Na mesma noite em que fiz as pazes com minha irmã acabei tendo uma ideia. Eu mesmo treinaria a Thea de agora em diante, isso ajudaria a nos reaproximar, ver o que aprendeu e resolver o problema dela com Roy, só não sabia exatamente como falar isso para ela.

Felicity já estava em sua cama se preparando para dormir, algo que eu estava longe de fazer. Eu estava eufórico e animado com tudo o que aconteceu hoje, e cheio de energia que não estava sendo utilizada graças à baixa na criminalidade na cidade. Mas sabia que o dia dela não foi tão tranqüilo quanto o meu, suas pesquisas a respeito de Palmer somado ao trabalho da QC e do Arqueiro eram extremamente estressante. Tudo o que ela precisava hoje era de uma boa noite de sono e eu precisava controlar meus hormônios para proporcionar isso a ela!

–Oliver não vai deitar? –Perguntou antes de apagar o abajur de sua mesinha de cabeceira.

Ela usava um pijama de flanela nada sensual, mas é exatamente isso que eu adoro nela, para Felicity basta ser ela, não precisa de adereços ou enfeites, seu jeito meigo e delicado é além de tudo extremamente sexy. Sorri para ela em resposta indo me deitar a seu lado.

–Hoje foi um dia bom. –Disse Felicity assim que coloquei meus braços em sua volta a puxando para meu peito.

–Foi um dos melhores. –Concordei dando um beijo no alto de sua cabeça.

–Oliver. –Ela se virou para me olhar nos olhos. –Eu só tenho uma dúvida. –Sua voz era doce, mas sua testa estava franzida parecendo confusa.

–Qual o problema? –Perguntei preocupado.

–Não é um problema... Eu disse duvida! – Corrigiu e eu sorri a encarando. –Thea me disse que ainda não se restabeleceu em Starlling, ela está morando em um hotel, e você não quer sua irmã caçula em um hotel! –Ela negou com a cabeça e eu imitei o gesto. –Então, precisamos de um lugar para ela, onde fique segura.

–Felicity por que eu estou sentindo que você está dando voltas no Egito?

–Voltas no Egito? –Questionou confusa.

–Você é judia! –Brinquei tocando a ponta de seu nariz. –Deveria saber o significado. –Ela sorriu divertida. –Mas fala logo o que tem em mente.

–Tenho opções. –Começou a dizer. –Primeira, vamos fazer com que ela e Roy se acertem e possam voltar a morar juntos e a coisa toda... –Ela pareceu pensar melhor por um segundo. - Desculpe, sei que não deve gostar da ideia de sua irmãzinha morando com...

–Felicity. –Disse seu nome para trazê-la de volta a terra. –E qual é a segunda opção?

–Você está “morando na caverna” tecnicamente. -Ela fez uma pequena careta. - Poderia voltar para a mansão com ela.

–Eu estou confuso. –Comecei a dizer. –O que acontece comigo se optar pela primeira opção, onde envolve um plano mirabolante para juntar minha irmã caçula com Roy? –Fingi seriedade. –Já que pelas aspas posso perceber que para você existe algo irônico no fato de estar morando na caverna.

–Esse é outra conversa Oliver. –Respondeu sorrindo e se virando de costas para mim na cama.

–Acho que quero ter essa conversa agora. –Argumentei a virando novamente.

–Eu só pensei que não é bom você morar no esconderijo. –Começou a explicar ficando vermelha. –E também, não tem passado muitas noites lá... E tem sua gaveta aqui em minha casa. –Ela me olhava envergonhada com um sorriso tímido nos lábios. – E você tem a mim.

Um sorriso enorme se espalhou em meu rosto quando a puxei para mais perto beijando seus e lábios demoradamente, sentindo cada parte do meu corpo clamando por ela.

–Definitivamente vamos fazer com que esses dois reatem. –Declarei ainda com os lábios nos dela fazendo-a rir. -Aquela regra sobre as brigas podia valer para selar acordos também... –Brinquei a beijando novamente.

–Pode ser usada no caso de insônia ou sei lá feriados que ninguém mais comemora! –Acrescentou me fazendo gargalhar.

–Nunca pensei que fosse puritana. –Admiti ainda rindo. –Mas meu amor, você é melhor que encomenda. –Provoquei me sentindo feliz enquanto arrancava a blusa do pijama horrível que ela usava revelando um sutiã vermelho de renda, por essa eu realmente não esperava.

–É você que faz isso em mim. –Disse com os lábios em meu pescoço me causando arrepios.

Fizemos amor durante boa parte da noite, com carinho e adoração. Quando acabamos contei a ela a minha ideia de treinar Thea e como sempre ela me apoio totalmente, decidimos que esse era o ponto de partida ideal para o nosso plano. Percebendo seu cansaço acaricie seus cabelos até que ela adormecesse, eu adorava vê-la dormir, era linda com se semblante sereno e despreocupado, às vezes ela sorria, murmurava meu nome ou dizia coisas sem nexo e isso me proporcionava à melhor sensação que já tive na vida.

FELICITY

Era a hora de colocarmos nosso plano em prática. Oliver conversou com Thea e ela concordou em ser treinada por ele, então aqui estamos nós, vendo Thea e Oliver lutando com bastões, ele estava apenas de calças cargo e botas de combate e ela usava uma calça leggin e top. Senti muita piedade de Roy, ele a olhava da mesma forma que eu passava meu tempo admirando Oliver malhando e com isso eu me identificava! Ela era muito melhor do que Oliver esperava, mas nem de perto tão boa quanto ele, o que não significa que não seria uma adversária potente.

–Thea por que não tenta treinar com Roy? –Sugeriu Oliver.

–Isso vai ser bom. –Diggle sussurrou para mim segurando o riso.

–Tudo bem por mim. –Respondeu ao irmão sem querer contrariá-lo, mas podia ver o desconforto em seu rosto. Tive que dar um pequeno empurrão nas costas de Roy para fazê-lo sair do lugar. Ele tirou a camisa e foi em direção a ex-namorada.

Oliver, Diggle e eu estávamos lado a lado, apenas observando os dois se enfrentarem. Sinto-me uma pessoa horrível, mas tenho que admitir que pouquíssimas vezes me diverti tanto com a vida alheia... Eles se moviam em um sincronismo perfeito, pareciam saber o que o outro pensava, era uma dança linda e violenta. Em um determinado momento eles começaram a sorrir sempre que antecipavam o golpe do outro, dava para sentir a química dos dois à distância.

–E era assim que eu me sentia quando vocês começavam a brigar. –Debochou Diggle. Oliver tentou segurar a risada sem sucesso.

–Não éramos assim! –Protestou baixinho.

–Está certo. –Concordou Dig fazendo com que nós dois o olhássemos assustados. –Se estão achando isso aqui divertido, dobrem assim vocês saberão como eram as discussões de vocês!

–Idiota. –Disse Oliver.

–Não acha que deveria dizer alguma coisa? –Questionei olhando para Oliver. –Para que eles sintam que estão realmente sendo treinados?

–Roy está dando conta. –Respondeu orgulhoso. –Ele está concertando as falhas dela sem nem mesmo precisar falar. –Ele parecia fascinado. –Diggle você já lutou com Layla? –Perguntou se virando para o amigo.

–Nunca quis morrer. –Respondeu e nós demos risadas. –Mas já lutei ao lado dela, e se você está curioso em relação a essa química de combate. –Ele se virou olhando para nós dois. –Vocês a tem, assim como eles ou como eu e Layla. –Afirmou. –Felicity é seus olhos Oliver, por mais que ela não saia por ai batendo nas pessoas, ela é mais forte que todos nós jutos.

–E mais inteligente. –Acrescentou Oliver me dando um beijo no rosto. -E bonita. -Falou em meu ouvido me fazendo corar.

Roy derrubou Thea e nós voltamos a prestar atenção neles. Agora as coisas pareciam ter avançado, pois eles abandonaram os bastões e passaram a lutar corpo a corpo.

–Agora você deveria fingir treiná-los. –Disse Diggle e Oliver foi a contragosto.

Oliver os corrigiu, ensinou novos golpes e os fez falar um com o outro. Eu estava orgulhosa, ele era incrível, lindo e competente. Sua forma de passar as coisas que sabia era impressionante. Quando terminaram já estava quase na hora de começar a ronda, então Oliver e Roy foram tomar banho antes de sair para combater o crime. Voltaram já com os uniformes Thea se despediu do irmão com um abraço e fez o mesmo com Roy, parando segundos antes de se beijarem por puro hábito.

–Fala sério Dig, Oliver e eu não poderia ser mais divertido do que isso! –Sussurrei para meu amigo que segurava o riso ao meu lado.