. –E sei em que ele precisava de sua ajuda no dia que atacou você.

–O que era? –Não pude conter minha curiosidade, tenho gastado tanto tempo procurando coisas sobre a vida dele que me esqueci totalmente de Cooper.

–O Sr Sheldon esta em dívida com a máfia Russa e pretendia desviar o total de sete milhões para saudá-la. –Ray tirou alguns papeis de sua pasta e me entregou. –Tudo o que precisa saber está aqui.

–Por que fez isso? –Questionei impressionada com o material em minhas mãos. –Não estou te julgando! –Acrescentei rapidamente. –É só... Obrigada!

–Sei que você é uma boa pessoa Felicity. –Disse sorrindo para mim antes de acionar novamente o elevador. –E se quiser poupar o trabalho extra que anda tendo, pode me acompanhar ao meu laboratório e ver o que tenho feito com seus próprios olhos. – Ele piscou para mim ainda sorrindo antes de sair do elevador me deixando sozinha com minha vergonha.

OLIVER

Deixei Roy, Thea e Diggle treinando sozinhos quando vi Felicity descendo as escadas com a face branca como um papel. Adiantei-me parando em sua frente antes mesmo dela alcançar o ultimo degrau.

–Você está bem? O que aconteceu? –Comecei a questionar preocupado, ela apenas me ofereceu alguns documentos que estavam em sua mão.

Passei meus olhos rapidamente pelo dossiê em minhas mãos impressionado. Cooper Sheldon o ex-namorado que a atacou estava ligado a máfia Russa! Aquilo me fez questionar por um segundo se Felicity já teve algum namorado normal em sua vida, um cara que seja apenas... Um cara! Eu sei que não era hora para ataque de ciúmes, mas preciso encarar a realidade eu, Barry, Cooper e até mesmo Ray (que pensa que não percebo a forma que a olha), ela parece um imã para caras complicados com sérias tendências a distúrbio de personalidade múltipla. Tenho passado tanto tempo com ela que meus pensamentos estão se tornando nerd!

–Como consegui isso? –Perguntei a seguindo. Felicity deixou o corpo cair sobre a cadeira pesadamente parecendo exausta.

–Ray Palmer. –Respondeu simplesmente. –Ele me entregou isso quando eu estava indo embora da QC.

–Mas por que ele procurou por isso? –Perguntei confuso.

–Disse que eu sou uma boa pessoa. –Ela parecia tão confusa quanto eu. –E me convidou para ver no que vem trabalhando em segredo. –Acrescentou com um olhar perdido. –Ele sabe que eu o estou investigando!

–Ele ameaçou você? –Questionei tentando controlar minha fúria.

–Não! –Esclareceu surpresa por eu ter tirado a conclusão errada. –Em nenhum momento ele fez isso. Foi até muito gentil... Oliver e se ele souber sobre você ser o Arqueiro? –Disse pensativa tentando chegar a uma conclusão plausível.

–Não acho que ele saiba... Você acha?

Meu celular começou a vibrar tirando a atenção do assunto, era Laurel. Estendi minha mão para atendê-la.

–Laurel?-Falei.

–Oliver. Preciso de ajuda. –Sussurrou antes de a linha ficar muda.

Levantei-me por puro instinto chamando Roy para nos trocarmos. –Felicity rastreie o sinal do celular dela, preciso de uma localização agora!

Ela concordou se virando imediatamente para começar o trabalho. Quando voltamos já de uniforme Felicity nos disse que ela estava na promotoria, não esperei por mais detalhes saindo imediatamente, qualquer coisa que ela precisasse acrescentar poderia-me dizer pelo comunicador.

–Felicity. –Chamei já a caminho.

–Sim? –Sua voz estava estranha, mas não tinha cabeça para pensar naquilo agora.

–Quantos são? –Questionei.

–Estou tentando ver isso agora. –Começou a dizer. –O perímetro inteiro está livre, mas não tenho acesso às câmeras internas. –Ela começou a ficar nervosa. –Alguém está me bloqueando, merda!

–Felicity! –Gritei impaciente.

–Estou tentando Oliver. –Respondeu no mesmo tom que usei com ela. –Diggle já avisou o Sr Lance. Não consigo acessar de tão longe... –Ela pensava alto.

–Ah! Mas você não vai chegar a lugar nenhum perto daqui! –Esbravejei. –Vamos fazer do jeito antigo então.

–Oliver... –Ela tentou protestar.

–Felicity, não. –Encerrei o assunto. –Roy?

–Oi. –Respondeu prontamente.

–Vamos invadir pela lateral do prédio, ela nos dará acesso direto a sala de Laurel. –Comecei a instruí-lo.

–Oliver. –Felicity chamou novamente.

–Sim.

–Eu posso rastrear através do celular de Laurel! Vou tentar acessá-lo como uma ponte para as câmeras de segurança e... Está feito! –Respirei aliviado. –São apenas dois caras... –Ela pareceu prender o ar surpresa. –Thea! –Gritou minha irmã. –É seu pai.