Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 15
Confraternização.


Notas iniciais do capítulo

Oi galera!
Espero de verdade que gostem desse capítulo.



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Chegamos ao hotel no início da noite, Oliver veio o caminho todo em silencio, mas com um sorriso estranho no rosto. Por mais que Connor tenha sido distante com ele a princípio, depois o garoto acabou se soltando, acabamos fazendo um torneio de vídeo games. Ele era ótimo, e fiquei impressionada por seu raciocínio.

–Quer tomar banho? –Oliver perguntou pegando a toalha e tirando minha bolsa de meu ombro.

–Banheira? –Questiono interessada.

–Se for o que você quer. –Ele dá de ombros e vai para o banheiro ligar a banheira. –Acho que não perdi tanta coisa assim da vida do meu filho afinal. –Ele me fala se escorando na porta do banheiro e tirando a camisa que usava.

–Você ainda vai estar do lado dele em muitas datas importantes. –Asseguro e Oliver sorri sugestivo.

–Não era disso que eu estava falando. –Oliver se aproxima e tira o casaquinho amarelo que eu usava por cima de meu vestido. –Eu presenciei em primeira mão meu filho se apaixonar pela primeira vez. –Debocha dando risada e sei que devo estar vermelha nesse momento.

–Não chamaria de paixão Oliver! –Protesto o vendo sorrir divertido. –Somos parecidos, de alguma forma que eu ainda não entendi eu consigo falar a língua dele.

– É paixonite sim. –Revida ignorando meu argumento anterior. -Não o culpo, ali tem sangue de um Queen e eu não imagino como alguém pode não se apaixonar por você. –Oliver sorri puxando meus lábios para ele.

–Sabe que está sendo exagerado. –Respondo fazendo careta e Oliver abre o zíper do meu vestido que desliza por meu corpo até o chão.

–Essa banheira vai transbordar se você ficar gastando nosso tempo com discursões retóricas. –Ele fala em meu ouvido e sinto todo meu corpo se arrepiar.

–Oliver Queen, eu definitivamente adoro quando você prova para o mundo que é mais do que só todos esses músculos. –Solto sem querem, mas no final não me importo pela gargalhada que Oliver dá me puxando para o banheiro.

Passamos quase uma hora dentro da banheira, fazendo muito mais do que só tomar banho. Oliver parecia leve, feliz. Muito diferente de como ele andava nos últimos dias. Saímos do banho nos sentindo renovados, acho que eu precisava de passar um tempo como um casal normal.

–Como vamos fazer com relação ao feriado? –Ele me pergunta quando deitamos na cama me puxando para seus braços.

–Vou vir buscar Connor dois dias antes da ação de graças e então ele passa o Natal com a mãe, ainda não decidimos como vai ser o ano novo, mas prometo que vou brigar para ganharmos essa! –Disparo a falar e Oliver me olha espantado.

–Quando resolveu tudo isso?

–Quando você estava perdendo para Connor no vídeo game, Sandra e eu estávamos acertando tudo. –Ele me olha com tanto carinho que me faz ficar constrangida. –O que foi?

–Eu te amo. Não tenho falado muito isso ultimamente. –Responde e eu me inclino para beijar seus lábios.

–Que bom que tocou no assunto. –Aproveito a brecha e vejo Oliver erguer uma sobrancelha.

–O que você quer? –Ele vai direto ao assunto fingindo descaradamente seriedade, abro para ele meu melhor sorriso.

–Que você se aproxime mais de Barry.

–Somos próximos o suficiente. –Protesta e eu fecho a cara para ele. –O que aconteceu com o Allen? –Pergunta resignado.

–Íris me disse que ele tem andado estranho, eu queria ter tido tempo para vê-lo, mas sabe como foi corrido nosso fim de semana... –Escutamos um barulho e percebemos que era o celular que o Arqueiro usa para se comunicar com o Capitão Lance. Entrego o telefone a Oliver que o atende o colocando no viva voz.

–Capitão?

‘Acho que tenho algo que te interessa.’ –Lance diz.

–Pode falar.

‘Encontramos um homem assassinado.’ –Oliver faz cara de quem não entendeu ainda. ‘Usando suas roupas.’

–Como? –Ele se senta na cama e eu pego meu celular ligando para que Diggle reserve o jatinho da empresa para nos buscar.

Quando Oliver desliga o telefone tudo já está pronto para irmos embora. Eu começo a juntar minas coisas e ele faz o mesmo, a verdade é que não somos um casal normal e por mais divertido que tenha sido se passar por um nesses últimos dois dias o recreio acabou.

OLIVER

Não sei como vou conseguir organizar minha agenda de agora em diante, por que ser o Arqueiro, ter um trabalho e um relacionamento é algo estressante. Agora acrescente um garoto a essa mistura e vai ver que é quase impossível. Quando estou nas ruas, fazendo a segurança da cidade como agora, eu tento ser o que é preciso, e às vezes o preciso não é algo do qual eu me orgulharia em mostrar para uma criança.

Em outras palavras, eu sou meio sacana. Mas em um mundo repleto de idiotas como esse assaltantes dementes que estão esgotando minha paciência com essa perseguição onde ambos os lados já sabe o final, alguém sacana como eu, ou melhor, o Arqueiro é necessário. Olho com desprezo para os três homens encurralados em um beco sem saída a minha frente, me apontam armas com as mão tremulas. Ridículos.

–Não sabem contar? –Grito para eles com minha voz alterada pelo modulador e os vejo estremecer. –Estão em maior número!

–Eu vou... Vou atirar! –O cara do meio, dono de uma nariz imenso e com sérios problemas de acne tardia tenta me fazer recuar. Tiro três flechas de minha aljava e preparo minha mira.

–Ultima chance. –Alerto. –Podem se entregar, ou podem ser meu saco de pancadas.

–Vamos! –O baixinho da esquerda grita e os outros começam a atirar.

Intercepto as balas com as flechas, em seguida lanço um dispositivo de neblina no chão e parto para cima deles. A luta em si não tem nada de emocionante, um salto e um chute na face do idiota um. Acerto com meu arco a perna do idiota dois e giro meu corpo acertando meu pé em seu maxilar, menos um dente na boca desse mané. E o ultimo felizardo. O idiota numero três ganha um flecha que o prende a parede, eu já estava atrasado, e como disse antes, minha vida tem sido uma loucura.

–Diggle. –Chamo pelo comunicador, torcendo para que seja realmente ele.

‘Está atrasado.’ –Faço careta me encolhendo involuntariamente com a voz irritada dela. Se esses bandidos fizessem um curso com Felicity, já era meu status de aterrorizante.

–Oi baby, você voltou! –Forço a animação em minha voz. –Pode contatar a policia e passar esse endereço para uma faxina?

‘Está feito desde o momento que o prendeu a parede.’ –Informa.

–Está me monitorando? –Claro que ela está, mas preciso tirar o foco de meu atraso.

‘Nem tente.’ –Seguro o riso enquanto subo em minha moto dando partida. ‘Oliver, cheguei com seu filho à mais de uma hora e você esqueceu de nos buscar!’

Felicity havia viajado a dois dias atrás para Central City. Ela foi buscar Connor para passar o feriado conosco, Milo e Sandra fizeram questão de que ela fosse antes para conhecer um pouco melhor o garoto e que ficasse hospedada com eles. O engraçado é que isso acabou nos aproximando mais, digo, Connor e eu. Nas duas noites Felicity me ligou na hora de colocá-lo para dormir, e confesso que não fui nada machão nessas horas. Ter um filho, uau. Não sei como descrever a sensação.

–Fiquei meio enrolado, mas chego em...

‘Cinco minutos.’ –Completou. ‘Estou olhando o trajeto que está fazendo, nem pense em desviar a rota.’ –Viu, quem acha que eu sou assustador é por que não conhece Felicity Smoak.

Entro em nossa casa, pela janela do meu quarto e visto um terno, saindo em seguida pela mesma janela para poder entrar pela porta da frente e todos nossos amigos já estão lá para a ação de graças. Vejo Thea com Connor conversando animada, ela parecia estar em estado de êxtase por conhecer o sobrinho. Felicity tinha Sara em seus braços e conversava com Roy, enquanto Lyla e Diggle estavam na cozinha terminando de aprontar as coisas para o jantar.

–Oi Connor. –Falo um tanto inseguro parando atrás dele. O garoto se vira em minha direção sorrindo, um sorriso de alegria que me aquece por dentro, e percebo que todo meu dia estressante valeu, por esse simples momento.

–Oi... –Responde sem saber exatamente como me chamar e Thea se levanta me dando um abraço apertado seguido de um beijo no rosto.

–Por que isso? –Pergunto sorrindo para ela.

–Por que você fez a coisa mais linda desse mundo. –Responde se abaixando e abraça Connor que parece não se importar ou se sentir desconfortável por isso.

–Tia Thea me mostrou onde ela trabalha. –Conta animado, ela acabou de o conhecer e já é Tia e eu ainda sou um pronome indefinido? Olha ai, eu pensando como Felicity de novo. –Ela contou que era sua.

–Era sim. Mas Thea melhorou muito o lugar. –Não sei direito como conversar exatamente com crianças. –Já viu seu quarto?

–Felicity disse que eu podia trazer o que quisesse da minha casa em Central City para colocar nele.

–Claro que pode. –Confirmo vendo seu rostinho animado. –O que você trouxe?

–Quer ver? –Ele me estende a mão e eu a pego o seguindo para seu quarto. Dou um beijo em Felicity ao passar por ela que sorri em aprovação.

Entro em seu quarto, nós o pintamos de azul claro, compramos um jogo de móveis em madeira escura, uma escrivaninha com um computador e espaço para ele estudar ou algo do tipo e uma estante com livros que Felicity fez questão de abastecer. Mas ao entrar quase tenho um colapso. Connor havia pendurado pôsteres um do Barry, ou melhor, do Flash em cima de sua escrivaninha, eu nem sabia que Barry já tinha esse tipo de coisas.

–Esse cara é o herói da minha cidade. –Aponta para o pôster cruzando os braços enquanto o analisava o objeto, percebi imediatamente que estava da mesma forma, descruzo meus braços colocando minha mão nos bolsos. –Mas eu guardei esse espaço aqui para outro. –Ele aponta para a parte de cima se sua cama.

–Quem?

–Felicity me prometeu conseguir um pôster do Arqueiro, ele é irado pai... –Connor estava tão animado que nem mesmo percebeu do que havia acabado de me chamar, tenho vontade de o pegar no colo como um bebê nesse momento. –Eu pesquisei muito sobre ele. Acha que eu consigo o ver nesses dias que vou ficar aqui com você? –Se vira para mim sorrindo.

–Eu não sei meu filho. –Tento em vão conter a emoção em minha voz. –Ele não é de aparecer em público.

–Eu acho que vou ver ele! –Afirma sem se deixar abater. –Vou ir ver se Roy pode me contar como ele é, eu li que ele já foi salvo por ele a alguns anos. –Dizendo isso sai correndo do quarto.

Vejo Felicity escorada na porta, ela bagunça o cabelo dele quando o garoto passa por ela e se vira em minha direção, com os olhos brilhando. –Você está ai a muito tempo? –Pergunto a abraçando.

–Não muito. –Da de ombros. –Ele é um garoto incrível Oliver. –Conta sorrindo. –Precisa ver as notas dele, são impecáveis. E o currículo escolar? –Ela dispara a falar, muito rápido. –Clube de ciências, time de futebol e natação, com um recente ingresso na equipe de luta. Esse menino é quase um Dexter!

–Quem? –Questiono confuso.

–Cara, o desenho. –Suspira frustrada me fazendo sorrir. –E tem mais uma coisa. –Diz com seriedade.

–Por que estou sentindo que essa coisa vai me tirar o sono?

–Desde que te conheceu em Central, Connor passou a ficar obcecado pelo Arrow. –Ela franze os lábios. –Sandra me contou que ele tem insistido em fazer aulas de arco e flecha.

–Sweet, não tem como ele saber. –Sussurro em resposta a seu olhar preocupado. Felicity respira fundo deitando a cabeça em meu peito. –Mas essa história de aulas me preocupa. –Assumo.

–Só vamos ser cuidadosos. –Pede e beijo o alto de as cabeça antes de me afastar. –Por falar em cuidado, acabei de esconder sua aljava que você deixou jogada no chão do quarto. –Ela dá risada.

–Vamos voltar, prometo que vou ser mais cuidadoso. –Percebo então que ela tinha mais motivos do que eu pensava para se preocupar.

–Obrigada.


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Notas finais do capítulo

Então, nosso menino está em Starlling e com a sorte desse casal provavelmente vai se meter em confusão.
Galera comente, me deixem saber se vocês gostaram...
Bjs