Crônica Sobre os Tons do Tempo escrita por LorenaVLB


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente comecei a postagem dessa fic, que está me dando trabalho por vários motivos. Primeiro é o carinho que eu sinto pelo casal, são os meus favoritos na temporada - sei que muita gente discorda, mas foi amor a primeira vista. E justamente por Duca e Bianca serem muito humanos e verossímeis que a ideia da fic me surgiu.Se você é fã do casal, prazer em te conhecer! Se você quer saber como Bia e Duca se apaixonaram e até onde esse amor os levou - na minha mente, lógico hahaha -, está no lugar certo. Se não é, e até desgosta, dê uma chance :) Acho mesmo que podem simpatizar com BiDuca daqui pra frente, ou pelo menos nessa fic.Divirtam-se!



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the lovers that went wrong

Era uma linda tarde de verão, daquelas em que o pôr-do-sol alaranjava o horizonte e desenhava a silhueta do garotinho no brinquedo mais alto do parque, que parecia observá-la enquanto brincava no balanço. Em algum momento, quando o cobalto da noite escurecesse o céu, o olhar dele se cruzaria com o dela e ambos sorririam, com uma simpatia repentina que apenas crianças são capazes de sentir por um desconhecido. Agora já se conheciam.

Quando Bianca abrisse os olhos, como aconteceu depois de conhecer Duca pela primeira vez em muitos anos, se daria conta que era fim de tarde de outono, a luz fraca do resquício de sol entrando pela janela para avisar que dormiu demais. Para lembra-la de que não era mais a garotinha naquele balanço.

Não sonhava com Duca havia muito, muito tempo.

Alcançou o convite de noivado de Karina, um modelo fosco e de caligrafia alternativa, ao gosto da irmã e seu noivo, Pedro. Às nove da noite daquele mesmo dia, no velho anfiteatro da Ribalta, onde o futuro cunhado agora era professor. Uma festa à fantasia, fora do convencional como eram. Também nostálgica, como ela estava naquele momento.

A Ribalta tinha lhe dado tudo e isso se traduziu nos dez anos de carreira como atriz, que Bianca construíra com esforço e talento, comprovado pelos prêmios que recebera por seu desempenho. Apaixonada, diziam. Por tudo o que sente e tudo o que faz. Quando olhava para trás e lembrava-se da menina que declamava William Shakespeare em frente ao espelho, ela sabia que tinha chegado lá. Realizado seu grande sonho.

Agora imaginava se Duca estava feliz por ela. Se ele diria isso quando se encontrassem, dali a algumas horas, já não sendo mais os mesmos da última vez e desconhecidos aos olhos um do outro, novamente.

Levantou-se enrolada no lençol de seda e foi até a estante de madeira escura e envernizada, onde conservava tudo o que remetia a menina no espelho – quem um dia ela foi. Era lá que guardava os contos clássicos, livros antigos e surrados que sua mãe, Ana, colecionava durante sua juventude como atriz de teatro. Seu favorito, Romeu e Julieta, era quase um relicário de lembranças. Nele tinham diversas fotos da mãe, jovem e muito parecida com ela, sorrindo alegre ao lado de Gael, seu pai, apaixonados no início dos anos 90. Também havia cartões postais que o pai enviava na época em que lutava profissionalmente. Entre bilhetes amarrotados e pétalas secas, o que Bianca mais gostava era da única foto real de família que tinha: ela, com seus três anos de idade, estava entre os pais enquanto beijava a barriga grávida da mãe. Acostumada a chorar ao olhar aquela imagem, agora Bianca apenas sorria para ela.

Porque tinha a irmã ao seu lado e a família unida novamente. Tinha bons amigos e prestígio internacional. Tinha uma vida pela frente ao lado do noivo, que a fazia sorrir com facilidade e meiguice. Bianca tinha tudo isso.

“Você sempre consegue tudo o que quer”, Karina costumava dizer quando eram mais novas. “É quem você é”, pontuava com desgosto quando estava irritada.

Seguindo os passos da mãe, foi naquele mesmo livro que Bianca colocou sua primeira e última recordação do que só lhe restava lembrar depois de tanto tempo. Uma imagem que passou anos evitando por não querer confrontar a vontade que tinha de ainda ser real.

Na foto, a menina abandonava sua imagem projetada no espelho pela alegria abstrata do fim da tarde, onde o garotinho já tinha crescido e não precisava mais dar adeus antes de escurecer. Ela o amava mais do que a seu próprio reflexo e tinha muito medo disso.


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Notas finais do capítulo

E então? hahaha É o prólogo, vamos com calma, tudo ao seu tempo.Acho que alguém vai me perguntar quem é o noivo da Bia, mas isso é spoiler. Dos grandes. Mas vocês já conhecem o personagem.É uma fic que se passa em flashbacks. Então vamos acompanhar várias fases da vida da Bianca e as escolhas que ela toma, tanto familiares quanto nos relacionamentos amorosos, dividida entre o amor e a carreira.Se gostou deixe aquele comentário, que deixa todo autor muito feliz. Feedback motiva, gente! Próximo capítulo não vai demorar ♥



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