Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 24
Thea Queen vs Thea Merlin.


Notas iniciais do capítulo

Hello guys!
Em preparação para destruir nossos corações amanhã, um capítulo novinho, sem muito sofrimento e um pouco do Connor que acabou não aparecendo no ultimo. Espero que curtam.



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OLIVER

Speed se agarra a mim, sinto seu corpo tremendo com o choro incessante. Eu me lembro de quando éramos crianças e ela tinha pesadelos no meio da noite, lembro dela se esquivando para meu quarto e se deitando ao meu lado na cama, eu segurava sua mão até que sua respiração se estabilizasse e o aperto de sua mão na minha se afrouxasse, então carregava de volta para sua cama. Thea é minha garotinha, sempre vai ser e não há nada que não faça para protegê-la. Anos se passaram e agora ela não tinha mais medo de pesadelos, não temia o escuro, não era mais a criança que corria para meus braços sempre que precisava de proteção. Mas eu ainda era o irmão mais velho, ela ainda é minha vida.

–Como? Oh meu Deus Oliver, você estava morto, eu te enterrei, seu corpo... –Thea estremece se afastando para me olhar. –Você está aqui. –sorri com lágrimas nos olhos. –Não vai me dizer que se perdeu em outra ilha. –tenta fazer piada, mas sua mão se aperta ao redor do meu braço como se temesse meu desaparecimento instantâneo a qualquer momento.

–Não. Não estava em outra ilha Speed. –respiro fundo afastando uma mecha de cabelo de sua face. –E preciso te contar algumas coisas.

–Tudo bem. –diz em meio a um suspiro me abraçando mais uma vez. –Ollie, eu senti tanto a sua falta.

–E eu a sua Speed. -eu a guio para duas cadeiras que nós colocamos ali e nos sentamos de frente um para o outro. Roy já estava voltando para a caverna a essa altura. –Existem coisas sobre minha vida que você não sabe, e não quero mais esconder, por que sei que existem coisas na sua vida que eu também não sei. –os olhos de Thea se abrem em espanto. –Eu... Aconteceram muitas coisas comigo na ilha, coisas que eu achei que nunca precisaria te contar.

–Oliver, nós já conversamos sobre isso em Corto Maltese e te disse que nada vai mudar o fato de que você é meu irmão mais velho, minha família. Só não quero mentiras sobre minha vida.

–Então estou em vantagem. –solto um riso nervoso que a faz me olhar espantada.

–O que aconteceu Oliver? –agora sua voz transbordava de preocupação.

–Depois que naufraguei na ilha eu pensei estar só por algum tempo. Eu e o corpo de nosso pai, que precisei enterrar com pedras no pico de uma colina, quando os animais começaram a vir tentando comer sua carcaça. –estremeço ao me lembrar e vejo uma lágrima correr pela face de Thea. –Quando terminei fui atingido por uma flecha, no ombro, o que mais tarde eu descobri ser o ângulo exato para parar o oponente sem o matar. –olhei para ela com seriedade que começava a juntar as peças. –Mas antes de ficar inconsciente pude ver um homem, vestindo um capuz verde, o arqueiro que havia me atingido. Ele me ensinou a sobreviver a ilha, morreu me protegendo. Então a filha dele continuou de onde seu pai havia parado, Shado. –respiro fundo com um sorriso triste nos lábios, Thea permanecia estática a minha frente. –Então passou a ser apenas Shado, Slade e eu, nós cuidávamos um dos outros enquanto tentávamos fugir da ilha. Nós encontramos um navio, e vimos nele a nossa chance, mas nada era tão simples assim, eu fui capturado. Descobri que Sara estava viva, Shado morreu por que eu escolhi salvar Sara...

–Ollie, estou confusa agora, como Sara sobreviveu?

–Quando ela caiu do Gambt, ficou a deriva por alguns dias, mas esse navio cargueiro a resgatou, e o responsável por ele cuidou dela, o mesmo homem que matou Shado. Mas você sabe disso, Slade contou a história no dia em que nossa mãe morreu.

–No dia que ele a matou. –corrige com fogo nos olhos.

–Isso.

–O que está tentando me dizer Ollie? Por que está me contando tudo isso, agora? –sussurra limpando as lágrimas de seus olhos.

–Sabe o que eu estou tentando dizer Speed, no fundo eu acho que você sempre soube, mas nunca quis enxergar, por que eu sou seu big brother. E você não quer me ver como um assassino. –olho no fundo de seus olhos mordendo meus lábios, esperando que ela fizesse as somas necessárias. –Nosso pai, me deixou um caderno, uma lista. –eu tiro o antigo caderno de meu pai do bolso e o entrego a ela, que o abre vendo os nomes cortados. –Ele pediu que eu concertasse isso, salvasse nossa família e nossa cidade.

–É você? –percebe deixando o caderno escapar de suas mãos. –Como? Eu me lembro de quando a policia cogitou essa possibilidade e descobriram que não era você.

–Era Diggle, usando meu traje, e foi ele quem o usou esporadicamente enquanto eu estava fora. –Thea se levanta olhando de um lado a outro.

–Eu preciso de ar. –fala indo em direção a saída. Levo minha mãos a minha face bufando frustrado.

‘Ela está na porta, sentada Oliver.’ –escuto a voz de Felicity. ‘Dê um tempo para que ela assimile as coisas.’

–Minha irmã vai ter repulsa de mim agora. –desabafo.

‘Por que exatamente?’ –sua voz assume o tom que usa para defender quem ela ama. ‘Por ter a salvo, de Nyssa?’

‘Por ter me salvado por ela, quando nem mesmo sabia quem eu era?’ –escuto Roy em seguida.

‘Por morrer por ela? Oliver, você fez o que precisava.’ –finaliza Diggle.

–Ela não sabe de nenhuma dessas coisas, até onde ela entende, eu sou um assassino, eu a ataquei no natal, é disso que ela se lembra...

Sou interrompido por passos rápidos, Thea passa pela porta e se senta novamente a minha frente, engolindo em seco. –Pode continuar, o que aconteceu depois da lista? –fico sem reação por um momento, simplesmente a olhando. –Continua Ollie!

–Okay... Eu estava tentando impedir o empreendimento, sem saber o que ele era, mas quando descobri a ligação da nossa mãe com tudo aquilo eu a confrontei... Descobri tarde demais do que se tratava, consegui desarmar uma das máquinas, mas Merl... –me interrompo não querendo colocar o dedo na ferida. –Existia outro. –resumo. –E isso custou a vida de Tommy. –termino com pesar. –Não cheguei a tempo para salvá-lo...

–Por isso você desapareceu depois de tudo? –sua voz era suave, e isso me surpreende me fazendo olhá-la espantado.

–Eu salvo pessoas Speed, é o que eu sei fazer, mas parece que não sou tão eficiente em relação às pessoas que eu amo...

–Isso está errado. –Thea se levanta me olhando indignada. –Você me salvou...

–E quebrei a janela da sua casa quando precisava de respostas. –a lembro, vendo seu olhar de quase... Vergonha?

–Eu te ataquei. Quer dizer que você sabe sobre mim? –pergunta com um fio de esperança que eu negue, mas eu confirmo e ela deixa seu corpo cair sobre a cadeira com as mãos na face.

–Por que estava atrás de meu pai naquela noite?

–Eu estava procurando o assassino de... Sara. –Thea me olha assustada, mas não existe surpresa em seu olhar, apenas espanto.

–Você sabe? –questiona preocupada.

–Você já sabia? Como? –ela se lembra de ter matado Sara? Mas Merlin disse que não era possível...

–Laurel... Eu a encontrei no cemitério, alguns dias antes de você partir, e ela acabou desabafando comigo sobre a morte da irmã, mas pediu que eu não te contasse nada. –respiro aliviado.

–Ela só estava protegendo minha identidade.

–Isso quer dizer que meu pai... –Thea olha para as próprias mãos. –Ele matou Sara?

Não consigo negar olhando em seus olhos, por que é verdade. Merlin matou Sara, arquitetou toda a sua morte para que sua divida com Ra’s Al Ghul fosse paga através de meu sangue. Sujou as mãos da minha irmã, por ser covarde demais.

–Não é possível Oliver, eu estava com ele o tempo todo, em Corto Maltese.

–Sim, você estava. –confirmo. –Estava com ele quando Sara foi morta, mas não em Corto Maltese, mas aqui em Starlling. –tiro meu celular de meu bolso e a entrego.

THEA

Deve ser a décima vez que assisto isso sem parar, a décima vez que me vejo matando Sara. Isso não está certo, não está certo Sara morrer por minhas mãos, não está certo eu ser usada pela única pessoa que pensava ainda ter no mundo até duas horas atrás. Um dia pensei que a mentira fosse o que mais machucasse no mundo, mas estava enganada, a traição é o que mais machuca.

Malcom Merlin roubou a luz que existia dentro de mim como um verdadeiro profissional, se apoderou dela, a distorceu em algo doentio e falso. Ele é um criminoso. E matou mais do que apenas Sara e as quinhentas pessoas no empreendimento. Ele matou meu irmão, matou minha família.

Mas eu não sou mais a garotinha se encolhe e chora diante da tragédia, mais um ponto para o Merlin, ele me ensinou a ser quem eu sou hoje. Me transformou em seu pior pesadelo. Pois agora eu sou uma guerreira, no sentido mais amplo da palavra, e toda essa dor e confusão que sinto nesse momento vai ser o combustível para sua ruína. Só tenho uma certeza, só uma lição que posso tirar de tudo isso, agora eu sei quem de fato Malcom Merlin é, e ele vai pagar, na hora certa. Por enquanto, serei o cavalo de tróia no terreno do inimigo.

–Oi querida. –escuto sua voz quando ele entra em minha casa, paro o vídeo em meu celular e limpo rapidamente as minhas lágrimas. –O que aconteceu? –Malcom se senta na minha frente tomando minha mão, preciso reprimir à vontade de retirá-la dele e forço um sorriso inocente.

–Desculpe, eu... Não deveria... –uso o pretexto das lágrimas pára soltar minha mão.

–Não precisa ser forte comigo Thea, sou seu pai.

–Eu só, sinto falta do Oliver. –digo o olhando nos olhos, e pela primeira vez vejo uma sombra de culpa passar por eles.

–Sinto muito por isso querida.

–É, eu também.

FELICITY

Chego em casa e vejo Oliver sentado com Connor o ajudando em seu dever, o que é de certa forma cômico, levando em conta o dia que tivemos hoje. Eles sorriem para mim a me ver, eu coloco minha bolsa sobre o sofá me sentando de frente para eles, apenas curtindo a cena. Oliver mais cedo disse que não consegue salvar as pessoas que ele ama, queria que ele pudesse nesse momento sentir o que eu estou sentindo, por que eu fui salva, com toda certeza.

–Por que passam tanto dever para uma criança de oito anos? –pergunta quando os dois terminam fechando os livros do garoto que o olha com ar divertido.

–A Fel diz isso o tempo todo. –conta sorrindo e eu dou de ombros.

–É muita coisa. –falo bocejando. –Quem te buscou hoje na escola Connor?

–Roy, mas quando cheguei em casa meu pai já estava.

–Vim direto da conversa com Thea para casa. –conta Oliver com um pouco de tristeza no olhar. –Queria passar um tempo com Connor.

–Eu te entendo. –digo me levantando. –Esse garotinho é o melhor remédio do mundo. –abraço Connor que já estava levando seu material para seu quarto o levantando em meus braços.

–Vou começar a cobrar. –fala em meio as gargalhadas nos fazendo dar risada com ele.

–Por que você e seu pai não cuidam do jantar hoje? –pergunto o colocando no chão na porta de seu quarto.

–Vai ser legal. –ele entra correndo colocando os livros sobre a escrivaninha e Oliver para, atrás de mim com os olhos semicerrados. –Pode ser lasanha?

–Desde que façam salada, podem cozinhar o que quiserem.

–Um super sanduíche com muito queijo e batata frita?

–Nem tudo o que quiserem. –corrijo e escuto a risada de Oliver.

–Como foi na QC hoje? –cruza os braços sobre o peito me encarando.

–Sou uma suspeita agora? –brinco o ignorando e vou em direção a nosso quarto.

–Não, mas ainda me preocupo.

–Cansativo, mas parece que finalmente a empresa voltou a dar lucro.

–Isso é uma coisa boa. –ele me segue para o banheiro e fica parado na soleira da porta conversando comigo enquanto eu me despia dentro do boxe.

–É sim, acho que demorou, mas conseguimos finalmente reerguer o nome da empresa da sua família.

–Mas isso não explica o porquê de você estar tão abatida.

–Eu estou bem Oliver. –garanto, e tenho certeza de que ele revirava os olhos do outro lado. –Só cansada. –escuto o barulho dele mexendo nos armários do banheiro. –Não vou tomar remédio por causa da sua neurose Oliver Queen, não é desse jeito que eu gosto de brincar de médico com você. –sinto meu rosto queimar de vergonha assim que as palavras saem por meus lábios. –Quer saber, vou me casar com você, não deveria ficar envergonhada todas as vezes que falo alguma besteira não intencional.

–Concordo com você. –diz divertido.

–Pai, vem logo! –escutamos a voz de Connor chamando e Oliver sai do banheiro para atender o filho.

Termino meu banho e visto o vestido que usaria para ir para a caverna mais tarde. Resolvo me deitar um pouco, só descansar meus olhos até a hora do jantar. Sinto tanto sono que mal posso manter meus olhos abertos, e aos poucos já estou sonhando.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam galera.
Aviso: Quinta, como o combinado terá atualização de Comédia Romântica Qualquer, para ajudar com nossos corações partidos em mil pedacinhos, por causa do episódio de quarta, vamos sofrer juntinhos.
E Use provavelmente será atualizada antes do fim dessa semana, fiquem atentos.
Bjnhos!!!



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